SERVIÇOS DE COMPARTILHAMENTO DE CARROS ELÉTRICOS COMEÇAM A OPERAR NO PAÍS
Em Fortaleza já são 2 mil usuários; em São Paulo lançamento é no mês que vem
Abrir a porta de um carro elétrico, ligar o motor e circular pela cidade pagando um pequeno valor por minuto. Isso com apenas alguns toques no celular. Essa é a proposta de novos serviços de compartilhamento de veículos que começam a ser testados no país. Seguindo conceito já consagrado em outros países, o sistema de transporte público conhecido como carsharing já está em funcionamento em Fortaleza e estreia em São Paulo no início de julho, numa aposta de usar a tecnologia para melhorar o trânsito das cidades e reduzir as emissões de gases poluentes.O VAMO (Veículos Alternativos para Mobilidade) estreou na capital cearense há seis meses, e hoje possui duas mil pessoas cadastradas. Trata-se de um piloto, com apenas 20 carros elétricos, distribuídos por 12 estações espalhadas pela cidade. O modelo é parecido com o de aluguel de bicicletas, presente em várias capitais brasileiras há anos. O usuário faz o download de um aplicativo no celular, cadastra um cartão de crédito e fica apto a alugar um carro.— Nós só fazemos um contato direto, que é para conferir a documentação e oferecer um test drive, para explicar como o carro funciona — explica Simone Varella, diretora de Comunicação e Marketing do Hapvida Saúde, patrocinador do projeto em parceria com a prefeitura.Por ainda ser um programa piloto, o pequeno número de veículos e estações é limitador, mas cerca de 1,5 mil viagens mensais são realizadas pelo serviço. O público é formado principalmente pelos mais jovens, mais adeptos da tecnologia e dos hábitos sustentáveis. O custo inicial é de R$ 20 por 30 minutos, depois desse período é cobrado R$ 0,80 por minuto, sendo que o valor é reduzido caso o tempo seja longo. Para viagens acima de quatro horas, por exemplo, o minuto sai por R$ 0,40.Estão disponíveis dois modelos de veículos, sendo um pequeno, para dois passageiros, e outro maior, com capacidade para até seis pessoas. Toda a frota é elétrica e com câmbio automático. Os carros ficam carregando em pontos de abastecimento, como tomadas gigantes, que são para uso exclusivo do serviço. Por esse motivo, um dos temores era o vandalismo, mas, segundo Simone, em seis meses nenhum caso foi registrado.— Nós percebemos que os usuários estão incorporando o carsharing na vida deles. Dirigem com cuidado, com carinho. Ainda não registramos nenhum acidente — pontua Simone.Carros de luxo em São Paulo
Em São Paulo, o Urbano LDSharing será lançado no próximo dia 9. O projeto piloto terá 60 veículos, sendo 30% deles elétricos. Diferente da experiência cearense, o primeiro serviço de carsharing paulista será no modelo free floating. Os carros ficam estacionados e devem ser devolvidos em determinadas áreas, mas sem pontos fixos. O cadastro é feito apenas com a habilitação, foto e um cartão de crédito. Depois disso, bastam três clique no celular para começar a rodar.— Primeiro, o usuário clica para abrir o aplicativo e localizar onde está o carro mais próximo, clica para reservar o carro e tem 15 minutos para chegar até ele. Mais um clique e o carro é destravado. A chave fica dentro, num compartimento — explicou Leonardo Domingos, diretor executivo da LDS Group.Os modelos oferecidos pelo serviço são os luxuosos BMW i3 e Smart ForTwo, da Daimler Mercedes Benz. Os usuários não precisam se preocupar com combustível e seguro, está tudo incluído na taxa de uso. O Urbano é um pouco mais caro que o VAMO, com corrida inicial de R$ 29 por 20 minutos, e R$ 1,20 por minuto adicional, que pode chegar a até R$ 0,60 se o tempo de uso for superior a seis horas.— No início, a pouca cobertura é um entrave, mas nós vamos expandir de acordo com a demanda. A meta é terminar o ano com 100 a 120 carros, e no ano que vem termos 500 — contou Domingos. — É um modelo que funciona em vários países, e temos interesse de expandir por aqui para o Rio, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre.Fonte: PEGN