Empreendedora do ano largou carreira no exterior por seu sonho
Luciana Caletti, da Love Mondays, é a empreendedora do ano para o Gala Latam Founders. Ela contou sua trajetória e deu dicas a futuros donos de negócio
Luciana Caletti foi eleita recentemente a empreendedora do ano, na premiação Gala Latam Founders – o “Oscar das startups” na América Latina.
Sua empresa – o site brasileiro de avaliação de empresas, salários e vagas de emprego Love Mondays – foi criada em 2013, juntos aos sócios Dave Curran e Shane O’Grady.
O negócio protagonizou no ano passado um momento marcante para qualquer startup: o exit, ou seja, a venda do negócio para outra empresa.
No caso, foi para a americana Glassdoor: nada menos que o empreendimento que inspirou a criação da Love Mondays. Os detalhes financeiros da transação não foram divulgados.
“A venda representou um reconhecimento do nosso trabalho – estamos fazendo quatro anos agora – e do Brasil”, contou a empreendedora. “Fomos adquiridos e, hoje, fazemos parte de uma empresa global.” Os fluxos da internacionalização: A Deloitte te explica por que a conexão é o grande motor da nova globalização Patrocinado
Em entrevista a EXAME.com por telefone, Caletti falou sobre como começou a empreender. Além de descrever as razões para criar a Love Mondays, deu dicas a mulheres que também querem fundar suas próprias empresas.
Confira os principais trechos da conversa com a empreendedora do ano:
EXAME.com – Como você descobriu que queria ser uma empreendedora?
Luciana Caletti – Eu tive o sonho de empreender já quando era pequena. Nasci em uma família de empreendedores. Mas eu queria ter uma experiência no mundo corporativo antes, porque isso me prepararia melhor.
Chegou um momento na minha carreira que eu resolvi: ‘agora eu vou empreender, ou não empreendo nunca mais’
Luciana Caletti, co-fundadora da Love Mondays
Sou formada em Direito, mas já sabia quando terminei que não queria trabalhar na área. Então, trabalhei com consultoria em gestão por alguns anos e fiz um MBA em Londres. Depois, fui para a área de marketing lá mesmo.
A gente vai crescendo na carreira e chega um tempo em que nos acomodamos. Tudo vai ficando mais confortável. Chegou um momento na minha carreira que eu resolvi: “agora eu vou empreender, ou não empreendo nunca mais”. Voltei para o Brasil e comecei a Love Mondays junto com meus sócios [Dave Curran e Shane O’Grady].
De onde surgiu a ideia da Love Mondays?
A gente percebeu que, aqui no Brasil, os profissionais ainda estavam tomando decisões de carreira no escuro. Você só sabia como era uma empresa quando você, efetivamente, começava a trabalhar nela.
Tendo morado lá fora, nós já usamos o Glassdoor e achávamos uma ferramenta muito interessante, pois empodera o profissional: você recebe mais informações e pode tomar uma decisão que tem mais a ver com a sua carreira. A gente sentia falta de algo parecido no Brasil.
Criamos um modelo parecido, onde os próprios profissionais fornecem dados e mostram a outras pessoas como é o ambiente de trabalho antes de entrar em cada empresa. Assim nasceu a Love Mondays.
Fiquei dez anos fora do Brasil e, quando eu saí, ainda não se falava em buscar um propósito no trabalho, buscar um lugar com cultura alinhada às suas, onde você possa ser você mesmo.
Quando eu voltei, em 2013, todo mundo falava disso. As pessoas falavam mais sobre achar um local onde você se encontre, enquanto empresas falavam de buscar profissionais com sua cultura, com seus valores. A mudança cultural reforçou minha crença de que o modelo da Love Mondays daria certo por aqui.
Fonte: Exame