Regras e condutas bem estabelecidas deixam a empresa mais profissional e evitam desvios éticos

Luiz Passetti, sócio de auditoria da EY, durante evento para mulheres empreendedoras, em São Paulo (Foto: PEGN)

“Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.” A definição acima, feita pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCG), pode parecer muito distante da realidade de pequenas e médias empresas.

Mas, com sistemas, regras e padrões bem definidos, a empresa passa a ser mais profissional, agrada os investidores e ainda evita desvios éticos. “É preciso ter governança na medida da empresa. Geralmente, basta ter uma segunda unidade que você já precisa”, diz Luiz Passetti, sócio de auditoria da EY.

Governança foi o tema de um encontro de mulheres empreendedoras organizado pela consultoria EY, como parte do programa Winning Women. “Governança é algo que precisa ser exercitada e praticada”, diz Passetti. Durante a conversa sobre padrões e condutas éticas com o grupo, Passetti reuniu informações essenciais para deixar seu negócio mais profissional. Confira abaixo:

1. Benefícios
Se o empreendedor ainda não está convencido a ter uma gestão mais profissional, os benefícios da governança corporativa vão fazê-lo mudar de ideia. “Governança traz maior transparência com os stakeholders, ajuda na expansão e perpetuação de um negócio, reduz os conflitos em empresas familiares e faz a companhia ter mais acesso a financiamentos externos”, diz Passetti.

2. Transparência
Um dos princípios da governança corporativa é a transparência. Para pequenas empresas, é importante compartilhar informações com todas as partes envolvidas no processo, de funcionários a fornecedores. “Transparência não é fazer um relatório longo. É dar informações relevantes no momento oportuno. Os empreendedores precisam colocar isso no DNA desde o primeiro dia de empresa”, explica.

Seminário sobre governança corporativa na EY, em São Paulo (Foto: PEGN)

3. Responsabilidade corporativa
Além do lucro, as empresas precisam considerar o social e o ambiental como metas constantes. “Este é um movimento que não tem volta. O mundo exige isso e os investidores também”, diz Passetti. Ter responsabilidade social e ambiental também deve fazer parte do dia a dia da empresa, incentivando que esses valores sejam ensinados a toda a equipe.

4. Ética
Segundo o sócio da EY, nada disso vai funcionar se a empresa não tiver ética no seu DNA. “Ética deve ser uma atitude”, diz. Por isso, a prestação de contas, do CEO aos cargos mais baixos, deve ser clara e funcionar dentro de um padrão estabelecido. Outro ponto importante é ter cuidado com as pequenas fraudes, que podem começar com presentes aparentemente inofensivos para fechar um negócio. “Nenhum problema de ética começa com R$ 1 bilhão. Geralmente, começa pequeno e, quando é descoberto, a empresa quebra”, afirma.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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