Agência que rebaixou Brasil levou multa bilionária em fevereiro

A decisão da agência Standard & Poor's de rebaixar o Brasil em sua avaliação sobre os riscos do país não apenas poderá custar bilhões à economia do país pela fuga de investimentos como promete acirrar ainda mais a crise política envolvendo a presidente Dilma Rousseff.Há alguns meses, no entanto, quem se via sob fogo cerrado era a própria instituição: a S&P foi ré em um processo movido pelo Departamento de Justiça dos EUA, que acusou a agência de ter mascarado o grau de risco de investimentos nos chamados papéis subprime, os vilões da crise financeira desencadeada em 2008.Segundo as acusações, a empresa teria propositalmente ocultado chances de prejuízos.Em um acordo extrajudicial anunciado em 3 de fevereiro, a S&P concordou em pagar ao Tesouro americano o equivalente a quase US$ 1,4 bilhão (R$ 5,4 bilhões na cotação atual). O episódio reacendeu o debate sobre a credibilidade das agências de classificação de risco e os possíveis conflitos de interesse envolvendo suas atividades.Basicamente, a S&P e outras agências semelhantes como Moody's e Fitch são empresas que avaliam, entre outras questões, a capacidade que uma empresa ou país tem de pagar suas dívidas.No caso do Brasil, a agência baixou a nota do país de BBB- para BB+, tirando seu grau de investimento (espécie de selo de bom pagador). Em seu comunicado, a S&P diz que "os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuaram a aumentar", tendo reflexos sobre "a capacidade e a vontade do governo" em submeter um Orçamento para 2016 "coerente com a significativa sinalização de correção" da política econômica no segundo governo Dilma Rousseff.'Vereditos'Os "vereditos" das agências servem de orientação para investidores em busca de oportunidades para aplicar seu dinheiro. Alguns fundos só podem, segundo as normas de seu estatuto, aplicar seus recursos em países que tenham grau de investimento.Nos últimos anos, sua atuação gerou polêmica. Em 2011, quando a mesma S&P reduziu a nota dos Estados Unidos de AAA para AA+ pela primeira vez na história - citando "desafios fiscais e econômicos" ante o "enfraquecimento" das instituições políticas americanas -, o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman escreveu em artigo que a agência tem pouca "credibilidade" e é "a pior instituição à qual alguém deveria recorrer para receber opiniões sobre as perspectivas do nosso país (EUA)"."O grande deficit orçamentário dos Estados Unidos é, afinal de contas, basicamente o resultado da queda econômica que se seguiu à crise financeira de 2008. E, a Standard & Poor’s, juntamente com as outras agências de classificação de riscos, desempenhou um papel importante no que se refere a provocar aquela crise, ao conceder classificações AAA a papéis lastreados em hipotecas que acabaram se transformando em lixo tóxico", escreveu Krugman.Agências de risco foram acusadas de erros nas avaliações que precederam a crise do subprime nos EUA© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Agências de risco foram acusadas de erros nas avaliações que precederam a crise do subprime nos EUAE em 2012, o órgão fiscalizador da União Europeia para a indústria de serviços financeiros, a Esma, publicou uma danosa avaliação do trabalho das três agências, apontando problemas de transparência em suas avaliações.No final de 2014, quando publicou seu mais recente relatório anual, a entidade manteve as críticas."Encontramos problemas no controle da qualidade de informação e em metodologias, por exemplo, que poderiam afetar a qualidade das avaliações de risco", disse na ocasião o presidente do órgão, Steven Maijoor.

Concentração

Uma crítica específica girou justamente em torno da crise desencadeada na Europa no início da década. Além de rebaixar países em dificuldades, como Grécia, Irlanda e Portugal, as agências também revisaram para baixo o grau de investimento de países como França e Áustria.Para algumas autoridades da União Europeia, isso ajudou a intensificar os problemas no bloco e desencadeou pedidos para a criação de uma agência independente europeia de classificação de crédito (as três empresas têm sede nos EUA).S&P, Fitch e Moody's controlam uma parcela de mais de três quartos do mercado global de avaliações de risco, o que desperta críticas sobre conflitos de interesse em seus serviços, já que acabam sendo pagas pelos mesmos clientes que deveriam estar examinando - um ponto que se tornou ainda mais polêmico no caso da Moody's, que em 2000 lançou ações na bolsa.Um estudo conjunto de universidades americanas, divulgado em julho do ano passado, e coordenado pelo acadêmico Shivaram Rajgopal, alega que a Moody's teria sido mais generosa que a concorrência na avaliação de títulos emitidos por empresas ligadas a seus principais acionistas."É uma situação em que uma indústria de oligopólio ganhou enorme poder, então tal problema é inevitável", disse Rajgopal.Questionada pela BBC Brasil a respeito da crise de credibilidade das agências de risco após as críticas relativas à crise de 2008, a analista Alessandra Ribeiro, da Tendências, diz que essa "crise não foi totalmente superada, mas a questão é que até hoje não foi criada nenhuma alternativa a essas agências, e os investidores precisam dessas informações para saber onde colocar seus recursos".No início do ano, ao anunciar o acordo e multa sobre a S&P, o então secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, afirmou que a agência admitiu que "executivos da empresa se queixaram de que a empresa resistiu a rebaixar ativos de baixa performance temendo que isso prejudicasse os seus negócios".Mas, na mesma ocasião, a McGraw Hill - conglomerado que inclui a S&P - afirmou que o acordo "não traz nenhuma descoberta de violação da lei".
Fonte: Agência que rebaixou Brasil levou multa bilionária em fevereiro - MSN

Ex-ministro crê em renúncia de Dilma: "é o capítulo final"

Ex-ministro crê em renúncia de Dilma:
Para o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, há ‘certo afastamento’ da classe política e a pressão dos empresários será insuportável
Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, defendia um pacto de governabilidade a favor da presidente Dilma Rousseff. Para ele, era a melhor solução para a crise política.
Nesta quarta-feira, se declarou surpreso com a e considera que as repercussões do rebaixamento serão mais políticas do que econômicas. “Ela vai ter de renunciar. É o capítulo final”, disse. Abaixo, trechos da entrevista ao Estado.Quais são as consequências do rebaixamento?  Ahhh, minha filha. Vixe! Vem coisa muito ruim pela frente...Parece que o sr. ficou surpreso? Fiquei. Não esperava isso para agora. O governo estava trabalhando para ajustar o fiscal, mas é fato, todo mundo estava vendo, que mesmo essa busca estava muito caótica.A S&P é a agência que teria um contato mais próximo com o ministro Joaquim Levy...Sim, e isso quer dizer que ele não conseguiu passar a confiança de que o Brasil vai conseguir fazer o ajuste fiscal de que precisa.E quais são as consequências?  Acelera o desgaste dela, acabou o governo dela (da presidente Dilma Rousseff).O sr. está dizendo que teremos repercussões políticas e não apenas econômicas?  As duas coisas ultimamente andam juntas. E acho que deteriorou tanto que o efeito político vai prevalecer desta vez. Para o governo dela é um baque muito forte. As repercussões políticas, neste caso, podem superar as econômicas.Por quê?  O governo dela já estava esfarelando, como falou o Fernando Henrique Cardoso, imagine a reação do mercado, do dólar, em função disso. A pressão dos empresários agora vai ser insuportável. Também já há um certo afastamento da classe política em relação ao governo dela. Acho que ela vai ter de ir embora. Vai ter de renunciar. É o capítulo final.E quais serão as repercussões econômicas?  Muitos fundos só podem investir em papéis de países com grau de investimento. Se um país perde o grau de investimento, os fundos são obrigados a vender os papéis. Apesar de você precisar que duas agências rebaixem o Brasil, o fato de uma já ter tirado o grau de investimento vai, com certeza, provocar algum movimento, ainda mais no atual ambiente do País. Os mercados tendem a reagir já prevendo que outra agência pode tirar o grau de investimento. Gera um efeito em cascata.Muitos analistas diziam que já estava precificado um eventual rebaixamento...  Não. É um veredicto muito forte, em um ambiente já deteriorado, principalmente em relação à questão fiscal, às contas públicas. Ao menos, agora, vamos ter de parar e trabalhar para ver se reverte isso.Fonte: Terra

Franquia de óculos planeja dobrar de tamanho em 2016

Há um ano no Brasil, a norte-americana NYS Collection celebra 15 unidades a posta no formato de quiosque para crescer
NYS-Collection
Fundada em Nova York e com mais de 1.000 pontos de venda em 40 países, a NYS Collection (www.nysbrasil.com.br) comemora um ano de franchising no Brasil com 15 unidades em operação: uma própria e 14 franqueadas. Até 2016, a marca espera chegar a 40 quiosques.
O foco no formato de quiosque é uma opção para driblar a crise. “Em tempos difíceis, eles são interessantes por serem enxutos e terem aluguel reduzido”, afirma Cristiane Capella, diretora da NYS no Brasil, que ressalta o preço acessível dos produtos como outra vantagem. Para ela, esses fatores colaboram para o crescimento da marca no país seguindo o plano de negócios da empresa.  “O primeiro ano foi muito importante para nos posicionarmos no mercado brasileiro”, diz.Os óculos vendem em qualquer estação do ano, o que abre o leque de oportunidades para expansão da franquia. Hoje a NYS tem franqueados em São Paulo, Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Goiânia. O objetivo é alcançar todo o Brasil.O perfil do franqueado é de quem veste a camisa da companhia. A NYS busca profissionais apaixonados por óculos e que queiram crescer com a marca abrindo novas unidades. “Nossa melhor publicidade é o boca a boca”, afirma a diretora, que investe em treinamento, suporte e visitas regulares aos quiosques.No final deste ano, a marca participará de duas feiras promovidas pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Uma em Campinas – de 21 a 22 de setembro – e outra no Rio de Janeiro – entre os dias 1º e 3 de outubro. A expectativa é prospectar 150 novos interessados. Para 2015, a meta da empresa é ter 20 franqueados no Brasil.  O investimento para abrir um quiosque da NYS é de R$ 118,5 mil, incluindo taxa de franquia e estoque de 550 óculos, com previsão de retorno em 20 meses, em média.
Fonte: Franquia de óculos planeja dobrar de tamanho em 2016 - Empreendedor

Ex-soldado, empreendedor conta o que aprendeu na guerra

O empreendedor Jimmy Cygler, de 66 anos, é hoje presidente de uma das pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil, segundo estudo da Deloitte: a Proxis. Quem olha para o chamado "call center de luxo" não imagina que muitas das suas estratégias foram elaboradas em cima de uma vivência pouco usual deste empreendedor: sua experiência como soldado.Nascido nos Estados Unidos, Cygler tinha 13 anos quando chegou sozinho a Israel. O ano era 1962 e ele havia sido enviado pelo pai, após ter passado por diversos países, incluindo o Brasil. No bolso, apenas sete dólares para fazer sua vida na terra dos judeus.Enquanto estudava, o recém-chegado mantinha alguns pequenos negócios, especialmente na área de vendas. Por exemplo, chamava colegas para que colhessem olivas e vendia o produto para comerciantes maiores, dando uma porcentagem dos ganhos aos colhedores.Quando fez 18 anos, Cygler assumiu outra ocupação, dessa vez em período integral. Convocado para o serviço militar obrigatório, virou recruta. Nesse mesmo ano, 1967, teve sua primeira experiência no front: a Guerra dos Seis Dias. O momento mais emocionante, para ele, foi proporcionado pela proteção da natureza. "Quando começou o bombardeio, eu estava entricheirando atrás de uma árvore. A uns dois metros, caiu uma bomba. Pensei: 'já comecei com sorte'", conta.A segunda atuação do empreendedor no front foi chamada de "guerra da exaustão". No conflito, israelenses e egípcios estavam cada um de um lado do Canal de Suez. "Durante esses anos [de 1967 até 1973], cada exército atirava no outro, por meio de snipers[atiradores de elite]. Cada exército levantou uma muralha de areia para proteger as tropas. Mesmo assim, vez ou outra algum atirador conseguia ferir algum inimigo".Enquanto a Guerra dos Seis Dias foi considerada uma "guerra relâmpago", o terceiro embate do qual Cygler participou foi o exato oposto: a Guerra do Yom Kipur, em 1973. Agora, ele já era um soldado de reserva e foi convocado para atuar na região do Sinai (Egito). "Os árabes surpreenderam Israel no dia sagrado dos judeus, com um troco muito bem planejado. Nos primeiros dias dessa guerra, a sensação era de que nós íamos ser extintos. Eram números muito superiores e nos pegaram totalmente de surpresa".O empreendedor foi recrutado por 183 dias, sem nenhuma pausa de volta para casa. "Tenho foto do primeiro banho que eu tomei, de latinha, após 90 dias dentro do conflito. Só tínhamos água para beber, até que chegou um suprimento. Foi o banho mais gostoso da minha vida - e olha que eu odeio banho gelado".O último conflito do qual Cygler participou foi a Guerra do Líbano, em 1982. "Minha participação foi pequena, pois já era relativamente velho. Eu fiquei na retaguarda, e meu filho participou também".Ao todo, foram 20 anos no exército, entre o período ativo e o de reserva. O empreendedor voltou ao Brasil aos 41 anos -- uma das razões para a troca do solo israelense pelo brasileiro foi justamente fugir da experiência da guerra. "Sempre odiei, mas tive de fazer porque ou se vai para o exército ou se vai para a cadeia".Mas não há males que sejam só males, diz o empreendedor. Abaixo, veja quatro lições aprendidas no front que podem ser adotadas por qualquer empreendedor, em qualquer empreendimento:

1. Assumiu um compromisso? Cumpra milimetricamente

A primeira lição contada por Cygler se deu durante a guerra do Yom Kipur, com a missão de atacar um inimigo entrincheirado. Essa é uma situação pior do que a de um confronto direto, por exemplo. "O adversário leva uma enorme vantagem, porque você está mais exposto do que ele e, consequentemente, muito mais vulnerável", diz o empreendedor.Então, qual foi a estratégia adotada pelo comandante das tropas? Atirar "fogo sobre as próprias forças". Ou seja: foi combinado com as tropas que haveria um bombardeio intenso durante exatos 120 segundos. Nesse tempo, o inimigo começa a ver a chuva de bombas e se protege no fundo da trincheira. Os soldados israelenses também se protegem, mas possuem uma vantagem. "Nós sabemos que o bombardeio irá parar no minuto acertado. Nosso inimigo continuará lá, porque não sabe quando vai parar. As forças israelenses levantaram no exato minuto, atacaram e conquistaram as trincheiras do inimigo".Segundo o empreendedor, a situação fez com que ele aprendesse a levar seus compromissos extremamente a sério, especialmente em relação aos prazos. "Imagina se você levanta 15 segundos antes do tempo e leva uma série de bombas? Ou então um minuto depois do combinado, quando o inimigo já está esperando com a arma em punho?".

2. Tenha uma cultura de disciplina dentro da sua empresa

Engajamento e disciplina são palavras de ordem dentro do exército. Quando a empresa de Cygler se viu diante da crise econômica de 2008, esses ensinamentos foram fundamentais para que o negócio pudesse batalhar com gigantes. O ponto principal, segundo o empresário, é ter a discplina necessária para manter a coesão do negócio.O empreendedor já escreveu um artigo sobre o assunto, chamado David e Golias. "São dicas muito práticas de como usar a experiência militar para implantar um sistema, e como isso funcionou. Um dos desafios engajar todos os membros da equipe", afirma.Soldado homenageia colega de tropa: para empreendedor, camaradagem é um dos ensinamentos da atuação militar© Thinkstock Soldado homenageia colega de tropa: para empreendedor, camaradagem é um dos ensinamentos da atuação militarQuatro pontos foram fundamentais para obter o comprometimento dos funcionários com as novas estratégias: engajamento intensivo dos sócios; treinamento e acompanhamento obssessivos; bonificações por resultados em grupo; e transparência total com a equipe. Com as medidas, o empreendimento ganhou eficiência nos serviços e pôde enfrentar grandes negócios.

3. Mais camaradagem e menos politicagem

Em Israel, o serviço militar obrigatório tem a duração de três anos. Quando um soldado vai para a reserva, serve de 40 a 65 dias todo ano. "Quando você vai para a reserva, reencontra-se com muita gente. Existe muita camaradagem: não há máscaras e nem jogo político".Como essa relação impacta uma empresa? Segundo Cygler, a estratégia adotada no seu empreendimento foi ter um espírito empresarial diferente. "Todos ajudam todos e ninguém segura informação para si. Achei que era porque eu sou assim, mas vejo que isso é mais pela educação que tive. Esse espírito de companheirismo autêntico é desenvolvido ao longo de anos de serviço militar conjunto: não só quando há guerras, mas também na paz".

4. Sempre tenha um norte e uma bússola

No exército, você não vai a lugar nenhum sem um mapa, uma bússola e um norte. Em um negócio, esses três itens também são fundamentais, conta Cygler.O mapa é, evidentemente, o mercado em que se atua. Já o norte é o objetivo do empreendimento. "Uma empresa tem que saber exatamente para onde ela vai. Caso contrário, cada um vai para um lugar e o negócio fica na mesma posição".Mas não basta ter apenas a meta: é preciso ter uma bússola, porque é possível que a rota seja desviada diante de obstáculos. "A bússola é o conjunto de valores da empresa. O negócio não é uma chegada, mas sim o trajeto", afirma o empreendedor. Para ele, essa é a lição mais importante.
Fonte: Ex-soldado, empreendedor conta o que aprendeu na guerra - MSN

E-commerce brasileiro dedicado aos cuidados masculinos deve faturar R$ 25 mi em 2015

Valor arrecadado pelo Man's Market é 3 vezes superior ao do ano passado
Letícia Moreira© Fornecido por Forbes Brasil Letícia MoreiraQuando uma mulher vê a outra usando um batom muito bonito ou admira uma coloração utilizada no cabelo, ela não se intimida em perguntar a marca, a tonalidade e o preço. Já o homem, nem mesmo diante do melhor amigo, questiona. Ele geralmente vai para a internet fazer uma pesquisa. Pelo menos, é isso que garantem Lucas Amoroso Lima e Pedro Prellwit, colegas dos tempos de graduação na FGV e fundadores do Men’s Market, o primeiro comércio eletrônico brasileiro dedicado aos cuidados pessoais masculinos.No ar desde outubro de 2012, o site tem por volta de 3.000 produtos à venda de cerca de 100 marcas. Os best-sellers são os itens voltados para os cabelos: cera, pomada, gel, modelador, xampu (de antiqueda a grisalhos) e condicionador de marcas importadas como Keune, Paul Mitchell, L’anza e John Frieda.Mas a loja virtual não se resume a isso. Em suas vitrines, há também produtos para barbear, perfume, desodorante, hidratante, creme redutor para a região da barriga, acessórios (como carteiras, pulseiras, gorros e cachecóis), roupas e tênis. Até hoje, o e-commerce já recebeu R$ 14 milhões em aportes de investidores-anjos e fundos internacionais. Em fase de expansão, a empresa deve encerrar o ano com faturamento de R$ 25 milhões, três vezes mais que os R$ 8 milhões atingidos em 2014.Seu tíquete médio gira em torno de R$ 160 e o público tem por volta de 30 anos. Os usuários, claro, têm idades variadas. Há desde meninos de 13 anos que usam o cartão de crédito da mãe para comprar pulseiras até o cliente mais velho, seu Joaquim, de 95 anos, que, ao invés de fazer o pedido pela internet, prefere telefonar todo mês do Acre para São Paulo só para encomendar uma lâmina de Gillette Mach 3. Ele faz isso religiosamente há um ano e meio.Esses compradores fazem parte do universo de 600 mil visitantes únicos que geram 1,5 milhão de acessos ao Men’s Mar­ket por mês, um número ainda baixo se comparado ao tráfego registrado mensalmente pelo Netshoes e pela Dafiti, que recebem pelo menos seis vezes mais acesso. “Estamos em fase de expansão. Nosso objetivo é de longo prazo e, por isso, nosso foco agora não é lucro, mas crescimento. Nos próximos três anos, devemos partir para mais duas ou três rodadas de investimento e receber novos sócios. Queremos atender todos os homens brasileiros (ou metade da população, o equivalente a 100 milhões de pessoas)”, promete Lima.O crescimento do negócio está diretamente conectado ao aumento do interesse dos homens com a aparência. “Na Europa e, em especial, na França, o mercado de cosméticos para o público masculino é enorme. Na Coreia do Sul, os homens usam maquiagem (caso de base e pó transparente) há pelo menos dez anos. Aqui no Brasil, ainda há muito por fazer”, observa Prellwit.Para aumentar sua base de usuários, o Men’s Market está investindo na ampliação do portfólio de produtos. “Estamos capitalizados e mantendo o pé no acelerador para crescer”, diz Lima. O interior do Brasil, conta, cresce mais que as capitais.A expansão do negócio digital só esbarra em dois mitos: a percepção de que o Men’s Market é um ambiente de compras voltado para os mais abastados ou exclusivamente ao público gay. Esses dois perfis fazem parte dos compradores do site, mas os fundadores lembram que o intuito é ser inclusivo e não restritivo. Daí a oferta de frete grátis para todo o país a partir de compras de R$ 99, do parcelamento em seis vezes sem juros e do atendimento telefônico. “No final do dia, acabamos fazendo o papel da amiga que dá conselhos sobre qual produto comprar e usar”, garante Lima, cujo site oferece serviço de consultoria.
Fonte: E-commerce brasileiro dedicado aos cuidados masculinos deve faturar R$ 25 mi em 2015 - MSN

Programa global da MasterCard seleciona startups brasileiras focadas no varejo

Start Path inclui apoio operacional, parcerias e a possibilidade de investimentos para startups brasileiras. Inscrições vão até dia 18 de setembro.
Startups brasileiras com soluções dedicadas ao setor financeiro e varejo têm até o dia 18 de setembro para se inscreverem no programa Start Path, da Mastercard.O programa global da companhia consiste em uma parceria exclusiva, que inclui apoio operacional, parcerias e a possibilidade de investimentos para as startups.Com duração de seis meses, o programa virtual também dá acesso imediato a mais de 60 especialistas da companhia, abre portas para programas-piloto na própria MasterCard ou com seus clientes e garante à startup pleno direito de propriedade intelectual (PI) das soluções desenvolvidas.Nos últimos 18 meses, o Start Path apoiou mais de 40 startups do setor, uma estratégia para investir na próxima geração de soluções para o comércio.Conforme o Start Path expande internacionalmente, as startups também se beneficiarão do acesso aos Start Path Partners, um grupo de mais de 20 empresas líderes em serviços bancários, varejo e tecnologia, incluindo a Rakuten, a Samsung Card, TSYS, Bank of Montreal e Santander Innoventures.Como participarA cada três meses o Start Path da MasterCard irá recrutar um novo grupo de startups para o programa virtual com duração de seis meses. Para participar, acesse o link.Até 18 startups serão convidadas a apresentar suas soluções inovadoras de comércio em uma pitch session para a equipe do Start Path da MasterCard em Londres, nos dias 27 e 28 de outubro de 2015.Em seguida, de seis a oito empresas serão selecionadas para a próxima turma global que começa no início de novembro.  Os participantes também serão convidados a participar do primeiro Encontro Path Start Partner global a ser realizado em Berlim, nos dias 16 e 17 de novembro, onde terão a oportunidade de interagir com potenciais parceiros do Start Path Partners e líderes da indústria.
Fonte: Programa global da MasterCard seleciona startups brasileiras focadas no varejo - IDG Now!

Vencedores do leilão da Sulfabril querem reabrir a fábrica em dezembro com 120 funcionários

Grupo vai investir pelo menos R$ 25 milhões para reativar as operações e lançar nova coleção em novembro
Vencedores do leilão da Sulfabril querem reabrir a fábrica em dezembro com 120 funcionários Gilmar de Souza/Agencia RBS
Unidade na Rua Itajaí será reaberta com um investimento de pelo menos R$ 25 milhões Foto: Gilmar de Souza / Agencia RBS
Uma década e meia depois de ter a falência decretada e pouco mais de nove meses após fechar as portas por decisão judicial, a Sulfabril vai voltar a funcionar. E já existe até previsão para que isso aconteça: início de dezembro. É esse o prazo necessário para retomar, a um custo de pelo menos R$ 25 milhões, as operações industriais mínimas, lançar uma nova coleção de peças de roupa e contratar cerca de 120 pessoas que irão começar uma nova empresa do zero, sob nova gestão.À frente do processo de reativação da companhia está o blumenauense Rafael Cunha, de 40 anos, que conversou ontem com exclusividade com a reportagem do Santa. Formado em Direito pela Furb e com MBA em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ele construiu carreira executiva em empresas como Souza Cruz e Santander, com atuação nas áreas comercial, administrativa e de comércio exterior. O empresário é um dos sócios da NSA Invest, joint venture (união de empresas) com sede em Blumenau e negócios nos setores de máquinas e resinas termoplásticas nas regiões Sul e Sudeste que ficará responsável pela administração da nova Sulfabril.O grupo “herdou” a maior parte dos bens da massa falida depois que o empresário que os arrematou na última semana desistiu do negócio. Intimada pela Justiça, a NSA Invest não titubeou: como segunda colocada no leilão, assumiu a compra. O pagamento deve ser feito nos próximos dias e a expectativa é de que a emissão de posse seja liberada em seguida. Nos bastidores, o trabalho para resgatar o poder da marca já começou.Os integrantes da nova diretoria ainda são segredo. Certo, por enquanto, é que Cunha será o presidente da nova Sulfabril e contará com o apoio de três diretores – um financeiro e um industrial, que já estão definidos, mas que não tiveram seus nomes divulgados, e um de marketing, que ainda está sendo escolhido. Todos eles, garante o executivo, são profissionais com profundo conhecimento no segmento têxtil e que têm raízes na região.– Estamos buscando os melhores. O novo momento exige uma gestão moderna e profissional. Queremos passar tranquilidade e confiança ao mercado – explica Cunha. Nos próximos dias, a NSA Invest vai finalizar um trabalho de análise da estrutura do parque fabril. Cunha antecipa que os setores de tinturaria, estamparia, corte e parte da costura serão reativados, mas outros podem ser descontinuados caso não ofereçam vantagens competitivas para o negócio.Contatos com profissionais para a ocupação de cargos estratégicos dentro da companhia já estão sendo feitos. A expectativa é de que a mão de obra operacional comece a ser recrutada a partir de outubro. Ex-funcionários terão prioridade nesse processo, garante Cunha, que vai procurar o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau e Região (Sintrafite) nos próximos dias para esclarecer o novo momento da Sulfabril.– Queremos valorizar ativos intangíveis, e as pessoas são um deles – diz o executivo. Se tudo der certo, o número de funcionários da nova Sulfabril pode saltar de 120, no estágio inicial, para 320 no segundo semestre do ano que vem, calcula o executivo.Aposta na força da marca e nova coleção a caminhoO empresário Rafael Cunha prefere não revelar estimativas de faturamento, mas enxerga no nome Sulfabril o grande trunfo da NSA Invest para retomar as operações com força. De acordo com ele, 2016 servirá para consolidar a nova fase da companhia. O executivo espera uma retomada maior do consumo interno entre o final do ano que vem e o início de 2017, o que ajudaria a fortalecer a presença da empresa no mercado doméstico. Espaço para crescer, garante ele, existe.— O lojista não esqueceu da qualidade do produto e o consumidor de fora ainda não percebeu que a marca saiu do mercado — aposta.A primeira coleção desta nova fase, a de Inverno 2016, já está em produção e deve ser apresentada ao mercado até o dia 15 de novembro. Por enquanto, o desenho das peças está sendo terceirizado. Os próximos catálogos já serão desenvolvidos internamente, explica Cunha.Além da marca Sulfabril, a NSA Invest também irá explorar as submarcas Senha e Onda Pura, com foco em moda jovem e adulta, e a SF Kids, voltada ao público infantil. A projeção é de que camisas, camisetas e moletons, entre outras peças, invadam 6,6 mil pontos de venda em todo Brasil, incluindo grandes redes de varejo e comércios menores de bairro. Cunha não descarta a possibilidade de a empresa criar, no futuro, uma rede própria de lojas – o modelo de franquias seria o mais atraente, mas a ideia ainda é embrionária.A nova Sulfabril também planeja aproveitar a atual situação do câmbio para vender para fora do País. De acordo com Cunha, há planos de exportação para países da América Latina.Grupo começou a analisar a compra há dois mesesA NSA Invest começou a analisar a Sulfabril como oportunidade de negócio há pelo menos dois meses. Assim que o edital do leilão foi lançado, o grupo iniciou contatos com o leiloeiro Daniel Elias Garcia. Durante 45 dias, uma equipe avaliou detalhadamente os processos dentro da companhia, com visitas à fábrica e análise de maquinário.— A decisão foi tomada em cima de um amplo estudo, com muita responsabilidade — diz o empresário Rafael Cunha.O grupo foi o primeiro a manifestar interesse na compra da Sulfabril ao dar um lance online de R$ 30 milhões por um dos maiores lotes da massa falida. Mas a oferta acabou sendo coberta no leilão presencial. Quando o empresário que arrematou os bens desistiu do negócio, o caminho para a NSA Invest retomar os planos foi aberto.De acordo com Cunha, boa parte da reestruturação da Sulfabril terá um toque local. Uma empresa de consultoria e recursos humanos da cidade será contratada para elaborar um plano de cargos e salários. A responsável pelo desenvolvimento da primeira coleção também é da região. Há também parceiros de fora, que serão parte importante em financiamentos para compra de matéria-prima e novos equipamentos.O empresário elogia o esforço de todas as partes envolvidas no processo. Para Cunha, o trabalho em conjunto desenvolvido pelo Ministério Público, a juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres, o leiloeiro Daniel Elias Garcia e o síndico da massa falida, Celso Zipf, permitiu que a NSA Invest comprasse uma empresa em condições de voltar a operar.
Fonte: Vencedores do leilão da Sulfabril querem reabrir a fábrica em dezembro com 120 funcionários - A Notícia

Norte de SC concentra o emprego dos sonhos dos jovens

BMW, WEG, Embraco e Whirpool aparecem entre as empresas preferidas para se trabalhar
Norte de SC concentra o emprego dos sonhos dos jovens Bruno Mooca/divulgação/BMW
Prestes a completar um ano de operação em Araquari, BMW está no topo da lista em SC Foto: Bruno Mooca/divulgação / BMW
Quatro empresas com atuação na região Norte do Estado aparecem na lista dossonhos dos jovens catarinenses: BMW (segundo lugar), WEG (quinto), Embraco (oitavo) e Whirlpool (décimo). O resultado faz parte de uma pesquisa feita pela Cia. de Talentos, maior consultoria em recursos humanos da América Latina com foco em profissionais em início de carreira. Em parceria com a empresa Nextview, foram ouvidos 4 mil jovens em Santa Catarina e quase 68 mil em todo o Brasil de fevereiro a abril deste ano.Os pesquisadores queriam saber o que os jovens universitários e recém-formados, de 17 a 26 anos, pensam sobre a carreira. A Google ocupou o primeiro lugar no sonhos dos jovens, tanto no Estado quanto em âmbito nacional. Entre as empresas com atuação no Norte catarinense, somente a BMW ainda é lembrada, em quinto lugar, quando a abrangência da pesquisa se amplia para a região Sul. Na amostra nacional, nenhuma das quatro aparece na lista.Desenvolvimento profissional, possibilidade de realização e de inovar são algumas das características observadas nas empresas dos sonhos e muito valorizadas pelos jovens. Para saber se uma empresa merece a distinção, os jovens observam vários aspectos, e o principal deles é a qualidade dos produtos e serviços. Mas a consulta revelou também que 48% dos jovens não têm uma empresa do sonho para trabalhar porque, em grande parte, não definiram quais características deveriam apresentar.De acordo com a coordenadora da pesquisa, Danilca Galdini, a estabilidade também é almejada pelos jovens, só que é entendida como estar preparado, ter empregabilidade e, por isso, a inovação tem um peso importante para eles. Nem sempre, entretanto, o que o jovem espera se confirma na prática. Danilca diz que, às vezes, o jovem leva a referência de startups quando vai trabalhar em grandes organizações e percebe o descompasso. Embora a startup ofereça grandes desafios, há maior flexibilidade para as mudanças, explica Danilca. Já as empresas com mais de 50 ou cem anos apresentam muitos processos e as mudanças acontecem de forma mais lenta.– Existe uma expectativa de velocidade que nem sempre é possível de se concretizar – afirma a coordenadora.A pesquisa: O que pensam os jovensTrabalhar é: Acima de tudo, ocupar um lugar no mundo. Também é fonte de sobrevivência e independência. E, a cada dia mais, tem que ser fonte de prazer e satisfação.O bom trabalho é: Aquele que proporciona autonomia, crescimento profissional e desenvolvimento de potencialidades. Para os jovens do Sul do Brasil, a empresa dos sonhos oferece:-Desenvolvimento profissional. -Fazer o que se gosta e realização. -Possibilidade de inovar. -Desafios constantes. -Boa imagem no mercado. -Carreira internacional.O que os jovens brasileiros esperam das empresas?84% esperam empresas com um olhar inovador para processos e produtos porque elas desenvolvem profissionais inovadores e estes profissionais estão mais preparados para o futuro.94% estão dispostos a deixar a empresa caso os seus líderes não estejam prontos para desenvolvê-los.95% esperam que as empresas cumpram o combinado. Isto significa cumprir prazos, ter transparência e coerência entre discurso e a prática.67% querem conquistar um cargo de liderança.Jovens estão de olho no líderPara se aproximar dos jovens, as empresas devem investir na formação de gestores de pessoas, diz a consultora Danilca Galdini. Segundo ela, muitos diretores ocupam a posição há algum tempo e tiveram, no passado, formação mais técnica. Portanto, devem investir nesta formação.É o caso da Krona, empresa de tubos e conexões de Joinville. A empresa ainda não chegou à lista dos sonhos, mas percebeu a necessidade de aprimorar o conhecimento das lideranças.Junto com a Fundação Dom Cabral, a companhia colocou em prática um programa de desenvolvimento de lideranças. Os primeiros passos foram dados em 2010 e, neste ano, a empresa concentrou os trabalhos em 24 coordenadores, nove gerentes e três superintendentes nas três unidades da empresa no Brasil. Os líderes de fábrica são o foco em 2016.– Anos atrás, exigia-se menos do líder. Hoje, é preciso comunicar, encantar, desenvolver, e a mudança não acontece do dia para a noite. É preciso investir – diz o superintendente administrativo-financeiro, Fernando de Oliveira.Jonas Faust, 30 anos, tem 12 de Krona e assumiu a função de gerente de produção no mês passado, tendo feito vários módulos do treinamento.– As organizações não toleram mais um líder que não ouve a opinião das pessoas. Ficar só com seu ponto de vista inibe a equipe – diz.Após 12 anos na Krona, Jonas assumiu um cargo de liderança. Foto: Salmo DuarteAs preferidas Santa Catarina 1) Google 2) BMW 3) Ambev 4) Petrobras 5) WEG 6) Banco do Brasil 7) Apple 8) Embraco 9) Itaú 10) WhirlpoolRegião Sul 1) Google 2) Petrobras 3) Ambev 4) PwC 5) BMW 6) Apple 7) Volvo 8) Boticário 9) Banco Itaú 10) Banco do BrasilBrasil 1) Google 2) Petrobras 3) Odebrecht 4) Vale S/A 5) PwC 6) Ambev 7) Nestlé 8) Banco Itaú 9) Apple 10) Rede Globo-Entrevistados no Brasil: 67,8 mil-Entrevistados na região Sul: 12,2 mil-Entrevistados em SC: 4 mil
Fonte: Norte de SC concentra o emprego dos sonhos dos jovens - A Notícia

Tendência mundial, Brasil adere ao home office 

O engenheiro mecânico Antônio Torquato, de 51 anos, é um profissional disciplinado. Diretor financeiro da Prati Donaduzzi, de Toledo (PR), trabalha a 1,2 mil km de distância de seus colegas, semana sim, semana não, em São José dos Campos (SP), onde mora a família.O engenheiro mecânico Antônio Torquato, de 51 anos, é um profissional disciplinado. Diretor financeiro da Prati Donaduzzi, de Toledo (PR), trabalha a 1,2 mil km de distância de seus colegas, semana sim, semana não, em São José dos Campos (SP), onde mora a família. Em casa, ele se fecha numa sala e despacha pela internet, como se estivesse no escritório da empresa.Passa horas grudado ao computador, das 7 da manhã às 7 da noite, com um pequeno intervalo para almoço. Não admite interrupções e os três filhos, de 11, 14 e 16 anos, foram avisados disso quando ele adotou o sistema home office, ou teletrabalho, há seis meses. Depois de sete dias isolado no escritório doméstico, Torquato pega um avião para dar expediente na sede da empresa, uma indústria nacional de produtos farmacêuticos.“Sinto falta do contato direto com os colegas, do cafezinho no corredor, porque a interação é importante, mas recupero isso quando estou em Toledo”, diz Torquato, um sujeito expansivo que gosta de trabalhar em equipe. Ele conversa pelo telefone, troca mensagens pela internet e participa de frequentes videoconferências pelo Skype, uma maneira de estar presente.“É como se eu estivesse usando um ramal interno, no mesmo prédio”, observa. A ligação é rápida e permite acesso seguro a todos os dados internos da Prati. O diretor controla o expediente quando está em casa, mas acaba trabalhando mais, porque está sempre de antena ligada para atender os colegas.

Investida paulista: 75% das empresas que permitem que os funcionários trabalhem em casa no Brasil estão localizadas em São Paulo.

Disciplina, confiança e controle, como no caso de Torquato, são condições fundamentais para o home office. As empresas que aderem ao teletrabalho selecionam e monitoram com atenção os empregados, sempre voluntários, que aceitam trabalhar em casa. “Tem de haver confiança, pois o chefe sempre vai perguntar se o funcionário está mesmo trabalhando”, adverte a consultora Cristina Nogueira, sócia da Walking the Talk, que fundou há seis anos com Carolyn Taylor, residente em Londres. Com mais dois colaboradores nos EUA e na Austrália, a dupla é especializada em cultura de empresa e presta consultoria em três continentes, quase sempre à distância. “Posso estar num shopping e trabalhando, independentemente da diferença do fuso horário”, diz Cristina. A cada três meses, ela viaja para reuniões sobre o andamento dos negócios.“O home office é uma tendência mundial e envolve 32,5% da população economicamente ativa, com cerca de 1 bilhão de pessoas utilizando esse método”, afirma Álvaro Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades e da International Telework Academy na América Latina. “Nossa estimativa é de que 12 milhões de brasileiros trabalham em casa”, informa.A tecnologia facilita as tarefas dos funcionários que utilizam dispositivos móveis, acessando aplicativos pela internet. Segundo Melo, a satisfação de quem trabalha em casa é grande e, ao contrário do que se poderia prever, o sistema não está gerando processos trabalhistas. Pesquisa feita em 2014 pela SAP Consultores Associados constatou que 36% das empresas brasileiras adotam práticas de home office – 75,12% delas localizadas em São Paulo.O consultor Carlos Eduardo Altona, da Exec – Executive Performance, que trabalha com recrutamento de executivos, atribui o crescimento do home office, entre outras causas, ao alto custo dos imóveis e à difícil mobilidade nas metrópoles. “O metro quadrado em Alphaville custa metade do preço para montar um escritório em bairros nobres de São Paulo, mas o deslocamento de Alphaville para a capital toma quase duas horas das pessoas”, observa o consultor. Diante dessas dificuldades, é mais prático o funcionário trabalhar em casa. Contanto que se tomem certos cuidados, adverte Altona, para medir a produtividade e controlar o expediente. Mecanismos paralelos substituem o cartão de ponto tradicional para comprovar o cumprimento da jornada.Lançado em abril como projeto-piloto, o sistema home office do Banco do Brasil começou com nove funcionários da área de tecnologia. Esse número chegará a 150 no fim do ano. Os resultados têm sido excelentes, na avaliação do diretor de Gestão de Pessoas, Carlos Netto. “Constatamos um aumento de 15% na produtividade e alto índice de satisfação entre os colegas envolvidos”, disse o diretor, já planejando a extensão do sistema a outros setores do banco.O quarto da empregada virou escritório.Quando o Banco do Brasil anunciou em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que pretendia adotar o home office, dando prioridades às mulheres, Maria Aparecida Pereira de Souza, 27 anos de casa, se candidatou imediatamente. “Se for verdade, quero ser a primeira”, pensou. Dois meses depois, foi a primeira a ser convocada para a equipe inicial, de nove funcionários. A experiência do projeto-piloto está dando certo e servirá de base para expansão do modelo, até o fim do ano.“É o emprego dos meus sonhos, trabalhando em casa, seis horas por dia, fazendo o que eu gosto”, disse Maria na sala de seu apartamento no bairro de Perdizes, antes de mostrar o escritório montado no quarto de empregada, espaço adaptado, com aprovação do serviço de Medicina do Trabalho do banco, que inspecionou o local.O escritório atende às condições impostas pelo banco: exigência mínima de equipamentos e configurações básicas. Iluminação, nível de ruído, desenho da cadeira e altura da mesa também passaram pelo crivo do pessoal de segurança e medicina do trabalho. É ali que ela cumpre o expediente, das 7h30 às 13h45, ligada aos colegas pela internet.

Mudança: Maria Aparecida faz expediente de seis horas em escritório montado em casa.

Maria tem a tarde livre. Os filhos, Rafael e Vítor, gêmeos de 17 anos, passam o dia na escola, o marido chega no fim da tarde, a diarista só trabalha na sexta-feira. O home office eliminou o desconforto de pegar ônibus e metrô para chegar à Avenida Líbero Badaró, no centro, onde funciona a área de informática do banco. “Agora, só vou à minha seção uma vez por semana, na quarta-feira.”Analista de sistemas, Maria e sua equipe desenvolvem aplicativos de alta plataforma. “O trabalho remoto é igual ao que fazia no banco, tenho o mesmo compromisso e a mesma disponibilidade”, diz a bancária. Bate ponto eletrônico pelo computador e se desliga quando o sistema encerra todos os aplicativos, no fim do expediente. Se for necessário executar tarefas extras, após a jornada ou nos fins de semana – o que ainda não ocorreu –, a gerência tem de autorizar o acesso aos equipamentos.Uma das vantagens do home office, na avaliação de Maria, é a redução do estresse. Além de não ter de depender de condução, quase duas horas por dia, há menos interferências. A qualidade de vida é maior. “Faço caminhada três vezes por semana, durmo melhor e sou sustentável, pois não gasto papel e consumo menos combustível.”A produtividade aumentou, alcançando os 15% de ganho estabelecido pelo diretor de Gestão de Pessoas, Carlos Netto. O Banco do Brasil tem ferramentas para medir o crescimento pelo computador. O aumento de produtividade é uma resposta dos funcionários à demonstração da confiança que o banco deposita neles, ao permitir que trabalhem em casa. Daí a satisfação de Maria com o modelo home office. Ligada aos colegas pelas mensagens de voz, áudio e videoconferências, ela se sente alinhada à tecnologia, no conforto de casa, sem perder o contato com a equipe.Trabalho em casa, sete dias por semanaSete dias por semana, sem folga sábado e domingo, o engenheiro eletricista João Páscoa, de 68 anos, especialista em tecnologia da informação, se isola numa sala de seu apartamento, das 9h30 às 19h30, no bairro da Aclimação, seu home office, entre computadores e pilhas de papéis na mesa e no chão.“Uso papéis, porque trabalho com uns 12 projetos ao mesmo tempo”, diz, desculpando-se pelo ambiente meio desordenado. Mas foi essa a melhor maneira que ele encontrou para controlar dezenas de informações que lhe chegam de todas as partes do mundo, nos contatos de teleconferências.

Sem sair de casa: João Páscoa tem reuniões virtuais com colegas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Nova York e Chicago.

“Acabo de participar de uma reunião virtual com colegas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Nova York, Chicago e Denver, sob a coordenação de um indiano do outro lado do mundo”, revela Páscoa, empenhado com esses colegas no desenvolvimento de um projeto da IBM para substituição de máquinas antigas por versões novas. “Isso aqui é apenas parte de um megacomputador, mas representa um investimento de dezenas de milhões de dólares”, observa.Páscoa, que nasceu em Portugal e veio aos 6 anos para Brasil, entrou na IBM em 1967, deixou a multinacional 27 anos depois para ser professor universitário e foi chamado de volta há nove anos, em 2006, para exercer a mesma função de antes, só que trabalhando em casa.Achou ótimo, pois não teria mais de viajar seis horas por dia, ida e volta, à cidade de Sumaré, onde a IBM tem um centro de serviços com 7 mil funcionários, apesar do inconveniente de estar antenado de segunda-feira a domingo.Reunião social. “Agora, só vou a Sumaré uma vez por semana, às quartas-feiras, para reencontrar as pessoas, quase uma reunião social”, disse Páscoa. Uma vez por trimestre, a IBM faz uma pausa de 15 dias, durante os quais Páscoa é proibido de abrir alguns programas do computador, por questão de segurança. As férias anuais são sempre curtas, nunca passam de 20 dias. “Mesmo viajando, carrego o laptop na bagagem”, informa o engenheiro, que não consegue se desligar do trabalho.Casado, mas sem filhos, Páscoa condiciona a vida ao home office, sem problemas e compromissos adicionais, como os dos colegas que têm de levar crianças à escola.Nina, bibliotecária e funcionária pública aposentada, adaptou-se à rotina de isolamento do marido, fazendo o possível para não perturbar o trabalho dele no computador. Páscoa tem recursos para projetar imagens na tela do monitor, mas prefere usar só a voz.“Falamos em inglês, língua que todos dominam, com alguma dificuldade somente para entender os indianos, pois eles têm um sotaque terrível, embora se expressem com correção”, disse o engenheiro. “Somos um grupo pequeno na tecnologia da IBM, que tem 400 mil funcionários no mundo”, acrescenta. Pequeno, mas super organizado, com a responsabilidade de administrar fitas e discos magnéticos que armazenam 700 terabites e custam milhões de dólares.
Fonte: Tendência mundial, Brasil adere ao home office - Granadeiro

Número de empresas cresceu 3,8% de 2012 para 2013, mostra IBGE

O total de empresas no país cresceu 3,8% de 2012 para 2013
Trabalhadores da construção civil
© Foto: Antonio Cruz/ABr Trabalhadores da construção civil
O total de empresas no país cresceu 3,8% de 2012 para 2013, passando de 4,6 milhões para 4,8 milhões, segundo dados da pesquisa Demografia das Empresas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Nesses 4,8 milhões de empresas trabalhavam 41,9 milhões de pessoas, dos quais 35 milhões eram assalariados. Na pesquisa de 2012, havia 40,6 milhões de pessoas ocupadas, dos quais 33,9 milhões eram assalariados. O pessoal ocupado inclui os assalariados, os proprietários e sócios com atividade na empresa.Os setores que mais empregavam pessoal assalariado em 2013 eram o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (9,1 milhões), indústrias da transformação (8,4 milhões), atividades administrativas e serviços complementares (3,9 milhões) e construção (3,1 milhões).Novas empresasDe acordo com a pesquisa, o número de empresas que passaram a funcionar no país em 2013 chegou a 871,7 mil, o que representou 18,3% do total de empresas atuando no país naquele ano (4,8 milhões).Dessa quantidade de empresas, 621,8 mil eram novas e 249,9 mil retornaram ao mercado. Em 2012, o número de empresas que passaram a funcionar foi 860 mil, ou 18,7% do total de empresas daquele ano, de acordo com o IBGE.Por outro lado, 695,7 mil empresas saíram do mercado. Isso representa 14,6% do total de empresas ativas no país em 2013. O número é inferior ao observado em 2012, quando o número de empresas que pararam de funcionar chegou a 799,4 mil, ou 17,4% do total daquele ano (4,6 milhões).O setor com a maior taxa de entradas de empresas no mercado em 2013 foi o da construção (24,6% do total dos empreendimentos nesse segmento). Já a maior taxa de saída do mercado foi observada na área de eletricidade e gás (19,1% do total).OcupaçãoAs empresas estreantes ocupavam 887,7 mil pessoas em 2013 (2,5% do total), menos do que em 2012, quando eram empregadas 950,5 mil pessoas (2,8% do total). Dos 887,7 mil empregos nos novos empreendimentos de 2013, a maioria concentrou-se nos setores de construção (150,7 mil) e indústrias da transformação (111,5 mil).Já as empresas que deixaram o mercado somavam 524,2 mil postos de trabalho em 2013 (1,5% do total), ante os 453,1 mil de 2012 (1,3%). Dos 524,2 mil empregos das empresas que deixaram o mercado, a maioria estava no setor do comércio e reparação de veículos automotores (162,5 mil).A taxa de sobrevivência de 2012 para 2013 atingiu 3,9 milhões de empresas, ou seja, 81,7% do total de empreendimentos existentes em 2013. A pesquisa do IBGE mostrou ainda que, das 694,5 mil empresas criadas em 2009, apenas 329,9 mil, ou seja, menos da metade, sobreviveram até 2013.Editor Talita Cavalcante
Fonte: Número de empresas cresceu 3,8% de 2012 para 2013, mostra IBGE - MSN

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