Tradicional em qualquer parte do país, bebida é uma opções de negócio para investir.
Para complementar sua renda como auxiliar de escritório, Cláudia Silva, de 50 anos, resolveu investir, em novembro do ano passado, num dos negócios mais tradicionais do país, minimizando seus riscos de insucesso. Mas fez isso de um jeitinho diferente. É sobre duas rodas de uma bicicleta da rede franqueadora BG Bike Gourmet, que ela, hoje, vende cafés em eventos. Diante de novidades como essa, o EXTRA mostra as opções para quem pensa em comercializar a famosa bebida. Trata-se de uma boa escolha, segundo Cláudia:
“Pretendo, futuramente, viver só com a renda da bicicleta. Em cada evento que faço, faturo entre R$ 1.500 e R$ 3.500, dependendo da quantidade de pessoas presentes e do local. Há meses que eu não sou contratada para nenhum evento, mas, no seguinte, faço até três”, diz.
O investimento necessário para entrar na rede da BG, com este fim, é de R$ 19 mil. Também há franquias para vários modelos de quiosques e grandes cafeterias, em pontos fixos (veja algumas ofertas abaixo). Quem, porém, opta por montar um negócio próprio, necessita de, no mínimo, R$ 44.500, segundo uma pesquisa do Sebrae. Independentemente do formato, é preciso prestar atenção a, pelo menos, três frentes:
“O planejamento, a capacitação e a legalização do negócio devem ser observados”, aponta Cláudia Moreno, analista do Sebrae/RJ, acrescentando: — O primeiro passo é entender o cliente e saber que quem se propõe a vender café vende momentos de prazer e descanso. Então, é importante ter bom atendimento, ótima localização e estilo, o que, dependendo do empreendedor, pode ser contemporâneo ou mais retrô.
“A circulação de pessoas é muito grande e ajuda”, diz empreendedor
“Eu vendi meu carro para investir na franquia da Empório Mineiro Cheirin Bão, e inauguramos a loja há duas semanas, no Edifício Menezes Côrtes (no Centro do Rio). Já estamos tendo retorno, porque a receptividade do produto é muito boa, já que é 100% puro e feito com grãos selecionados. Além disso, a circulação de pessoas é muito grande e ajuda, além do layout do negócio chamar a atenção. A forma de fazer o café em cada copinho, com filtro de papel, como antigamente, é muito bonita”, analisa Pedro Machado, de 28 anos, que abriu uma franquia da Empório Mineiro Cheirin Bão.
Capacitação é requisita pelo mercado
Apesar de o ramo ir bem, para ter sucesso, é preciso buscar informações, seja para conhecer boas práticas de manipulação de alimentos e obter orientações a fim de conseguir as licenças necessárias, seja para prestar um bom serviço aos clientes. Em todos os níveis, há cursos disponíveis (citados acima) para ajudar o empreendedor.
“Um dos maiores erros possíveis é o amadorismo na gestão do negócio”, avalia Cláudia Moreno, do Sebrae.
O preparo das bebidas também requer profissionalismo. Na franquia do Rei do Mate, no Shopping RioSul, em Botafogo, por exemplo, quando há rotatividade de funcionários, os novatos são enviados para treinamentos. Isso tudo para agradar ao consumidor final.
“É primordial ter um bom café tirado. Até o leigo percebe a diferença”, afirma Antônio Nasraui, diretor comercial e de Marketing da rede.
“O produto impulsiona outras vendas”, afirma consultora
“O mercado de café cresce 30% ao ano. Isso envolve o mercado de cafeterias, de vendas de equipamentos e de manutenção de máquinas. Mas o consumo do café é o que puxa tudo. Os cafés bons, hoje, estão sendo valorizados. As pessoas pagam mais por eles. Então, é bom diversificar a oferta numa cafeteria. Um grande erro num negócio é não gostar de café ou não tomar a frente, achar que pode gerir a loja de longe. É primordial entender seu cliente. A bebida é só um chamariz, que gera 35% da receita em negócios de café, e impulsiona muitas outras vendas. Então, dependendo do seu formato, você deve oferecer outras opções para consumo: sanduíches, doces chá indiano, chocolates etc”, sugere Rose Margareth Corpas, consultora do ramo de café.
Saiba como entrar no ramo
BG bike gourmet – Para aceitar um novo franqueado, a marca pede que ele responda a um questionário, em que será analisado seu perfil, além de passar por uma entrevista e um workshop. O investimento (R$ 19 mil) pode ser pago em até três vezes. Os interessados devem enviar um e-mail para [email protected].
Cheirin Bão – A franqueadora cortou parte de seu lucro, reduzindo a taxa de franquia para atrair novos empreendedores. Temporariamente, a rede pede um investimento de R$ 60 mil, para abrir um quiosque, em vez do preço tradicional, de R$ 120 mil. O quiosque ocupa uma área de 4 m². Mais informações: tsfranquias.com.br.
Havanna – O quiosque custa a partir de R$ 90 mil para o novo franqueado. Informações: www.havanna.com.br.
Scada café – O investimento para abrir um quiosque ou loja da marca vai de R$ 90 mil a R$ 350 mil. O interessado deve acessar www.scadacafe.com.br.
Rei do Mate – O investimento necessário para abrir uma franquia do Rei do Mate gira em torno de R$ 300 mil, para lojas, ou de R$ 200 mil, para quiosques. Mais informações estão em reidomate.com.br.
Negócio próprio – Quem preferir investir num negócio próprio, porém, pode entrar em contato com o Sebrae para receber orientações. Os atendimentos podem ser agendados pelo telefone 0800-570-0800.
Custo – De acordo com o Sebrae, até a abertura de uma cafeteria, atualmente, o empreendedor gasta, no mínimo, R$ 44.500, se calculados os custos de instalações (R$ 8.500), equipamentos (R$ 14.500), materiais de consumo e utensílios (R$ 4 mil), serviços de terceiros (R$ 8 mil), estoque (R$ 6 mil) e reserva para contas não previstas (R$ 6 mil), além de capital de giro (R$ 10 mil).
Capacitação – A Faetec tem cursos de promoção de vendas e de gestão gratuitos. As opções estão no endereço www.faetec.rj.gov.br. Já o Senac oferece curso técnico em Administração. Para saber preços e obter informações, acesse www.rj.senac.br.
Grão mestre – A Grão Mestre Consultoria Técnica de Café Ltda. dá cursos de barista (R$ 500), classificação e degustação de café(R$ 1.200). Endereço: Rua da Quitanda191, no Centro. Site: graomestrecafe.blogspot.com.br.
Baryx cooperativa – O curso prático de barista custa R$ 650. Mais informações no site www.baryxcooperativa.com.br.
Casa do barista – O curso básico de barista, no Centro do Rio (Avenida Gomes Freire 457), custa R$ 830. Para informações, envie e-mail para [email protected].
Fonte: PEGN