A comida do amanhã - o futuro da indústria de alimentos

Uma reflexão sobre as mudanças recentes na mentalidade do consumidor e do setor

Os alimentos e bebidas continuaram registrando queda de preços em dezembro, de -0,18% (Foto: Pexels)
Com consumidores em busca de uma vida mais saudável, o mercado assistiu a uma explosão de novos negócios que oferecem soluções diversas para esse público. São empresas que vendem desde alimentos orgânicos produzidos dentro de uma cadeia sustentável e ecológica até maneiras de dar vazão às frutas e verduras que estão prestes a estregar nas gôndolas dos supermercados.A tangente que conecta inovação ao setor de alimentação foi um dos temas discutidos durante um evento promovido em São Paulo, no início de maio, pela organização sem fins lucrativos Hello Tomorrow, que apoia iniciativas que tornem a indústria de alimentos menos danosa ao planeta.O fórum “A Comida do Amanhã” reuniu especialistas e empreendedores num momento em que grandes empresas começam a se voltar para a questão do futuro da alimentação. A preocupação vem tanto por conta de uma demanda do mercado, já que o consumidor está mais preocupado com a origem daquilo que come, como por causa do futuro da indústria, que precisa garantir a preservação dos meios naturais para sobreviver.“Da maneira que está, a indústria de alimentos é insustentável”, diz a professora da Fundação Getúlio Vargas e especialista em inovação, Luciana Hashiba. Para ela, a nova mentalidade de clientes e empresas a respeito da comida é – e tem de ser – definitiva. E a inovação é parte importante na criação de soluções que supram a demanda dos consumidores e as necessidades do meio ambiente.“A inovação não diz respeito apenas a novas tecnologias. Inovação é uma nova maneira de pensar, de encarar um problema”, afirma.As inovações de novos negócios dentro do setor vem chamando a atenção de empresas, como o Carrefour. Durante o evento realizado pelo Hello Tomorrow, a varejista realizou um desafio para startups que oferecessem novos produtos, serviços e soluções que pudessem ser implementados em sua rede.A empresa Mel de Cacau, uma das finalistas, por exemplo, é capaz de aproveitar a parte do cacau que não é utilizada na produção de chocolates para produzir suco. Outro negócio, a CBA Sementes, ganhador da competição, encontrou uma maneira de produzir sementes de batata de qualidade, reduzindo o consumo de água em 98% e sem precisar de terra, tudo por meio de uma técnica chamada aeroponia – os vegetais, são, literalmente, cultivados no ar.São ideias de empreendedores que têm poder para mudar toda a indústria de alimentação. Outros já estão mudando. David Ralitera, fundador da Fazenda Santa Adelaide, e Valter Ziantoni, da Fazenda da Toca, se dedicam à produção alimentos orgânicos, de maneira sustentável e promovem um verdadeiro movimento para modificar a mentalidade a respeito de tudo o que se entende como a indústria de alimentos. A seguir, você confere a história deles:Fazenda Santa Adelaide A Fazenda Santa Adelaide Orgânicos nasceu em 2010 com a proposta de oferecer alimentos orgânicos, frescos e da estação a um preço acessível. Saiba mais sobre a história desta empresa. Toca Orgânicos Laboratório de inovação criado dentro da Fazenda Da Toca para pesquisar e desenvolver técnicas inspiradas no cultivo agroflorestal. Clique e saiba mais sobre a propriedade. Fonte: PEGN

O que esta padaria de 92 anos faz para crescer

O Bologna foi fundado em 1925 e já está em sua quarta geração de donos. Diante da crise, eles tiveram de se reinventar - mas sem perder a tradição

Se criar um negócio já é uma tarefa complexa, mantê-lo é ainda mais difícil. No dia a dia, um empreendimento está sujeito tanto a complicações internas quanto externas – como os recentes anos de crise econômica, que quebraram muitas empresas.
De sobreviver o negócio Bologna entende bem: criado em 1925 como um restaurante, o negócio completa 92 anos lançando estratégias que garantem uma clientela diária que fica entre 900 e 1.200 clientes.Mas, há alguns anos, o empreendimento estava perto de fechar as portas. “Assumimos sabendo que, daqui a seis meses, o Bologna teria de ser fechado. Já estava há mais de 40 anos sem fazer nenhum tipo de reforma, e com um projeto descolado da atualidade”, conta o empreendedor Wagner Ferreira.Ele e a esposa Gleusa Ferreira se tornaram proprietários do Bologna em 2012, sendo a quarta geração de sócios. E contam como conseguiram não apenas sobreviver à atual crise, mas aumentar seu faturamento. Para seu negócio:O Superlógica Xperience te garante dois dias de intenso aprendizado sobre faturamento Patrocinado

Reformas e tradição

O restaurante Bologna foi criado pelo empreendedor Antonio Trombetti, na região do Brás, em 1925. Depois de alguns anos no Anhangabaú, o negócio mudou-se para a rua Augusta em 1959, onde permanece até hoje. Também virou uma rotisseria – negócio de comida para a viagem.
Foto da rotisseria Bologna, em tempos antigos

Foto da rotisseria Bologna, em tempos antigos (Bologna/Divulgação)

Após outras duas gerações de sócios, Gleusa e Wagner Ferreira assumiram o Bologna, em 2012. Antes de virarem donos, a empreendedora conta que os dois passaram um tempo vendo a forma de trabalhar do local.“A gente se preocupou muito, quando comprou, de entender a tradição. Vimos a produção e fizemos fichas de passo a passo. Além disso, mantivemos a equipe”, diz Gleusa. “Essa equipe ensina os que acabaram de chegar, contratados por conta da nossa expansão. Assim, a tradição passa de geração em geração.”A próxima atitude foi investir cerca de dois milhões de reais em uma grande reforma do local. Segundo o dono, essa foi a primeira atitude essencial para a sobrevivência do negócio na crise econômica, que chegaria pouco tempo depois.“Só estamos financeiramente sadios porque entramos na crise com a casa já arrumada. Aqueles que já entraram desorganizados, devendo para o banco, acabaram não sobrevivendo”, explica Wagner.“Nossa preocupação era que crianças e jovens não frequentavam mais o restaurante, por não ter tido reformas em anos e por comercializar um produto não atrativo, que era comida só para levar. Um estabelecimento que não possui jovens frequentando também não possui futuro.”Além da reforma do local, que adotou um visual retrô dos anos 50, o Bologna expandiu suas cozinhas. O projeto tradicional era feito de rotisseria, pastifício (massas), sorveteria e alguns salgados. Agora, são sete áreas: confeitaria, lanchonete, padaria, pastifício, restaurante, rotisseria e sorveteria.Isso trouxe uma outra preocupação: manter os clientes de 65, 70 anos de idade que frequentam a casa com fidelidade. Por isso, a reforma foi projetada para manter um visual tradicional e a rotisseria não foi eliminada: quem leva comida para casa há 40 anos pode continuar com o hábito. Enquanto isso, os mais jovens costumam frequentar o restaurante do Bologna.“É preciso modernizar o estabelecimento, mas manter a tradição. A tradição não cai de moda: o que cai de moda é a cor do chão, o teto, as paredes. Isso temos de trocar”, diz Wagner. “Os funcionários e as receitas precisam ficar, porque só provando os mesmos pratos e vendo os mesmos cozinheiros é que o cliente pode aceitar as mudanças que fizemos no ambiente. Os funcionários antigos são a cara do negócio.”Hoje, o Bologna recebe de 900 a 1.200 clientes todos os dias, com um ticket médio de 36 reais. É uma cliente fiel, mas que vem aumentando, diz Gleusa. “Hoje, temos famílias que a mulher e o marido vinham ao Bologna com seus pais. Agora, trazem os filhos e mostram as pessoas que os atendiam – e esses funcionários mais experiente já apresentam os novos, fazendo essa ponte entre gerações.”
O Bologna, depois da reforma feita em 2012

O Bologna, depois da reforma feita em 2012 (Bologna/Divulgação)

Aproveitando a noite na Augusta

Mesmo que a reforma feita em 2012 tenha evitado envidar-se em plena crise econômica, o Bologna ainda tinha de procurar formas de aumentar o faturamento.Por isso, há um ano e meio o negócio adotou o regime de funcionamento de 24 horas por dia (exceto aos domingos, quando a casa fecha à meia-noite). A estratégia só funcionou a região possui uma vida noturna muito intensa e não há muitos locais para comer uma boa refeição na madrugada, diz Wagner.“Tem muita empresa que abre 24 horas, mas não tem ponto para tal. Aí só se afunda ainda mais, porque as despesas sobem e as receitas não crescem na mesma proporção.”“A gente sentiu que, na região que estamos, nossos clientes pediam isso. Eles perguntaram quando iríamos funcionar na madrugada, e resolver abrir em alguns dias específicos, como feriados e fins de semana. Como vimos sucesso, resolvemos atender de vez os pedidos”, completa Gleusa.Para isso, o Bologna designou uma equipe apenas para o horário – juntando todos os turnos, 57 funcionários trabalham no local. Enquanto até a meia-noite todos os pratos são servidos, na madrugada não há pratos: há lanches, pizzas, salgados e sopas, por exemplo.
Coxinhas cremosas vendidas no Bologna

Coxinhas cremosas vendidas no Bologna (Bologna/Divulgação)

Movimento atual e planos futuros

O próximo passo é introduzir a cozinha também na madrugada, a partir dos pratos mais demandados dos clientes. O Bologna já recebeu proposta de vender os lanches, salgados e sorvetes por meio de lojas de shopping, mas ainda não está nada acertado.“Não cogitamos abrirmos essas lojas em plena crise. O que acontecer com o país daqui para frente irá nos convencer ou não da ideia”, diz Wagner.Fonte: Exame

5 conselhos do criador do Habib’s

Alberto Saraiva, criador do Habib's e do Ragazzo, acredita que amar os clientes é a base para o sucesso de uma empresa

Alberto Saraiva produz esfihas durante palestra na Feira do Empreendedor SP (Foto: Divulgação/SebraeSP)
Para Alberto Saraiva, criador e presidente do Habib's, empresa com mais de 25 anos de história no Brasil, a crise não é um problema. Segundo o empreendedor, só em 2016, a empresa seguiu com um crescimento na lucratividade de 10%, construindo entre 30 e 40 lojas novas por mês. Seu segredo? Amar os clientes. “Precisa de amor para atingir o sucesso profissional.”“Que tipo de relacionamento você tem com o seu cliente? É de amor ou interesse econômico?”. Para Saraiva, as respostas dessas perguntas escodem soluções para os empreendedores vencerem dificuldades.O criador da maior rede de fast food árabe do mundo também acredita que o empreendedor que deseja obter sucesso não pode ter medo de colocar a mão na massa. Durante sua palestra na Feira do Empreendedor SP, Saraiva inclusive preparou esfihas para o público. “Não há nada melhor do que vencer pelas próprias mãos”, diz.Durante sua palestra, listou outras recomendações para quem está pensando em abrir um negócio. Confira:1. Pense nas pessoasNa visão do criador do Habib’s, o empreendedor deve construir um negócio que pense nas pessoas. Por isso, a empresa precisa oferecer vantagens que atendam aos seus interesses. “Quando eles precisarem de algo a mais, vai responder com sim? Pois deveria.”2. DeterminaçãoSaraiva, que enfrentou a morte do seu pai ainda jovem, acredita que determinação é essencial para o empreendedor. “Encarar os problemas da vida com coragem faz a gente seguir em frente. Assim conseguimos trabalhar sem descanso, com força e garra.”3. Tenha um diferencialO presidente da rede de fast food considera os seus baixos preços um diferencial. E é nesse fato que apoia todas as suas campanhas de marketing, por exemplo. “O zero à esquerda [em referência ao valor das esfihas] nunca foi tão querido no Brasil.”
Alberto Saraiva, presidente do Habib's, durante palestra na Feira do Empreendedor SP (Foto: Divulgação/SebraeSP)
4. Fracasso“Fracasso, persistência e determinação fazem parte da vida. Andam juntos.” Com as falhas, Saraiva diz ter aprendido muito. Por isso, ele deixa uma dica para os empreendedores: “O sucesso costuma vir somente depois de muitos fracassos.”5. Elimine atravessadoresPara eliminar os atravessadores, Saraiva é dono das fazendas que produzem o queijo das suas esfihas, da agência de publicidade que faz as propagandas da marca e da empresa que realiza o serviço de atendimento ao cliente do Habib’s e do Ragazzo. “É economia de escala. Dessa forma, a gente reduz os preços da matéria-prima.”Fonte: PEGN

Clóvis Tramontina e Júnior Durski

Histórias que deram origem a duas marcas de sucesso

Líderes da empresa de utensílios domésticos Tramontina e da rede de restaurantes Madero contaram como conseguiram romper fronteiras e se destacar no mundo empresarial

Clóvis Tramontina e Júnior Durski compartilham histórias que deram origem a duas marcas de sucesso  Maykon Lammerhirt/Agencia RBS
Tramontina está à frente da Tramontina há 25 anos Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Lideranças genuinamente brasileiras e responsáveis por gerir os negócios de empresas que romperam fronteiras e ganharam o mundo. Assim são Clóvis Tramontina e Júnior Durski, os dois painelistas que participaram da sessão Inspiração Empreendedora da Expogestão 2017, que ocorre em Joinville.Na tarde desta quarta-feira, eles compartilharam as histórias que deram origem as marcas de sucesso Tramontina, criada pelo avô de Clóvis e presente em 120 países, e Madero, fundada por Júnior há pouco mais de uma década e com 85 unidades franqueadas no Brasil e nos Estados Unidos.À frente da empresa da família desde 1992, Clóvis Tramontina trouxe dados que reforçam a palavra "inspiração" para empreendedores consolidados ou que desejam empreender com as dicas deixadas por ele durante o painel. Fundada há 106 anos, a Tramontina emprega mais de sete mil funcionários e tem em seu portfólio 18 mil utensílios.No ano passado, um ranking feito com empresas de todo o País mostrou que a Tramontina cresceu 50 posições entre as marcas com maior reputação no mercado: passou da 86ª para a 36ª colocação. A chave para o sucesso, segundo ele, envolve simplicidade:— Procuramos tornar o assunto, por mais complexo que ele seja, em algo objetivo e simples e a simplicidade é por si só uma atitude humana — apontou.Outra marca da empresa é a valorização dos profissionais, que segundo ele, "não é uma empresa de panelas, facas e ferramentas, mas uma empresa de pessoas". O empresário apontou ainda investimentos em comunicação da marca e uma gestão descentralizada entre as dez unidades fabris mantidas pela empresa como determinantes para o crescimento e fortalecimento do nome da Tramontina no mundo. A forma de empreender também foi destacada.— Ser empreendedor não é fácil, imagina ser empreendedor hoje no Brasil? É um desafio muito grande, mas é possível unindo quatro pontos chave: capacidade de criar algo novo, ser criativo, ter paixão e introduzir um novo serviço. Tendo essas características você já é um empreendedor – ressaltou.
Durski é o idealizador da rede de restaurantes Madero Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Para Júnior Durski, idealizador do Madero, empreender também exige persistência. Nascido em Prudentópolis, no Paraná, ele aprendeu a apreciar bons pratos ainda na infância quando morou com os avós em uma fazenda. Chegou a se formar em Direito, passou pela política e foi madeireiro por 15 anos no Norte do País, entre as décadas de 1980 e 1990.Foi nesse período que descobriu a paixão por cozinhar e, em 1999, quando desembarcou em Curitiba, deu início a uma história de empreendedorismo que só deu certo depois de muito persistir.Seu primeiro restaurante, Durski, especializado em comida polonesa e ucraniana, não deu certo.Em 2005, após passar um mês nos Estados Unidos e visitar mais de 70 restaurantes, resolveu criar o Madero próximo do seu outro restaurante. A ideia mais uma vez não vingou, apesar de elogios e o sabor do hambúrguer já ser reconhecido. Foram 11 anos e seis restaurantes em cidades diferentes, todos sem dar lucro. Mas ele insistiu e, desta vez, reduzindo o preço e mantendo a qualidade dos produtos, o resultado foi além do esperado.Hoje, a franquia conta com 85 restaurantes e estão sendo projetados outros 40 ainda este ano. A alteração no preço dos produtos foi apenas um dos motivos para o crescimento da rede nos últimos anos. Os maiores destaques para manter o sucesso do empreendimento são processo e procedimento, gostar do que faz e muito trabalho.— Foi o que eu fiz no Madero. Temos uma central que fabricamos tudo ou quase tudo que vendemos. A logística é nossa, não sou adepto à terceirização. Quando a gente faz, a gente faz bem feito. Tenho paixão pelo que faço e busco passar isso para os meus funcionários. Gostar do que faz é a grande sacada.O empresário citou ainda a humildade para reconhecer erros, as oportunidades de carreira e fazer o bem como determinantes para alavancar resultados.– Se sua empresa está fazendo o bem, pode levantar as mãos e agradecer por isso. Quanto mais eu ganho, mais bem eu posso fazer e mais serei recompensado. Acredito nisso.Neste ano, a rede de restaurantes Madero projeta realizar mais de R$ 2 milhões em doações para instituições de caridade do Brasil. Durante a Expogestão, o empresário anunciou que essa política da empresa também será estampada no slogan da marca. A famosa frase "O Madero faz o melhor hambúrguer do mundo" dará lugar às mesmas palavras, mas colocadas de forma diferente: "O hambúrguer do Madero faz o mundo melhor."Fonte: A Notícia

Anvisa simplifica licenciamento sanitário

Redesimples permitirá que empresas de baixo risco obtenham alvará automaticamente

Os pequenos negócios que forem classificados como de baixo risco sanitário terão o alvará de licenciamento sanitário emitido na mesma hora que fizerem a solicitação do documento via internet. A medida faz parte da Resolução 153/2017, da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), e já está em vigor. São cerca de 200 atividades de baixo risco que serão beneficiadas imediatamente. Entre elas estão hotéis, restaurantes, clubes, academias, salões de beleza, mercado e padarias.

A determinação servirá apenas para as cidades que já utilizam a Redesimples. “Esse é um grande avanço para simplificar o processo de abertura de empresas no Brasil. Sebrae e Anvisa já estavam trabalhando nessa resolução há algum tempo. Essa norma é mais um passo que damos para implementação nacional da Redesimples”, afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

Na norma estão estabelecidos todos os requisitos necessários para a obtenção da licença sanitária, e uma lista com a classificação das atividades que necessitam de licenciamento sanitário, divididas por grau de risco: baixo, alto e que dependem de informações complementares. Os estabelecimentos de baixo risco ficam dispensados de inspeções prévias.

Redesimples

A Redesimples é um sistema integrado de abertura e registro de empresa que tem como objetivo facilitar e agilizar o processo de formalização de empresas. Ela integra Junta Comercial, Receita Federal, Secretaria de Fazenda, Órgãos de Licenciamento, Prefeituras e demais entidades envolvidas na formalização de empresas. O objetivo é estabelecer uma entrada única de dados cadastrais e documentos, extinguir a duplicidade de exigências feitas aos empresários/cidadãos e classificar as atividades empresariais de baixo risco, que poderão ser legalizadas sem necessidade de vistoria prévia por parte dos órgãos de licenciamento.

A cidade de São Paulo já está adotando o sistema, e Alagoas já integrou todos os órgãos de licenciamento.  Em Minas Gerais, o processo de registro de empresas é feito de forma inteiramente digital, sem a necessidade de protocolar documentos impressos. No Rio Grande do Sul, a Redesimples já reduziu em 70% o tempo de registro de empresas e, desde dezembro de 2015, é  utilizada pelos donos de pequenos negócios do Distrito Federal, que abrem a empresa em até cinco dias.

Fonte: Empreendedor


Padarias "descoladas" ganham espaço em São Paulo

Conheça opções de "padocas" em diversos bairros da capital paulistana

A Pão Padaria aposta em ingredientes orgânicos e "da roça" (Foto: Divulgação)
Não precisa abandonar — é quase impossível, na verdade — o pão francês na chapa e o café com leite da velha rotina dos paulistanos nas 3,2 mil padarias da cidade. Esse, fato, é um clássico dos clássicos. Mas o paulistano vem se deliciando cada vez mais com padarias ao estilo butique descolada, pequenas e com variedade de pães e outros produtos que têm feito do café da manhã uma experiência mais saudável.A Padaria Artesanal Orgânica (PÃO) é uma das opções e oferece 80% dos produtos, como se propõe, totalmente orgânicos.Com seis unidades — Vila Madalena, Jardins, Shopping Iguatemi, Vila Nova Conceição, Shopping JK e no prédio da Bienal —, a padaria é umas das boas pedidas de comida natural para começar o dia.Nosso interesse é oferecer um cardápio nada muito rebuscado, mas com itens que fazem a diferença — diz Bruno Rosa, responsável pela área comercial da PÃO.Funcionando de segunda a segunda, a padaria tem um buffet (R$ 47,80 por pessoa) com bolos, pães variados, frios, uma rabanada de comer ajoelhado, geleia, ovo mexido, queijos, saladas de fruta, nesse último caso, respeitando a sazonalidade. Na Vila Madalena, o endereço da PÃO é Rua Mourato Coelho 1.039.Há muitos restaurantes e lojas a explorar na Rua Joaquim Antunes, em Pinheiros, entre a Avenida Rebouças e a Gabriel Monteiro da Silva.Mas por ali você também encontra um pãozinho delicioso na Padoca do Maní, de Helena Rizzo, dona do estrelado restaurante ali do lado, com o mesmo nome, que investiu num ambiente informal na padaria, com mesas na varanda, para vender um café da manhã gourmet com pegada caseira.O pão é com os melhores grãos, mas vem acompanhado de requeijão e geleia. Tem expresso, mas tem também café coado. Empadas de palmito, muffin de banana e um bolo de chocolate com uma calda deliciosa.Os atendentes são tipicamente paulistanos de tão simpáticos e solícitos. O biscoito polvilho, marca registrada da chef no Maní, é vendido ali em saquinhos especiais — recomenda-se consumir no mesmo dia. A casa funciona no número 138 da Joaquim Antunes.E com uma vitrine onde é possível encontrar mais de 180 tipos de pães, a Julice Boulangère tem boas opções de sanduíches, como o croque monsieur, seguindo a receita tradicional francesa ou o chamado basílico, com tomate e manjericão. Quiches e crepes também ganham destaque. A Julice fica na Rua Deputado Lacerda Franco 536.Se rolar de madrugada o desejo pelo pãozinho na chapa, sem problema, uma padoca 24 horas te salvará.Fonte: PEGN

Cervejaria abre fábrica na "cidade mais alemã do Brasil" e fatura R$15 milões

A Schornstein foi fundada em 2006 por três descendentes de alemão na cidade de Pomerode, interior de Santa Catarina

Adilson Altrão, sócio da cervejaria Schornstein (Foto: Daniel Zimmermann)
A cidade de Pomerode, no interior de Santa Catarina, é conhecida como a cidade mais alemã do Brasil. Para fazer jus a esse título, Adalberto Roeder, Gilmar Sprung e Luís Fernando Selke decidiram criar uma cervejaria na cidade. Assim, em 2006, nasceu a Schornstein. O nome significa chaminé de pedra e faz alusão ao local onde a cervejaria foi fundada.“A coisa começou como um hobby. A ideia era pra ser um bar que servia apenas 5 mil litros no balcão”, disse Adilson Altrão, diretor-executivo e sócio da Schornstein. Altrão, de 50 anos, foi trazido como sócio para a operação pouco depois do nascimento da cervejaria. “Começamos então produzindo apenas chope. Depois começamos a mandar alguns barris para Florianópoli. E daí em diante não paramos de crescer”.O diretor aproveitou a oportunidade de adquirir uma fábrica em Holambra, interior de São Paulo, para expandir a área de atuação da empresa. “No começo de 2009 montamos a filial de produção em Holambra que nos ajudou no processo de expansão”, disse Altrão, paranaense de Terra Boa.
Cervejas da Schornstein (Foto: Divulgação)
O aumento da demanda exigiu que a Schornstein começasse a trabalhar com garrafas. “Em 2013, resolvemos levar a coisa mais a sério. Entramos no mercado de cerveja de garrafa. O chope possui uma certa limitação geográfica. Esse foi o nosso ‘boom!’ de crescimento” disse o diretor executivo.Até 2012, a Schornstein produzia em torno de 25 mil litros de cerveja por mês. Depois de um investimento de R$ 5 milhões em uma nova planta na própria cidade de Pomerode, a produção da empresa subiu para 150 mil litro por mês. “Vendemos a planta de Holambra em meados de 2016 e inauguramos nossa nova fábrica em Pomerode. Ela foi projetada para produzir até 300 mil litros de cerveja”, disse Altrão. A empresa espera ultrapassar o patamar de 200 mil litros em 2018 e depois alcançar a capacidade máxima de produção da fábrica.Atualmente, a Schornstein conta com nove cervejas artesanais em produção. A fábrica no interior de Santa Catarina possui uma equipe de 38 pessoas para dar conta do volume. A empresa fechou 2016 com um faturamento de R$ 15 milhões e espera aumentar esse número para R$ 21 milhões neste ano. A cervejaria está em 2,7 mil pontos de venda espalhados por 24 estados brasileiros.Para alcançar a meta, a empresa começou a investir em cervejas em lata. “As cervejas artesanais em lata são uma forte tendência no exterior e está chegando ao Brasil”, disse Altrão. Além disso, a Schornstein desenvolveu um modelo de bar que oferece as suas cervejas e uma variedade de produtos oficiais da marca. O “Armazém Schornstein” vai funcionar em um modelo de franquias.“O Armazém nos surpreendeu positivamente. Para complementar, também criamos um beer truck para os nossos produtos e também estamos criando um aplicativo para treinar garçons e vendedores sobre os detalhes das cervejas artesanais”, disse o diretor executivo.Fonte: PEGN

As dicas de ex-franqueado McDonald’s e atual Johnny Rockets

Antônio de Souza se tornou master franqueado da Johnny Rockets - e o brasileiro se deu tão bem que recebeu a missão de planejar seus próximos passos no país

O engenheiro de formação (e empreendedor por prática) Antônio Augusto de Souza é um exemplo de que sempre dá para sonhar mais alto. O empreendedor chegou a um ponto com que muitos franqueados aspirantes ficariam bem satisfeitos: ele tinha sua própria unidade da rede de fast food McDonald’s.O ano era 1994. Era uma época diferente, e Souza percebeu como o sucesso foi ficando menos garantido com o passar dos anos. “Antes, você comprava uma franquia do McDonald’s e já abria com fila na porta. Isso não existe mais: há muitas opções para o consumidor”, explica Souza.“Mesmo assim, ainda hoje muita gente compra uma franquia achando que será a solução de todos os seus problemas. Há variáveis que podem mudar completamente o rumo do seu negócio, como a escolha do ponto comercial, por exemplo.”Após quase dez anos no McDonald’s, o mundo havia mudado muito – assim como a visão de oportunidades de Souza. Ele queria começar do zero, trazendo uma nova marca ao Brasil.“Eu achava que tinha muita oportunidade lá fora, com marcas ainda não conhecidas que fariam sucesso aqui – e ainda acho isso hoje. Nenhuma marca queria vir ao Brasil em pleno 2003, então queria antecipar esse movimento. Tal chegada só começaria em 2006 e 2007, quando o Brasil virou a bola de vez.”O empreendedor acabou optando pela rede de hamburguerias Johnny Rockets, que conhecia desde a década de 1980. Criada em Los Angeles (Estados Unidos), a rede de diners conta atualmente com 360 restaurantes, espalhados por 30 países. “Achei que o conceito de lanchonete dos anos 50 encaixaria bem aqui no Brasil”, conta.Souza abriu 12 lojas da marca nos últimos três anos. O franqueado se saiu tão bem que virou responsável pela marca no Brasil, e faturou 45 milhões de reais em 2016. Agora, ele possui planos ambiciosos: quer que a Johnny Rockets chegue a no mínimo 50 lojas no Brasil até 2020. Apenas em 2017, a projeção é faturar 48 milhões de reais.

História de franqueado (e os desafios de uma nova empreitada)

Souza se formou em engenharia, mas nunca exerceu a profissão: escolheu abrir negócios no ramo de comércio, como uma consultoria de exportação, por exemplo.A entrada no mundo do franchising se deu quando um amigo de Souza se tornou franqueado do McDonald’s, e indicou o negócio para o engenheiro de formação. Souza já era cliente e foi conhecer o sistema. “Eu me apaixonei. Fiquei 13 meses em treinamento e finalmente abri minha primeira unidade, no ano de 1994.”O empreendedor chegou a ter sete restaurantes e 14 quiosques do McDonald’s. Porém, em 2002, negociou com a rede sua saída: apenas um ano depois, ele já havia fechado o acordo para trazer a Johnny Rockets ao Brasil.Tudo parecia ir bem. Quando voltou às terras brasileiras, porém, Souza enfrentou um grande pepino: outra pessoa já havia registrado a marca. O caso foi à justiça e a resolução, favorável ao empreendedor, só ocorreu em 2011. Enquanto isso, Souza foi administrando negócios próprios e franquias, sempre na área de alimentação.A partir do parecer favorável, a Johnny Rockets realmente se lançou no país. Souza se tornou master franqueado e abriu sua primeira unidade em dezembro de 2013, em Guarulhos (São Paulo).Em 2014, abriu outras seis lanchonetes; em 2015, mais quatro unidades; e, em 2016, duas lojas. A redução no número de aberturas é justificada pela sedimentação da crise econômica no Brasil, segundo o empreendedor: os planos de aceleração foram adiados. Mas virão com força neste e nos próximos anos.
Loja da Johnny Rockets

Loja da Johnny Rockets: rede possui atualmente 12 unidades em funcionamento no Brasil (Johnny Rockets/Divulgação)

Expansão em tempos de crise

A recessão trouxe novas formas de expansão para a Johnny Rockets: além das lojas próprias, a rede se abriu para novos franqueados por meio de parcerias joint-ventures. Nelas, o franqueado precisa deter no mínimo 70% de participação, enquanto a Johnny Rockets completa o investimento.“São unidades que estão em um lugar estratégico, onde eu preciso estar. Aí, eu analiso a possibilidade de me tornar sócio para viabilizar a abertura da lanchonete”, diz Souza.Apesar de hoje só existirem lojas próprias ou franqueadas por joint-venture, Souza acredita que as franquias sem sociedade serão o formato mais buscado nos próximos anos – especialmente no modelo enxuto, que a marca pretende lançar no segundo semestre de 2017.“Antes, éramos focados apenas em lojas de médio e grande porte. Agora, estamos desenvolvendo lojas menores, para entrar em praças de alimentação e em shoppings menores. É algo que já existe em outros país, e acabamos de formatar esse formato para o Brasil. O investimento inicial será menor e serão espaços de 40 a 50 metros quadrados, o que facilitará nosso crescimento”, diz o empreendedor.A ideia, em mercados novos, é começar com uma loja maior, para se firmar no local. As lojas pequenas irão principalmente para lugares que já possuem lojas grandes, como São Paulo, Goiânia e Rio de Janeiro.Com a estratégia, a Johnny Rockets pretende expandir: até 2020, a expectativa é chegar a no mínimo 50 lojas operando em terras brasileiras. O plano é achar um franqueado por capital, com a exceção de São Paulo e Rio de Janeiro, que contarão com mais empreendedores.

Conselhos para futuros franqueados

Além de desenvolver a marca Johnny Rockets no Brasil, o novo trabalho de Souza é dar suporte aos novos franqueados.“Esse cargo veio até por eu ter passado a maior parte da minha vida sendo franqueado – não sei se algum dia vou aprender a ser franqueador mesmo. Eu sei exatamente como funciona essa vida: como eles pensam e onde a situação aperta. Então, meu trabalho é tentar minimizar as dores.”E quais conselhos Souza daria para novos franqueados? O primeiro: não se iluda com propostas que parecem ser muito boas para serem verdade.“Se dependesse de propostas que recebo, alardeando um investimento inicial baixo, teria umas 30 lojas. E nenhuma seria viável em longo prazo, porque tinham pontos comerciais sem fluxo. Por isso insisto em abrirmos apenas lojas com real potencial de faturamento”, afirma.“Nada é fácil, não há almoço grátis. Quem fala isso, em qualquer empreendimento, é um mentiroso. A dor é parte do negócio, ainda que seja possível reduzi-la com preparação.”Para o master franqueado, a experiência no ramo de atuação não é requisito: afinal, ele mesmo era engenheiro quando abriu sua franquia do McDonald’s. “O que o que o franqueado tem que ter é um compromisso. Ou seja: se identificar com o produto com que ele vai trabalhar. Entender sobre ele e sobre franquias será resultado disso.”No caso da Johnny Rockets, o perfil de franqueado buscado é conhecer de números, ter um foco administrativo e gostar de se relacionar com gente – dos funcionários ao público. Os consultores vão às lojas cerca de seis vezes por mês para guiarem os novos franqueados no trabalho, o que ajuda a treiná-los para o franchising e para o setor de alimentação, segundo Souza.Enxuto Investimento inicial: 650 a 750 mil reais Prazo de retorno: 24 a 36 mesesFull Investimento inicial: 1,3 a 1,5 milhão de reais Prazo de retorno: 24 a 42 mesesFonte: Exame

Delivery Much recebe investimento e vai abrir novas vagas de trabalho

Startup santa-mariense fechou negócio com investidor-anjo que faz parte do grupo CVI

Delivery Much recebe investimento e vai abrir novas vagas de trabalho Maiara Bersch/Agencia RBS
Depois de mais de seis meses de negociação, a empresa de tecnologia de Santa Maria Delivery Much fechou negócio com um investidor-anjo e deve abrir pelo menos 10 vagas de emprego em diversas áreas nos próximos dias.O aplicativo para pedir comida em restaurantes e serviços de entrega investirá o valor ainda não divulgado para melhorar os serviços aos franqueados e aos consumidores, fortalecendo a operação da empresa.A empresa tem registrado um crescimento de 100% no faturamento a cada 4 meses, o que equivale a 300% ao ano. Presente em cerca de 100 municípios de 18 Estados brasileiros, com 2 mil restaurantes cadastrados, a tendência é que o número de cidades atendidas dobre em breve. O modelo de negócio inovador, aliado ao cuidado com o atendimento e credibilidade por ser a única empresa do ramo que faz parte da Associação Brasileira de Franchising (ABF) têm garantido o sucesso da Delivery Much, criada na Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM), da UFSM.O nosso modelo inovador e também o fato de trabalharmos com restaurantes, muitos deles que vendem produtos da Coca-Cola, colaboraram para a convergência dos valores empresariais com a Novità, que faz parte da Companhia Vontobel de Investimentos (CVI) _ explica o gerente de gestão Rodrigo Mello.O gestor explica que, embora o mercado em que a empresa atua tenha grandes players, como a paulista iFood, o diferencial da startup santa-mariense é e deve continuar sendo o foco nos municípios do interior do país, público normalmente não atendido por empresas maiores.A negociação até o aperto de mãos entre a Novità e a Delivery Much durou mais de seis meses. O resultado é que, durante cinco anos, a Novità permanecerá junto à empresa santa-mariense, a fim de decidir se passará a fazer parte do quadro societário da Delivery ou não. De acordo com Mello, a investidora tem como característica se manter nos negócios que acelera de forma permanente.Uma das rubricas em que vamos investir é em pessoas, a fim de dar mais estrutura para os franqueados. Também vamos investir em novas formas de divulgação e comunicação, para aumentar o número de usuários, entre outros. Tudo para continuar crescendo rápido e de forma sustentável, rentável, colaborativa e criativa _ acrescenta.A Delivery Much deve abrir vagas de emprego nas áreas de tecnologia da informação (TI), gestão, vendas e suporte, entre outros. As oportunidades serão divulgadas no site e nas redes sociais da empresa,entre outros meios.Fonte: Diário Santa Maria

Como um dentista (e lavador de pratos) fundou a rede China in Box

Robinson Shiba foi aos EUA para aprender inglês. Porém, um assalto o levou a um subemprego na cozinha - e a uma grande oportunidade de negócio

O futuro empreendedor Robinson Shiba tinha 20 anos de idade quando foi aos Estados Unidos para estudar inglês por dois meses, após seu pai ter juntado a quantia necessária. Porém, algo mudaria sua vida para sempre: um assalto.
Sem querer contar para o pai o que havia acontecido, o então estudante de odontologia resolveu se sustentar por meio de qualquer emprego que arrumasse. Indo de lavador de pratos a entregador, pôde observar bem como era o mercado de delivery nos Estados Unidos. E teve uma ideia que mudaria sua vida.Esse foi o começo de duas grandes redes, abertas no ano de 1992: a China in Box, que hoje possui 153 unidades em funcionamento, e o Gendai, com 62 restaurantes. Saiba mais: 10 franquias que faturam mais de R$ 100 mil ao mês Segundo os últimos dados das redes, que hoje são parte do Grupo Trends Food, 6,5 milhões de pratos são servidos por ano, em 22 estados brasileiros.Como se isso fosse pouco, Shiba também acumula o cargo de investidor pelo programa Shark Tank Brasil, que recebe até 20 de abril inscrições para novos empreendedores.Em entrevista a EXAME.com, o empreendedor contou um pouco mais sobre sua trajetória – e deu dicas para quem também quer fundar uma grande rede.“Se puder, trabalhe dentro de um negócio do ramo. Invista seis meses em um emprego desses e aprenda de quem é realmente é alma do empreendimento”, recomenda. “Aprendi naquele meu primeiro emprego que não existem pessoas mais importantes dentro de um restaurante.”Confira, a seguir, os trechos mais importantes da entrevista:EXAME.com – De onde surgiu a ideia para abrir a rede China in Box?Robinson Shiba – Eu tive como grande inspiração a carreira do meu pai, que era dentista e tinha, em paralelo, uma loja de materiais para construção aqui em São Paulo. Fui também estudar Odontologia e tinha em mente ou continuar com a loja de materiais ou abrir meu próprio negócio.Em 1989, tive a oportunidade de fazer um curso de idiomas nos Estados Unidos por dois meses. Mas acabei ficando mais: no começo da viagem, eu fui assaltado. Eu sabia quão difícil tinha sido para meu pai juntar dinheiro e realizar aquele meu sonho de ir aos Estados Unidos. Era a minha primeira viagem internacional. Como muitos orientais, sou meio orgulhoso. Não quis pedir ajuda a ele e nem ir ao consulado.Então, consegui arrumar um emprego lá mesmo, como assistente de cozinha e depois como entregador – ou seja, atividades que eram consideradas subempregos. Conseguia me manter, e acabei ficando um ano nos Estados Unidos.Nesse tempo, pude observar como a comida era feita lá. A culinária chinesa era algo estabelecido, e o americano já tinha como hábito pedi-la por delivery. Enquanto isso, no Brasil, a nossa única opção de entrega à domicílio eram as pizzas.Voltei ao Brasil em 1990, mas meus planos de abrir o negócio tiveram de ser adiados. Primeiro, meu pai me aconselhou a terminar o curso para só depois montar o restaurante; o Plano Collor acabou confiscando o dinheiro de todo mundo, inclusive da minha família; e eu casei e tive um filho. Mas, em 1992, abri a primeira unidade do China in Box, em Moema [São Paulo].EXAME.com – Como foi para convencer o público brasileiro a aceitar um sistema de delivery na caixinha e de culinária chinesa? O retorno demorou para aparecer ou não?Essa foi uma das grandes batalhas que a gente enfrentou: como educar a população a pedir comida chinesa. Para isso, usei muito, mas muito mesmo, a publicidade em folhetos. Também contratei uma assessoria de imprensa e tive também muita ajuda da mídia impressa, que escrevia matérias sobre a novidade que era o China in Box.Os primeiros seis meses foram os mais difíceis, porque as pessoas ainda estavam se acostumando ao negócio. Mas, no segundo semestre de restaurante, o bairro de Moema já havia adotado a culinária chinesa como opção de delivery.Com os recursos da primeira loja, abri uma segunda. Isso levou a outras quatro lojas, em sociedades com amigos. Só então viramos uma rede de franquias.EXAME – Por que você decidiu apostar em uma nova rede, o Gendai, apenas dois meses depois de ter aberto a primeira loja do China in Box?No Gendai era algo um pouco diferente: eu tinha outros sócios e estava mais como conselheiro e investidor. Foi uma decisão mais por diversificação de investimento e também por acreditar que a culinária japonesa seria uma opção que o brasileiro iria adotar.O começo foi ainda mais difícil do que no China in Box, porque a comida crua era mais exótica. A comida chinesa tinha uma aceitação maior, com a existência de grandes restaurantes tradicionais, enquanto a japonesa era muito restrita ao bairro da Liberdade. Mas, hoje, a comida japonesa tem uma grande aceitação – talvez até maior do que a chinesa.EXAME.com – Qual você acha que foi sua maior dificuldade ao longo da trajetória do China in Box e do Gendai?O mais difícil é você tirar a ideia do papel e pôr em prática. Esse é o momento mais complicado. Claro que, depois da abertura, aparecem dificuldades que não dependem só de você, como a situação do país. Mas sair de algo que não existia para algo concreto é, para mim, o mais complicado.EXAME.com – E quais dicas você daria para quem também quer criar uma grande rede?O que é básico: se você quer criar uma grande rede, você tem que ter uma primeira loja de sucesso. Para que ela vire uma grande rede, você não pode simplesmente aceitar um resultado mediano e abrir uma outra unidade. Você tem que abrir algo diferente, algo com excelência.Se você não conhece o negócio, também é preciso se planejar. Hoje, com a internet, você busca o mercado em que você quer atuar e aparecem redes do mundo inteiro. Dá para visitar o interior das lojas e conhecer os produtos sem sair de casa. Se você puder ir presencialmente, melhor.Mais ainda: se puder, trabalhe dentro de um negócio do ramo. Invista seis meses em um emprego desses e aprenda de quem é realmente é alma do empreendimento. Neste momento, em que eu estou conversando com você, há muitos atendentes e cozinheiros do China in Box que fazem acontecer. Aprendi naquele meu primeiro emprego que não existem pessoas mais importantes dentro de um restaurante.EXAME.com – Como você avalia a situação do país, em termos de oportunidades para o empreendedorismo?Eu continuo acreditando muito no Brasil. Infelizmente, muitos amigos meus que investiram em negócios e geraram empregos foram embora. Mas agora é a hora que aparecem bons negócios, se você souber aproveitar. É como foi em 1992: no ano em que eu abri o China in Box e o Gendai, Collor sofreu o impeachment.Eu soube entender o momento e vi que meu orçamento coube para os pontos que estavam sendo oferecidos. Cada novo negócio gera empregos; cada nova pessoa empregada consome; e o ciclo volta a ser virtuoso. Agora é hora de investir.Fonte: Exame

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