Nova regra reduz burocracia para envio de documentos ao exterior

A vida de quem for trabalhar fora do país, sair de intercâmbio, casar com estrangeiros, obter dupla nacionalidade ou fazer qualquer outra coisa que precise enviar e receber documentos de outros países ficará mais fácil.

É quando passa a valer, no país, a Convenção da Apostila de Haia, acordo internacional de 1961, assinado pelo Brasil no ano passado, que reduz a burocracia envolvendo esse tipo de documentação.

Até hoje, quem precisa atestar a origem (assinatura, selos, carimbos etc) de documentos que vai enviar para fora do país percorre um longo périplo que pode durar meses.

Primeiro, deve reconhecer a firma em um cartório comum, depois autentica o reconhecimento no MRE (Ministério das Relações Exteriores) e por fim reconhece a autenticação do ministério na embaixada ou consulado do país de destino dos papéis –sem contar burocracias específicas para cada finalidade, como a tradução juramentada, quando é o caso.

A partir de agora, se o destino for um dos 112 países signatários da convenção (que inclui Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e Argentina, entre outros), é possível resolver tudo isso apenas no cartório, em questão de minutos.

Aos documentos, será anexada a apostila, espécie de declaração de autenticidade –que certifica apenas a origem do documento e não a validade de seu conteúdo. O certificado é tanto físico (papel anexado ao documento) quanto digital (que pode ser verificado por autoridades brasileiras e estrangeiras).

Da mesma maneira, serão reconhecidos documentos de estrangeiros vindo de países signatários da Convenção que possuírem a apostila.

Para os países que não signatários, ainda será necessário fazer o atual trâmite de passar pelo MRE e por embaixadas dos países de destino.

Cartórios em todas as capitais do país poderão fazer o apostilamento já a partir de domingo. Em cidades do interior, os cartórios deverão pleitear a função junto à Corregedoria Nacional de Justiça –documentos autenticados no interior, contudo, podem conseguir a apostila nas capitais, desde que os cartórios possuam sistemas integrados.

Na prática, a principal mudança com a entrada da comissão em validade, será retirar o ministério das Relações Exteriores do processo de tramitação dos documentos. Hoje, a pasta legaliza, por mês, mais de 83 mil papeis a serem enviados para fora do país, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Em relação às legalizações de documentos feitas em repartições brasileiras no exterior, foram 569 mil só em 2014 –a maior parte realizada em Portugal e Cuba.

Apostilamento feito nos cartórios


A Apostila é um certificado de autenticidade emitido por países signatários da Convenção da Haia, promulgada no Brasil pelo Decreto 8.666/2016, que é colocada em um documento público para atestar sua origem (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição). Esse documento público apostilado será apresentado em outro país, também signatário da Convenção da Haia, uma vez que a apostila só é válida entre países signatários.

O apostilamento foi instituído para substituir a legalização de documentos, que eram feitos através dos consulados, muitas vezes complicado, demorado e dispendioso.

A Convenção da Apostila somente se aplica quando o país onde o documento público foi emitido (origem) e o país em que o documento seja utilizado (destino) forem partes da Convenção.

Como é feito?
A apostila deverá ser providenciada quando for necessário apresentar algum documento em outro país que não seja aquele no qual foi emitido.

Nesses casos, a emissão da apostila garantirá o reconhecimento da autenticidade da assinatura do agente público competente dotado de fé pública ou do notário que tenha reconhecido a firma do documento no país onde foi emitido. Lembrando que ambos os países, de origem e de destino, devem ser signatários da Convenção da Apostila e que o documento em questão deve ser considerado público, no país em que foi emitido.

Para isso, basta o interessado levar os documentos com destino ao exterior, para que sejam apostilados por um tabelião de notas de sua preferência. A aposição da apostila será feita no próprio documento, após conferência da autenticidade da assinatura do respectivo emissor.

Podem ser apostilados: escrituras públicas, certidões do registro civil, documentos empresariais, diploma universitário (histórico escolar), traduções juramentadas, dentre outros.

Onde fazer?
Nos cartórios cadastrados e autorizados, conforme divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Precisa traduzir o documento para o idioma do país destinatário?
A necessidade de tradução juramentada dos documentos brasileiros dependerá das exigências do país onde o documento será apresentado. O CNJ decidiu que documentos lavrados em língua estrangeira devem ser traduzidos e a tradução juramentada será objeto de apostilamento próprio.

Quanto custa?
Cada apostila custará o mesmo valor de uma procuração pública sem valor econômico. O preço é tabelado por lei em todos os cartórios do País. Para verificar os valores, consulte abaixo:

Veja agora:


Ótimos motivos para importar por Santa Catarina

Santa Catarina tem sido foco de investimentos para empresários, e quando o assunto é importação o Estado se torna uma verdadeira referência!

Os vantajosos incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Governo do Estado seriam as principais razões para empresários de vários portes e dos mais diversos segmentos terem se instalado aqui.

A intenção é justamente a oportunidade de usufruir das concessões fiscais asseguradas juridicamente e que com certeza fazem diferença na importação e nos negócios.

Conheça os portos de Santa Catarina

Atualmente Santa Catarina possui 5 portos ativos, e são eles:

  • Itajaí
  • Navegantes
  • Itapoá
  • Imbituba
  • São Francisco

Você sabia que Santa Catarina é o Estado que mais possui portos ativos no Brasil?

E não para por aí.

O estado proporciona um benefício fiscal considerável, que consequentemente reflete na redução de custos, fluxo de caixa e competitividade das vendas, o TTD (Tratamento Tributário Diferenciado).

Uma breve explicação sobre o Tratamento Tributário Diferenciado (TTD)

O Módulo TTD – Tratamento Tributário Diferenciado foi desenvolvido no Sistema de Administração Tributária – SAT para gerenciar a concessão de Regimes Especiais relacionados ao pagamento de imposto, tais como isenção, diferimento, suspensão, ou a dispensas ou adaptações referentes ao cumprimento de obrigações acessórias.

Este benefício é oferecido para setores específicos e possui algumas exigências, como por exemplo, a empresa estar estabelecida em Santa Catarina e o desembaraço aduaneiro ser feito nos portos catarinenses.

Pró emprego (Lei Estadual/SC 13.992/07):

O Programa Pró-Emprego tem como objetivo promover o incremento da geração de emprego e renda no estado de Santa Catarina, através de tratamento tributário diferenciado (TTD) do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.

Tratamentos tributários diferenciados proporcionados às empresas que aderirem ao Programa Pró-Emprego terão os seguintes diferenciais:

1) Diferimento do ICMS relativo à saída das seguintes mercadorias, de estabelecimento localizado neste Estado, para utilização em processo de industrialização em território catarinense, por empresas exportadoras:

a) matéria-prima, material secundário, material de embalagem, energia elétrica e outros insumos;
b) bens destinados à integração ao ativo permanente.
2) Diferimento do ICMS relativo aos materiais e bens adquiridos de estabelecimento localizado neste Estado, para a construção de empreendimento que se enquadre nas regras do Programa, considerando-se encerrada a fase do diferimento na data da alienação do empreendimento.

3) Diferimento para a etapa seguinte de circulação do ICMS relativo às saídas internas de mercadorias destinadas a centros de distribuição que atendam os Estados das Regiões Sul e Sudeste.

4) Compensação do ICMS devido na importação de bens ou mercadorias com despacho aduaneiro no território catarinense com saldo credor acumulado.

5) Transferência de saldo credor acumulado para terceiros, inclusive:

a) para pagamento do ICMS na importação de bens ou mercadorias;
b) para integralização de capital de nova empresa ou modificação de sociedade existente;
c) para pagamento de mercadorias adquiridas por terceiros, em regime de substituição de fornecedores interestaduais.6) Diferimento para a etapa seguinte de circulação do ICMS relativo às saídas internas de mercadorias destinadas a centros de distribuição que atendam os Estados das Regiões Sul e Sudeste.
7) Na hipótese de implantação, expansão ou reativação de atividades de estabelecimento industrial e de centros de distribuição que atendam os Estados das Regiões Sul e Sudeste, o valor do incremento do ICMS apurado em cada período poderá ser pago, levando-se em consideração a localização regional do empreendimento, com dilação de prazo em até 24 meses, sem juros, a contar do período subsequente ao da ocorrência do fato gerador.

Programa Prodec

O Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec) foi instituído pela Lei Estadual nº 13.342, de 2005. Seu principal objetivo é fomentar o desenvolvimento econômico e social catarinense, concedendo financiamentos e incentivos fiscais a investimentos empresariais ou para participação no capital de empreendimentos que estejam instalados em Santa Catarina.

O PRODEC concederá incentivo a empreendimentos comerciais ou industriais que atendam, no todo ou em parte, os seguintes requisitos (Lei 14.075/07):

I – gerem emprego e renda à sociedade catarinense;
II – incrementem os níveis de tecnologia e competitividade da economia estadual; e
III – contribuam: a) para o desenvolvimento sustentado do meio ambiente; b) para a desconcentração econômica e espacial das atividades produtivas; c) para o desenvolvimento local e regional (Lei 13.706/06);
IV – sejam direcionados a obras de infra-estrutura, especialmente em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos catarinenses;
V – integrem as cadeias produtivas em nível local e regional, caracterizadas como Arranjos Produtivos Locais (Lei 13.706/06).

Como vimos anteriormente, a importação feita por Santa Catarina tem especificidades que contribuem com reduções de custos, fluxo de caixa e competitividade para sua empresa.

Sabemos que muitas são as dúvidas sobre o exato modelo de utilização do benefício fiscal, e por essa razão criamos uma célula de especialistas denominada TOP – Tributação Otimizada Plena, com o único objetivo de externar a potenciais parceiros e clientes, todas as vantagens da operação através de Santa Catarina sob a ótica tributária.

Vale a pena importar por Santa Catarina?

Se você é um importador e deseja reduzir os custos de suas operações, Santa Catarina é uma possibilidade bem vantajosa.

Conte conosco para lhe orientar neste processo e garanta maior competitividade no mercado.

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A REVOLUÇÃO DAS ENTREGAS

As empresas de distribuição DHL, UPS e Fedex apostam em tecnologia e logística para aumentar a eficiência e desafiar os correios, que ainda dominam o setor no Brasil

Crédito: Claudio Gatti

DHL desde 1976 Funcionários: 11,6 mil Faturamento global: € 60,4 bilhões Inovações: drones de vigilância, robôs colaborativos, realidade aumentada e veículos semiautônomos

A uma hora de Manhattan, o distrito mais conhecido de Nova York, está localizado um dos maiores centros de distribuição de mercadorias dos Estados Unidos. Ele pertence ao grupo Deutsche Post DHL, empresa alemã especializada em armazenamento e distribuição. Com 18,5 mil m², o espaço reúne o que há de mais moderno em automação: os pacotes são colocados em esteiras velozes com codificadores que fazem a triagem automática do endereço de entrega e direcionam o produto para a distribuição. A substituição do trabalho manual por máquinas faz a unidade processar 40 mil encomendas por hora, 60% a mais do que normalmente é despachado em unidades sem essa tecnologia.

Mas essa é apenas uma das ações que a DHL implementou para driblar problemas com logística e revolucionar as entregas. Em Manhattan, conhecida por suas ruas estreitas e congestionadas, a companhia apostou em instalar uma unidade que concentra os pacotes e usar transportadores que vão a pé para levar o produto até o consumidor. “O comércio eletrônico é impulsionado em grande parte pela experiência que o cliente tem ao receber o seu pedido”, diz Greg Hewitt, CEO da DHL Express nos Estados Unidos. Segundo o executivo, um dos principais desafios do setor é a última milha, como é chamado o trecho final percorrido para que uma encomenda chegue ao destino. Por isso, a DHL tem estudado também outras soluções, como o uso de drones. Seguindo o movimento iniciado pela Amazon há dois anos com o programa Prime Air, a DHL lançou 130 dispositivos voadores para transportar medicamentos e artigos esportivos na Alemanha. Resultado? O tempo de entrega na última milha caiu de 30 minutos para 8 minutos.

Engana-se, porém, quem pensa que essa é uma realidade utópica para o Brasil. Além da DHL, outras duas multinacionais têm investido em soluções tecnológicas para conquistar uma fatia do mercado local, atualmente dominado pela estatal Correios. O interesse das companhias reflete o novo comportamento do consumidor que, com a facilidade proporcionada pela internet, impulsionou as compras online. Se antes mais da metade das receitas globais das redes de transportes vinha do envio de cartas, agora essa modalidade perde espaço para as encomendas expressas, que representam cerca de 20% da captação total de recursos, de acordo com a União Postal Universal (UPU). As vendas em e-commerce no Brasil também reforçam essa tendência. Dados do Ebit mostram que, só no primeiro semestre de 2018, o faturamento das vendas online no País ultrapassou R$ 23,6 bilhões – o dobro do que foi registrado há cinco anos no mesmo período. Agora, todas se preparam para uma nova fase das entregas expressas: a chamada indústria 4.0.

UPS desde 1989
Funcionários:3 mil
Faturamento global: US$ 54 bilhões
Inovações: app para rastreio de encomendas, soluções automatizadas e softwares de roteirização da rota

DRONES E ROBÔS Para transformar o modelo de negócios das entregas por meio de tecnologia de ponta, a americana United Parcel Service (UPS) tem investido US$ 1 bilhão por ano para pesquisar soluções. Nos Estados Unidos, a empresa já faz, desde 2016, algumas entregas de remédios por drones em áreas remotas e em situações de desastres naturais. Mesmo sem data, o modal já está no radar da companhia para a operação brasileira. “Essa é uma solução que vai acontecer no Brasil”, diz Nadir Moreno, CEO da UPS no País. “Os drones têm sido parte das nossas discussões para atender a localidades de difícil acesso”. Na operação local, a executiva conta que parte do investimento em pesquisa também foi aplicado em um software que diz como os pacotes devem ser posicionados no veículo de entrega.

FedEx Express desde 1989
Funcionários: 9 mil
Faturamento global:US$ 67 bilhões
Inovações: app para rastreio de encomendas, carros elétricos e sistemas de blockchain

Como uma espécie de “Tetris”, o programa busca ganhar tempo no carregamento e na entrega, evitando que o veículo parado seja vítima de ladrões de cargas.

No Brasil, além de já usar drones para fazer a vigilância dos seus armazéns, a DHL também estuda a possibilidade de usá-los na última milha. Nas unidades de Supply Chain em São Paulo, a empresa trouxe recentemente dois robôs para a linha de montagem. As máquinas auxiliam na abertura e fechamento de caixas, na separação das encomendas e nos deslocamentos de carga que antes dependiam de um operador para levar os carrinhos de um lado para o outro. “Os robôs eliminam atividades repetitivas e que tomavam muito tempo”, afirma Maurício Barros, presidente da unidade no Brasil. “Eles melhoram a eficiência e a produtividade da nossa operação interna, o que reflete na velocidade final da entrega.” Outra preocupação do executivo é com o treinamento da equipe. Há um ano, os funcionários passaram a utilizar óculos com realidade aumentada para simular a maneira correta de realizar as tarefas logísticas dentro dos centros, o que reduziu o tempo de treinamento de 10 dias para apenas cinco.

Correios desde 1663
Funcionários:106 mil
Faturamento: R$ 18 bilhões
Inovações: Lockers e app para rastreio de encomendas

Na esteira de inovações, a Fedex também não fica para trás. Dona de um faturamento global de US$ 67 bilhões, a empresa americana iniciou suas atividades no Brasil em 1989. Hoje, os esforços estão centralizados na modernização da frota e em sistemas de blockchain, um banco de dados que auxilia no rastreamento de cargas e otimiza o processo de despacho das remessas.

Por ora, a empresa tem planos menos ambiciosos do que as concorrentes para entregas na última milha. Por outro lado, tem investido em ações para minimizar o impacto ambiental, desde 2014, quando parte das encomendas começaram a ser entregues por veículos elétricos. Com isso, 840 toneladas de volume de CO2 deixaram de ser emitidas na atmosfera.

Drones já são usados para entrega de remédios em áreas remotas dos EUA

O diferencial da companhia, segundo Juan Cento, presidente da FedEx Express para a América Latina e Caribe, é na solução logística. Ele relatou que, para concluir uma entrega em um sítio de difícil acesso em Minas Gerais, a equipe entrou em contato com o proprietário e pediu que ele colocasse um pano laranja na porta da casa para facilitar a localização. “Um time comprometido faz toda a diferença, quando até mesmo as tecnologias mais modernas não podem ajudar”, declara.
Segundo analistas do setor, implementar tecnologia de ponta para otimizar entregas é um caminho sem volta. Ainda assim, o Brasil tem uma série de gargalos que impedem a expansão dessas inovações. “Não é mais possível fazer logística de alta performance sem tecnologia”, diz Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog). “Para acontecer uma revolução nas entregas, o governo precisa acertar os problemas de infraestrutura, segurança e burocracia”, diz. Um levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral ilustra essa perspectiva. Nos últimos 20 anos, o Brasil investiu apenas 0,8% do PIB em infraestrutura de transportes, quando deveria desembolsar 2,5%. Para ter uma operação logística competitiva e compatível com as grandes economias do mundo, seria necessário investir R$ 300 bilhões até 2035. “As empresas estão avançando para a indústria 4.0, mas as inovações serão limitadas por conta das variáveis externas”, diz Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Logística da Fundação.

Para contornar parte desses riscos, A UPS e a DHL também têm investido em plataformas que calculam eventuais problemas durante a rota de entregas. Em novembro, a unidade de Supply Chain da empresa alemã começou a utilizar um software que identifica as regiões com maior risco de incidentes e informa sobre eventualidades no caminho, como desastres naturais e acidentes. “O Brasil tem um cenário complexo e adversidades que impactam diretamente nos processos logísticos”, diz Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding Brasil.

Por isso, as empresas buscam alternativas para melhorar a logística e reformular o negócio de entregas no País. A DHL Express no Brasil revelou que vai investir € 5 milhões no Brasil em 2019. De acordo com a presidente da unidade de entregas rápidas, Mirele Mautschke, o foco dos investimentos será em tecnologia e na ampliação do centro de distribuição. “Perceber que há necessidade de crescer e entregar melhor já é um começo”, diz. “O fato de outras companhias chegarem com novas ideias também nos estimula e faz o mercado sair do status quo.” O fato é que a guerra postal das globais pode jogar para escanteio os Correios, a mais antiga estatal brasileira, fundada em 1663. A privatização da companhia, ou parte dela, já está na pauta do governo eleito. Ainda assim, a empresa não acredita que a venda da operação para uma gigante internacional seja uma possibilidade. “Isso não faz sentido. Ninguém faz o que a gente faz”, diz Gabriel Faria, assessor da presidência dos Correios. Segundo ele, assim como as concorrentes, a estatal também está de olho em novas tecnologias e soluções de entregas.

DESVANTAGEM Para conseguir atender à demanda de todas as cidades e capitais do País, a empresa fechou uma parceria com a Azul Linhas Aéreas, para criar uma empresa privada de solução logística voltada para o e-commerce. A joint venture, aprovada no início de dezembro pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deve começar a operar no primeiro semestre de 2019. A expectativa da companhia é transportar 100 mil toneladas de carga por ano com o modal aéreo. Outras iniciativas têm sido colocadas em prática. Faria antecipou que a partir de janeiro de 2019, a empresa vai testar entrega de encomendas por lockers em algumas cidades. O método, já praticado pela Amazon nos Estados Unidos, direciona os produtos comprados online para armários em algumas regiões da cidade, onde ficam disponíveis para o cliente retirar a mercadoria. “O fato de sermos uma estatal nos coloca em desvantagem para implementar novas tecnologias, mas isso não significa que estamos perdendo mercado”, afirma. Seja qual for o destino dos Correios, o ganho de eficiência no setor de entregas será ótimo, tanto para as empresas quanto para os consumidores brasileiros.

“Ninguém faz o que a gente faz” – Gabriel Faria, assessor da presidência dos Correios


Michel Temer e Moreira Franco são presos em operação da Lava Jato

A Polícia Federal cumpre um total de oito mandados de prisão preventiva e um de custódia temporária

Michel Temer

A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira (21) o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. A decisão foi do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

A Polícia Federal cumpre um total de oito mandados de prisão preventiva e um de custódia temporária. O coronel reformado da Polícia Militar João Batista Lima Filho também é alvo de mandado de prisão.

Temer foi preso em São Paulo e levado diretamente ao aeroporto de Congonhas, onde vai embarcar em um voo para o Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal. De acordo com o portal G1, o ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito no IML em um local reservado e não será levado à sede da PF de São Paulo.

Em nota, o MDB diz lamentar "a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco".

"O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", diz o texto. O advogado do ex-presidente, Eduardo Carnelós afirmou que a prisão de Michel Temer, seu cliente, "é uma barbaridade".

Segundo o G1, a PF estava desde quarta-feira (20) tentando encontrar a localização de Temer, mas não conseguiu, o que atrasou a operação de apreensão de hoje, que costuma acontecer nas primeiras horas da manhã.

A operação foi feita com base na delação do operador do PMDB Lúcio Funaro e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2017. No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República informações complementares com documentos que mostram o de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014.

Outra delação usada para a operação foi a do empresário José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, que fala em "pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear".

Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta corrente em nome da empresa PDA Projeto, que tem o coronel Lima, amigo de Temer, e sua esposa, Maria Rita Fratezi, por meio de um contrato simulado com a Alumi Publicidade.

Assista agora!

https://youtu.be/Zm39E5AU7cA

Site pesquisa orçamentos de transportadoras e gera economia de até 125% em mudanças residenciais

Mudanças Econômicas simplifica e otimiza processo de cotação para quem vai mudar de lar; em 2018, ajudou mais de três mil pessoas.

Mudar de casa ou de apartamento dá trabalho. Além de encaixotar todos os pertences e separar a mobília que irá para o novo lar, também é exaustivo pesquisar inúmeros orçamentos para contratar a transportadora com o melhor custo-benefício e com garantia de que os itens vão chegar em segurança e sem avarias. Foi pensando em facilitar essa etapa que nasceu o Mudanças Econômicas, site que viabiliza gratuitamente a cotação em diversas empresas de transporte a partir de um único formulário.

“Muitas vezes as pessoas fecham o orçamento por indicação de conhecidos, sem ter noção dos preços praticados pelas outras empresas, e acabam pagando muito mais caro por isso. Ao fazer uma pesquisa é possível economizar até 125% em São Paulo e 83% no Rio de Janeiro”, exemplifica Wagner Cunha, que fundou a plataforma em 2004. Somente em 2018, ela facilitou a realização de 3.300 contratos.

Os principais fatores que influenciam na diferença de valores são a agenda das transportadoras, idade da frota e tamanho da equipe. Por isso, aquelas que possuem caminhões mais antigos e contam com funcionários ociosos podem apresentar propostas mais vantajosas. É possível, ainda, que diferentes clientes compartilhem o mesmo caminhão quando as origens e destinos são próximos e há flexibilidade nas datas de entrega – o que reduz o custo do frete, já que este será dividido.

A cotação no Mudanças Econômicas é simples: o usuário preenche no site todas as informações pertinentes à mudança, como endereço de saída e chegada, tipo de imóvel, data prevista e os itens a serem levados. Em seguida, o formulário é encaminhado para cerca de dez empresas, e os orçamentos são enviados por e-mail em até 48 horas. A partir daí a negociação é feita diretamente entre o cliente e o contato desejado.

Para garantir a segurança dos usuários, as transportadas parceiras são rigorosamente analisadas. É necessário atuar há no mínimo um ano e meio no mercado e toda a documentação é verificada, assim como a validade do CNPJ do requerente. O site conta com 43 empresas cadastradas em 13 estados do país, dentre eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.

Sobre o Mudanças Econômicas
Site que facilita a cotação de orçamentos para mudanças com empresas de transporte a partir de um único formulário e possibilita o compartilhamento de caminhão quando os locais de origem e destino são semelhantes. A pesquisa otimizada pode proporcionar economia de até 125%. A plataforma conta com 43 empresas cadastradas e em 2018 contribuiu em mais de três mil mudanças.


“Se continuar assim, mais seis meses e acabou”, diz Olavo de Carvalho sobre gestão Bolsonaro

Filósofo elogiou presidente, mas xingou militares que compõem os primeiros escalões do governo federal

BEATRIZ BULLA / ESTADÃO CONTEÚDO
Evento reuniu Olavo, Eduardo Bolsonaro (primeiro e segundo à esquerda, respectivamente) e Steve Bannon (à direita)BEATRIZ BULLA / ESTADÃO CONTEÚDO

Apontado como um dos principais gurus da gestão de Jair Bolsonaro à frente da presidência, o filósofo Olavo de Carvalho fez duras críticas a militares que compõem os primeiros escalões e afirmou que, se o presidente não promover mudanças, seu governo poderá durar apenas mais um semestre.

— Se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal. É só continuar assim. Mais seis meses, acabou — disse Olavo, no sábado (16) à noite, após a apresentação de um documentário sobre suas ideias no Trump International Hotel, em Washington (EUA).

A declaração foi dada poucas horas antes da chegada de Bolsonaro aos Estados Unidos, com quem deve se encontrar em um jantar na noite deste domingo (17). Em seu linguajar típico, recheado de palavrões, o filósofo se referiu aos militares do governo como um "bando de cagão" e repetiu críticas à imprensa segundo a Agência Estado:

— Ele (Bolsonaro) não reage porque aquele bando de milico que o cerca é tudo um bando de cagão que tem medo da mídia. Por que eles têm medo da mídia? Porque quando terminou a ditadura militar, eles viram que estavam todos queimados com a mídia, foram para casa e decidiram agora fazer o papel de bonzinho. O que o Bolsonaro tem a ver com isso? Nada.

Olavo disse acreditar que o atual presidente é um grande homem, mas cercado por "traidores" em quem não pode confiar. O guru da família Bolsonaro demonstrou mais uma vez sua inconformidade com o vice, general Hamilton Mourão, com quem tem um histórico de atritos. Olavo se referiu a Mourão como "idiota".

— O presidente viaja e qual a primeira coisa que ele faz? Viaja a São Paulo para um encontro político com Doria. Esse cara não tem ideia do que é vice-presidência. Durante a viagem, ele tem que ficar em Brasília — complementou.

O filósofo atribuiu ainda a Mourão uma "mentalidade golpista" por supostamente tentar ampliar seu grau de influência no governo. As declarações foram dadas depois da sessão do filme O Jardim das Afliçõesorganizada pelo polêmico estrategista americano Steve Bannon. O evento reuniu cerca de 60 pessoas entre brasileiros e americanos, incluindo diplomatas da embaixada do Brasil. Durante a visita aos EUA, Bolsonaro se reunirá com o presidente americano Donald Trump.

A aproximação do clã Bolsonaro com Bannon provoca desconforto em parte da Casa Branca. O ex-estrategista de Trump foi afastado em 2017 e chamado de "traidor" pelo próprio presidente americano. Bannon também foi convidado para o jantar com Bolsonaro e Olavo de Carvalho.


Souza Cruz abre as portas para startups que querem transformar grandes mercados

Companhia lança seu primeiro programa de aceleração de empreendedores, reforçando sua centenária trajetória de inovação no setor0

O programa de aceleração Transforma Souza Cruz está buscando startups que usam tecnologia e criatividade para transformar o ambiente social e de negócios da companhia nos próximos anos. Com uma história de 115 anos no mercado e tradição em inovação nos negócios, a empresa traz para dentro de casa, pela primeira vez, novos empreendedores que desejam desenvolver soluções inovadoras para grandes mercados.

“Inovar está no DNA vencedor da Souza Cruz. Ao longo de nossa história de mais de 100 anos nunca nos acomodamos na posição de líderes. Entendemos que liderar é ditar tendências, é desafiar o status quo, é ser incansável na busca de fazer sempre mais e melhor. É este espírito que nos faz, agora, investir nessa parceria com startups”, afirma Cristiano Roth, diretor de Operações da Souza Cruz.

O Transforma Souza Cruz, realizado em parceria com a Liga Ventures – aceleradora especializada em gerar negócios entre startups e grandes corporações -, terá duração de 4 meses e está em busca de 4 startups inovadoras para atuarem em diversas frentes como: logística, gestão, otimização de processos internos, análises financeiras, entre outros. Os empreendedores terão seções exclusivas com os executivos da Souza Cruz,  além de contar com o apoio da rede de mentores da Liga, composta por experts do mercado.

“Com esta parceria buscamos nos aproximar da cultura inovadora, ágil e sem medo de errar das startups.  Queremos trazer visões e abordagens diferentes para o nosso negócio. Isto é fundamental para a nossa agenda de transformação da indústria e também da companhia. Queremos construir um futuro no qual a inovação esteja no dia a dia e em todas as áreas da empresa. Apenas dessa forma seremos capazes de nos reinventar e de oferecer aos nosso consumidores opções diversas de produtos que entregam, além da qualidade, muita inovação”, explica Cristiano.

Como a maior empresa de tabaco do Brasil e parte do maior grupo do mundo – British American Tobacco (BAT), a Souza Cruz espera, com o programa, impulsionar profissionais apaixonados por grandes desafios. Ao final do projeto, a companhia busca incorporar soluções apresentadas pelas startups no seu dia a dia. As inscrições estão abertas até o dia 28 de abril e devem ser feitas pelos site https://transformasouzacruz.liga.ventures

Sobre a Souza Cruz

Uma empresa fundada em 1903 pode ser inovadora?

Estamos investindo na transformação de uma indústria inteira, de forma a endereçar as necessidades de nossos consumidores e consumidoras e sempre lançando tendências de produtos, com marcas globais como Dunhill, Kent e Rothmans. Estamos presentes em todos os cantos do Brasil, com mais de 6 mil colaboradores diretos e 4 mil sazonais, indo de uma ponta da cadeia à outra – são 27 mil produtores plantando e colhendo 181 mil toneladas da nossa matéria prima, que passam pelas nossas três usinas no sul do país, seguem para nossa fábrica em Minas Gerais e se transformam em quase 40 mil unidades de cigarro a serem distribuídas em 200 mil pontos de venda. Cada engrenagem desse sistema é movida por pessoas: o maior ativo da empresa. Esses talentos são responsáveis pelo nosso sucesso e, por isso, priorizamos o desenvolvimento de cada um deles. Em 2017, fomos eleita a melhor empresa para se trabalhar pelo Instituto Top Employers Brasil; em 2018, fomos a segunda colocada. Quando ouvimos quem está aqui dentro, entendemos que estamos no caminho certo, sendo eleita a 8ª empresa mais querida pelos nossos funcionários, de acordo com a Love Mondays.

Nosso diferencial? Atitude para seguir fazendo a diferença.

Se ainda sobrou dúvida, a resposta é sim – inovação não tem idade. Muito prazer! Eu sou a Souza Cruz.

Quer saber mais? Acesse www.souzacruz.com.br

Sobre a Liga Ventures

Criada em 2015, a Liga Ventures é uma das maiores aceleradoras de startups do país e pioneira no mercado de aceleração corporativa e corporate ventures, com parceria com grandes empresas de diversos setor. Além disso, possui mais de 11 mil startups em seu banco de dados. Só em 2017, foram realizadas mais de 3 mil inscrições nos programas de aceleração, na qual a Liga é responsável desde o processo de seleção das startups até o acompanhamento dia a dia com os empreendedores. A Liga também já acelerou mais de 100 startups em seus ciclos de aceleração e criou estudos inéditos por meio do projeto Liga Insights, apontando startups que estão inovando em diversos mercados.


NOTMAYO MAIONESE FEITA SEM OVOS

Startup lança no Brasil a NotMayo, uma maionese amigável aos animais e 
popular até entre quem prioriza o sabor.

Startup lança no Brasil a NotMayo, uma maionese amigável aos animais e  popular até entre quem prioriza o sabor (Foto: Divulgação)

Quando montou a sua primeira empresa de alimentos veganos, o chileno Matias Muchnick não imaginava que, dali a cinco anos, viraria referência mundial em produtos livres de ingredientes de origem animal — nem que chegaria tão brevemente ao Brasil. Até porque começou mal. A maionese que ele lançou na época tinha um sabor horrível, embora tivesse sido desenvolvida por uma empresa conhecida por criar produtos para multinacionais do setor alimentício. “Aí eu vi que muito do P&D [pesquisa e desenvolvimento] de alimentos está baseado em intuição humana”, diz Muchnick, de 30 anos.

Num mundo cada vez mais regido por avanços tecnológicos, era inconcebível para o empresário que o P&D pudesse estar tão atrasado. Formado em economia, ele buscou respostas na Universidade da Califórnia em Berkeley. Lá fez um curso de empreendedorismo e tecnologia, no Sutardja Center, e se aproximou do departamento de bioquímica. Percebeu que, assim como a indústria farmacêutica, a de alimentos também poderia fazer uso da ciência de dados para aprimorar seus produtos.

Com essa convicção, Muchnick foi atrás de gente gabaritada para montar com ele um negócio novo. Primeiro, recrutou em Harvard Karim Pichara, um chileno Ph.D. em ciência da computação que curtia astrofísica. Depois, convidou o também chileno e doutor em biotecnologia Pablo Zamora.

A NotMayo usa composto vegetal no lugar dos ovos

O trio criou a NotCo, uma foodtech que usa I.A. para encontrar em vegetais fórmulas similares às dos alimentos de origem animal. Para substituir o ovo, a startup usa uma mistura de ervilha, grão-de-bico e tremoço, entre outros ingredientes naturais, que está longe de ser insossa. Tem cor, sabor e textura iguais aos de uma maionese comum. “Nossa proposta é que as pessoas comam melhor e sejam sustentáveis sem se dar conta disso”, afirma Muchnick.

Embora o interesse por produtos veganos aumente a cada ano, impulsionado por pesquisas que citam a criação de rebanhos como grande emissora de gases do efeito estufa, ele acredita que a adesão dos consumidores ao veganismo poderia ser muito maior se esses alimentos fossem mais saborosos.

No caso da maionese da NotCo, há mais sabor embutido do que consciência ecológica — tanto que 92% dos seus compradores não são veganos. Ou seja, não estão preocupados com a presença ou não do ovo ou com o impacto da produção do alimento no meio ambiente, mas acham interessante o produto “feito com ingredientes vegetais e ponto”, como diz a embalagem.

A maionese de Muchnick tornou-se um fenômeno no Chile, onde está presente em mais de mil lojas e é a terceira mais vendida, atrás das marcas Hellmann’s e Kraft. A startup produz 85 toneladas por mês e, além do Brasil — que recebeu a primeira leva do produto em dezembro —, exporta para a Argentina e a Colômbia. “Em dois anos, o Brasil será o nosso principal mercado”, espera Muchnick. A empresa planeja iniciar a produção local, no interior de São Paulo, em março.

A maionese não será a única aposta dos chilenos. O laboratório de Muchnick está desenvolvendo leite, sorvete, iogurte, linguiça e hambúrguer veganos. Para dar conta de tantos lançamentos, a startup cresceu de 14 para 60 funcionários no último ano, e passou a funcionar em três turnos, sete dias por semana, respaldada por investimentos recebidos da Kaszek Ventures (US$ 3 milhões) e da aceleradora IndieBio (US$ 250 mil). Prepara-se, agora, para captar um novo aporte milionário que banque a expansão da empresa para os EUA e o México.


Abertura de empresas cresce 11% em SC

Florianópolis lidera a lista, seguida por Joinville e Blumenau

Dados da Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc) apontam que o número de empresas criadas cresceu 11% em comparação com a média mensal de janeiro e fevereiro do ano passado.

O estado também foi o que mais criou vagas de emprego no país, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

A retomada da economia no é reflexo da abertura de novos negócios. Em 2017, surgiram 88.740 empresas. Em 2018, outras 110.601. Hoje são quase 134 mil.

Grande parte desse resultado positivo se deve ao trabalho desenvolvido pelo Governo de Santa Catarina, com programas coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável.

ProdecInveste SC e o SC Bem Mais Simples, que possibilitará a abertura de empresas em até cinco dias úteis, estão entre eles.

“A diversidade cultural e produtiva, desenvolvimento territorial e humano e um extraordinário potencial de crescimento econômico são características que diferenciam nosso Estado e o colocam, por exemplo, como o segundo mais competitivo do país, já por dois anos consecutivos. Por isso, para nosso orgulho, temos em Santa Catarina os melhores indicadores sociais do Brasil”, avalia o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino.

Ranking por municípios 

Conforme levantamento da Jucesc, 13 cidades despontam no ranking com maior número de empresas ativas em 2019.

Florianópolis lidera a lista, seguida pelos municípios de Joinville, Blumenau, Itajaí e São José, respectivamente.

1- Florianópolis: 77.633

2- Joinville: 63.799

3- Blumenau: 44.030

4- Itajaí: 30.617

5- São José: 29.353

6- Balneário Camboriú: 24.766

7- Chapecó: 23.460

8- Palhoça: 20.545

9- Criciúma: 20.360

10- Jaraguá do Sul: 16.465

11- Lages: 15.994

12- Brusque: 14.814

13- Tubarão: 12.223


4 EMPREENDEDORES QUE CRIARAM GRANDES EMPRESAS EM MOMENTOS DE CRISE DO PAÍS

Bianca Laufer, fundadora da Greenpeople (Foto: Divulgação)

Como esses empresários aproveitaram momentos pouco atraentes das últimas três décadas para inventar seus negócios

Se fosse possível entrar em uma máquina do tempo e voltar 30 anos no passado, muita gente seria surpreendida pelo Brasil daquela época. É possível que alguns até pensassem que foram parar em outro lugar do planeta – algum canto remoto e esquecido – quando se compara a situação daqueles dias com o país de hoje. Afinal, em que pesem os problemas atuais, avançamos como nação em um mundo que ficou mais complexo, veloz, digital conectado.

Em 1990, por exemplo, quando a telefonia móvel fez sua estreia por aqui, no Rio de Janeiro, encerramos o ano com 700 aparelhos habilitados; hoje, temos 324 milhões de linhas de celular – mais de uma por habitante.

Rápidas também foram as mudanças de moeda durante esse período. Em menos de uma década, o país experimentou Cruzados, Cruzados Novos, Cruzeiro e Cruzeiro Real até chegar ao Real, em 1994. Um ano antes, a inflação tinha batido 2.477% por ano — surrealismo puro, se comparado ao índice atual, na casa dos 4%.

Desde 1988, PEGN é testemunha dessas transformações. A revista acompanhou períodos de bonança, como o crescimento acelerado que marcou parte dos anos 2000. Também esteve presente nos momentos agudos de crise, como no confisco das cadernetas de poupança no Plano Collor ou no racionamento de energia de 2001.

Ao longo dessa trajetória, o que fica claro é que mesmo as instabilidades não foram barreiras para gerações de empreendedores criativos, resilientes e ousados. Onde a maioria viu incerteza, eles enxergaram oportunidade. Acompanhe a seguir a história de quem criou grandes empresas em momentos pouco atraentes — e ajudou a construir o Brasil em que vivemos hoje.

Francisco Loschiavo, 54, sócio-fundador da CTI Global

“Quando abrimos as portas da CTI Global [especializada em soluções financeiras], em 1992, éramos apenas três jovens profissionais. Naquele momento de rescaldo da crise gerada pelo Plano Collor, apostamos em preços mais competitivos do que as gigantes do segmento.

Não demorou para que chegassem grandes clientes em busca de orçamento mais enxuto, devido à crise, mas que não abriam mão de soluções para analisar suas demonstrações financeiras em meio ao caos da hiperinflação. Não à toa, nosso primeiro carro-chefe foi uma ferramenta que expurgava a inflação dos demonstrativos. Dois anos depois, novas oportunidades surgiram com a estabilidade trazida pelo Plano Real.

Pela primeira vez, as empresas tinham condições de olhar adiante e planejar seu futuro, o que abriu caminho para o produto que até hoje é nosso campeão de vendas — um simulador financeiro que aponta alternativas com base nas perspectivas da economia. Hoje acrescentamos a ele novas tecnologias, como inteligência artificial.”

João Appolinário, fundador da Polishop

João Appolinário é presidente e fundador da varejista Polishop (Foto: Estadão Conteúdo)

João Appolinário é presidente e fundador da varejista Polishop

“O caminho natural seria suceder meu pai em seus negócios, no ramo de concessionárias de automóveis. Mas em meados da década de 90 eu já tinha detectado que a revolução digital mudaria o consumo. As pessoas estavam deixando de lado a lista telefônica para se aventurar pelas pesquisas online, o que me impulsionou a começar um negócio totalmente diferente do varejo tradicional.

Em 1999 fundei a Polishop, com o objetivo de levar qualidade de vida ao público por meio dos nossos canais de venda na TV [via call center] e na plataforma de e-commerce. Na época, 80% dos nossos produtos eram importados — uma operação que só se tornou viável com a queda de barreiras alfandegárias, a partir daquela década.

Outro aspecto determinante para o sucesso do negócio foi o fim da hiperinflação. Com a moeda estável e o cenário mais previsível, pude oferecer ao consumidor a condição de parcelar suas compras em dez vezes — algo incomum na época. Como resultado da oferta que cabia no bolso do brasileiro, cheguei a vender mais de 1 milhão de grills em menos de dois anos. 

O início da década seguinte foi marcado pela expansão dos canais de venda e da sinergia entre eles como parte da premissa do negócio. Em 2001, lancei os catálogos e, em 2003, as dez primeiras lojas físicas. Hoje, a marca já soma 286 lojas próprias, 145 mil parceiros de venda direta e 3,8 mil funcionários.”

Wilson Poit, 60, fundador da Poit Energia

Wilson Poit, empreendedor e fundador da Poit Energia (Foto: Rafael Jota)

Wilson Poit, empreendedor e fundador da Poit Energia

“Revendo minha trajetória, chega a ser uma ironia eu ter crescido em uma casa sem energia elétrica, no interior de São Paulo. Naquela época, nem sequer poderia imaginar que fundaria a maior empresa de geração de energia temporária da América Latina. A ideia nasceu quando fui mal atendido por um fornecedor de geradores. Como sou engenheiro eletricista, aquela experiência me mostrou que eu poderia oferecer algo muito melhor.

O primeiro passo foi dado em 1999, ao comprar um caminhão e um gerador para formatar um pacote de serviços completo, com transporte, instalação e plantão de profissionais especializados. Meu primeiro grande destaque no mercado veio durante um show no Parque do Ibirapuera, que depois me rendeu trabalhos na Fórmula 1, em novelas e filmes. O impulso final veio com a privatização das empresas de telecomunicação, que demandou geradores para alimentar torres de transmissão instaladas em locais onde ainda não havia rede fixa de energia.

A crise do apagão, em 2001, me rendeu bons negócios em partidas de futebol e em
shows — só autorizados se iluminados por geradores. As operações atraíram o interesse de alguns fundos, cujos investimentos impulsionaram a expansão da empresa. Em 2012, vendi o empreendimento por mais de R$ 400 milhões para a líder mundial do setor, a Aggreko.”


Romero Rodrigues, 41, fundador do Buscapé

Ensaio 30 Anos de PEGN - ROMERO RODRIGUES 41 ANOS COFUNDADOR DO BUSCAPÉ E SÓCIO DO FUNDO REDPOINT EVENTURES (Foto: Samuel Esteves)

Romero Rodrigues, cofundador do Buscapé

“O início do site de comparação de preços Buscapé, em 1999, foi completamente diferente do que eu e meus três sócios imaginávamos. A gente achava que a parceria com o varejo ia estourar; na prática, fomos recebidos com ameaças judiciais. A última coisa que o comércio queria era ter seus preços expostos e sujeitos a comparação. Por outro lado, fomos surpreendidos com o assédio de fundos de venture capital.

Estávamos conversando com o banco Merrill Lynch quando a bolha da internet estourou, em 2000. Ainda assim, assinaram um acordo conosco. Um ano depois, diante da quebradeira das empresas pontocom, veio o ultimato: ou alcançávamos o ponto de equilíbrio em 12 meses, ou deveríamos fechar.

O jeito foi partir para cima das lojas e cobrar pelo tráfego que já estávamos gerando, além de licenciar nossa tecnologia de busca. Deu certo: o crescimento triplicou ano após ano, até que, em 2009, a sul-africana Naspers nos comprou por US$ 342 milhões.”

Thomaz Srougi, 42, fundador do dr.consulta

“A empresa nasceu da minha experiência pessoal com a medicina. Venho de uma família de médicos e cresci vendo meu pai  trabalhar por longas horas, sem receber uma remuneração justa. Ao mesmo tempo, via a realidade dos pacientes e desejava investir em um negócio que fosse tão ou mais eficiente que o sistema privado, além de acessível para um número maior de pessoas.

A primeira clínica que abri foi dentro da comunidade de Heliópolis [a maior da América Latina], em São Paulo, em 2011. Ali pude ver de perto quais eram as necessidades de quem se via à mercê do SUS [Sistema Único de Saúde]. Essa busca por mais qualidade nos serviços essenciais — em especial de saúde — é justamente um dos anseios da nova classe C, cuja renda aumentou ao longo dos anos.

O que explica nosso crescimento atual, mesmo com a recessão, é a consolidação da marca junto à população que não tem plano de saúde — ou seja, 77% dos brasileiros. Entre eles, estão aqueles que perderam seus planos nos últimos anos, o que nos permitiu mais recentemente alcançar também as classes A e B.”

Bianca Laufer, fundadora da Greenpeople (Foto: Divulgação)

Bianca Laufer, 45, fundadora da Greenpeople

“Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar ter o Luciano Huck como sócio quando, em 2014, comecei a Greenpeople na cozinha da minha casa. A ideia de fabricar sucos prensados a frio começou de forma despretensiosa, depois que conheci essa tecnologia durante uma viagem de férias ao Havaí. No início, vendia só para as amigas.

Depois comecei a investir na divulgação para parceiros que tivessem sinergia com a marca — voltada para as classes A e B —, como empórios, academias, lojas de produtos naturais, personal trainers e nutricionistas.

O segredo estava na degustação dos sucos, que em 2015 tiveram a sorte de cair nas graças de artistas durante um evento da nutricionista Andrea Santa Rosa, esposa do ator Márcio Garcia. Os posts dos famosos nas redes sociais foram o impulso que faltava para a marca deslanchar. Em algum momento, até cheguei a temer que o movimento fitness fosse só uma moda, mas as tendências ao redor do mundo mostram que ele veio para ficar.

A entrada gradual de vários outros sócios-investidores, como o próprio Luciano, foi fundamental para expandir a produção. Nosso mais recente investimento, de R$ 50 milhões, foi a inauguração de uma nova fábrica, em agosto deste ano. Pode parecer ousadia, mas sabemos que é justamente nas crises que surgem as melhores oportunidades de negócio.”


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