Em 54 horas, participantes formaram equipes, criaram modelos de negócios, programaram, desenharam interfaces e validaram a ideia no mercado

54 horas para criar uma startup: como tirar uma ideia do papel em um final de semana Cristiano Estrela/Agencia RBS
A construção coletiva é a marca do evento, que acontece periodicamente no Estado e se repete em 800 cidades do mundoFoto: Cristiano Estrela / Agencia RBS

Falta de tempo não é desculpa para tirar do papel uma ideia de negócio. Quem comprova a afirmativa são os 140 participantes do Startup Weekend Women, evento de imersão na cultura empreendedora que aconteceu no último fim de semana em Florianópolis. O encontro promete incrementar o ecossistema inovador em Santa Catarina, que já conta com 232 startups, duas aceleradoras, 18 incubadoras, seis espaços coworking e seis investidores, conforme o Mapa Startup SC.

Com a mão na massa — ou melhor, no computador —, profissionais de Business, Desenvolvimento de Software e Design uniram-se em grupos para criar 14 startups em somente 54 horas nas instalações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Capital. As premiadas (veja lista abaixo) demonstram que transpiração é mais importante que inspiração.

Na sexta-feira, 54 ideias foram apresentadas oralmente em um minuto. Depois, uma votação decidiu quais delas seriam desenvolvidas. Já com os times de até 10 participantes estabelecidos no sábado pela manhã, era chegado o momento de validar os problemas, propor soluções e criar modelos de negócio junto ao mercado — etapas que ainda envolvem programação e design dos projetos. A apresentação em três minutos para empreendedores da região, que escolheram os vencedores, encerrou a programação do evento, cujo formato foi berço para empresas como o aplicativo Easy Táxi.

Educação empreendedora

Apesar dos cases de sucesso também existentes em Santa Catarina, como as joinvilenses Meus Pedidos — solução de vendas para representantes comerciais, indústrias e distribuidoras — e Conta Azul —  programa de gestão financeira empresarial, a passagem pela jornada de aprendizado “zero to hero” é o verdadeiro objetivo do gestor de projetos do Sebrae responsável pelo evento e pelo programa Startup SC, Alexandre Souza.

— Somente 12% das ideias apresentadas aqui são levadas adiante, mas isso não é o mais importante. Nosso objetivo é a educação empreendedora na prática — justifica.

A empreendedora Rayanny Nunes, que criou a Klipbox — ferramenta de clipping online —  a partir de um Startup Weekend e apresentou a última edição na Capital catarinense, acrescenta a construção de times sólidos como outro aprendizado, mais importante que as próprias ideias “pivotadas”.

— Esqueçam o termo CEO [Chief Executive Officer, que significa diretor executivo]! Aqui, nós vestimos todos o mesmo chapéu — brinca a nordestina.

Uma das participantes, Inara Oliveira, aprova a proposta. A principal dificuldade encontrada por ela foi a de monetizar o negócio pré-estabelecido.

— Por esse motivo nossa ideia deixou de ser tão social, como inicialmente previsto, mas mantivemos a sociabilização — explica a profissional formada em Marketing, que desenvolveu em grupo o Hey Ho, um aplicativo para conectar pessoas e vender ingressos coletivos de eventos.

Projetos vencedores

1º lugar: Cuide Bem, aplicativo para ajudar os profissionais cuidadores, que emite alertas de medicamentos e consultas médicas, por exemplo.

2º lugar: Conexão Liberdade, plataforma marketplace na qual o grupo produtivo, obedecendo o critério principal de ser composto de membros em situação de cárcere penitenciário ou egressas, faz seu cadastro e monta sua loja com fotos, descrição e preço dos produtos.

3º lugar: Homie, solução para facilitar a divisão das contas familiares ou de quem compartilha casa/apartamento.

Menção honrosa: Lilith, aplicativo para casais liberais que buscam sexo em grupo.

As outras 10 startups apresentadas podem ser acessadas neste link.

Iniciativa para incentivar participação das mulheres 

Mulheres correspondem somente a 25,5% do empreendedorismo na área de Tecnologia da Informação em Santa Catarina, conforme dados da Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia e da Neoway. Na Grande Florianópolis, a taxa é ainda menor: 23,4%. Os dois recortes mostram que a região está, inclusive, abaixo da média nacional de protagonismo feminino em empresas, que não ultrapassa os 26,5%.

A fim de tentar incentivá-las, oito edições do Startup Weekend voltadas às mulheres, como a que aconteceu em Florianópolis, estão previstas no Brasil e outras 61 no mundo. Nesses encontros, a meta é preencher 75% vagas com mulheres e 25% com homens — exatamente o contrário do que normalmente acontece em eventos da comunidade empreendedora.

Elas não devem temer o erro, tendo em vista que o aprendizado também está na falha, conforme lembra um dos facilitadores do evento em Santa Catarina, Eduardo Mattos, que também é diretor e investidor-anjo da Iluminas e do SmartMob Coworking.

— Invertemos essa lógica para que elas se sintam confortáveis em participar sempre, até que essas edições específicas não sejam mais necessárias e tenhamos participações igualitárias.

O objetivo foi, inicialmente, cumprido. Elas foram maioria de público, pitches e pódio.

— A equipe vencedora é composta exclusivamente por mulheres, isso é inédito — comemorou no palco a coordenadora regional do Sebrae em Florianópolis, Soraya Tonelli, que participa da Rede de Mulheres Empreendedoras.

O Startup Weekend: é uma rede global de líderes e empreendedores de alto impacto que tem a missão de inspirar, educar e capacitar indivíduos, equipes e comunidades. Mais de 8 mil startups foram criadas nos eventos realizados em cerca de 100 países.

Fonte: A Notícia

 

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