5 dicas do empreendedor milionário que começou com 12 reais

O então morador de rua usou os 12 reais que tinha no bolso, destinados a um remédio da esposa, que estava grávida, para comprar doces e revender
David Portes, cortador de cana de Campos de Goytacazes (RJ), decidiu se mudar para a cidade do Rio de Janeiro em busca de oportunidades. Ele conseguiu um emprego como motorista e uma casa na Rocinha. Mas, após ser demitido, perdeu a moradia e teve de tomar uma decisão que definiria sua trajetória como empreendedor.O então morador de rua pegou os 12 reais que tinha (na época, o valor era em cruzados) e, em vez de comprar o remédio para dor que sua esposa grávida esperava, adquiriu doces para revender. Com a operação, ele conseguiu cerca de 24 reais, o dobro do que tinha inicialmente. Após destinar uma parte do valor para comprar o remédio (e um lanche), Portes continuou com a tática.David Portes: sua banca de doces começou com uma decisão arriscada© Divulgação David Portes: sua banca de doces começou com uma decisão arriscadaAssim, vender se tornou o negócio do empreendedor, que montou sua própria banca de doces. Ele só passou a prestar mais atenção no marketing quando começou a perder a clientela. Uma estratégia foi abrir vários departamentos dentro do negócio, como "Térreo" e "Mezanino EngorDiet" .Diante de outras ideias do mesmo tipo, o empreendedor começou a ser procurado por diversas empresas e executivos para ministrar palestras. "Eu percebi que o empreendedorismo era chave para que eu pudesse mudar de vida. Hoje, eu sou uma espécie de investidor-anjo", conta.Portes é palestrante e comanda as empresas Talk About (de palestras corporativas), a Agência D!Marketing, a AD POP e a Investcomm (aceleradora de investimentos). Apenas palestrando, Portes fatura 70 mil reais mensais.Nesta quinta-feira (16), o empreendedor irá lançar seu novo livro, chamado "O Segredo do Sucesso: 60 dicas do homem que transformou 12 reais em milhões". Veja algumas delas:

1. Arrisque

A decisão de Portes em gastar suas últimas economias para revender doces mostra que arriscar faz parte da trajetória de um empreendedor. "Milhares de pessoas estão pensando na mesma ideia que você. Enquanto você fica com medo, elas podem criar o negócio. Quem corre na frente bebe água limpa, e quem não corre fica sem nada para beber", diz.

2. Monte o negócio perto do seu público-alvo

Antes de abrir uma empresa, é preciso conhecer muito bem as características do seu ponto comercial, incluindo o perfil dos moradores da região. "Não abra uma concessionária de luxo em Paraisópolis, mas sim na Barra da Tijuca", exemplifica Portes. Segundo o empreendedor, esse é um exercício de paciência e de planejamento.

3. Guarde uma parte do que você ganha

Portes conta que dividia o dinheiro que ganhava com sua banca em três partes: a primeira parte era destinada a comprar o produto; a segunda era para gastos pessoais; e a terceira era guardada."Não saia gastando o dinheiro que sobra. Guarde para saber que, no futuro, terá capital para introduzir outros produtos e, assim, ter um ganho maior", recomenda. "As pessoas acham que estão ganhando muito dinheiro no primeiro ano e gastam tudo. Depois, não têm capital de giro e a empresa quebra".

4. Surpreenda o cliente

Um bom atendimento é fundamental, já que um cliente encantado se torna um vendedor do seu negócio, conta Portes. "A única linguagem universal é o sorriso: abre todas as portas e, também, as carteiras", brinca o empreendedor. Tenha bom humor e dê brindes, mas como cortesia e não como bajulação.Falando no tema, Portes também recomenda dar apenas o que o cliente pediu, sem tentar empurrar outra venda ou, pior ainda, tentar vender sem cumprir a entrega que já havia sido prometida.

5. Seja honesto e transparente

Quem vende também precisa ser honesto e transparente com seu consumidor. "Deus perdoa, mas o cliente não. Se você fizer um marketing negativo, é como uma gota de veneno em um balde com água: acaba contaminando todas as partes do negócio", diz Portes.Uma atitude ruim é agravada com a internet. "As informações podem tanto empurrar o empreendedor para cima quanto para baixo. Se ele faz algo errado e não é transparente nem honesto quanto a isso, a velocidade da internet quebra seu negócio".
Fonte: 5 dicas do empreendedor milionário que começou com 12 reais - MSN

Gestor "detona" Netflix em carta a investidores e diz que House of Cards dá sono

O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas (Facebook/Reprodução)
© Facebook/Reprodução O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas
Companhia responsável por seriados como Orange is the New Black opera em múltiplos de mais de 100 vezes e já faz gestores como David Einhorn torcerem o nariz
O gestor da Greenlight Capital, David Einhorn, não está nada contente com o Netflix. Dona de uma ascensão meteórica na Nasdaq, a empresa que vende planos de assinatura para ver filmes e séries online entregou um lucro decepcionante no primeiro trimestre de 2015 (os números do segundo trimestre serão divulgados hoje depois do pregão) e, portanto, deveria ter caído, mas não o fez porque atualmente "as ações de melhor desempenho são aquelas com histórias excitantes nas quais a prestação de contas pertence a um futuro distante", afirmou Einhorn, em carta para investidores.O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas. Mesmo assim, a ação subiu 12% no dia seguinte, com analistas cortando expectativas para os três próximos anos. Detalhe que o papel negocia atualmente em um múltiplo P/L (preço da ação dividido pelo lucro por ação) maior do que 100 vezes, o que, a rigor, significa que empresa precisa de mais de 100 anos para entregar a rentabilidade que seu valor de mercado sugere.“Se você tivesse nos dito antes que os números seriam estes, teríamos chutado que o dia seguinte ia ser ruim para os acionistas da Netflix, mas aparentemente, ‘Red Ink is the New Black’", disse em referência a um dos mais aclamados seriados originais da empresa, Orange is the New Black, e ao logotipo da empresa, que é vermelho.O descontentamento se estendeu mesmo às séries produzidas pela companhia. Segundo Einhorn, a terceira temporada de House of Cards "parece ter sido roteirizada para competir com o Ambien [um popular remédio para dormir dos EUA]", opinou. Ou seja, a série de sucesso daria "sono".Enquanto isso, logo após fazer um desdobramento de 7 para 1, saindo de um patamar próximo a US$ 700 por ação para US$ 100, os papéis caem 2,28% hoje, US$ 98,18. Isso causa estranhamento, porque se espera que, com esta operação, as ações ganhem mais liquidez - investidores passam a não ter que desembolsar quantias astronômicas para se tornarem acionistas da empresa. Além disso, o mercado segue na expectativa pela divulgação de resultados do segundo trimestre. A expectativa é de que haja um crescimento na base de assinantes; contudo, a margem das operações internacionais deve seguir negativa.
Fonte: Gestor "detona" Netflix em carta a investidores e diz que House of Cards dá sono - MSN

NPS: o que é e como implementar 

O NPS é uma metodologia da Bain & Company para medir satisfação. Veja como implementar o NPS e colher feedbacks de seus clientes para crescer.
NPS: saiba como as maiores empresas do mundo medem a satisfação de seus clientes
Conheça a metodologia do NPS® e saiba como aplicá-lo em sua empresaQuando a Zappos nasceu, já havia outras empresas que vendiam sapatos, com excelente execução e espaço no mercado. Abrindo a possibilidade de vendas de sapatos online, investindo na cultura de sempre ter a experiência do cliente em primeiro lugar e de “entregar a felicidade”, eles conquistaram uma boa fatia desse mercado e um NPS médio acima de 60%, mesmo com tantos consumidores. Espera… NPS?Sim, NPS! Não podemos mais ignorar o fator satisfação de clientes no mundo dos negócios e o NPS é uma das ferramentas mais eficazes para medir isso.
VOCÊ E SEU CONCORRENTE PODEM TER PRODUTOS COM QUALIDADES MUITO SIMILARES, MAS É O RELACIONAMENTO COM O CLIENTE QUE VAI SEPARAR A EMPRESA ÓTIMA DA MÉDIA. QUANTO MAIOR A SATISFAÇÃO, MELHOR O SEU RESULTADO.
E o que é o NPS?NPS é a sigla para Net Promoter Score: o NPS é uma metodologia criada em 2003 pela Bain & Company, para mensurar o quão bem as empresas estão lidando com seus clientes ou pessoas com as quais interage. O NPS pode inclusive ser um dos seus indicadores de desempenho (KPI) de médio-longo prazo, sendo utilizado para implementar e acompanhar melhorias. Não é algo que resolverá seus problemas do dia para a noite, mas que te dará um panorama geral dos pontos fortes e fracos do seu negócio.O NPS deve ser usado para medir a satisfação de um público específico – quem a empresa já se relaciona e com quem quer melhorar seu relacionamento. Dependendo do intuito, podem ser clientes ou até funcionários da empresa, por exemplo.De forma simplificada, a avaliação é baseada em duas perguntas:1) A parte quantitativa, sempre medida em uma escala de 0 a 10: “O quanto você nos recomendaria (ou recomendaria algum produto) para um amigo?”2) Parte qualitativa: “Por que você deu esta nota?”Como o NPS é calculado?Os respondentes são divididos em 3 categorias, com base nas notas que dão: Promotores, Neutros e Detratores. A Bain parte do princípio de que os respondentes que dão as notas 9 ou 10 podem ser chamados de Promotores. São pessoas que gostam da empresa, estão satisfeitos, querem continuar nesta relação e incentivam amigos para que se envolvam com esta empresa (marketing boca-a-boca). Os respondentes que dão notas 7 e 8 são os Neutros: não ajudam a espalhar a marca, mas também não atrapalham. E por fim, os que dão notas de 0 a 6 são os Detratores – pessoas insatisfeitas, que não tiveram uma boa relação e que chegam a prejudicar a imagem da empresa.
ENQUANTO UM PROMOTOR TRAZ NOVOS CLIENTES, UM DETRATOR OS ESPANTA.
No fim das contas, isso é contabilizado em um valor que corresponde ao seu NPS. Para gerar o indicador, a fórmula é simples: (Promotores – Detratores)/Número total de respondentes.Por exemplo, vamos supor que 100 pessoas responderam sua pesquisa. Se 40 deram notas 9 ou 10 (Promotores), 50 deram notas 7 ou 8 (Neutros) e 10 deram notas de 0 a 6 (Detratores), então o cálculo seria: NPS = (40-10)/100 = 30%Note que o número de Neutros é contabilizado apenas no número total de respondentes.“Lancei uma pesquisa online para 1000 clientes, mas apenas 100 responderam. O que faço com os outros 900?”As formas mais comuns de lidar com não-respondentes são: ignorar do total ou contabilizar como Neutro.Empresas B2C com grande base de clientes (companhias aéreas, por exemplo) normalmente anulam quem não respondeu. Ou seja, só contabilizam no número total quem enviou sua resposta, e não quem recebeu a pesquisa. Dependendo do caso, pode-se considerar os não-respondentes como Neutros, no caso de acharmos que o cliente não respondeu ao questionário por questão de indiferença.Geralmente, ignorar os não-respondentes é sempre o mais indicado, até porque seu público-alvo pode não ter recebido ou aberto o e-mail.Qual é o perfil de empresa recomendado para implementar o NPS?Todas! Não há restrições. A métrica é ampla e adaptável, sempre com o intuito de mensurar relacionamento e satisfação. O que varia são os percentuais de referência entre as diferentes indústrias. Por exemplo, uma empresa de telefonia pode ter um NPS negativo e estar dentro da média da indústria. Mas já um NPS baixo, da ordem de 10%, poderia ser catastrófico para um varejista online. Na medida do possível, é importante também mensurar o NPS de seus concorrentes.Com que frequência fazemos o disparo do NPS?Pode ser trimestral ou semestral. O mais importante é medir numa frequência que permita acompanhar as melhorias que vem sendo identificadas e aplicadas. É necessário que haja tempo para o cliente reconhecer uma mudança antes de responder novamente a pesquisa.Mas não adianta usar NPS se não há um acompanhamento planejado. A ideia do método é conflitar a visão interna (como achamos que somos) e a visão externa (como as pessoas nos percebem) da companhia, para então conhecer as reais fortalezas no negócio, que normalmente vêm no feedback dos promotores, e as reais fraquezas, que aparecem nos comentários dos detratores e, com isso, melhorar o que for necessário.Legal! Agora por onde eu começo?1. Defina seu público (clientes ativos, funcionários);2. Adapte as perguntas à sua realidade (“o quanto recomendaria” / “avalie sua experiência” / “o quão satisfeito”) e sempre peça o racional por trás da nota. A pergunta qualitativa é a pergunta que dará insumos para mapearmos os gargalos da empresa e transformá-los em um plano de ação;3. Envie sua pesquisa. Se a aderência for baixa, faça o follow-up com um novo e-mail. O ideal é ser rápido, então dê o máximo de duas semanas de coleta para o todo;4. Segmente as respostas à sua necessidade. Você deve ter o NPS global da sua empresa, mas você tem a opção também de segmentar os respondentes mediante necessidade – por exemplo, dividindo por regiões: se for o caso, seu plano de ação também pode reunir medidas diferentes para cada parte do território nacional;O NPS é aberto? Posso implementar totalmente sozinho?O NPS é uma marca registrada, porém a lógica do NPS é uma métrica que qualquer empresa pode implementar.Quer aprender ainda mais sobre NPS em escala global?Organizações no mundo todo usam a metodologia – de bancos a universidades, do eBay à Apple. Neste link, você confere uma lista das que já declararam isso publicamente (pois é, ainda tem mais).Para saber mais sobre o NPS em escala global, clique aqui.
Fonte: NPS: o que é e como implementar - Endeavor Brasil

Crise derruba mercado de viagens e pacotes turísticos

A Crise econômica está afetando negativamente as vendas de 82,1% das empresas que atuam no ramo de agenciamento turístico no Brasil. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis) e mostram que o setor está amargando um 2015 difícil.

As vendas para pessoas físicas foram as que mais sofreram os efeitos da recessão, com variação negativa de 39,8%. Já as vendas para o público corporativo privado tiveram queda média de 25,7%.

 Foto: My Good Images / Shutterstock
Vendas para pessoas físicas foram as que mais sofreram os efeitos da recessão, com variação negativa de 39,8%
Foto: My Good Images / Shutterstock

Os dados foram coletados entre 17 e 22 de junho de 2015 junto a 375 empresas do setor de agenciamento turístico em todo o Brasil, abrangendo 74 cidades de 26 estados e Distrito Federal.

Fonte: Crise derruba mercado de viagens e pacotes turísticos - Terra

Com alta de quase 2%, Petrobras puxa Ibovespa e índice tem alta de 0,23%

Índice fechou em alta puxado por Petrobras; notícias sobre visita da Moody's ao Brasil agitaram cenário doméstico, assim como dados de vendas do varejo nos EUA e Brasil
O Ibovespa, que prometia uma sessão de queda, encerrou o pregão desta sexta-feira (14) com uma alta de 0,23%, a 53.239 pontos. O índice foi puxado pela Petrobras (PETR3, R$ 13,516, +1,81%; PETR4, R$ 12,008, +1,52%), que se recuperou após um dia de volatilidade para o preço do petróleo depois do acordo nuclear do Irã com seis potências mundiais. Após cair 2% mais cedo, o preço do brent fechou em alta de 0,928%, a US$ 58,38 o barril. Enquanto as ações da Petrobras se recuperaram, Vale e siderúrgicas tiveram um dia de fortes quedas.Já o dólar teve alta de 0,24% e fechou cotado a R$ 3,137 na compra e R$ 3,138 na venda, queda ainda menor que no último pregão quando caiu 0,95% e fechou cotado a R$ 3,158 na compra. As principais bolsas norte-americanas fecharam em alta.No cenário externo, destaque para a expectativa sobre a possibilidade de o Parlamento grego aceitar as condições de austeridade previstas no acordo assinado ontem com os credores. Na Europa, as principais bolsas fecharam com leves ganhos pelo quinto pregão consecutivo, com o mercado avaliando que o Parlamento grego deverá passar as medidas para assegurar o terceiro pacote de ajuda e a confiança dos investidores de que a Grécia aprovará as reformas para obter o novo resgate.No cenário doméstico, a expectativa fica com a chegada da agência de classificação de risco Moody's amanhã, enquanto o mercado repercute os dados de vendas no varejo no Brasil e nos EUA. Nos EUA, o dia é de leve alta para as bolsas após os dados do varejo piores do que o esperado, sugerindo que o Federal Reserve pode adiar a alta de juros.Ainda por aqui, a agência de classificação de risco Standard & Poor's, reiterou os ratings BBB- da Petrobras com perspectiva negativa. Os ratings continuam a refletir a visão da S&P de um risco “muito alto” do governo fornecer suporte em tempo hábil e suficiente para as obrigações financeiras da empresa, disse a S&P em relatório.Altas do diaAs ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) fecharam entre as cinco maiores altas do índice hoje, com altas de 3,87% e 4,27%, cotadas a R$ 6,17 e R$ 9,04, respectivamente.No cenário da companhia, está a notícia sobre o suposto envolvimento de um diretor no esquema de propina investigado pela Operação Lava Jato, que foi negado pela estatal.O dono da UTC, Ricardo Pessoa, teria dito, em depoimento de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, que o diretor de Geração da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, exigira doações ao partido durante negociações do contrato para construção da usina nuclear de Angra 3. "Já houve o afastamento do presidente de Angra 3 e a Eletrobras contratou um escritório para fazer uma auditoria pericial em todos os contratos do projeto, conforme já tinha sido anunciado anteriormente", disse o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.A companhia informou hoje que não foi intimada sobre qualquer processo de investigação no âmbito do escândalo. O comunicado foi publicado em resposta a questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem da revista Veja citada pelo jornal Folha de S.Paulo segundo a qual o empresário Ricardo Pessoa da construtora UTC teria dito aos procuradores que um diretor da Eletrobras sugeriu que desse ao PT parte do que esperava ganhar num contrato da estatal com a construção da usina nuclear Angra 3.As baixas da BolsaAs ações da Vale (VALE3, R$ 17,82, -3,68%; VALE5, R$ 14,86, -3,26%), fecharam em queda após terem disparado na véspera. O diretor da Vale do negócio de metais ferrosos, Peter Poppinga, disse ontem que a companhia vai começar a retirar a partir deste mês 25 milhões de toneladas de sua oferta de minério de ferro, mas manteve inalterada sua oferta da commodity em 340 mil toneladas em 2015. Em relatório, o Morgan Stanley disse que essa decisão de substituir o minério de alto custo/menor qualidade por de menor custo/maior qualidade seja positiva e se reflita em maior Ebitda/tonelada, ele pode ter um efeito nulo ou até negativo sobre os preços globais do minério.As ações das siderúrgicas deixaram para trás os fortes ganhos da véspera e caíram hoje: Gerdau (GGBR4, R$ 6,52,-7,25%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,68, -10,52%), Usiminas (USIM5, R$ 4,27, -1,39%) e CSN (CSNA3, R$ 4,77, -1,85%). O Instituto Aço Brasil refez suas estimativas para o desempenho do setor neste ano. Segundo o estudo, a produção de aço bruto deverá mostrar uma queda de 3,4% sobre o ano passado, contra uma estimativa anterior de alta de 6,4%.Sobre a Gerdau, que figurou como a maior queda do índice, a companhia anunciou nesta terça-feira uma reestruturação dos negócios nas Américas, com redistribuição das operações em três divisões para América do Norte, América do Sul e Brasil. Para simplificar e unificar as participações societárias na companhia fechadas da Gerdau S.A. no Brasil, o conselho de administração da empresa aprovou a compra de fatias minoritárias na Gerdau Aços Longos, Gerdau Açominas, Gerdau Aços Especiais e Gerdau América Latina Participações, por um total de R$ 1,986 bilhão. As aquisições permitirão à Gerdau S.A. deter mais de 99% do capital total de cada uma das controladas.Moody's e meta fiscalNo Brasil, o cenário também foi bastante movimentado, em meio à expectativa pela visita da agência de classificação de risco Moody's ao Brasil amanhã, quarta-feira (15). Segundo o jornal Valor Econômico, a equipe econômica, convencida de que rebaixamento do rating pela Moody’s é inevitável, aposta nas medidas de ajuste fiscal para impedir que downgrade venha acompanhado de viés negativo. A tarefa de convencimento não será fácil, destaca o jornal citando fontes, que atribuem situação ao cenário político que dificulta aprovação das medidas do ajuste e o baixo crescimento econômico.Ainda no campo econômico, pelo menos por enquanto, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu evitar a admissão oficial de que o superávit primário de 1,13% do PIB (cerca de R$ 66,3 bilhões) prometido para este ano não será alcançado, como é voz corrente tanto entre analistas privados quanto entre membros do próprio governo. Ele bloqueou a redução imediata da meta, como defendida, entre outros, pelos ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).Chamou atenção ainda a expectativa pela votação do projeto da diminuição das desonerações. "Se mudar o texto, a votação fica para agosto", afirmou o líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Entre os dados econômicos, chamaram a atenção as vendas no varejo em maio: as vendas caíram 0,9% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 1,00% até uma alta de 0,60%.Vendas no varejoJá as vendas no varejo dos Estados Unidos caíram inesperadamente em junho com famílias diminuindo compras de automóveis e uma série de outros produtos, o que pode levantar receios de que a economia está desacelerando novamente. O Departamento do Comércio informou nesta terça-feira que as vendas no varejo recuaram 0,3% no mês passado, a leitura mais fraca desde fevereiro. Os números do varejo em maio foram revisados para baixo para mostrar uma alta de 1%, em vez do salto informado anteriormente de 1,2%.Por aqui o recuo foi de 0,9% nas vendas do varejo restrito em maio ante abril é o mais intenso para o mês desde 2001, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2001, a queda também foi de 0,9%, segundo o instituto. Já a queda de 4,5% nas vendas em relação a maio de 2014 foi a maior, considerando todos os meses, desde agosto de 2003 (-5,7%). Levando em conta apenas os meses de maio, a retração foi a mais intensa desde 2003 (-6,2%).(Com Reuters)
Fonte: Com alta de quase 2%, Petrobras puxa Ibovespa e índice tem alta de 0,23% - MSN

Shopping Mueller Joinville terá centro de serviço da Apple e loja da Polishop

O Shopping Mueller de Joinville, vai receber novas operações neste segundo semestre. A Tech Masters, centro de serviço autorizado da Apple, prevê inauguração em setembro. Outra novidade, também no ramo da tecnologia, é a marca Samsung, que deve se instalar nas próximas semanas. A Polishop, rede de lojas que já tem mais de 200 pontos de venda no País e no exterior, vai abrir unidade. No segmento de vestuário, o empreendimento deve receber a Live Moda Fitness, marca de moda feminina fitness e contemporânea. O Mueller tem 160 operações em funcionamento.
Fonte: Claudio Loetz: Shopping Mueller terá centro de serviço da Apple e loja da Polishop - A Notícia

Marcas que investem - se recuperam mais rápido, avaliam especialistas

Octávio René Lebarbenchon Neto, da ADVB-SC, e Daniel Araújo, da Abap-SC, recomendam às empresas que não caiam no pessimismo
Marcas que investem mesmo em meio à crise se recuperam mais rápido, avaliam especialistas Fernando Villadino/ADVB/divulgação
Lebarbenchon Neto: segredo é pensar em inovação
Foto: Fernando Villadino / ADVB/divulgação
O efeito bola de neve já é conhecido. Preocupado com o futuro, o consumidor adia decisões de consumo, a economia gira mais lentamente e as empresas precisam fazer ajustes internos para compensar a queda nas vendas, que podem impactar o emprego, deixando o consumidor ainda mais inseguro e propenso a economizar.Para lidar com situações como esta, o presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-SC), Octávio René Lebarbenchon Neto, alerta: seja qual for o momento econômico, a empresa não pode parar de pensar em crescer.— O segredo é pensar em inovação — afirma.O controle é importante, mas não pode contaminar o espírito de querer vender e, dentro da empresa, todos são vendedores e devem saber vender a ideia dela, diz Lebarbenchon.Uma marca forte, nesta hora, faz a diferença. Para ele, quem investiu na concretização, formatação e percepção da marca está tendo mais vantagem competitiva, pois quando o consumidor começa a fazer escolhas, o preço não define a compra sozinho. A marca pode agregar valor ao produto e resultar em ganho de preço também.— Em épocas difíceis, quem tem marca consegue lutar contra a crise de forma positiva — diz o presidente da ADVB-SC.Araújo: é preciso cortar gastos desnecessários, mas continuar investindo (Foto: Divulgação)Coragem que recompensaPara o presidente de Associação Brasileira de Agências de Publicidade em Santa Catarina (Abap-SC) e presidente da D/Araújo Comunicação, Daniel Araújo, as políticas de incentivo ao consumo às classes mais baixas, iniciadas no governo Lula, ajudaram a atravessar a crise econômica mundial de 2008. Porém, avalia ele, essa política econômica esgotou-se no ano passado.— Para sair dessa situação, o governo brasileiro oferece o corte de gastos e o aumento da taxa de juros, enquanto os Estados Unidos baixaram a taxa real de juros para quase zero. O Banco Central Americano gastou cerca de US$ 2 trilhões em compra de ativos, notas do Tesouro e em empréstimos para bancos comerciais e empresas. Já a União Europeia, após anos de estagnação econômica, resolveu seguir a receita bem-sucedida dos Estados Unidos e injetar dinheiro na economia — analisa Araújo.Para o publicitário, o pacote de concessões do governo brasileiro chega em bom momento e representa um aviso para o setor privado: é hora de tomar as rédeas.— Não podemos cair no pessimismo desenfreado. É preciso cortar gastos desnecessários, mas também é essencial investir. Quem tem coragem e decide investir para construir uma marca forte é recompensado com o crescimento — complementa.
Fonte: Marcas que investem mesmo em meio à crise se recuperam mais rápido, avaliam especialistas - A Notícia

Rede milionária, Frango Assado começou com banca de frutas

Pioneira em restaurantes de estrada foi vendida, em 2008, por mais de R$ 150 mi para gigante do setor de alimentação
Em 1952, o casal José e Rosa Mamprin abriu uma pequena banca de frutas à beira da recém-inaugurada Rodovia Anhanguera, estrada que liga a capital paulista ao interior, e plantou a semente do que seria a rede de restaurantes Frango Assado. Em 2008, seus descendentes venderam o negócio para a gigante do setor de alimentação International Meal Company (IMC) por mais de R$ 150 milhões. Entre um momento e outro, há uma história de oportunidades aproveitadas, ideias inovadoras e alguma sorte.

“Meus avós aproveitaram a abertura da Anhanguera para montar uma banca de frutas e vender a produção que eles tinham num pequeno sítio”, lembra Valmik Mamprin, membro da terceira geração da família que se tornou diretor administrativo financeiro do grupo na década de 1970.

A banca de frutas se chamava Rancho São Cristovão – nome que homenageava o padroeiro dos motoristas –, ficava no quilômetro 73 da estrada, na altura da cidade de Louveira, e também oferecia alguns lanches para o número cada vez maior de pessoas que transitavam pela Anhanguera. Mas a comida que começou a chamar a atenção da clientela não estava à venda.

Cheiro de negócio “Aos domingos, a gente fazia um almoço de família no qual era servido frango assado. Os clientes sentiam o cheiro e começaram a perguntar se o prato estava à venda. Logo, começamos a aceitar encomendas”, diz Mamprin, que acrescenta: “A fama do produto ficou tão grande que os clientes só chamavam o lugar de frango assado”. Em 1955, os donos aproveitaram a ideia e rebatizaram o estabelecimento. Surgia, assim, o primeiro restaurante Frango Assado.

Em 1956, no entanto, o terreno onde funcionava o estabelecimento foi desapropriado e a família teve de desmontar o barracão. O que poderia ser o fim do empreendimento virou oportunidade: os Mamprin construíram um estabelecimento maior no km 72. “As refeições viraram o produto principal”, afirma Valmik.

Nos anos seguintes, o movimento cresceu tanto que uma parte significativa da economia de Louveira passou a girar em torno do restaurante. Os lucros do negócio, no entanto, foram investidos em outro empreendimento, o restaurante Fonte Santa Tereza, em Valinhos, e o Frango Assado ficou muitos anos sem receber investimentos. Foi então que a terceira geração da família, da qual Valmik faz parte, pediu para assumir o negócio. Rosa havia falecido em 1963, e o patriarca José e seus filhos aceitaram.

A chegada dos jovens não significou apenas uma mudança administrativa – o restaurante também passou por uma grande reforma. “Entre outras inovações, criamos uma cozinha que ficava no meio do restaurante, visível aos clientes, o que não era um costume da época.”

Uma novidade muito mais singela, no entanto, atraiu ainda mais clientes. “Os banheiros eram a pior parte de todos os restaurantes de estrada, por isso, reformamos o nosso, o que funcionou até como marketing para o restaurante”, diz Mamprin.

Na década de 1970, a abertura de uma nova rodovia para o interior, a Bandeirantes, preocupou os donos do Frango Assado pela iminente queda do movimento. “A estrada apressou a abertura de outros estabelecimentos e, em 1977, fomos para a Imigrantes e, depois, para a Dutra”, conta Mamprin. Surgia, assim, a Rede Frango Assado: “A dificuldade virou oportunidade. Se não fosse a Bandeirantes, talvez tivéssemos ficado só em Louveira”.

Uma nova medida aumentou ainda mais os rendimentos: a introdução da ficha individual para cada consumidor. “Numa viagem para a Itália, onde havia muitas redes de restaurantes de estrada, conheci o sistema, que eu trouxe para o Brasil, pois queria ter um controle maior dos pagamentos. O resultado foi que, além do controle, houve também um aumento significativo nos gastos por cliente”, afirma Mamprin.

A década de 1990 foi marcada pela abertura de mais restaurantes, e a expansão exigiu profissionalização. Em 1996, foi criada uma holding para administrar a rede. “Separamos a família do negócio, delegamos mais poderes para o corpo de gerentes e criamos, com uma consultoria, um livro de metas e objetivos para os funcionários”, diz Mamprin. O profissionalismo permitiu abrir ainda mais restaurantes.

O início do século 21 foi marcado pela consolidação do mercado de alimentação, e a Rede Frango Assado se preparou para o novo cenário. “Nós já estávamos preparados para receber alguma oferta, pois existem poucos grupos no mundo, e havíamos chegado num momento no qual precisaríamos de muito capital para continuar a expandir o negócio”, conta Mamprin. Foi nesse contexto que surgiu a oferta da IMC, que também comprou a rede de restaurantes Viena.

Assim, o negócio que começou como uma pequena banca de frutas hoje é parte de um gigante do setor de alimentação com atuação no Brasil, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Porto Rico e México.


Prêmio Top of Mind divulga os vencedores da edição 2015 na próxima semana

Neste ano, serão 57 homenageados no maior prêmio de reconhecimento de marcas de Santa Catarina
O sucesso de uma empresa pode depender de uma série de fatores, como pessoas, produtos, serviços ou processos. Mas há algo em comum entre as organizações que alcançam o topo: o valor que suas marcas têm na vida dos consumidores. A partir do momento em que conquistam a confiança do público, elas sobem de patamar e, mais do que líderes de seus segmentos, passam a ser referência para o mercado.Na próxima quinta-feira, as empresas e personalidades que mais se destacam junto à população catarinense estarão presentes na 21ª edição do Prêmio Top of Mind, principal evento de reconhecimento de marcas de Santa Catarina, que ocorre no auditório da Fiesc, em Florianópolis, às 19 horas.A iniciativa é do jornal “A Notícia” em parceria com o Instituto Mapa, responsável pelo levantamento que ouviu mil pessoas nos 26 municípios com maior potencial de consumo do Estado, além de 150 executivos de médias e grandes empresas da indústria, do comércio e do setor de serviços.Neste ano, 57 marcas serão premiadas. Elas estão divididas em 23 categorias estaduais e três regionais, que contemplam o Top of Mind População a partir das respostas dos consumidores; e outras 19 categorias que formam o Top Executivo, cujos vencedores foram definidos por empresários. Em alguns casos, há mais de um ganhador por categoria.De acordo com o presidente do Instituto Mapa, José Nazareno Vieira, o Top of Mind vem cumprindo, ao longo dessas duas décadas, a missão de certificar marcas, empresas e personalidades que conquistam o primeiro lugar na lembrança dos catarinenses.— Esta é uma importante contribuição do Instituto Mapa e do jornal “A Notícia” ao premiar e homenagear instituições e profissionais que promovem com muita competência o desenvolvimento econômico e social de Santa Catarina — avalia Zeno.Além de apontar aqueles que se diferenciam, o Top of Mind também já se firmou no calendário executivo do Estado. Todos os anos, o evento reúne os mais importantes nomes do empresariado catarinense, além de autoridades políticas, numa oportunidade única de relacionamento e troca de experiências.– Essa é uma prova do valor que a premiação atingiu entre os grandes empresários de Santa Catarina. O Top of Mind também reitera a importância de se investir na qualificação e no fortalecimento das marcas, o que é um grande diferencial competitivo, ainda mais em momentos difíceis – avalia Adriano Araldi, diretor regional do Grupo RBS em Joinville.A partir de segunda-feira, “AN” dá início a uma cobertura especial da premiação. Ao longo da semana, serão publicadas reportagens e entrevistas com especialistas e profissionais das áreas publicitária e de marketing que irão dar sequência ao conteúdo publicado neste espaço em Negócios & Cia. nas últimas três semanas.Os materiais vão destacar a importância de se investir na marca em tempos de crise, quais são os erros e acertos mais comuns na sua construção e como aproveitar as redes sociais para fortalecê-la. Na sexta-feira, dia 17, um caderno especial com 76 páginas, encartado na edição de “AN”, vai revelar os vencedores do Top of Mind 2015.
Fonte: Prêmio Top of Mind divulga os vencedores da edição 2015 na próxima semana - A Notícia

Como a BMW diminuiu os custos da fábrica de Araquari pela metade e reduziu o prazo da obra

Mesma filosofia de construção também foi adotada pela Whirlpool, que baixou em 77% o tempo gasto entre o pedido do cliente e a entrega do produto
Como a BMW diminuiu os custos da fábrica de Araquari pela metade e reduziu o prazo da obra Arte sobre fotos de Maiara Bersch e Rodrigo Philipps/Agência RBS
Obra deveria ficar pronta em um ano, mas foi concluída em dez meses

No fim de junho, profissionais de todo o Brasil se reuniram na sede da UniSociesc, em Joinville, para conhecer como algumas empresas conseguiram aumentar a produtividade, reduzir custos e elevar a qualidade do que fazem – um feito que todos querem aprender nestes tempos em que as organizações tentam se adaptar ao cenário econômico e manter o negócio rentável. Volvo, Weg, BRF, Whirlpool e BMW foram algumas das empresas presentes ao 12º Fórum Nacional de Lean.Pela riqueza de detalhes e informações estratégicas, algumas apresentações foram fechadas para a imprensa. Mas Negócios & Cia. conversou com os representantes da BMW e da Whirlpool para descobrir como a montadora alemã conseguiu acelerar as obras e erguer a fábrica de Araquari com a metade do valor previsto e como a fabricante de eletrodomésticos reduziu em 77% o tempo decorrido entre a solicitação do cliente e a entrega do produto.Fábrica com custos pela metadeO modelo de construção utilizado pela BMW na fábrica de Araquari servirá de padrão para todas as unidades da montadora alemã no mundo. Em Santa Catarina, a montadora aplicou, pela primeira vez, uma filosofia pouco conhecida na construção civil, embora bem familiar em grandes indústrias: o Lean Thinking.O gerente da BMW responsável pelo planejamento e construção da planta brasileira, o alemão Georg Zeller, conta que o Lean tornou possível construir a fábrica de maneira mais rápida do que o previsto, além de reduzir pela metade os custos, que totalizaram 200 milhões de euros (cerca de R$ 700 milhões na cotação atual).O projeto inicial da BMW previa um ano de obras, mas a fábrica ficou pronta em dez meses, explica a Perville, construtura escolhida para executar a obra. O segredo foi a decisão da montadora de implantar a filosofia Lean antes de qualquer ação. Para entrar no mercado brasileiro, Zeller diz que a BMW viu que teria o desafio de construir com a metade do custo de outras fábricas. Isto implicaria uma execução rápida, de alta qualidade e de baixo custo.Antes mesmo de assinar o contrato, a equipe da montadora participou de um treinamento sobre a aplicação do Lean na construção civil (Lean Construction) com a consultoria da Porsche na Alemanha. Em seguida, contratou a consultoria da Porsche do Brasil para realizar três dias de treinamento com todos os parceiros e fornecedores mais importantes envolvidos com a fábrica de Araquari. Os brasileiros representaram 90% da equipe da obra.— A principal mudança foi integrar a construtora  muito mais no processo de planejamento e no cronograma do que a gente faz normalmente — afirma Zeller.No canteiro de obras, o trabalho se caracterizou pela eliminação de atividades que não agregavam valor, industrialização do processo, redução do tempo do ciclo, simplificação e maior transparência nas ações. As empresas especializadas que participaram da construção foram submetidas a indicadores e auditorias, garantindo rígido controle.O uso de ferramentas para tornar mais visual a gestão da obra, como o andon, também fez parte do projeto. O sistema é bem conhecido daqueles que aplicam o Lean. De fácil visualização, emite sinal sonoro e visual para alertar operadores em caso de falhas.Para aumentar a produtividade, foram usados pallets, que facilitaram o transporte dentro da obra. O tapume foi substituído pela cerca para que fosse possível enxergar tudo o que acontecia através dela.A fase de planejamento teve papel crucial para se conseguir velocidade na execução. O prédio foi dividido em áreas semelhantes. Foram criadas rotinas, uma espécie de script para os serviços ligados a elas. Segundo Zeller, a cultura da confiança também foi uma importante aliada para sair do estágio de construção artesanal para o modelo de construção enxuta.Velocidade para inovarA Whirlpool implantou a filosofia japonesa em 2003. Desde então, explica o gerente corporativo de Lean e Manufatura Avançada, André Libio da Silva, a empresa reduziu em torno de 77% o tempo despendido entre a solicitação do cliente até a entrega do produto. O número de reclamações de consumidores no campo caiu mais de 44%. Houve melhorias também em produtividade, 5S e outros indicadores importantes para a companhia.— São ganhos significativos ao longo do tempo e que nos tornam mais competitivos — afirma Silva.A fabricante de eletrodomésticos viu-se diante da necessidade de inovar com rapidez para ter velocidade no tempo de resposta às mudanças do mercado, e percebeu que quanto maior o tempo de desenvolvimento, maior o custo. Dentro desse contexto, a companhia decidiu adotar o Lean Manufacturing. Não se trata de uma cópia, diz o gerente, mas uma adaptação para o negócio.Um dos principais objetivos é fazer certo da primeira vez. Por esta razão, os profissionais são treinados para agir na solução das falhas, com foco na causa-raiz.— Quanto mais distante da origem, mais custoso será tratar um problema — diz o gerente.Há dispositivos à prova de erro, que interrompem o funcionamento diante de uma falha. A empresa investiu no trabalho padronizado, no controle de processos para reduzir a variação, na capacitação de profissionais, nas auditorias mensais e na certificação dos processos.Para Silva, o desafio é a mudança de cultura para envolver as pessoas em todos os níveis da organização.— É preciso entender o problema, ir o tempo inteiro para o chão de fábrica, perguntar sempre o porquê para entender a causa-raiz e tentar resolver o mais rápido possível. E o ponto-chave é envolver as pessoas e treiná-las. Sem isso, o Lean não terá evolução adequada.O que é Lean ThinkingLean Thinking (ou mentalidade enxuta) é uma filosofia e estratégia de negócios para aumentar a satisfação dos clientes por meio da melhor utilização dos recursos.A gestão Lean procura fornecer, de forma consistente, valor aos clientes com os custos mais baixos (propósito), identificando e sustentando melhorias nos fluxos de valor primário e secundário (processos) por meio do envolvimento das pessoas qualificadas, motivadas e com iniciativa (pessoas).O foco da implementação deve estar nas reais necessidades dos negócios e não na simples aplicação das ferramentas Lean."Não existe nada hoje que passe na frente"Lean e Kaizen referem-se à filosofia e à aplicação do Sistema Toyota de Produção, desenvolvido no pós-guerra. Década após década, empresas de todo o mundo continuam adaptando a filosofia japonesa para aumentar a produtividade e a eficiência e reduzir desperdícios. Nesta entrevista, o diretor de operações do Instituto Kaizen no Brasil, Daniel Simões, revela de que forma ela pode ajudar as organizações no atual cenário econômico brasileiro.Negócios & Cia. – A sociedade mudou muito desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Os princípios do Kaizen permanecem atuais? Daniel Simões – O Kaizen continua muito atual e junto dele há outras ferramentas, como o conceito de automação de baixo custo. Ele vai incorporando metodologias em conjunto. O apoio de sistemas digitais, por exemplo, vai bem quando feito com simplicidade. O Kaizen é a filosofia de mudar para melhor. Não existe nada hoje que passe na frente, é difícil haver algo muito novo para substituí-lo. A metodologia evoluiu muito nestes 50 anos. Começou na manufatura, em células de montagem e em processos específicos da indústria automobilística. A grande evolução ocorreu nas décadas de 1970 e 1980, quando chegou aos fornecedores da Toyota e começou a ser conhecida pelo mundo. Na década de 1990, alguns outros setores começaram a se aventurar fora da indústria automobilística, evoluindo para áreas de logística, vendas, compras e depois serviços, saúde e construção civil. Houve uma evolução global, saindo do Japão e dos Estados Unidos. Houve uma avanço de metodologia para muitos setores. Como ferramenta, ela melhorou pela prática.N&C – Que resultados o Kaizen tem apresentado em momentos de retração econômica? Simões – Passei pela crise de 2008 e 2009 na Europa e pela crise de 2011 na Península Ibérica. As empresas investiram na redução de custos e de nível de estoque, na melhoria da produtividade, qualidade e nível de serviço. Em um momento de crise, é preciso ficar muito claro que você não está gastando dinheiro à toa. Empresas da Espanha e Portugal, com nível de maturidade mais alto, decidiram investir no Kaizen e colheram benefícios muito grandes não só durante a crise, quando se adaptaram à estrutura econômica. Neste momento em que elas começam a sair da crise, estão melhores do que as outras, têm mais agilidade e flexibilidade porque investiram em desenvolvimento de produto, em deixar a fábrica mais flexível,  com custos muito mais baixos. Tornaram-se mais competitivas. O  momento é de retração de demanda e é também a hora de arrumar a casa, capacitar os funcionários e manter no quadro de funcionários as pessoas que realmente estão motivadas a continuar no negócio.N&C – Quando implantado pela primeira vez,  o Kaizen pode levar a que resultados? Simões – Para você entrar numa jornada de Kaizen,  não pode querer nada menos do que dois dígitos, que começam com melhoria de produtividade de 30% a 40%, redução de estoque de 50% e melhoria do nível de serviço de 30% a 40%. O Kaizen tem outro paradigma. Não estamos indo buscar 5% ou 7%. Grandes multinacionais conseguem esse resultado, e empresas que estão em outros estágios podem conseguir muito mais.As práticas envolvem a criação de fluxos contínuos e sistemas puxados – baseados na demanda real dos clientes –, a análise e melhoria do fluxo de valor das plantas e da cadeia completa – desde as matérias-primas até os produtos acabados – e o desenvolvimento de produtos que efetivamente sejam soluções do ponto de vista do cliente.
Fonte: Como a BMW diminuiu os custos da fábrica de Araquari pela metade e reduziu o prazo da obra - A Notícia

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