Aos 40 anos, Allan Costa decidiu que era hora de deixar de ser funcionário para tocar seus próprios projetos

Nunca é tarde: Allan começou a empreender depois dos 40 (Foto: Divulgação)

Como boa parte de sua geração, Allan Costa foi criado para ser funcionário e encontrar um bom emprego, que, de preferência, durasse a vida inteira. “Segui esse script desde muito cedo”, afirma.

Aos 20 anos, recém-formado na faculdade, Costa entrou no Sebrae e ali foi crescendo profissionalmente. Aos 23 ele já era gerente de TI e, aos 32, ficou fora da instituição por 18 meses para trabalhar como diretor geral da Secretaria de Planejamento do Estado do Paraná e Secretário de Estado. Depois desse período, voltou para o Sebrae e assumiu o cargo de gerente da área de estratégia. Aos 34 virou diretor técnico e, aos 35, diretor superintendente. Só que, quando completou 40 anos, entrou no que chama de a “crise dos 40”.

“Eu sentia que tinha feito coisas bacanas no Sebrae e sempre gostei muito da
instituição, porque ela dá propósito ao trabalho em função da sua missão, de
ajudar pequenos empreendedores”, conta Costa. “Mas, quando eu olhava
para frente, eu pensava ‘e agora?’”.

O cargo era bom, já bem no alto da hierarquia da instituição, o salário era alto, Costa tinha carro com motorista, secretárias e tudo o que um bom emprego pode proporcionar. Mas isso não o realizava mais. “Faltavam desafios, faltava espaço, faltava perspectiva.”

Para preencher esse vazio, Costa saiu do Sebrae e assumiu o cargo de presidente da Coopercard. Só que nem o salário anual de US$ 350 mil (cerca de R$ 900 mil no câmbio atual) foi suficiente para segurá-lo como funcionário por muito mais tempo. Presidiu a empresa em tempo integral por apenas 40 dias. “O desafio era excelente, a empresa era ótima, recebi todo o apoio e condições para fazer um belo trabalho, mas a inquietação continuava”, diz ele. “Percebi que o que eu realmente queria não era um emprego novo, mas sim ter a oportunidade de criar minhas empresas.”

Assim, aos 41 anos de idade, Costa começou a empreender. “Quando me vi
com 40 anos, percebi que havia chegado o momento da escolha: ou eu continuava
na carreira corporativa, confortável e infeliz até me aposentar, ou esse era
o momento de ‘começar de novo’ e perseguir o sonho de empreender enquanto
eu ainda tinha pique, energia e motivação. Escolhi a segunda alternativa”.

A mudança se deu em agosto de 2013. Hoje, pouco mais de um ano após a decisão, Costa coleciona uma lista de empreendimentos iniciados. Além de dar palestras e consultoria sobre modelos de negócios e inovação, ele tem uma produtora de conteúdo audiovisual com foco em internet (Looks Creative Studio) e uma empresa de consultoria e educação corporativa (Escola de Criatividade), entre outros negócios. Também é cofundador do grupo de investidores-anjo Curitiba Angels e mentor e investir-anjo da Contabilizei, uma plataforma de contabilidade online.

Quando decidiu mudar radicalmente sua vida profissional, Costa ouviu de muitas pessoas que era um louco e, se fosse ouvir a maioria, ele diz que ainda estaria no emprego bem remunerado. “É preciso ter desapego e conseguir controlar a ansiedade do primeiro mês, sem dinheiro garantido.”, diz o empreendedor. “Mas uma vez que esse período inicial é superado, a crença nas próprias ideias e nas próprias escolhas se reforça e a recompensa vem na forma de uma profunda satisfação pessoal.”

Fonte: PEGN

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