CONHEÇA, O EMPREENDEDOR QUE COMEÇOU AOS 14 ANOS E GANHOU US$ 1,5 BILHÃO COM A STONE

Andre Street, cofundador da Stone (Foto: Divulgação )
Acostumado a vender negócios desde cedo, o empreendedor negociou ações da empresa na Nasdaq, bolsa de ações de tecnologia dos EUA

A brasileira Stonestartup de processamento de cartões, anunciou sua oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa norte-americana Nasdaq, na manhã desta quinta-feira, 25 de outubro. Com o movimento, a startup captou US$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 6 bilhões.

A empresa foi fundada por André Street junto com Eduardo Pontes em 2013. Street, 34 anos, é filho de um ortopedista dono de hospital, começou cedo nos negócios. Aos 14 anos, tinha uma empresa que exportava produtos típicos brasileiros, como cachaça, para diversos países.

Com menos de 20 anos e experiência com programação, ele apostou em negócios digitais, mais especificamente no setor de pagamentos online, e criou várias startups. Mais do que ser um fundador serial, um passo marcante de sua trajetória empreendedora foi a venda de suas empresas.

Em 2009, ele negociou a Braspag, uma empresa de pagamentos online, para o Grupo Silvio Santos pelo valor de R$ 25 milhões. Em 2015, ele e os sócios venderam a Sieve, um grupo de e-commerce, para a B2W, dona de Submarino e Americanas.com, por mais de R$ 80 milhões.

Ao lado de Pontes, tirou a Stone, uma empresa de maquininhas de cartões de crédito, do papel, há cinco anos. Em menos de 5 anos, os dois chamaram a atenção de grandes investidores brasileiros.

No corpo de acionistas da Stone estão os sócios da 3G Capital, Jorge Paulo LemannMarcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, além da Madrone Capital Partners, uma empresa de investimentos norte-americana que administra parte da fortuna da família Walton, sócia majoritária do Wal-Mart.

Segundo o jornal Valor Ecônomico, André mora no Rio e Pontes, como é mais conhecido, vive em Londres. Eles ocupam hoje a presidência e a vice-presidência do conselho de administração, mas participam ativa e intensivamente do dia a dia da Stone.

Os sócios têm perfis complementares. Pontes é o cara da tecnologia, dos bastidores, dos sistemas. André é a frente comercial, é o cara que fala com os investidores.

Inspiração
André Street costuma se apresentar em eventos de empreendedorismo. PEGN, por exemplo, já acompanhou três palestras do empresário — que adora falar com donos de startups — nos últimos dois anos. Ele costuma dizer à plateia que vender uma startup não é tão fácil quando vender um empresa consolidada. “Quem abrir um negócio pensando em vender não vai dar certo. A empresa tem que ter um propósito. Muitas vezes, elas são vendidas quando os empreendedores menos querem”, afirmou, num evento recente.

Ele costuma dar dicas também. Uma de seus preferidas é: procure pessoas que tenham interesse no seu produto – e que conheçam o mercado em que ele está inserido. “O empreendedor não pode ter medo de fazer parceiros, de dar uma porção maior das ações para esse investidor. Se ele for uma pessoa que vai ajudar a sua empresa, o retorno no futuro pode ser muito maior.”

Confira, abaixo, as lições do empreendedor para quem está pensando em vender sua startup:

1. Não faça para vender
“Construa algo sólido, com propósito e pense sempre no seu negócio. A primeira dica é: não se pensa em vender uma empresa logo de cara”, afirma Street.

2. Fique atento
Para Street, até mesmo aqueles empreendedores que querem montar negócios para durar muitos anos devem prestar atenção no mercado. “No meio do caminho, se fizer um negócio campeão, alguém vai aparecer para comprar. Escute, se prepare, veja a proposta. Pode ser uma boa.” Segundo o especialista, o empreendedor deve vender para “quem está perto de você”. “É muito mais fácil vender para quem te conhece, sabe como você trabalha e confia na sua empresa”.

3. Ego e ansiedade
Para Street, o empreendedor tem que separar a pessoa física da empresa. “O empreendedor fica imaginando o carro novo, a casa nova. Mas a verdade é que os sócios devem pensar no que é melhor para empresa e ponto.” O mesmo serve para quem quer vender antes da hora, fato que, segundo o especialista, é fruto de ansiedade e falta de pesquisa.

4. O ciclo é longo
Para o palestrante, nenhuma empresa consegue conquistar tudo que quer em menos de cinco anos. Por isso, recomenda que o empreendedor tenha paciência. “É absolutamente impressionante: todos os empreendimentos  que trabalhei só conseguiram aparecer no mercado para valer depois deste período.”

5. Pense grande
Não ter medo de procurar grandes empresas é algo básico. “Mande um e-mail para o presidente da maior companhia da sua área de atuação. Converse com ele, peça ajuda, entenda os seus processos. Na hora que você quiser vender o seu negócio estará cheio de conhecimento e experiências.”

6. Domine o mercado
Para o empreendedor, o negócio terá muito mais liquidez se ele dominar o mercado. “Prefira ser o melhor ortopedista de ombro esquerdo da cidade do que um clínico geral desconhecido”, afirma.

7. Incentive a competição
Street também ressalta: é importante que o comprador tenha medo de outras empresas interessadas. “Conheça outras empresas e estratégias do seu setor, mantenha os competidores perto. Um dia, quando você for vender, é muito importante que não esteja na mesa sozinho, com um único comprador.”

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