Correios e Serasa Experian fecham parceria para estimular negócios

Na Agência Central dos Correios em Brasília e na Agência de Correios Cidade de São Paulo, localizada na capital paulista, o serviço de consulta a CPFs próprio e de terceiros e a empresas começa a funcionar nesta quarta-feira (15). De acordo com os Correios, o serviço estará disponível em 6.400 agências da empresa no país até o dia 31 de março. Nas unidades franqueadas, o serviço deve ser implantado ainda neste ano.Pelo serviço, os usuários poderão verificar o próprio CPF, para identificar a existência de dívidas, ou  o CPF de pessoas com quem queiram fazer negócios. Além disso, poderão verificar a situação do CNPJ de empresas com as queis queiram realizar negócios.A expectativa é que, até o final do ano, a receita dos Correios aumente mais de R$ 3 milhões, apenas com os serviços propostos. A parceria visa ao fortalecimento da cidadania e a ampliação do faturamento do segmento financeiro.Fonte: Empreendedor

Governo anuncia R$ 8,2 bilhões de crédito para pequenas e microempresas

Crédito estará disponível a partir de março; programa também prevê R$ 200 milhões em investimentos para a desburocratização de sistemas informatizados.

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O governo federal anunciou nesta quarta-feira (18) a liberação de R$ 8,2 bilhões em financiamentos para pequenas e microempresas para os próximos dois anos a partir de março. O dinheiro estará disponível em empréstimos do Banco do Brasil e do BNDES.

O programa, chamado de "Empreender Mais Simples: Menos Burocracia, Mais Crédito", também prevê o investimento de R$ 200 milhões na melhoria de dez sistemas informatizados para auxiliar na desburocratização e gestão de empresas. Os primeiros módulos modernizados serão lançados em fevereiro, segundo o Sebrae, um dos responsáveis pelo programa.

As medidas são promovidas pelo Sebrae e Banco do Brasil, além do próprio governo federal. Elas visam reduzir a burocracia enfrentada por empreendedores e orientá-los na busca de verbas para expandir o negócio.

Dos R$ 8,2 bilhões disponibilizados, em torno de R$ 7 bilhões sairão do BNDES, numa modalidade em que as pequenas e microempresas poderão ter um prazo de pagamento de até 60 meses, carência de até 12 meses e encargos totais a partir de 1,63% ao mês.

O R$ 1,2 bilhão restante sairá de uma linha de empréstimo do Banco do Brasil, que conta com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Por meio dessa última modalidade de empréstimo, o interessado poderá realizar o financiamento com contratação simplificada, prazo de até 48 meses para o pagamento, isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxas de juros a partir de 1,56% ao mês. A carência será de até 12 meses para a quitação da primeira parcela do valor principal.

Em contrapartida, o empreendedor deve garantir os empregos gerados e a renda até um ano após depois da contratação do crédito. Se o negócio contar com mais de dez empregados, o dono terá de contratar um jovem aprendiz em até seis meses após o empréstimo.

Em fevereiro, nove cidades terão agentes especializados do Sebrae para prestar consultorias às empresas que buscarem os empréstimos: Campinas, Ribeirão Preto, Vitória, Manaus, Cuiabá, Sinop, Natal, Mossoró e Curitiba. Depois, a partir de março, a expectativa é que o convênio esteja operando plenamente, com 500 agentes em todo o país.

Modernização de sistemas

Um dos sistemas a serem modernizados, informou o presidente do Sebrae, Afif Domingis, é o e-Social. Os empreendedores poderão usar a ferramentar para atualizar de uma só vez as obrigações trabalhistas e previdenciárias.

Com a mudança, 13 obrigações acessórias serão descartadas e o comerciante poderá incluir o recolhimento das contribuições ao INSS dos empregados e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na guia do Simples Nacional.

Confira todos os sistemas que serão modernizados, segundo o Sebrae:

- Implantação do sistema Redesimples - Documentos fiscais eletrônicos das micro e pequenas empresas - e-Social - Processo de restituição automatizada do Simples Nacional - Pedido eletrônico de isenção de IPI e IOF - Pedido simplificado de restituição e compensação - Repositório nacional de dados do Simples Nacional - Aprimoramento do Portal do Empreendedor e Conta Corrente (fiscal) do MEI - Sistema de pagamento do Simples Nacional por modalidades eletrônicas - Sistema de parcelamento do Simples Nacional

Micro e pequenas empresas no Brasil

De acordo com dados do Sebrae, as pequenas e microempresas somam 11,5 milhões de negócios no país, o que representa 98,5% de todas as empresas brasileiras. Ao todo, elas são responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 41% da massa salarial. Ao todo, metade dos pequenos negócios estão na região Sudeste.

Segundo o Sebrae, apesar do crescimento de pequenas e microempresas no país, 83% dos donos desses empreendimentos não procuraram crédito no ano passado. Já 19% dos que procuraram um banco para um empréstimo em algum momento tiveram o pedido negado. Estudo da entidade também indica que a inadimplência aumentou de 3,4% em 2012 para 8% em 2016.

Fonte: G1


BNDES lança aplicativo para micro, pequenas e médias empresas

A ferramenta pretende desburocratizar o acesso a informações

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou um aplicativo móvel para o segmento de micro, pequenos e médios empresários. O app BNDES MPME será lançado oficialmente na Feira do Empreendedor 2017, que começa dia 18 em São Paulo, mas já está disponível para download para smartphones e tablets nos sistemas Android e iOS.
Segundo o chefe do Departamento de Relacionamento Institucional do banco, Carlos Alberto Vianna Costa, “o aplicativo navega internamente nos sistemas operacionais da instituição e permite às MPMEs que já são clientes do BNDES pesquisarem o status de suas demandas de crédito junto ao banco.”A ferramenta, segundo o coordenador do Departamento de Sistemas da Área de Tecnologia da Informação do BNDES, Rodrigo Gama, vai desburocratizar o acesso a essas informações. “[O aplicativo] permite que você, com um simples toque na tela do seu celular, atualize ou veja o andamento de todas as operações que escolheu, colocou entre seus favoritos. Essa é a principal coisa que o aplicativo traz de novo.”O app também atende aos bancos repassadores de recursos do BNDES e aos fornecedores de máquinas e equipamentos.Ampliação  A expectativa é que o novo aplicativo contribua para ampliar a participação do segmento de micro e pequenas nos desembolsos do BNDES. Além dessa ferramenta, o banco tem investido em outras ações com esse objetivo, entre elas a criação de um portal de acesso exclusivo às linhas de crédito do banco, que deve ser lançado em junho.“Por meio desse portal, a gente pode oferecer as linhas aos agentes financeiros, permitir o fomento ao ambiente de negócios e ampliar o acesso desse público às linhas do BNDES”, disse Vianna Costa.A participação das micro, pequenas e médias empresas nos desembolsos do BNDES no ano passado atingiu R$ 27,2 bilhões, cerca de 30% do total liberado pelo banco.Fonte: Empreendedor

BANCOS SE PREPARAM PARA A MIGRAÇÃO DO ROTATIVO DO CARTÃO

A tendência é de que a porta de saída do rotativo seja a oferta automática do "parcelamento da fatura"

Cartão de crédito: Brasil tem uma das taxas mais altas do mundo (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O sistema bancário acerta os últimos detalhes para oferecer parcelamento da fatura do cartão de crédito como alternativa aos clientes que baterem no limite de 30 dias de uso do rotativo. A mudança, que começa em 3 de abril, vai transferir os consumidores do crédito mais caro do sistema financeiro para uma modalidade mais barata.Entre os grandes bancos consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo, a tendência é de que a porta de saída do rotativo seja a oferta automática do "parcelamento da fatura". Essa é uma linha já existente e que permite ao consumidor dividir o saldo devedor do cartão de crédito. Ao migrar para o parcelado, o custo cai drasticamente: a taxa dessa operação foi de 153,8% ao ano em dezembro de 2016 - quase um terço do rotativo, de 484%.Determinada em janeiro pelo governo como uma das medidas para reduzir o custo dos empréstimos, a decisão estabelece que os clientes que ficarem pendurados por um mês nessa operação terão de pagar a conta integralmente ou, como preveem os bancos, parcelar a dívida em uma nova operação.Apesar de reconhecerem o potencial de ganho aos consumidores com a redução dos juros, os bancos temem que o elevado calote hoje registrado no crédito rotativo migre para a nova operação. Isso também frustraria os planos do governo de incentivar o consumo por meio de juros menores.Executivos do setor admitem que a troca deve efetivamente reduzir o juro pago pelo consumidor porque a natureza das operações é diferente. "O rotativo é uma linha em que não sabemos quanto nem quando o cliente usará. No parcelamento da fatura, ao contrário, sabemos quanto vamos financiar e por quanto tempo. O risco é menor", diz o diretor do Bradesco Cartões, Cesário Nakamura.Os dados de atraso e inadimplência no rotativo e no parcelado são radicalmente diferentes, o que explica a disparidade de taxa entre os dois. Dos clientes que usam o crédito rotativo, 14,4% têm atraso no pagamento entre 15 e 90 dias e 37,2% estão inadimplentes (com falta de pagamento por mais de 90 dias), segundo o BC. Assim, mais da metade dos clientes - 51,6% - têm atraso superior a duas semanas.Já no parcelamento da fatura, os números são mais comportados: atraso de 15 a 90 dias de 5,2% e inadimplência de 1,1%.O discurso dos bancos é mais cauteloso quando o tema é calote. Um executivo de outra grande instituição financeira alerta que a migração forçada do rotativo para o parcelamento poderá reduzir o juro, mas não há clareza se os indicadores de inadimplência vão melhorar."Estamos apostando que o mercado terá uma contrapartida com a redução efetiva do risco. Se a inadimplência simplesmente migrar do rotativo para o parcelamento, o juro dessa operação não seguirá baixo e teremos problemas", diz o executivo.O alerta do executivo é que o risco de calote de um cliente não cai só com a troca do crédito. Ele reconhece, porém, que o risco teórico da operação tende a cair porque o parcelamento permitirá à instituição adequar a dívida ao fluxo de caixa do cliente.Outro entrave pode ser a compreensão da operação. "Nem sempre o cliente entende ou concorda com a mudança. É um desafio de comunicação, educação e entendimento", diz o superintendente-executivo de cartões do Santander, Rodrigo Cury.Para complicar, clientes que ainda tiverem limite disponível poderão continuar usando o meio de pagamento. A fatura virá com as compras mais recentes somadas ao parcelamento automático do mês anterior.Uma outra grande instituição decidiu que o valor será acrescido ao campo "pagamento mínimo". Assim, o campo será a soma de 15% das compras do mês acrescida de 100% do rotativo usado por 30 diasO sistema bancário acerta os últimos detalhes para oferecer parcelamento da fatura do cartão de crédito como alternativa aos clientes que baterem no limite de 30 dias de uso do rotativo. A mudança, que começa em 3 de abril, vai transferir os consumidores do crédito mais caro do sistema financeiro para uma modalidade mais barata.Entre os grandes bancos consultados pelo Estado, a tendência é de que a porta de saída do rotativo seja a oferta automática do "parcelamento da fatura". Essa é uma linha já existente e que permite ao consumidor dividir o saldo devedor do cartão de crédito. Ao migrar para o parcelado, o custo cai drasticamente: a taxa dessa operação foi de 153,8% ao ano em dezembro de 2016 - quase um terço do rotativo, de 484%. Determinada em janeiro pelo governo como uma das medidas para reduzir o custo dos empréstimos, a decisão estabelece que os clientes que ficarem pendurados por um mês nessa operação terão de pagar a conta integralmente ou, como preveem os bancos, parcelar a dívida em uma nova operação.Apesar de reconhecerem o potencial de ganho aos consumidores com a redução dos juros, os bancos temem que o elevado calote hoje registrado no crédito rotativo migre para a nova operação. Isso também frustraria os planos do governo de incentivar o consumo por meio de juros menores.Executivos do setor admitem que a troca deve efetivamente reduzir o juro pago pelo consumidor porque a natureza das operações é diferente. "O rotativo é uma linha em que não sabemos quanto nem quando o cliente usará. No parcelamento da fatura, ao contrário, sabemos quanto vamos financiar e por quanto tempo. O risco é menor", diz o diretor do Bradesco Cartões, Cesário Nakamura.Os dados de atraso e inadimplência no rotativo e no parcelado são radicalmente diferentes, o que explica a disparidade de taxa entre os dois. Dos clientes que usam o crédito rotativo, 14,4% têm atraso no pagamento entre 15 e 90 dias e 37,2% estão inadimplentes (com falta de pagamento por mais de 90 dias), segundo o BC. Assim, mais da metade dos clientes - 51,6% - têm atraso superior a duas semanas.Já no parcelamento da fatura, os números são mais comportados: atraso de 15 a 90 dias de 5,2% e inadimplência de 1,1%.O discurso dos bancos é mais cauteloso quando o tema é calote. Um executivo de outra grande instituição financeira alerta que a migração forçada do rotativo para o parcelamento poderá reduzir o juro, mas não há clareza se os indicadores de inadimplência vão melhorar."Estamos apostando que o mercado terá uma contrapartida com a redução efetiva do risco. Se a inadimplência simplesmente migrar do rotativo para o parcelamento, o juro dessa operação não seguirá baixo e teremos problemas", diz o executivo.O alerta do executivo é que o risco de calote de um cliente não cai só com a troca do crédito. Ele reconhece, porém, que o risco teórico da operação tende a cair porque o parcelamento permitirá à instituição adequar a dívida ao fluxo de caixa do cliente.Outro entrave pode ser a compreensão da operação. "Nem sempre o cliente entende ou concorda com a mudança. É um desafio de comunicação, educação e entendimento", diz o superintendente-executivo de cartões do Santander, Rodrigo Cury.Para complicar, clientes que ainda tiverem limite disponível poderão continuar usando o meio de pagamento. A fatura virá com as compras mais recentes somadas ao parcelamento automático do mês anterior.Uma outra grande instituição decidiu que o valor será acrescido ao campo "pagamento mínimo". Assim, o campo será a soma de 15% das compras do mês acrescida de 100% do rotativo usado por 30 dias.Fonte: PEGN

GOVERNO ANUNCIA INVESTIMENTO DE R$ 8,2 BI EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Parceria prevê financiamentos do BB, consultorias do Sebrae e participação da Receita

Dinheiro (Foto: Agência Brasil)
governo federal anunciou nesta quarta-feira que vai disponibilizar R$ 8,2 bilhões para micro e pequenas empresas. R$ 7 bilhões virão da linha BNDES capital de giro Progeren. O outro R$ 1,2 bilhão, da linha Proger Urbano Capital de Giro, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A parceria prevê financiamentos pelo Banco do Brasil e consultorias pelo Sebrae, além de participação da Receita Federal.Também está previsto investimento de R$ 200 milhões na criação de sistemas para melhorar o ambiente de negócios e destravar burocracias. O governo estima que 98,5% das empresas nacionais sejam micro e pequenas empresas, que concentram 52% das vagas de emprego no país.O investimento de R$ 8,2 bilhões vai começar a partir de março. Entre as medidas para desburocratizar, estão a criação de sistema de nota fiscal eletrônica para municípios; a unificação de obrigações fiscais acessórias previdenciárias; fiscais e trabalhista; e facilitação do acesso para aquisição de veículos por empresas do simples, visando à isenção de IPI e IOF.Fonte: Exame

Ex-bancário transforma rescisão em um negócio de R$ 18 milhões

Raniery Queiroz foi demitido do banco em que trabalhava. Então, uniu seu conhecimento no ramo com suas reservas para abrir um negócio próprio.

São Paulo – Um investimento polpudo não garante um negócio de sucesso. Da mesma forma que grandes investimentos podem evaporar diante de uma má gestão, empreendimentos com pouco capital inicial podem acabar dando muito certo.Esse segundo caso resume bem a trajetória do empreendedor Raniery Queiroz: ele começou seu negócio com 13 mil reais – o dinheiro de sua rescisão, logo após ter sido demitido do seu cargo de gerente de banco. Com um bom conhecimento da concorrência e de quais diferenciais poderia trazer, seu pequeno escritório deslanchou. Saiba mais: Foi demitido? Conheça seus direitos e faça o dinheiro durar Assim nasceu a MTCred: uma rede de pequenos escritórios de crédito consignado (empréstimo descontado diretamente da folha de pagamentos da pessoa física).Só no ano passado, o negócio faturou 18 milhões de reais – e, para o ano que vem, quer dobrar o faturamento e chegar a 100 unidades.

Demissão, mudança de vida e diferenciais

Queiroz trabalhou durante dez anos no setor bancário, em agências de Cuiabá (Mato Grosso). Porém, em 2008, a filial onde trabalhava fechou – e ele perdeu o emprego de gerente. “Tinha de buscar algo para fazer, e não queria mais voltar para as grandes redes de bancos. Acabei virando empreendedor por essa pressão mesmo”, conta.O ex-bancário pensou nas habilidades que havia adquirido na carreira, e optou abrir um empreendimento na área de crédito consignado – com a qual havia trabalhado por um ano. O investimento inicial de 13 mil reais, vindo da rescisão do seu último emprego.“Usei o dinheiro para montar a estrutura do meu escritório, em julho de 2008. Em seis meses, éramos o principal agente pequeno de crédito consignado do estado”, diz Queiroz.Segundo o empreendedor, sua experiência em grandes bancos foi fundamental para fazer o empreendimento, chamado de MTCred, destacar-se no meio da concorrência. Saiba mais: O Mito do Empreendedor– Patrocinado “No lado das pequenas empresas, havia um mercado amador, formado por gente não profissionalizada e sem estrutura para expandir, por exemplo. Viemos com a proposta de realmente ter uma empresa organizada, com fluxo de caixa, processos e setores bem definidos”, defende Queiroz.Ao mesmo tempo, o negócio tem um custo menor do que os grandes bancos e, assim, pode oferecer taxas mais atrativas – e um melhor atendimento, segundo o empreendedor“A gente consegue oferecer os mesmos serviços dos bancos, só que com mais personalização. Eu atendo o cliente em casa, de forma remota e fora do expediente, por exemplo. No começo tínhamos uma jornada de 14 a 15 horas por dia, para realmente fazer acontecer.”A taxa cobrada pela MTCred para o crédito consignado começa em 1,70% ao mês. Segundo a empresa, a média praticada pelo mercado é de 2,34%.

Reestruturação e expansão

Com isso, a MTCred chegou a ter 35 unidades próprias em 15 estados, por meio de parcerias concentradas em alguns sócios regionais. Porém, os planos não foram como esperado e algumas lojas não tinham uma boa operação.“Percebemos que o nosso negócio depende muito do cuidado do dono: é preciso prospectar ativamente os clientes e mostrar segurança, já que lidamos com crédito e dinheiro. Com os sócios, a gestão se perde um pouco: eles têm várias unidades e não podem estar todos os dias em todas”, explica Queiroz.Por isso, em 2011 a empresa adotou um outro modelo de expansão, focado em ter donos mais presentes: o franqueamento. Hoje, a MTCred possui 6 lojas próprias e 24 unidades franqueadas. “A intenção, em longo prazo, é ficar só com a loja-matriz e transformar o resto em franquias.” Saiba mais: Franquias Brasileiras - Estratégia, Empreendedorismo, Inovação e Internacionalização– Patrocinado A reestruturação do negócio, aliada à busca de brasileiros pelo crédito em anos de crise econômica, trouxe frutos ao negócio. No ano passado, a MTCred faturou 18 milhões de reais, e vendeu 156 milhões em crédito.
Unidade da MTCred

Unidade da MTCred, escritório de atendimento (MTCred)

Planos para 2017

Falando em crise, o negócio também resolveu aproveitar não só a procura dos consumidores finais, mas também a de potenciais franquados. Por isso, lançará neste ano o modelo de franquias Smart, que operam em “home office” (trabalho de casa). Saiba mais: 10 segredos para um home office incrivelmente produtivo “É um modelo feito para esse momento de crise, visando profissionais que não conseguem recolocação no mercado e não podem investir em um ponto comercial. Não é preciso ter experiência em crédito, pois fonecemos os materiais de treinamento e o suporte ao longo da operação; mas uma qualidade desejável é ser comercial, saber como vender”, diz Queiroz.Com isso, a MTCred espera chegar a 100 franquias até o fim de 2017. Isso geraria um faturamento anual de 36 milhões de reais e cerca de 300 milhões de vendas em crédito.LojaInvestimento inicial: 60 mil reais Prazo de retorno: 8 a 10 mesesSmartInvestimento: 15 mil reais Prazo de retorno: 6 mesesFonte: Exame

Crédito para pequenas empresas

Rubens de Andrade Neto_diretor executivo da ABSCM_1
Com o objetivo de melhorar as condições de acesso ao crédito para as micro e pequenas empresas, o Poder Executivo incluiu a proposta de criação de uma nova instituição de crédito, a ESC – Empresa Simples de Crédito, no PLC 25/2007. Esse projeto de lei, após tramitação na Câmara e no Senado, se converteu na Lei Complementar nº 155/2016.
De acordo com o projeto de lei citado inicialmente, as ESCs estariam sujeitas ao regime tributário do Simples Nacional, e, além disso, atuariam em seu município-sede e em municípios limítrofes, realizariam operações de empréstimo, financiamento e desconto de títulos perante pessoas jurídicas, e obedeceriam à regulamentação simplificada e específica do Banco Central do Brasil, entre outros requisitos. Ademais, não pertencendo ao Sistema Financeiro Nacional, as relações trabalhistas com seus funcionários estariam claramente apartadas daquelas a que estão sujeitas a maior parte das instituições reguladas pelo BC.No entanto, a criação das ESCs foi vetada sob os argumentos de técnicos do Ministério da Fazenda e da Advocacia Geral da União, de que elas realizariam atividades similares às já desenvolvidas pelas SCMEPP – Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte, que a estrutura proposta não era adequada para ser normatizada e supervisionada pelas autoridades monetárias, e, por fim, não continham os elementos imprescindíveis para serem beneficiadas pelo Simples Nacional.Realmente, não há justificativa plausível para a criação de um novo modelo de instituição de crédito, quando já se conta com SCMEPPs, instituições especializadas em microcrédito e crédito à micro e pequena empresa, que apresentam desempenho satisfatório no sistema financeiro, sobretudo no fomento ao empreendedorismo no País.Em dezembro de 2015, 37 sociedades estavam ativas em 25 municípios de 13 estados, presentes em todas as regiões do País. Essas instituições atendiam mais de cem mil clientes e apresentavam uma carteira ativa de cerca de R$ 230 milhões. O impacto econômico e social das SCMEPPs é reconhecido nos territórios e setores em que mais atuam, e podem se multiplicar com a introdução de algumas alterações necessárias  no ambiente normativo.Microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas teriam acesso ao crédito em maior volume e em condições mais favoráveis, caso as SCMEPPs pudessem tomar funding com mais facilidade e tivessem a possibilidade de diluir seus custos fixos por meio da oferta de diversos produtos e serviços aos seus clientes. Também seria importante que pudessem se dedicar mais à atividade fim e menos à burocracia exigida pelo Banco Central, e que tivessem condições de mitigar os riscos trabalhistas.Com esses objetivos, requeremos que seja autorizada a captação de recursos de investidores qualificados, conforme a definição da CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Pleiteamos, assim, a autorização para que as SCMEPPs comercializem seguros, consórcios, serviços de assessoria mercadológica, creditícia, gestão e planejamento, de cobrança simples, bem como atuem como emissoras, credenciadoras e instituidoras de arranjos de pagamento.O aumento das fontes de receitas alternativas permitiria que parte dos custos fixos fossem amortizados pelas receitas desses serviços, reduzindo o spread necessário para a sustentabilidade operacional das instituições financeiras de microcrédito. No projeto de criação das ESCs, pretendia-se que elas obedecessem à uma regulamentação simplificada e específica do Banco Central, tendo em vista que o custo de observância impacta as taxas de juros dos créditos. Portanto, seria bem-vinda uma reforma normativa visando a redução das obrigações acessórias também para as SCMEPPs.A principal força de trabalho das SCMEPPs é o agente de crédito, o qual desempenha um papel-chave nas relações com o empreendedor. Nessas relações, ele não só oferta crédito, mas também assessora o empreendedor em relação ao volume de crédito demandado, no cálculo de sua capacidade de pagamento e em outras questões econômico-financeiras. Esse nobre trabalho do agente de crédito permite a maximização dos benefícios obtidos com os recursos tomados emprestados e marca uma diferença gritante em relação às funções desempenhadas pelos funcionários das instituições do sistema financeiro tradicional.Sem dúvida, com uma normatização mais flexível e soluções inovadoras para o setor, as SCMEPPs ocuparão definitivamente o espaço para o qual elas foram criadas, tornando-se a mais importante fonte de crédito para os micro e pequenos negócios.Rubens de Andrade Neto é diretor executivo da ABSCM – Associação Brasileira das Sociedades de Microcrédito.Fonte: Empreendedor

13 startups brasileiras que fizeram a diferença em 2016

Especialistas listam para EXAME.com alguns negócios inovadores brasileiros que se destacaram neste ano.

São Paulo – A recessão econômica que marcou o ano de 2016 trouxe dificuldades para muitas empresas – incluindo os pequenos e médios empreendimentos. Porém, alguns negócios conseguiram crescer justamente quando os mais tradicionais passavam por uma reflexão de estratégia: as startups.
Segundo quatro especialistas consultados por EXAME.com, é fato que o ecossistema de empreendimentos inovadores cresceu neste ano. Ainda que o tamanho dessa ampliação não seja um consenso – para alguns ela é tímida, enquanto para outros foi significativa -, há alguns movimentos que apontam uma melhora para o ambiente de startups.
A primeira grande tendência foi o interesse das grandes corporações nos pequenos negócios inovadores. “A entrada das gigantes no ecossistema de startups ajudou os negócios a captarem mais recursos e a se financiarem, seja por meio de acelerações e investimentos ou pela compra de projetos”, afirma Bruno Rondani, do Movimento 100 Open Startups. “Por outro lado, o governo ficou de fora desse movimento. Faltou investimento público em 2016.”Ana Fontes, idealizadora da Rede Mulher Empreendedora, também destacou a entrada de grandes empresas no ecossistema. “Isso ajuda o ambiente de startups a evoluir, mesmo em um ano instável como esse. Por exemplo, a Visa fechou uma parceria com o Startup Farm; a Telefônica está dando apoio por sua aceleradora, a Wayra; e o Bradesco fez sua segunda edição do programa Inovabra.”Outra tendência de 2016 é a descentralização: há mais empresas inovadoras surgindo fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. “Isso é muito importante para o desenvolvimento da economia do país como um todo. Vimos isso acontecer principalmente em cidades como Belo Horizonte, Florianópolis e Recife neste ano”, explica Caíque Pegurier, mentor Endeavor, coordenador de MBA na Inova Business School e CEO da Wide Desenvolvimento Humano.“Também vimos startups com reais inovações tecnológicas, e não apenas negócios com mudanças marginais em relação a empreendimentos já existentes. Estamos entrando para valer no desenvolvimento de tecnologia, com negócios disruptivos.”A última tendência destacada pelos especialistas é a popularização dos negócios inovadores – mesmo que a maioria ainda não os conheça como “startups.”“Vimos startups brasileiras se destacando e saindo do grupinho dos especialistas no tema. Hoje, vemos pessoas falando de negócios como o Nubank com naturalidade, sem nem saber que ele é uma startup. Para mim, é um sinal de maturidade do mercado”, explica Pedro Waengertner, da aceleradora ACE.Quais foram as startups que souberam aproveitar melhor os movimentos trazidos por 2016? Veja, a seguir, 15 negócios brasileiros inovadores, que fizeram a diferença:

1. Contabilizei

Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei

Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei (Divulgação)

A Contabilizei é uma plataforma de contabilidade para micro e pequenas empresas, administrada de forma completamente online e com simplicidade, por meio da computação em nuvem.“A startup está dentro do movimento das fintechs e provavelmente já é a maior empresa de contabilidade do país, em número de clientes”, explica Pegurier. “Em apenas três anos de atividade, esse é um resultado surpreendente.”A startup, diz o mentor, representa um dos negócios inovadores de destaque que se desenvolveu fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo: ela é do Paraná. Além disso, ajudou seus clientes a economizarem 25 milhões de reais neste ano, apenas pela maior eficiência contábil.A Contabilizei já havia atraído grandes investidores no passado – como o fundo KaszeK Ventures. Este ano, recebeu um novo aporte, liderado pelo e.Bricks Ventures. Outros participantes do investimento foram novamente a KaszeK e o fundo internacional Endeavor Catalyst.

2. Dr. Cuco

Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco

Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco (Reprodução)

O Dr. Cuco é um aplicativo que funciona como uma “enfermeira digital”: por meio da ferramenta, é possível receber lembretes de medicamentos para doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão, por exemplo. Além de poder criar manualmente seus alarmes, o app permite receber automaticamente a prescrição feita por seu médico, já convertida em lembretes (peça ao seu médico para integrar-se ao Dr. CUCO).Em breve, os usuários poderão compartilhar seu tratamento com familiares e cuidadores, além de receber benefícios pelo tratamento realizado de maneira correta.“Essa solução tem o potencial de reduzir muito a taxa de desistência de tratamentos, o que reduz os custos do setor de saúde também”, explica Rondani. “É um negócio que tomará ainda mais força com o progressivo envelhecimento da população.”O criador do 100 Open Startups destaca que a empresa fechou este ano parcerias com grandes players do mercado de saúde, como o HCor (Hospital do Coração).O Dr. Cuco também foi escolhido como uma das dez startups mais sexy no evento de Rondani, a partir da opinião de 50 grandes empresas e dezenas de investidores. Por fim, a startup foi vencedora do Concurso de Planos de Negócios para Universitários do SEBRAE/SC, na categoria Negócios Digitais.O Dr. Cuco já recebeu um investimento-anjo e hoje está no Cubo, espaço para startups do banco Itaú Unibanco.

3. Me Passa Aí

Tela do site Me Passa Aí

Tela do site Me Passa Aí (Reprodução)

A Me Passa Aí se autodescreve como uma espécie de “Netflix dos estudos universitários”: os estudantes assinam o serviço e acessam videoaulas produzidas por alunos que se destacam, com posterior certificação por professores. O negócio começou em 2014 e tem 25 mil usuários cadastrados.Rondani destaca que o negócio passou este ano por um processo de investimento que pode se popularizar nos próximos anos: o equity crowdfunding. Por meio dele, pessoas físicas podem dar dinheiro a uma startup em troca de participação do negócio. No caso da Me Passa Aí, 250 mil reais foram arrecadados em troca de 12,5% de participação societária, diluída em 54 investimentos.

4. Exact Sales

Smartphone com informações sobre a Exact Sales

Smartphone com informações sobre a Exact Sales (Reprodução)

A Exact Sales é uma startup que desenvolveu uma metodologia e um software para gerar eficiência especificamente em vendas complexas.Com um ano e meio de vida, o negócio já atende mais de 500 clientes e faturou 2,1 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.Neste ano, o negócio conquistou sua segunda rodada de investimentos. O aporte foi realizado pelo fundo CVentures, no valor de 4 milhões de reais. O valuation é seis vezes maior do que o do primeiro investimento, feito no ano passado.“O que me impressiona é eles chegarem tão rápido neste porte de negócio. Eles conseguem esse resultado atingindo um grande problema das empresas brasileiras: as vendas”, diz Waengertner, da ACE. “Em 2016, eles provaram que já saíram do estágio de startup iniciante, entrando em uma faixa de maior peso.”Vale lembrar que a Exact Sales também está fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, como a Contabilizei: ela foi fundada em Santa Catarina.

5. GuiaBolso

Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso

Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso (Divulgação)

O GuiaBolso é um aplicativo que promete melhorar a saúde financeira do brasileiro. A startup aposta na simplicidade da experiência do usuário como diferencial: além de ser gratuito, o app exporta e categoriza automaticamente todos as receitas e despesas da conta bancária do cliente.“O negócio já tem três milhões de usuários e diz que ajudaram seus usuários a economizarem mais de 200 milhões de reais este ano”, afirma Pegurier. “Eles resolveram uma dor enorme, por meio do desenvolvimento tecnológico de uma boa UX [experiência do usuário]. Isso gerou o boca a boca, que se transformou em sucesso para a startup.”A ideia chamou a atenção até mesmo do Banco Mundial em 2016. Em maio, a International Finance Corporation (IFC), ligada ao banco, e outros investidores dos fundos Kaszek Ventures, Ribbit Capital e QED Investors aportaram 60 milhões de reais no negócio.Pegurier analisa que o próximo passo do GuiaBolso será o oferecimento de serviços financeiros, o que poderá dar trabalho até para os grandes bancos – algo em que as fintechs já são especialistas.

6. In Loco Media

André Ferraz, CEO da In Loco Media

André Ferraz, CEO da In Loco Media (Divulgação)

A startup pernambucana In Loco Media é um exemplo de inovação disruptiva, segundo Pegurier. O negócio, lançado dentro de uma universidade de Recife, desenvolveu uma tecnologia de geolocalização mais preciso que o GPS – útil principalmente em ambientes internos.O negócio está presente na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa e já rastreou mais de 15 milhões de estabelecimentos, diz o mentor. Seu foco é oferecer um serviço de publicidade digital hipersegmentada para empresas.“Uma montadora de veículos pode fazer publicidade específica para pessoas que já estão dentro de suas concessionárias, ou uma universidade consegue lançar publicidade para quem está perto da instituição, por exemplo.”O negócio tem hoje 50 milhões de usuários ativos e trabalha com grandes empresas, como Claro, Coca-Cola, Fiat, LG, Lojas Americanas, Natura e Nestlé.

7. Love Mondays

Luciana Caletti, do Love Mondays

Luciana Caletti, do Love Mondays (Fabiano Accorsi/VOCÊ S/A)

O Love Mondays, lançado em 2014, ajuda profissionais a conhecer 75.000 empresas e candidatar-se a vagas. Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, destaca que é uma startup liderada por uma mulher – Luciana Caletti – e que conseguiu obter êxito com pouco tempo de vida.O principal marco da empresa neste ano foi sua venda para o negócio que os inspirou: o portal Glassdoor. O valor da transação não foi divulgado. “O exit foi um marco importante principalmente no modelo que foi feito: a Luciana continua na operação e na liderança.”

8. Méliuz

Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz

Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz (Divulgação)

A Méliuz é um programa de fidelidade que, em vez de dar pontos, devolve parte do seu dinheiro direto na conta.Criada em 2011, a startup vem crescendo exponencialmente: segundo a empresa, 23 milhões de reais já foram repassados às contas bancárias de seus usuários.“Eles estão de fato fazendo diferença no seu setor, que é um mercado bastante novo ainda”, explica Ana Fontes. “Os fundadores foram selecionados como mentores da Endeavor e a Méliuz está bem cotada, com vários prêmios.”O maior deles foi o de startup do ano, no prêmio Startup Awards 2016. No final de 2015, o negócio já havia conquistado um aporte do investidor francês Fabrice Grinda, um dos criadores da OLX. O valor do investimento não foi divulgado.

9. Movile

Fabricio Bloisi, presidente da Movile, dona do iFood

Fabricio Bloisi, presidente da Movile (Forbes Brasil/Divulgação)

A Movile é uma das maiores startups do Brasil. A empresa paulista de conteúdo para celulares responsável por aplicativos como iFood e PlayKids é o negócio mais cotado para se tornar o primeiro unicórnio brasileiro – negócios avaliados em um bilhão de dólares (ou mais).“O FabrIcio Bloisi, da Movile, é um empreendedor de primeira linha. A Movile entra em setores muito competitivos – o iFood disputa agora com negócios como o UberEats, por exemplo – e se destaca, mesmo fora do país”, explica Waengertner, da ACE. “Essa agressividade e essa urgência torna a Movile um grande exemplo brasileiro de empreendedorismo.”

10. Nubank

Aplicativo do Nubank no celular

Aplicativo do Nubank no celular (Nubank/Divulgação)

O Nubank é provavelmente a startup mais popular de 2016: seu nome não saiu da boca dos brasileiros, o que gerou uma fila de sete milhões de pessoais querendo o cartão de crédito da marca – administrado totalmente online e sem taxa de administração.A ameaça de fechamento por conta de uma medida do Banco Central, divulgada há poucos dias, só confirmou o interesse dos brasileiros pelo “roxinho”, apelido do cartão da fintech.“O Nubank se destaca por estar lutando contra gigante e por estar trazendo um nível de qualidade Vale do Silício ao Brasil: a gente sente isso quando visita o negócio, quando conversa com os clientes e com os funcionários e quando colocam o Brasil no alvo de muitos investidores que nunca investiriam em negócios do país antes”, explica Pedro Waengertner, da ACE.“É uma startup de um setor que anda muito popular – as fintechs – e são o exemplo de maior sucesso nesse mercado, cheio de grandes players e super regulamentado”, completa Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora. “Não deixo de destacar que uma mulher compõe a liderança: a Cristina Junqueira.”Em 2016, o negócio conseguiu o maior investimento da sua história, de série D. Desta vez, o valor do investimento foi de US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 276 milhões, pela cotação atual). Até hoje, o Nubank já arrecadou mais de 600 milhões de reais nas cinco rodadas de investimentos acumuladas. Muitos colocam a startup no mesmo grupo da Movile: o de futuros unicórnios brasileiros.

11. Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais (Mar Santos/Divulgação)

A Resultados Digitais foi criada em 2011, explorando um mercado que ainda não existia no Brasil: o de automação de marketing digital.Para obter sucesso, trabalhou para convencer os brasileiros de que era preciso investir na atração de consumidores pela internet. Seu evento de marketing digital, o RD Summit, recebeu em 2016 mais de cinco mil visitantes.“Eles dominam um setor que eles mesmo criaram, estão exportando e seus criadores viraram mentores da Endeavor. É uma startup para ficar de olho”, diz Ana Fontes.Ela também destaca o aporte recebido pela RD neste ano: um investimento série C, no valor de 62 milhões de reais. A injeção de capital foi capitaneada pelo fundo TPG Growth, que já investiu em empresas como Airbnb, Uber e Spotify. Outros investidores foram Redpoint eventures, Endeavor Catalyst e DGF Investimentos.Já Pedro Waengertnet, da ACE, destaca a gestão do negócio. “A equipe tem um nível de execução próximo das empresas do Vale – especialmente na maneira como eles pensam o desenvolvimento do produto e a área comercial. Além de atraírem os principais investidores brasileiros, atraíram fundos americanos neste ano. São um exemplo de empresa de tecnologia no Brasil.”Ao todo, a Resultados Digitais já recebeu R$ 83 milhões em aportes e possui 380 funcionários na sua equipe.

12. Sympla

Equipe da startup Sympla, escolhida como a melhor de 2015

Equipe da startup Sympla (Divulgação)

Fundada em 2012, a Sympla é uma plataforma inteligente para venda e gestão de ingressos e inscrições. O negócio é voltado para produtores de eventos de pequeno e médio porte e já totalizou mais de 75 mil eventos feitos pela plataforma.A Sympla foi considerada melhor startup do ano de 2015 pelo Spark Awards. Neste ano, o negócio recebeu um aporte de 13 milhões de reais, liderado pela Movile.“É uma startup bem mineira. Sem fazer muito alarde, mas trabalhando muito e de forma focada, está crescendo muito. Em 2017, pretende faturar 250 milhões”, ressalta Fontes.“A Sympla teve uma trajetória muita agressiva, cercada de mentores bons e parceiros bons, como a Movile. Eles crescem de forma sólida e logo sairão do patamar de pequena e média empresa”, analisa Waengertner.  “O negócio também acabou de comprar uma startup acelerada por nós e que era concorrente deles, a Eventick.”

13. VivaReal

Brian Requarth, criador do VivaReal

Brian Requarth, criador do VivaReal (Germano Lüders/Revista EXAME)

O VivaReal é uma startup criada em 2009 para bater de frente com outros portais de imóveis do país: o marketplace conecta compradores com vendedores e alugadores de residências.Hoje, são mais de 4,5 milhões de casas ou apartamentos dentro do site. O negócio também já acumulou 245 milhões de reais em investimento.Junto com as startups GuiaBolso e Nubank, o VivaReal foi considerado uma das empresas brasileiras mais inovadoras ao transformar a relação das pessoas com o dinheiro, segundo a consultoria KPMG e a investidora em fintechs H2 Ventures.“É um negócio feito por um empreendedor americano que veio ao Brasil sem conhecer ninguém e criou uma empresa que desafia portais de imóveis já estabelecidos há anos”, explica Waengertner, da ACE. “Ele encara esses concorrentes de forma eficiente e atraiu grandes investidores ao Brasil. É muito parecido com o Nubank, nesse sentido.”Fonte: PEGN

COMO O PACOTE DE MEDIDAS MICROECONÔMICAS DO GOVERNO PODE AFETAR O SEU NEGÓCIO

O professor do Insper João Luiz Mascolo comentou algumas das mudanças anunciadas por Michel Temer e sua equipe

Medidas anunciadas pelo governo poderiam impactar e muito os negócios no Brasil (Foto: Pexels)
Na última quinta-feira, o presidente Michel Temer e sua equipe econômica anunciaram uma série de medidas microeconômicas para impulsionar a economia do país, gerar empregos e combater a inadimplência. Se forem oficializadas, algumas delas teriam poder de impactar consideravelmente a vida do empreendedor, como a redução dos juros do cartão de crédito, a diminuição do prazo de pagamento aos lojistas pelas operadoras de cartão e a eliminação de parte da multa em demissões sem justa causa.Para João Luiz Mascolo, professor do MBA Executivo do Insper, apesar de parecerem importantes, alguns anúncios feitos pelo governo são muito mais para “mostrar serviço” do que, de fato, trazerem algum alívio à população e aos empreendedores. “Vivemos um momento difícil na política do país, com a quantidade de políticos envolvidos em denúncias de corrupção e a baixa popularidade do presidente, e esse anúncio parece ter vindo para acalmar o ânimo da população."Parte da descrença do professor – e também de boa parte do mercado – em relação às medidas prometidas pelo governo vem do fato de que algumas delas não são decisões que podem ser tomadas pelo poder público. É o caso da redução de juros do cartão de crédito. “O governo não tem influência para determinar quanto os grandes bancos privados devem cobrar pelos juros. O que foi esse anúncio, então? Um apelo às instituições?”. Outro ponto é que algumas das mudanças poderiam afetar a receita do governo federal, que já está bastante endividado. "Eliminar alguns impostos e taxas agora deve implicar na criação de novos mais para a frente, quando a poeira tiver baixado em Brasília."Em entrevista exclusiva à Pequenas Empresas & Grandes Negócios, ele falou sobre algumas das medidas prometidas pelo governo de Michel Temer e quais seriam seus impactos na vida dos donos de negócios e na economia do país. Veja a seguir:Redução dos juros do cartão de crédito Para Mascolo, a única maneira possível de reduzir os juros do cartão de crédito seria aumentar a oferta de instituições financeiras no país. “Temos três bancos privados e dois públicos atuando no Brasil hoje. É claro que eles vão cobrar mais caro porque os consumidores não têm para onde correr. Para a comparar, os Estados Unidos possuem oito mil bancos”, diz o professor. Ele explica: o juro é o preço do crédito. “Se o juro está caro, o problema é de oferta e demanda. A oferta de bancos é pequena e a demanda por crédito é alta.” Com as recentes aquisições de Citybank pelo Itaú Unibanco e HSBC pelo Bradesco, o setor financeiro brasileiro ficou ainda menor. “Como o governo anuncia a redução dos juros do cartão se ele não tem influência nessa decisão? Não adianta fazer um apelo aos bancos. O que precisamos são de mais deles operando, estimulando a competitividade.”Redução de no mínimo 40% dos tributos para importação e exportação Para o professor, apesar de a medida ser plausível e possivelmente boa para os negócios brasileiros, ela também implicaria numa perda de receita por parte do governo. “Brasília receberia menos dinheiro, num momento em que a relação entre dívida pública e PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas de um país) está enorme”, afirma Mascolo. “O governo não tem dinheiro e estaria reduzindo uma de suas fontes de receita.”Eliminação de parte da multa por demissão sem justa causa Para o professor, apesar de a medida fazer sentido para os empreendedores, ela também mostra certo desespero do governo em termos de receita. É como um cobertor curto demais: de um lado, a proposta ajudaria o empresário fazendo com que ele gaste menos em demissões, em um momento em que muitos funcionários estão sendo desligados das operações por conta da crise. De outro, existe um governo afogado em dívidas que está extinguindo parte de suas fontes de receita. “Eu acredito que, por isso, outras receitas deverão ser criadas”, diz Mascolo. “Eu não descarto que, assim que o cenário político permitir, ele [Michel Temer] terá de aumentar as fontes de receita criando outros impostos.”Diminuição do prazo de pagamento aos lojistas pelas operadoras de cartão de crédito “Ou essa medida é para tirar os pequenos [negócios] do mercado de cartão de crédito ou é para estimular os bancos a dar mais crédito”, diz o professor. De fato, o Nubank anunciou nesta segunda-feira que pode fechar caso o prazo de pagamento aos lojistas mude de 30 para dois dias. “Qual a operadora que teria condições fluxo de caixa para repassar aos lojistas o valor das compras em até dois dias? Apenas os grandes bancos tem estrutura para isso.”Pagamento de dívidas com o FGTS Para o professor esta é outra medida que beneficia as grandes instituições financeiras. “Irá aliviar a vida dos bancos, que estão com muita inadimplência”, diz. “Agora, você acha que o banco dará crédito novamente ao sujeito que estava inadimplente com ele até agora? Eu duvido.” Da mesma maneira, Mascolo cita o problema do endividamento das famílias. “A pessoa que acabou de usar o FGTS, a aposentadoria dela, para pagar uma dívida não quer voltar a ficar endividada. Não faz sentido ela pegar mais crédito". A grande questão aqui é que, se as famílias pegassem mais crédito, teriam mais dinheiro para gastar - o que estimularia a economia e os negócios. Porém, se elas irão apenas usar o FGTS para pagar dívidas e não voltarão a gastar - por medo de ficarem endividadas novamente - essa injeção de capital não acontecerá.Fonte: PEGN

Banco Sofisa é apenas um dos negócios do império da discrição

A família Burmaian fatura mais de 2 bilhões de reais por ano com outro banco na Flórida, oito redes com mais de 400 lojas e cinco shoppings no país

São Paulo — No fim de outubro, a empresária Hilda Burmaian desembolsou, em duas semanas, 60 milhões de reais para comprar ações do Banco Sofisa. Hilda é a controladora do banco desde a morte do marido, em 2006, e seus quatro filhos também são acionistas. O propósito era fechar o capital da empresa num momento de forte desvalorização das ações — os papéis foram comprados a 4,5 reais e haviam sido vendidos, na oferta pública inicial nove anos antes, a 12 reais.Os controladores também precisavam obedecer a uma ordem da Comissão de Valores Mobiliários, que identificou, em 2014, que os Burmaian haviam comprado mais ações do que poderiam no mercado e que seriam obrigados a fazer uma oferta de compra aos minoritários — ou teriam de vender algumas de suas ações. Em dezembro, o Sofisa voltou a ser um banco de capital fechado.De origem armênia, a família Burmaian operou sob absoluta discrição durante décadas. E o Sofisa é apenas um de seus vários negócios, que, somados, faturam mais de 2 bilhões de reais por ano. Os Burmaian têm um banco nos Estados Unidos, cinco shoppings no interior de São Paulo, três redes de alimentação, três redes de lojas de calçados e duas redes de vestuário, num total de quase 450 lojas no país, entre próprias e franqueadas.O atual presidente do Sofisa é Alexandre, um dos quatro filhos de Hilda com Varujan Burmaian — este, o fundador do grupo. Antes de assumir o Sofisa, Alexandre morou sete anos nos Estados Unidos, onde comandava o outro banco da família — o Sunstate Bank, na Flórida. Criado em 1999, o Sunstate é um dos menores bancos do estado, com três agências de atendimento e 200 milhões de dólares em ativos.No fim de 2014, o conselho de administração do Sunstate foi notificado pelos reguladores americanos de que deveria ter participação mais ativa no dia a dia do banco e melhorar suas práticas de controle de risco — consideradas fracas pelos reguladores em quesitos como identificação de lavagem de dinheiro. Em 2016, o Sunstate concluiu as mudanças de controle e ficou livre de multas administrativas. No Brasil,  a trajetória do Sofisa no mercado acionário não foi das mais brilhantes.Criado na década de 60 como uma financeira especializada em varejo, foi comprado por Varujan em 1981 e transformado num banco dedicado a atender pequenas e médias empresas. Como as companhias menores foram as primeiras a sentir o impacto da atual crise econômica, o resultado do banco foi afetado. O Sofisa chegou a suspender novos empréstimos em 2014, abrindo mão de crescer para reduzir o risco de inadimplência.O banco, que chegou à bolsa com patrimônio de 854 milhões de reais, despediu-se com patrimônio de 740 milhões de reais e uma carteira de crédito 30% menor. A principal inovação do banco foi a criação de um modelo de investimento online. O Sofisa Direto, plataforma de investimentos do banco, foi lançado em 2011, e o banco foi o primeiro a não cobrar taxa de abertura de conta e a comparar os papéis de renda fixa privados com títulos públicos.Mas vieram concorrentes, como XP Investimentos, Órama, Rico e Easyinvest, e o Sofisa, que só oferece os próprios papéis, ficou para trás. A história do Sofisa não é muito diferente de outros bancos médios listados em bolsa que também foram pressionados pela crise: o Indusval busca uma nova capitalização, o banco BIC foi vendido a um grupo chinês, o Cruzeiro do Sul quebrou e o Daycoval encolheu.

Varujan e o varejo

Marcio Kumruiam, fundador da loja eletrônica de artigos esportivos Netshoes, gosta de dizer que os descendentes de armênios não têm antepassados, mas “antessapatos”. Sua família milita no varejo calçadista desde os anos 80, e ele adaptou a tradição aos tempos da internet. Não foi diferente com os Burmaian. Os pais de Varujan vieram para o Brasil fugidos do genocídio armênio no Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial.A família abriu um armarinho nos anos 60, mas Varujan decidiu seguir o caminho da comunidade armênia e montou uma loja popular de sapatos, a Dic Calçados, na rua São Bento, no centro de São Paulo. Nos anos 90, inaugurou a rede de calçados esportivos World Tennis. O filho Ricardo, que era o encarregado das compras da Dic, assumiu o novo negócio. Ainda hoje a World Tennis é a única rede nacional especializada em tênis, com 255 lojas.Em 1999, Ricardo fez uma parceria com o site de leilões Arremate para vender calçados pela internet, antes da existência de concorrentes como Dafiti e da entrada de outras redes tradicionais no varejo online, como a mineira Centauro. Nos últimos seis anos, a World Tennis fez duas aquisições para reduzir a concorrência, as redes especializadas Tennis One e Oxto. A Oxto acabou virando a marca própria de calçados do grupo e -suas lojas foram convertidas nas outras bandeiras. O grupo criou ainda uma nova rede, a World Tennis Classic, que voltou a incluir sapatos nas prateleiras, ao lado dos tênis.Foi por meio de aquisições também que a família entrou no ramo de alimentação em 2014. Hoje tem três redes de franquias de comida, incluindo alimentação saudável, cafeteria e batatas recheadas. As redes mantêm um controle rígido da expansão e da vida financeira dos franqueados — que não podem tomar empréstimos bancários, por exemplo. Também há um sistema de multas aos franqueados se houver reclamações de clientes.Com a experiência em comércio, o grupo da família Burmaian passou a investir também em shoppings — hoje é dono ou tem participação em cinco centros de compras no interior de São Paulo. Completam o império dos Burmaian outras duas redes de roupas, com seis lojas. Muitos de seus franqueados têm lojas de mais de uma das redes dos Burmaian. “Ter diversas marcas para oferecer aos franqueados virou uma forte tendência no Brasil”, afirma Alberto Serrentino, diretor da consultoria de varejo Varese.Assim, os Burmaian emplacam todas as suas oito marcas nos shoppings de que são sócios, e o mesmo franqueado pode ter duas lojas de tênis de redes diferentes e um restaurante. Procurada, a família não deu entrevista. Com a morte do patriarca, há dez anos, os dois filhos homens dividiram o comando dos negócios. Ricardo fica com o varejo; e Alexandre, com os bancos.As duas filhas de Hilda e Varujan, Valéria e Cláudia, não interferem nos negócios e ficam longe das colunas sociais — só foram citadas na época de seus casamentos, na devida tradição armênia, com alianças trocadas logo no início da cerimônia e os noivos coroados pelo padre; o convite foi enviado até ao presidente da Armênia (que acabou não aparecendo). Hilda só participa de eventos oficiais, que tenham o intuito de promover a cultura armênia ou arrecadar fundos para causas no país.Ela é hoje a cônsul da Armênia em São Paulo — a sede do consulado, aliás, fica no prédio do Banco Sofisa, na capital paulista. Ricardo é considerado centralizador e bem-sucedido nos negócios de franquias, mas poucas pessoas nesse setor o conhecem pessoalmente. Não investe em  campanhas de televisão nem bombardeia possíveis clientes com anúncios na internet. Alexandre, o rosto mais conhecido, foi sócio da boate Club Disco, em São Paulo, vai continuar à frente do Sofisa com a saída da bolsa e faz parte do conselho do banco Sunstate.O período que se seguiu à abertura do capital do Sofisa foi o auge da notoriedade dos Burmaian. Nos tempos em que a ação subia, a família apareceu na lista de bilionários da revista Forbes. Como os resultados do banco pioraram e as ações caíram, deixou a lista. Agora que o Sofisa saiu da bolsa, vai ficar bem mais difícil calcular o patrimônio dos Burmaian, e seu nome tende a rarear ainda mais no noticiário — as coisas, portanto, vão voltar a ser do jeito que eles gostam.Fonte: Exame

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