É preciso muito mais que uma ideia inovadora para ter sucesso no mercado criativo.
O mercado da economia criativa é um dos setores mais promissores atualmente. Baseado em modelos de negócio ligados a moda, turismo, arquitetura, comunicação, artes e games, o segmento, inclusive, já comprovou ser capaz de crescer até em períodos de retração econômica.
Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a área é uma das que mais cresce e gera empregos no mundo, e uma das poucas a apresentar bons resultados durante a crise mundial de 2008. No Brasil, uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, publicada em 2014, apresentou um avanço de 69,8% no PIB das indústrias criativas do país, acima dos 36,4% de aumento que o PIB nacional apresentou nos mesmos dez anos.
Embora esse mercado seja baseado em ideias inovadoras, as empresas criativas precisam ter em mente que é preciso muito mais que uma boa ideia para ter sucesso. A afirmação é de Marcos André Carvalho, diretor da Incubadora Rio Criativo, da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, que hoje auxilia no desenvolvimento de 16 startups da área. Segundo Carvalho, os empreendedores que desejam crescer devem ficar atentos a importantes pontos. Veja abaixo:
1. Faça um negócio escalável
Depois de ter uma ideia inovadora — e confirmar se ela é realmente boa —, o empreendedor precisa mensurar quão viável será o seu produto. Começar a definir os possíveis clientes e as formas de produção e distribuição são passos importantes nesta hora.
“O empreendedor deve pensar como irá transformar sua ideia em prática. É necessário materializar a ideia, e isso deve ser feito através de um plano de sustentabilidade que explique como tudo será desenvolvido”, explica.
2. Diversifique seu financiamento
Segundo Carvalho, o mercado de produção criativa é muito baseado na captação de dinheiro através de editais e leis de incentivo. “Esses recursos duram pouco e não permitem que o empreendedor desenvolva planejamentos estratégicos de médio e longo prazo. Por isso, nós incentivamos as empresas a trabalharem na linha de microcrédito também”, diz.
Desde setembro de 2015, a própria incubadora conta com um balcão de crédito para as startups, que podem encontrar juros menores do que os praticados no mercado.
3. Mantenha os contatos
Um dos principais valores que uma startup criativa precisa cultivar é a comunicação com outras empresas. Carvalho afirma que, por conta da diversidade de áreas que o mercado criativo apresenta, “a troca de experiências é muito enriquecedora e ajuda na hora de solucionar os problemas”.
Como exemplo, o diretor cita a própria incubadora, onde empresas iniciantes se ajudam e ainda podem interagir com instituições públicas e privadas, em um ecossistema de empreendedorismo.
4. Encontre as falhas da sua empresa
Além de cuidar do desenvolvimento do produto, é preciso que os fundadores de uma startup criativa se preocupem em avaliar todos os detalhes do negócio. Planejamento financeiro, assistência jurídica, contabilidade e marketing são alguns exemplos de pontos que devem ser verificados com frequência. Nessa hora, buscar a ajuda de consultores e mentores pode ser uma boa saída.
“Toda empresa possui complicações em alguma parte do seu negócio. Pode ser falta de pesquisa de mercado, falhas de marketing, problemas de sustentabilidade no plano de negócios e até disputas de propriedade intelectual. Então, é sempre importante fazer um diagnóstico da startup”, afirma Carvalho.