Guilherme Afif: Depois do Simples Nacional

“Precisamos eliminar o medo dos pequenos negócios de crescer”: veja entrevista exclusiva com o Ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
Guilherme Afif: “Precisamos eliminar o medo dos pequenos negócios de crescer”
Oferecer melhores condições de desenvolvimento às empresas que têm mantido o crescimento positivo do emprego nos últimos anos é fundamental. Elas precisam crescer sem medo – e é nisso que acredita o Ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif. Não é por menos: no Brasil, menos de 1% das empresas conseguem crescer mais do que 20% ao ano, e são responsáveis por gerar mais de 60% dos novos postos de trabalho. Destas, 90% são pequenas e médias empresas.Mesmo para elas, no entanto, o desafio ainda é imenso, embora o governo tenha dado passos importantes na criação de política públicas que incentivem um ambiente de negócios mais favorável no país. O Simples Nacional, por exemplo, já mostra resultados expressivos. Mas quais devem ser os próximos passos? Perguntamos a opinião de Afif nesta conversa exclusiva com a Endeavor.Endeavor: Ministro, qual a sua visão sobre o empreendedorismo no Brasil? Quais são nossos maiores desafios para multiplicar o número e o impacto dos nossos empreendedores?Guilherme Afif: No Brasil, o empreendedorismo assumiu uma importância enorme para a sociedade. O número de pessoas que pretendem empreender é o dobro daquelas que preferem ser empregados.
TRÊS EM CADA DEZ BRASILEIROS ADULTOS POSSUEM UMA EMPRESA OU ESTÃO ABRINDO UMA.
Isso tudo levou o país ao topo do ranking do empreendedorismo e aumentou muito a responsabilidade de aprimorar as políticas públicas de apoio e incentivo.Esse panorama positivo possui relação direta com um ambiente de negócios mais adequado ao pequeno negócio, construído ao longo das últimas décadas, a partir da visão de que ele deve ter ônus burocrático e tributário menor: é o tratamento diferenciado e favorecido que está na Constituição e que foi concretizado por inúmeros instrumentos importantes no dia a dia da micro e pequena empresa, especialmente o Simples Nacional.Hoje, são mais de 10 milhões de empresas no Simples Nacional e os pequenos negócios são responsáveis pela criação da maioria dos empregos brasileiros nos últimos anos. Sem contar que já respondem por 27% do PIB.O desafio que se coloca é aprimorar ainda mais esse conjunto de políticas públicas que está na Lei Geral das MPEs, focando em instrumentos importantes que vêm sendo pouco explorados, como é o caso do acesso ao crédito, que precisa avançar.Em julho, você esteve na Câmara dos Deputados para debater o projeto Crescer sem Medo. Você pode falar um pouco mais sobre ele?O projeto busca eliminar o medo dos pequenos negócios de crescer. A proposta é criar rampas suaves para o aumento da tributação no Simples Nacional. Busca, ainda, a redução do número de tabelas e faixas, com a eliminação dos degraus nas mudanças de faixa, que caem das atuais 20 para 7. O projeto prevê também a criação de regime de transição para empresas com faturamento anual até R$ 7,2 milhões nos setores de comércio e serviços, e até R$ 14,4 milhões na indústria, visando a diminuir o abismo tributário para os pequenos negócios que deixam o Simples.De acordo com o IBPT, 63% das empresas deixam de pagar seus impostos após 1 ano de seu desenquadramento do Simples Nacional. Como podemos permitir um “pouso suave” dos empreendedores que saem do Simples?O estudo da Fundação Getúlio Vargas que fundamentou a elaboração do Projeto Crescer Sem Medo deixou clara essa realidade. As empresas do comércio que saem do Simples têm 54% de aumento na carga tributária. Na indústria esse aumento é de 40% e, no setor de serviços, de 35%. O efeito desse aumento cavalar nas cargas tributária e burocrática –  muito maior fora do Simples, que tenho chamado de “morte súbita” – é afastado pelo projeto, com a criação de faixas de saída com carga tributária de transição para o regime do Lucro Presumido. Substituímos degraus dentro do Simples e a muralha na saída dele por uma rampa suave de crescimento da tributação.Aumentar o teto do Simples não é apenas uma forma de adiar o problema que os empreendedores poderão viver? Não seria melhor propor uma reforma tributária completa?É um equívoco concluir que o projeto cuida de aumentar o teto do Simples. Ele fundamentalmente cria um regime de transição que aproxima a carga tributária da faixa final desse regime do patamar do regime do Lucro Presumido. Ou seja, não adia o problema e não mantém a morte súbita da empresa ao sair do Simples. Cria alternativa que assegura crescimento da carga compatível com o aumento da receita e incentiva a empresa a crescer, a não ter medo de quebrar. É a reforma tributária para os pequenos.Menos de 1% das empresas brasileiras consegue crescer acima de 20% ao ano por 3 anos seguidos, mas são responsáveis pela criação de mais de 60% dos novos empregos, de acordo com o IBGE. Mais da metade dessas “scale ups” são pequenas empresas, com até 50 funcionários. O que mais pode ser feito pelo governo para facilitar a vida dos empreendedores que estão entregando resultado e gerando valor para o país?O universo das MPEs é formado, predominantemente, pelos muito pequenos, muitíssimos pequenos. No Simples, por exemplo, 62% das empresas possuem receita de até R$ 180 mil anuais e 84,7% têm receita de até R$ 540 mil anuais. Para essa esmagadora maioria, o custo burocrático do sistema tributário é muitas vezes tão ou mais nefasto do que o próprio custo tributário, o que explica o sucesso do Simples Nacional e a necessidade de sua expansão.Apesar disso, as empresas de elevado impacto também merecem atenção do projeto Crescer Sem Medo pela sua importância. Há proposta para remover barreiras para investimentos, por meio da dispensa da necessidade de utilização de sociedade por ações e garantia de permanência no Simples Nacional. Esse debate está aberto no Congresso Nacional e é importante contar com a participação da sociedade para avançar no apoio a esses empreendimentos.No projeto também está prevista a criação da Empresa Simples de Crédito (ESC). Um dos grandes fatores de concentração de renda no Brasil é o sistema de crédito, pois capta de todos para emprestar apenas para alguns. A ESC poderá realizar operações de empréstimo, financiamento e desconto de títulos de crédito somente para pessoas jurídicas no âmbito local e não poderá captar recursos. Esse mecanismo pretende multiplicar a oferta e facilitar o acesso ao crédito para os pequenos negócios, podendo significar apoio significativo para os empreendimentos inovadores.Num momento de aumento de impostos e aperto nas contas públicas, é possível acreditar que o Crescer Sem Medo é uma prioridade para o Governo como um todo? E para o Congresso?Tenho dito frequentemente que o óbvio cria facilmente o consenso. É claro que o ajuste também se faz pelo lado do desenvolvimento econômico. Dotar a esmagadora maioria das empresas – as que têm mantido o crescimento positivo do emprego nos últimos anos e, ao mesmo tempo, são a mais importante alternativa ao emprego – de melhores condições de desenvolvimento, de crescer sem medo, é fundamental. Isso foi plenamente incorporado pela Câmara dos Deputados, que aprovou por unanimidade o relatório da comissão especial sobre o projeto no último dia 1º de julho. Tenho certeza de que não será diferente no plenário da Câmara e no Senado. A Frente Parlamentar da MPE é uma das maiores e mais ativas do Congresso e tem o projeto como pauta prioritária. É necessário, todavia, manter forte a mobilização da sociedade perante os parlamentares para aprovação do projeto.Você já foi empreendedor e ainda convive com muitos empreendedores em seus círculos pessoais. Agora é o Ministro responsável por melhorar o dia-a-dia de mais de 90% dos donos de empresas do Brasil. Qual é o legado que você quer deixar?Há 31 anos foi aprovado o primeiro Estatuto da Microempresa e, há 19 anos, a primeira Lei do Simples. Para chegar ao estatuto, meu trabalho começou em 1979 e foi concluído após os dois primeiros congressos nacionais das MPEs – o último foi dentro do Congresso Nacional. A primeira Lei do Simples, que resultou da inclusão do art. 179, de minha autoria, na Constituição, assegurando tratamento diferenciado e favorecido às MPEs, foi objeto de intensa articulação junto aos Poderes da República e de grande campanha institucional do SEBRAE na mídia pela facilitação da vida do pequeno negócio. Deu tão certo que começou como projeto de lei apresentado no Senado e foi concluída após a apresentação de medida provisória transformada em lei pelo Congresso Nacional.Após tanto tempo de amadurecimento da política pública de tratamento favorecido e diferenciado para as MPEs, vimos avanços importantes: a inclusão do tema na Constituição (art. 179); a criação do Simples Federal, do Simples Nacional, do MEI e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República; e uma verdadeira e nova revolução em 2014, com a edição da Lei Complementar 147.Essa revolução engloba mais de 80 inovações, como a universalização do Simples Nacional, os instrumentos de garantia de tratamento favorecido e diferenciado, a facilitação para obtenção de licenciamento de atividade, a dispensa de certidão negativa de débitos em atos da vida empresarial, a ampliação da fiscalização orientadora, as inovações na recuperação judicial e na falência, entre outras.Acabar com a discriminação injusta de alguns setores para usufruir do Simples foi uma luta de 18 anos, pois ela já existia na primeira Lei do Simples. Com a universalização, mais de 500 mil empresas foram beneficiadas e mais de 140 atividades puderam, a partir de 2015, optar pelo regime simplificado.
A IMPORTÂNCIA DESSE PASSO É GIGANTESCA PARA AUMENTAR O POTENCIAL DE GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA NA SOCIEDADE E INCENTIVAR O EMPREENDEDORISMO E A FORMALIZAÇÃO DOS NEGÓCIOS.
O sucesso dessa experiência importante com o Simples permitiu a sua transposição para outros campos de ação, marcando o início do Programa Bem Mais Simples Brasil, que está sendo desenvolvido com projetos importantes para a sociedade.Há legados importantes que serão deixados. É o caso da implantação nacional do processo integrado de abertura, alteração e baixa de empresas, que reduzirá drasticamente as dificuldades para a formalização de negócios.Em que pesem essas e outras ações, eu gostaria de ser lembrado como o ministro que colocou os pequenos negócios na agenda nacional, vinculando efetivamente todos os poderes e governos, a fim de pensarem primeiro nas pequenas empresas ao criarem novas obrigações e ao atuarem para o desenvolvimento econômico local e nacional, respeitando a necessidade do devido tratamento diferenciado e favorecido. É um caminho que ainda está sendo trilhado, mas com passos evolutivos firmes e fortes de concretização.Por último, queríamos que você completasse a seguinte frase: “Empreender é…”Empreender é assumir riscos. Além do empreendedor econômico, há também os empreendedores sociais e cívicos. Todos têm um traço comum: a coragem de assumir riscos. Sem essa coragem não há empreendedor.*Foto: Renata Castello Branco
Fonte: Guilherme Afif: Depois do Simples Nacional - Endeavor Brasil

Tendência mundial, Brasil adere ao home office 

O engenheiro mecânico Antônio Torquato, de 51 anos, é um profissional disciplinado. Diretor financeiro da Prati Donaduzzi, de Toledo (PR), trabalha a 1,2 mil km de distância de seus colegas, semana sim, semana não, em São José dos Campos (SP), onde mora a família.O engenheiro mecânico Antônio Torquato, de 51 anos, é um profissional disciplinado. Diretor financeiro da Prati Donaduzzi, de Toledo (PR), trabalha a 1,2 mil km de distância de seus colegas, semana sim, semana não, em São José dos Campos (SP), onde mora a família. Em casa, ele se fecha numa sala e despacha pela internet, como se estivesse no escritório da empresa.Passa horas grudado ao computador, das 7 da manhã às 7 da noite, com um pequeno intervalo para almoço. Não admite interrupções e os três filhos, de 11, 14 e 16 anos, foram avisados disso quando ele adotou o sistema home office, ou teletrabalho, há seis meses. Depois de sete dias isolado no escritório doméstico, Torquato pega um avião para dar expediente na sede da empresa, uma indústria nacional de produtos farmacêuticos.“Sinto falta do contato direto com os colegas, do cafezinho no corredor, porque a interação é importante, mas recupero isso quando estou em Toledo”, diz Torquato, um sujeito expansivo que gosta de trabalhar em equipe. Ele conversa pelo telefone, troca mensagens pela internet e participa de frequentes videoconferências pelo Skype, uma maneira de estar presente.“É como se eu estivesse usando um ramal interno, no mesmo prédio”, observa. A ligação é rápida e permite acesso seguro a todos os dados internos da Prati. O diretor controla o expediente quando está em casa, mas acaba trabalhando mais, porque está sempre de antena ligada para atender os colegas.

Investida paulista: 75% das empresas que permitem que os funcionários trabalhem em casa no Brasil estão localizadas em São Paulo.

Disciplina, confiança e controle, como no caso de Torquato, são condições fundamentais para o home office. As empresas que aderem ao teletrabalho selecionam e monitoram com atenção os empregados, sempre voluntários, que aceitam trabalhar em casa. “Tem de haver confiança, pois o chefe sempre vai perguntar se o funcionário está mesmo trabalhando”, adverte a consultora Cristina Nogueira, sócia da Walking the Talk, que fundou há seis anos com Carolyn Taylor, residente em Londres. Com mais dois colaboradores nos EUA e na Austrália, a dupla é especializada em cultura de empresa e presta consultoria em três continentes, quase sempre à distância. “Posso estar num shopping e trabalhando, independentemente da diferença do fuso horário”, diz Cristina. A cada três meses, ela viaja para reuniões sobre o andamento dos negócios.“O home office é uma tendência mundial e envolve 32,5% da população economicamente ativa, com cerca de 1 bilhão de pessoas utilizando esse método”, afirma Álvaro Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades e da International Telework Academy na América Latina. “Nossa estimativa é de que 12 milhões de brasileiros trabalham em casa”, informa.A tecnologia facilita as tarefas dos funcionários que utilizam dispositivos móveis, acessando aplicativos pela internet. Segundo Melo, a satisfação de quem trabalha em casa é grande e, ao contrário do que se poderia prever, o sistema não está gerando processos trabalhistas. Pesquisa feita em 2014 pela SAP Consultores Associados constatou que 36% das empresas brasileiras adotam práticas de home office – 75,12% delas localizadas em São Paulo.O consultor Carlos Eduardo Altona, da Exec – Executive Performance, que trabalha com recrutamento de executivos, atribui o crescimento do home office, entre outras causas, ao alto custo dos imóveis e à difícil mobilidade nas metrópoles. “O metro quadrado em Alphaville custa metade do preço para montar um escritório em bairros nobres de São Paulo, mas o deslocamento de Alphaville para a capital toma quase duas horas das pessoas”, observa o consultor. Diante dessas dificuldades, é mais prático o funcionário trabalhar em casa. Contanto que se tomem certos cuidados, adverte Altona, para medir a produtividade e controlar o expediente. Mecanismos paralelos substituem o cartão de ponto tradicional para comprovar o cumprimento da jornada.Lançado em abril como projeto-piloto, o sistema home office do Banco do Brasil começou com nove funcionários da área de tecnologia. Esse número chegará a 150 no fim do ano. Os resultados têm sido excelentes, na avaliação do diretor de Gestão de Pessoas, Carlos Netto. “Constatamos um aumento de 15% na produtividade e alto índice de satisfação entre os colegas envolvidos”, disse o diretor, já planejando a extensão do sistema a outros setores do banco.O quarto da empregada virou escritório.Quando o Banco do Brasil anunciou em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que pretendia adotar o home office, dando prioridades às mulheres, Maria Aparecida Pereira de Souza, 27 anos de casa, se candidatou imediatamente. “Se for verdade, quero ser a primeira”, pensou. Dois meses depois, foi a primeira a ser convocada para a equipe inicial, de nove funcionários. A experiência do projeto-piloto está dando certo e servirá de base para expansão do modelo, até o fim do ano.“É o emprego dos meus sonhos, trabalhando em casa, seis horas por dia, fazendo o que eu gosto”, disse Maria na sala de seu apartamento no bairro de Perdizes, antes de mostrar o escritório montado no quarto de empregada, espaço adaptado, com aprovação do serviço de Medicina do Trabalho do banco, que inspecionou o local.O escritório atende às condições impostas pelo banco: exigência mínima de equipamentos e configurações básicas. Iluminação, nível de ruído, desenho da cadeira e altura da mesa também passaram pelo crivo do pessoal de segurança e medicina do trabalho. É ali que ela cumpre o expediente, das 7h30 às 13h45, ligada aos colegas pela internet.

Mudança: Maria Aparecida faz expediente de seis horas em escritório montado em casa.

Maria tem a tarde livre. Os filhos, Rafael e Vítor, gêmeos de 17 anos, passam o dia na escola, o marido chega no fim da tarde, a diarista só trabalha na sexta-feira. O home office eliminou o desconforto de pegar ônibus e metrô para chegar à Avenida Líbero Badaró, no centro, onde funciona a área de informática do banco. “Agora, só vou à minha seção uma vez por semana, na quarta-feira.”Analista de sistemas, Maria e sua equipe desenvolvem aplicativos de alta plataforma. “O trabalho remoto é igual ao que fazia no banco, tenho o mesmo compromisso e a mesma disponibilidade”, diz a bancária. Bate ponto eletrônico pelo computador e se desliga quando o sistema encerra todos os aplicativos, no fim do expediente. Se for necessário executar tarefas extras, após a jornada ou nos fins de semana – o que ainda não ocorreu –, a gerência tem de autorizar o acesso aos equipamentos.Uma das vantagens do home office, na avaliação de Maria, é a redução do estresse. Além de não ter de depender de condução, quase duas horas por dia, há menos interferências. A qualidade de vida é maior. “Faço caminhada três vezes por semana, durmo melhor e sou sustentável, pois não gasto papel e consumo menos combustível.”A produtividade aumentou, alcançando os 15% de ganho estabelecido pelo diretor de Gestão de Pessoas, Carlos Netto. O Banco do Brasil tem ferramentas para medir o crescimento pelo computador. O aumento de produtividade é uma resposta dos funcionários à demonstração da confiança que o banco deposita neles, ao permitir que trabalhem em casa. Daí a satisfação de Maria com o modelo home office. Ligada aos colegas pelas mensagens de voz, áudio e videoconferências, ela se sente alinhada à tecnologia, no conforto de casa, sem perder o contato com a equipe.Trabalho em casa, sete dias por semanaSete dias por semana, sem folga sábado e domingo, o engenheiro eletricista João Páscoa, de 68 anos, especialista em tecnologia da informação, se isola numa sala de seu apartamento, das 9h30 às 19h30, no bairro da Aclimação, seu home office, entre computadores e pilhas de papéis na mesa e no chão.“Uso papéis, porque trabalho com uns 12 projetos ao mesmo tempo”, diz, desculpando-se pelo ambiente meio desordenado. Mas foi essa a melhor maneira que ele encontrou para controlar dezenas de informações que lhe chegam de todas as partes do mundo, nos contatos de teleconferências.

Sem sair de casa: João Páscoa tem reuniões virtuais com colegas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Nova York e Chicago.

“Acabo de participar de uma reunião virtual com colegas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Nova York, Chicago e Denver, sob a coordenação de um indiano do outro lado do mundo”, revela Páscoa, empenhado com esses colegas no desenvolvimento de um projeto da IBM para substituição de máquinas antigas por versões novas. “Isso aqui é apenas parte de um megacomputador, mas representa um investimento de dezenas de milhões de dólares”, observa.Páscoa, que nasceu em Portugal e veio aos 6 anos para Brasil, entrou na IBM em 1967, deixou a multinacional 27 anos depois para ser professor universitário e foi chamado de volta há nove anos, em 2006, para exercer a mesma função de antes, só que trabalhando em casa.Achou ótimo, pois não teria mais de viajar seis horas por dia, ida e volta, à cidade de Sumaré, onde a IBM tem um centro de serviços com 7 mil funcionários, apesar do inconveniente de estar antenado de segunda-feira a domingo.Reunião social. “Agora, só vou a Sumaré uma vez por semana, às quartas-feiras, para reencontrar as pessoas, quase uma reunião social”, disse Páscoa. Uma vez por trimestre, a IBM faz uma pausa de 15 dias, durante os quais Páscoa é proibido de abrir alguns programas do computador, por questão de segurança. As férias anuais são sempre curtas, nunca passam de 20 dias. “Mesmo viajando, carrego o laptop na bagagem”, informa o engenheiro, que não consegue se desligar do trabalho.Casado, mas sem filhos, Páscoa condiciona a vida ao home office, sem problemas e compromissos adicionais, como os dos colegas que têm de levar crianças à escola.Nina, bibliotecária e funcionária pública aposentada, adaptou-se à rotina de isolamento do marido, fazendo o possível para não perturbar o trabalho dele no computador. Páscoa tem recursos para projetar imagens na tela do monitor, mas prefere usar só a voz.“Falamos em inglês, língua que todos dominam, com alguma dificuldade somente para entender os indianos, pois eles têm um sotaque terrível, embora se expressem com correção”, disse o engenheiro. “Somos um grupo pequeno na tecnologia da IBM, que tem 400 mil funcionários no mundo”, acrescenta. Pequeno, mas super organizado, com a responsabilidade de administrar fitas e discos magnéticos que armazenam 700 terabites e custam milhões de dólares.
Fonte: Tendência mundial, Brasil adere ao home office - Granadeiro

Empresas utilizam endereço fiscal como alternativa de redução de custos

A Lei exige que empresas possuam um endereço para CNPJ, mas nem todas alugam um espaço só para se regularizar Para qualquer que seja o segmento, abrir uma empresa exige alguns cuidados inerentes ao trato fiscal, como ter um endereço comprovado. Porém, atualmente, não é mais necessário abrir um ponto comercial só por este motivo. […]
Endereço fiscal é opção pela qual muitas empresas têm aderidoA Lei exige que empresas possuam um endereço para CNPJ, mas nem todas alugam um espaço só para se regularizarPara qualquer que seja o segmento, abrir uma empresa exige alguns cuidados inerentes ao trato fiscal, como ter um endereço comprovado. Porém, atualmente, não é mais necessário abrir um ponto comercial só por este motivo. Agora, os empreendedores podem usufruir do endereço fiscal, um serviço oferecido para a pessoa física ou jurídica que necessita de endereço para registro e abertura de sua empresa.O serviço de endereço fiscal é ideal para empresas que precisam provar sua existência física/jurídica junto a órgãos públicos ou empresas privadas, além de centralizar suas correspondências. Dessa forma, a empresa garante também mais agilidade. Além das vantagens do endereço comercial, esta estratégia permite que se utilize o endereço do centro de negócios para divulgação oficial no contrato social, nas repartições federais, estaduais e municipais.A novidade é uma excelente opção, segundo o contador Jarbas Oliveira. Nem sempre existe a necessidade de locação de uma sala comercial, uma vez que dependendo do tipo de negócio o endereço é apenas uma exigência legal para prestação de contas com alguns órgãos, especialmente Receita Estadual ou Federal. Oliveira diz ainda que, via contrato, a RF disponibiliza caixa postal na net, com acesso através de um cartão especial, para que a pessoa interessada receba as notificações.O gerente comercial Daniel Zuba Catoni diz que essa “é uma opção acessível financeiramente e que facilita os negócios de muitas empresas que não precisam de um endereço comercial”.Na empresa que ele gerencia a prestação de serviço é diretamente com o cliente e o endereço funciona apenas para receber correspondência ou como ponto de apoio no caso de reuniões extras.Já Ângelo Vieira, proprietário de empresa especializada em mobile marketing, optou por abrir o negócio em um escritório compartilhado, onde recebe a correspondência e tem serviço de secretária, recados, etc. “Escolhi este serviço, primeiro, visando à redução de custos, uma vez que este ambiente proporciona toda a estrutura de um escritório convencional e com qualidade. No escritório compartilhado é possível  ter um grande ganho em termos de networking, o que pode proporcionar a qualquer empresa parcerias interessantes”.Quem pode usufruir de um endereço fiscal:- Mora de aluguel e o proprietário não permite abrir uma empresa de serviços no endereço residencial;- Quer privacidade e não deseja que a sua residência seja confundida com o seu negócio;- Reside temporariamente fora do Brasil e deseja abrir uma empresa prestadora de serviços para pagar menos tributos que uma pessoa física;- Está fechando a sua empresa e possui dividas tributarias. Para não perder a condição de ser limitada ao capital social é necessário manter um endereço comercial valido. Para não responder com os seus bens pessoais será necessário manter um endereço válido para fiscalização e correspondência até o encerramento definitivo da empresa;- Está querendo abrir uma transportadora onde irá terceirizar o transporte mas precisa emitir o Conhecimento de Transporte para seus clientes;- Possui um escritório de cobrança em outra cidade e para atender Montes Claros, por exemplo, precisa de um endereço de correspondência;- Deseja privacidade para divulgar um endereço de correspondência para seus clientes ou fornecedores.
Fonte: Gazeta Norte Mineira

Guilherme Afif: Depois do Simples Nacional | Endeavor Brasil

“Precisamos eliminar o medo dos pequenos negócios de crescer”: veja entrevista exclusiva com o Ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
Guilherme Afif: “Precisamos eliminar o medo dos pequenos negócios de crescer”
*Foto: Renata Castello BrancoEm conversa exclusiva, o Ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa mostra sua visão sobre o ambiente de negócios brasileiro e explica para onde caminham as políticas públicas de incentivo ao crescimento das empresas.Oferecer melhores condições de desenvolvimento às empresas que têm mantido o crescimento positivo do emprego nos últimos anos é fundamental. Elas precisam crescer sem medo – e é nisso que acredita o Ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif. Não é por menos: no Brasil, menos de 1% das empresas conseguem crescer mais do que 20% ao ano, e são responsáveis por gerar mais de 60% dos novos postos de trabalho. Destas, 90% são pequenas e médias empresas.Mesmo para elas, no entanto, o desafio ainda é imenso, embora o governo tenha dado passos importantes na criação de política públicas que incentivem um ambiente de negócios mais favorável no país. O Simples Nacional, por exemplo, já mostra resultados expressivos. Mas quais devem ser os próximos passos? Perguntamos a opinião de Afif nesta conversa exclusiva com a Endeavor.Endeavor: Ministro, qual a sua visão sobre o empreendedorismo no Brasil? Quais são nossos maiores desafios para multiplicar o número e o impacto dos nossos empreendedores?Guilherme Afif: No Brasil, o empreendedorismo assumiu uma importância enorme para a sociedade. O número de pessoas que pretendem empreender é o dobro daquelas que preferem ser empregados.
TRÊS EM CADA DEZ BRASILEIROS ADULTOS POSSUEM UMA EMPRESA OU ESTÃO ABRINDO UMA.
Isso tudo levou o país ao topo do ranking do empreendedorismo e aumentou muito a responsabilidade de aprimorar as políticas públicas de apoio e incentivo.Esse panorama positivo possui relação direta com um ambiente de negócios mais adequado ao pequeno negócio, construído ao longo das últimas décadas, a partir da visão de que ele deve ter ônus burocrático e tributário menor: é o tratamento diferenciado e favorecido que está na Constituição e que foi concretizado por inúmeros instrumentos importantes no dia a dia da micro e pequena empresa, especialmente o Simples Nacional.Hoje, são mais de 10 milhões de empresas no Simples Nacional e os pequenos negócios são responsáveis pela criação da maioria dos empregos brasileiros nos últimos anos. Sem contar que já respondem por 27% do PIB.O desafio que se coloca é aprimorar ainda mais esse conjunto de políticas públicas que está na Lei Geral das MPEs, focando em instrumentos importantes que vêm sendo pouco explorados, como é o caso do acesso ao crédito, que precisa avançar.Em julho, você esteve na Câmara dos Deputados para debater o projeto Crescer sem Medo. Você pode falar um pouco mais sobre ele?O projeto busca eliminar o medo dos pequenos negócios de crescer. A proposta é criar rampas suaves para o aumento da tributação no Simples Nacional. Busca, ainda, a redução do número de tabelas e faixas, com a eliminação dos degraus nas mudanças de faixa, que caem das atuais 20 para 7. O projeto prevê também a criação de regime de transição para empresas com faturamento anual até R$ 7,2 milhões nos setores de comércio e serviços, e até R$ 14,4 milhões na indústria, visando a diminuir o abismo tributário para os pequenos negócios que deixam o Simples.De acordo com o IBPT, 63% das empresas deixam de pagar seus impostos após 1 ano de seu desenquadramento do Simples Nacional. Como podemos permitir um “pouso suave” dos empreendedores que saem do Simples?O estudo da Fundação Getúlio Vargas que fundamentou a elaboração do Projeto Crescer Sem Medo deixou clara essa realidade. As empresas do comércio que saem do Simples têm 54% de aumento na carga tributária. Na indústria esse aumento é de 40% e, no setor de serviços, de 35%. O efeito desse aumento cavalar nas cargas tributária e burocrática –  muito maior fora do Simples, que tenho chamado de “morte súbita” – é afastado pelo projeto, com a criação de faixas de saída com carga tributária de transição para o regime do Lucro Presumido. Substituímos degraus dentro do Simples e a muralha na saída dele por uma rampa suave de crescimento da tributação.Aumentar o teto do Simples não é apenas uma forma de adiar o problema que os empreendedores poderão viver? Não seria melhor propor uma reforma tributária completa?É um equívoco concluir que o projeto cuida de aumentar o teto do Simples. Ele fundamentalmente cria um regime de transição que aproxima a carga tributária da faixa final desse regime do patamar do regime do Lucro Presumido. Ou seja, não adia o problema e não mantém a morte súbita da empresa ao sair do Simples. Cria alternativa que assegura crescimento da carga compatível com o aumento da receita e incentiva a empresa a crescer, a não ter medo de quebrar. É a reforma tributária para os pequenos.Menos de 1% das empresas brasileiras consegue crescer acima de 20% ao ano por 3 anos seguidos, mas são responsáveis pela criação de mais de 60% dos novos empregos, de acordo com o IBGE. Mais da metade dessas “scale ups” são pequenas empresas, com até 50 funcionários. O que mais pode ser feito pelo governo para facilitar a vida dos empreendedores que estão entregando resultado e gerando valor para o país?O universo das MPEs é formado, predominantemente, pelos muito pequenos, muitíssimos pequenos. No Simples, por exemplo, 62% das empresas possuem receita de até R$ 180 mil anuais e 84,7% têm receita de até R$ 540 mil anuais. Para essa esmagadora maioria, o custo burocrático do sistema tributário é muitas vezes tão ou mais nefasto do que o próprio custo tributário, o que explica o sucesso do Simples Nacional e a necessidade de sua expansão.Apesar disso, as empresas de elevado impacto também merecem atenção do projeto Crescer Sem Medo pela sua importância. Há proposta para remover barreiras para investimentos, por meio da dispensa da necessidade de utilização de sociedade por ações e garantia de permanência no Simples Nacional. Esse debate está aberto no Congresso Nacional e é importante contar com a participação da sociedade para avançar no apoio a esses empreendimentos.No projeto também está prevista a criação da Empresa Simples de Crédito (ESC). Um dos grandes fatores de concentração de renda no Brasil é o sistema de crédito, pois capta de todos para emprestar apenas para alguns. A ESC poderá realizar operações de empréstimo, financiamento e desconto de títulos de crédito somente para pessoas jurídicas no âmbito local e não poderá captar recursos. Esse mecanismo pretende multiplicar a oferta e facilitar o acesso ao crédito para os pequenos negócios, podendo significar apoio significativo para os empreendimentos inovadores.Num momento de aumento de impostos e aperto nas contas públicas, é possível acreditar que o Crescer Sem Medo é uma prioridade para o Governo como um todo? E para o Congresso?Tenho dito frequentemente que o óbvio cria facilmente o consenso. É claro que o ajuste também se faz pelo lado do desenvolvimento econômico. Dotar a esmagadora maioria das empresas – as que têm mantido o crescimento positivo do emprego nos últimos anos e, ao mesmo tempo, são a mais importante alternativa ao emprego – de melhores condições de desenvolvimento, de crescer sem medo, é fundamental. Isso foi plenamente incorporado pela Câmara dos Deputados, que aprovou por unanimidade o relatório da comissão especial sobre o projeto no último dia 1º de julho. Tenho certeza de que não será diferente no plenário da Câmara e no Senado. A Frente Parlamentar da MPE é uma das maiores e mais ativas do Congresso e tem o projeto como pauta prioritária. É necessário, todavia, manter forte a mobilização da sociedade perante os parlamentares para aprovação do projeto.Você já foi empreendedor e ainda convive com muitos empreendedores em seus círculos pessoais. Agora é o Ministro responsável por melhorar o dia-a-dia de mais de 90% dos donos de empresas do Brasil. Qual é o legado que você quer deixar?Há 31 anos foi aprovado o primeiro Estatuto da Microempresa e, há 19 anos, a primeira Lei do Simples. Para chegar ao estatuto, meu trabalho começou em 1979 e foi concluído após os dois primeiros congressos nacionais das MPEs – o último foi dentro do Congresso Nacional. A primeira Lei do Simples, que resultou da inclusão do art. 179, de minha autoria, na Constituição, assegurando tratamento diferenciado e favorecido às MPEs, foi objeto de intensa articulação junto aos Poderes da República e de grande campanha institucional do SEBRAE na mídia pela facilitação da vida do pequeno negócio. Deu tão certo que começou como projeto de lei apresentado no Senado e foi concluída após a apresentação de medida provisória transformada em lei pelo Congresso Nacional.Após tanto tempo de amadurecimento da política pública de tratamento favorecido e diferenciado para as MPEs, vimos avanços importantes: a inclusão do tema na Constituição (art. 179); a criação do Simples Federal, do Simples Nacional, do MEI e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República; e uma verdadeira e nova revolução em 2014, com a edição da Lei Complementar 147.Essa revolução engloba mais de 80 inovações, como a universalização do Simples Nacional, os instrumentos de garantia de tratamento favorecido e diferenciado, a facilitação para obtenção de licenciamento de atividade, a dispensa de certidão negativa de débitos em atos da vida empresarial, a ampliação da fiscalização orientadora, as inovações na recuperação judicial e na falência, entre outras.Acabar com a discriminação injusta de alguns setores para usufruir do Simples foi uma luta de 18 anos, pois ela já existia na primeira Lei do Simples. Com a universalização, mais de 500 mil empresas foram beneficiadas e mais de 140 atividades puderam, a partir de 2015, optar pelo regime simplificado.
A IMPORTÂNCIA DESSE PASSO É GIGANTESCA PARA AUMENTAR O POTENCIAL DE GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA NA SOCIEDADE E INCENTIVAR O EMPREENDEDORISMO E A FORMALIZAÇÃO DOS NEGÓCIOS.
O sucesso dessa experiência importante com o Simples permitiu a sua transposição para outros campos de ação, marcando o início do Programa Bem Mais Simples Brasil, que está sendo desenvolvido com projetos importantes para a sociedade.Há legados importantes que serão deixados. É o caso da implantação nacional do processo integrado de abertura, alteração e baixa de empresas, que reduzirá drasticamente as dificuldades para a formalização de negócios.Em que pesem essas e outras ações, eu gostaria de ser lembrado como o ministro que colocou os pequenos negócios na agenda nacional, vinculando efetivamente todos os poderes e governos, a fim de pensarem primeiro nas pequenas empresas ao criarem novas obrigações e ao atuarem para o desenvolvimento econômico local e nacional, respeitando a necessidade do devido tratamento diferenciado e favorecido. É um caminho que ainda está sendo trilhado, mas com passos evolutivos firmes e fortes de concretização.Por último, queríamos que você completasse a seguinte frase: “Empreender é…”Empreender é assumir riscos. Além do empreendedor econômico, há também os empreendedores sociais e cívicos. Todos têm um traço comum: a coragem de assumir riscos. Sem essa coragem não há empreendedor.
Fonte: Guilherme Afif: Depois do Simples Nacional - Endeavor Brasil

A importância da inovação para a carreira e os negócios

Confira as visões de André Galassi e Eduardo Borba
André Galassi, Especialista em marketing e gestão pela Universidade de São Paulo (USP)Pesquisa recente da consultoria PwC apontou que 64% dos presidentes de empresas consideram a capacidade de inovar mais importante do que a eficiência operacional dos funcionários.Mas, afinal, o que é inovar? Inovar é estar constantemente atualizado com as transformações do seu ramo de atuação e antecipar tendências. É encontrar soluções que tragam mais benefícios para pequenos ou grandes problemas ou mesmo buscar uma maneira nova de resolver um mesmo problema, otimizando o resultado e agregando valores.Ao contrário do que muitos acreditam, inovar não significa, necessariamente, reinventar alguma coisa, mas sim quebrar padrões e resolver problemas ou mesmo se antecipar a eles. O processo de inovação não é algo sem método. Ao contrário, ele pode e deve seguir etapas. Para quem deseja se destacar na carreira e nos negócios, procure seguir seis passos para se tornar um profissional inovador:1) Arrisque: toda inovação traz em si um pouco de incerteza, mas é preciso ser otimista e arriscar para que o processo de inovar se realize.2) Motive-se: a automotivação é fundamental para você e sua equipe. Mudanças exigem quebra de paradigmas e, normalmente, geram desconfiança porque sair da zona de conforto é difícil para muita gente.3) Comprometa-se: mudanças exigem persistência e resiliência. Para inovar, é preciso manter o foco e a responsabilidade na criação do novo processo, com comprometimento e disciplina.4) Olhe o todo: somente com uma visão global da área de atuação é possível avaliar o que pode ser melhorado ou transformado.5) Seja seguro: esteja seguro quanto à importância do que se propõe e passe segurança ao falar sobre o assunto. O caminho mais simples para ter confiança é estudar muito sobre o tema e suas variáveis.6) Compartilhe: é muito importante saber dividir. Quando você se mostra aberto ao diálogo, ao compartilhamento e à colaboração, consegue engajar outros para apoiarem sua ideia.* * **************************************************Eduardo Borba, Autor do livro Inovação Natural – A Nova Essência do Mundo dos NegóciosTanto no universo empresarial quanto no acadêmico não há mais dúvidas: a inovação é a força central que mantém o desenvolvimento econômico e a capacidade competitiva das empresas e dos profissionais no mercado de trabalho.Inovação deixou de ser opcional para virar competência de sobrevivência. Esta necessidade latente está provocando uma corrida para o desenvolvimento e obtenção das melhores práticas e metodologias de inovação.A verdadeira inovação que as empresas precisam, contudo, não está em metodologias, mas, sim, no comportamento humano. É aqui que se encontra a grande oportunidade da nova economia, abordada sob a ótica do conceito de inovação natural em publicação recém-lançada.O avanço tecnológico, que substitui as atividades físicas e intelectuais-executivas do ser humano numa velocidade exponencial, pressiona as empresas e seus profissionais a se adaptarem ao novo contexto, desenvolvendo e potencializando a única competência que a tecnologia não substituirá: a criatividade.Uma pesquisa recente da IBM com 1.500 CEOs identificou a criatividade como “a competência de liderança” número 1 do futuro. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) já alertou que as atividades profissionais repetitivas e insalubres serão cada vez mais executadas por robôs e softwares, tendo como consequência a expansão de atividades que demandam capacidades para resolver problemas, intuição e criatividade.Estes fatos sustentam a previsão de que as atividades criativas serão 50% da economia global até 2025.O perfil profissional mais desejado pelas empresas até então era o executivo. A partir desta presente revolução pós-industrial, além das capacidades executivas, devem ser somadas competências criativas para o desenvolvimento do empreendedor do século 21.
Fonte: A importância da inovação para a carreira e os negócios - A Notícia

Os melhores momentos do Day 1, com Lemann, Guga, Flavio Augusto e outros grandes nomes

Teve riso, teve choro, teve até uma anta. O Day 1 é sempre um mix de emoções, mas esse, amigos, foi especial. Se você perdeu, não tem problema. Enquanto as histórias em HD ficam prontas, a gente disponibiliza o vídeo da transmissão na íntegra ali em cima e te intera dos momentos mais marcantes aqui em baixo.Jorge Paulo Lemann e a importância de fazer burradasQuem vê hoje o grande homem de negócios que é Jorge Paulo Lemann, não pensa nos grandes erros que ele precisou cometer em sua jornada. Algumas das maiores lições ele tirou de sua juventude e da primeira vez que faliu uma empresa:“Sem esforço, nunca se tem resultado. Aos 17 anos, fui para Harvard, onde estavam os jovens mais brilhantes do mundo – e eu, um surfista e tenista que nunca tinha estudado muito. Depois de um ano lá quase fui expulso, porque soltei uns fogos que não poderia, mas acabaram me dando uma chance. Entendi que eu deveria encontrar uma maneira de completar meu curso, ou eu nunca teria um diploma de Harvard. Comecei a estudar umas 6 horas por dia, todos os dias após as aulas”.Quando enfim completou o curso, Jorge Paulo se juntou a outros ex-alunos de universidades da Ivy League (consideradas as melhores dos EUA) e montou uma financeira. Seus sócios eram mais velhos e mais experientes, todos com formação acadêmica exemplar, mas passaram-se apenas 4 anos anos até que a empresa foi à falência.
“Eu tinha 26 anos e aprendi que não era tão inteligente assim”.
“Faliu porque não tinha nenhuma administração, éramos todos parecidos. Todo mundo queria tomar conta, mas ninguém olhava para a retaguarda. Aprendi a ter outros tipos de pessoas comigo e que toda empresa precisa ter uma boa administração, senão não anda. O ‘goleiro’ é tão importante quanto as pessoas que estão fazendo os negócios. Aprendi a tratar muito bem os goleiros”.O lado empreendedor de Guga KuertenGuga subiu no palco admitindo que tinha ido ao dicionário ver em que definição de empreendedor ele se encaixava: realizador de uma tarefa muito difícil.Sua carreira foi toda marcada por dificuldades, vitórias e improbabilidades. No Day 1, Guga foi puro coração. Contou sua história pelas histórias da família, que inclui seu treinador, Larrí.Do seu lado, foi mais empreendedor do que nunca. Fora da quadra, por exemplo, gerindo recursos quando ficou sem patrocinador. Dentro dela, na agilidade e pressão:“Cada vez a bola vem diferente. São 300 hipóteses por segundo. Não dá para parar e analisar, tem que decidir a cada milésimo de segundo”.Vilmar e Aline Ferreira em gerações de superaçãoVilmar teve uma infância muito pobre na roça. Aos 18, decidiu deixar o interior do Ceará para ir a Fortaleza, em busca de uma vida melhor:“Juntei as trouxas, peguei carona de caminhão e fui procurar emprego. Eu ganhava menos de um salário mínimo. Meu patrão fez essa oferta e eu ainda agradeci.Ele me colocou o apelido de pimenta, porque eu era muito rápido. Me deu um dinheiro para comprar sacos de feijão. Comprei e comprei mais barato que ele, porque enquanto ele ia andando para 10 armazéns, eu ia correndo em 20 armazéns, via a qualidade, o preço e fazia meu leilãozinho.Ele nunca aumentou meu salario, nem eu nunca pedi. Mas nunca deixei de trabalhar com o mesmo entusiasmo. A empresa dele já tinha mais que dobrado em 6 meses”.E essa atitude que diferenciava Vilmar como um empreendedor nato. Tudo isso era para que ele juntasse um dinheirinho e pudesse abrir seu próprio negócio.Voltou para o interior e montou uma mercearia. Quando foi se despedir do ex-patrão em Fortaleza, ele só faltava implorar para que Vilmar não o deixasse.
“Ele me ofereceu 5% da empresa e um salário justo, mas eu não queria mais ser empregado”.
Vilmar chegou a ter outros negócios familiares antes de construir a Aço Cearense, hoje sob comando de sua filha, Aline – que compartilhou também a dor que precisou resignificar para provar-se capaz de tudo. Os dois sempre estiveram acompanhados de muita garra e superação. Veja o Day 1 para se emocionar com essa história.Nelson Sirotsky e o sonho da perpetuaçãoAos 20 anos, ele pediu demissão da empresa do próprio pai – na época Rádio Gaúcha, hoje Grupo RBS – por um conflito de visões. Mesmo sem viabilidade comercial, Nelson estava convicto que a rádio deveria cobrir a Copa do Mundo e acompanhar a seleção brasileira. O “chefe” acabou pedindo que ele voltasse e assumisse a responsabilidade de arranjar investimento para realizar a transmissão. Foi o que Nelson fez.A cobertura foi o pontapé inicial do crescimento da RBS. Tanto que, anos depois, quando seu pai faleceu, Nelson era o favorito para assumir a presidência. Só que a família chegou a outra decisão.“Eu tinha 33 anos e estava absolutamente traumatizado pela morte dele e por todos os significados que isso tinha pra mim. Naquele momento, precisávamos colocar à frente dos interesses individuais, os interesses coletivos”.Foi apenas 4 anos depois de seu tio assumir que Nelson virou presidente e, com ele, trouxe processos e governança corporativa à empresa familiar. Veja as lições de Nelson sobre apostar no que acredita, sempre mantendo o profissionalismo.Daniel Wjuniski: transformando dificuldade em negócio“Bolota” foi só um dos apelidos que acompanhou o Daniel até sua adolescência. Mas suas complicações de saúde mesmo vieram mais tarde, quando começou a sentir dores abdominais muito fortes. Operou-se da apendicite e parecia tudo certo. Só que no mês seguinte, as dores voltaram e Daniel recebeu o diagnóstico de verdade: ele tinha doença de Crohn.Não sabe o que é isso? Ele também não sabia. Foi buscar mais informações no Cadê e no Altavista (Google não existia) e apenas sites americanos puderam ajudá-lo a conviver melhor com aquela notícia.Esse foi seu Day 1, e o que motivou a criação do Minha Vida e do Dieta e Saúde, que ajudam milhões de brasileiros a viverem mais e melhor consigo mesmos.
“A historia de cada uma das pessoas que impactamos me fazem querer crescer a cada dia”.
O início não foi fácil. Daniel precisou brigar com empresas de tecnologia para conseguir colocar seu MVP no ar, por exemplo. Mas hoje, 500 mil pessoas conhecem mais sobre a doença de Crohn a cada ano, entre outras.“É possível realizar o seu sonho, e se você realizá-lo, você também realiza o de milhares de pessoas”.Flavio Augusto e o valor do coletivoFlavio Augusto foi criado sendo o centro do universo, de acordo com suas próprias palavras – “Minha avó levava suquinho para mim”. Mas foi quando se apaixonou por sua atual esposa, Luciana, 25 anos atrás, que ele deixou de pensar no “eu” e passou a pensar no “nós” pela primeira vez.“Eu comecei a pensar em ganhar dinheiro. Arranjei emprego em uma escola de inglês. Levava duas horas para ir e voltar, pagava eu mesmo as fichas telefônicas para poder trabalhar. Naquela empresa cresci, em 4 anos virei gestor e quis abrir meu próprio negocio”.R$20 mil no cheque especial – dele e da Luciana – e foi criada a WiseUp. O “nós” foi ficando ainda maior, agregando todas as pessoas que ele poderia impactar.Flavio vendeu a rede, mas sentiu falta de ampliar seu “nós”.
“Quando você vive o ‘nós’, seu ‘eu’ é recompensado”.
Montou então o Geração de Valor, que tem objetivo de compartilhar conhecimento sobre empreendedorismo em redes sociais: “Eu tinha uma necessidade de dizer para as pessoas que elas têm a capacidade de mudar seu próprio destino”.Leia o artigo original no Portal da Endeavor Fonte: Os melhores momentos do Day 1, com Lemann, Guga, Flavio Augusto e outros grandes nomes - Empreendedor

Fabricante de extintor é condenada a pagar R$ 27 mil para motorista

Está publicado no site do Tribunal de Justiça de SC: “Empresa ressarcirá homem que teve o carro incendiado por defeito no extintor”. Segundo o portal, a 3ª Câmara de Direito Civil do TJ manteve a decisão que determinou o pagamento de danos materiais no valor de R$ 27 mil a um homem pelo incêndio de seu carro, em ação movida contra empresa de comércio de extintores.ExtintorDurante o sinistro, a vítima tentou acionar o equipamento para conter o início das chamas, quando descobriu que ele não tinha mais pressão. A perícia constatou que o extintor estava sem o anel de vedação na haste da válvula de descarga. Assim, o sistema perdeu pressão gradualmente e ficou vazio. A empresa alegou que o motorista não soube utilizar o equipamento de segurança e que a combustão foi causada unicamente por defeito mecânico do carro.Segundo o relator do recurso, desembargador substituto Saul Steil, “[...] o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”. A decisão foi unânime.
Fonte: Fabricante de extintor é condenada a pagar R$ 27 mil para motorista - Joinville Motor

Intel torna público software que permite Stephen Hawking falar

O programa e o código-fonte completo foram publicados no site de compartilhamento de programação GitHub
O software que possibilita ao físico Stephen Hawking falar através de um computador está disponível agora como software live. Pode ser baixado gratuitamente por qualquer desenvolvedor interessado em expandir o uso da aplicação e descobrir novas formas de utilizar a tecnologia.Chamado de Assistive Context-Aware Toolkit (ACAT), o programa interpreta sinais visuais e os traduz em palavras, que são então "faladas" por uma voz sintetizada.A Intel desenvolveu o programa, originalmente, para Hawking, mas ele já foi usado por outras pessoas com doenças do neurônio motor (que afetam as células que controlam a atividade muscular).O software pode executar outras funções além de enviar textos para um sintetizador de fala. "Temos menus para acessar diferentes partes do computador", disse Lama Nachman, engenheira-chefe da Intel. "Se você quer usar o Word, navegar na internet e falar você pode usar o ACAT para isso."Técnicos da companhia realizaram testes com diversos sensores, e esperam que os desenvolvedores tentem outras opções adequadas às necessidades e habilidades de cada paciente. Hawking usava o ACAT para transformar os movimentos faciais em texto e, posteriormente, voz.A Associação de Doenças do Neurônio Motor (MND Association) do Reino Unido elogiou a iniciativa da Intel."Ajudar a manter a comunicação de uma pessoa com esta doença pode ser simples como usar papel e caneta. Mas, à medida que a doença avança, as pessoas muitas vezes perdem o uso das mãos também", disse Karen Pearce, diretora de assistência da MND Association."É aí que a tecnologia de ponta AAC (Comunicação Ampliada e Alternativa, que auxilia pessoas com dificuldades) pode ajudar, mas é vital que terapeutas de discurso e linguagem avaliem as melhores opções para as famílias.""Vai ser empolgante ver como vai funcionar essa abordagem de código aberto", diz.A "AAC é uma parte fundamental da minha vida. Ao contrário de pesquisas médicas, a tecnologia está avançando muito rapidamente, e é animador ver novas coisas surgindo todos os anos", disse Euan MacDonald, que sofre de doença do neurônio motor e faz avaliações sobre acesso para deficientes no site Euan's Guide."Quanto mais tecnologias que nos ajudem a expressar o que pensamos, melhor", disse."Nossa esperança é que, ao deixar a plataforma configurável em código livre, os desenvolvedores vão continuar expandindo o sistema e adicionando novas interfaces para os usuários, novas modalidades de sensibilidade, predição de palavras e outros recursos", comentou Sai Prasad, desenvolvedor do ACAT, no site da Intel.A Intel espera que o ACAT, que roda no Microsoft Windows 7 e versões superiores, possa ser aperfeiçoado por pesquisadores que desenvolvem novas interfaces para pessoas que sofrem de doenças como a ELA (esclerose lateral amiotrófica), que afeta a Hawking.O programa e o código-fonte completo foram publicados no site de compartilhamento de programação GitHub. (*) Com agências
Fonte: Intel torna público software que permite Stephen Hawking falar - IDG Now!

Grátis: Unicamp oferece curso on-line sobre empreendedorismo

Pensando em investir no próprio negócio? Curso on-line traz as principais práticas nesse sentido

Estão abertas as inscrições para o curso O Empreendedorismo e as Competências do Empreendedor”, oferecido pela Unicamp por meio da plataforma Coursera. Com duração de 10 a 12 horas, as aulas vão abordar conceitos e práticas que o empreendedor deve adotar para desenvolver seu negócio.

O módulo foi elaborado pelo professor Paulo Lemos, e tem o objetivo de atender empreendedores que já identificaram uma oportunidade de um novo negócio ou pessoas que queiram aumentar seu conhecimento sobre o assunto.

Aulas vão abordar conceitos e práticas que o empreendedor deve adotar para desenvolver seu negócio
Aulas vão abordar conceitos e práticas que o empreendedor deve adotar para desenvolver seu negócio
Foto: Syda Productions / Shutterstock

As inscrições podem ser feitas por meio deste link .

Fonte: Grátis: Unicamp oferece curso on-line sobre empreendedorismo - Terra

Estagiário encontra falha grave de segurança no Facebook e é demitido

Estagiário encontra falha grave de segurança no Facebook e é demitido
Um estagiário do Facebook foi demitido após criar um plugin para Google Chrome que chamava atenção para alguns defeitos de privacidade no Messenger.Segundo o Boston.com, em maio, o estudante de ciências da computação e matemática de Harvard, Aran Khanna, criou o Marauder’s Map, um aplicativo que utilizava dados do Messenger para mapear onde os usuários estavam quando enviaram as mensagens. O aplicativo também era capaz que mostrar a localização, cuja precisão era de menos de um metro.Essas informações, tal como a localização, foram enviadas em um grupo de três pessoas que Khanna mal conhecia – ou seja: os estranhos sabiam de onde as mensagens haviam sido enviadas e vice-versa. Com isso, um grande erro de privacidade do Facebook foi revelado: o aplicativo do Messenger automaticamente compartilha a localização do usuário com todas as pessoas com quem ele conversou.O estagiário divulgou o aplicativo em algumas redes sociais e logo foi descoberto pelo Facebook. Três dias depois, o Facebook pediu-lhe para desativar o aplicativo e também desativou o compartilhamento de localização nos desktops, o que significa que, nem se o aplicativo ainda funcionasse, ele poderia ser utilizado. Antes da desativação, o aplicativo teve mais de 85 mil downloads.Pouco tempo depois, o Facebook lançou uma atualização do Messenger que “daria total controle ao usuário de como e quando compartilhar a informação de localização”. Quando ao estagiário, ele foi demitido pouco tempo depois por “não alcançar os altos padrões éticos” que se esperam dos funcionários na empresa. O problema, lhe foi dito, foi a maneira como ele descreveu a coleta e compartilhamento de dados dos usuários.
Fonte: Estagiário encontra falha grave de segurança no Facebook e é demitido - MSN

CANAIS DE VENDA ONLINE