O pensamento de Miguel Abuhab

Entrevista: o pensamento de Miguel Abuhab

Miguel Abuhab, empresário e fundador de companhias inovadoras como Datasul e Neogrid e articulador de tecnologias disruptivas, com assento em espaços privilegiados do poder econômico e largo trânsito junto aos meios políticos, concedeu entrevista exclusiva de 70 minutos à coluna, em seu escritório, no dia 11 de maio. A conversa girou em torno de temas variados: desde o empreendedorismo à expansão dos negócios; passando por ambiente econômico e inovação em Joinville e macroeconomia. O seu mais novo projeto é voltado à melhoria da qualidade nas escolas públicas em Joinville, utilizando conceitos da Teoria das Restrições. A seguir, o resumo do pensamento do líder empresarial.EDUCAÇÃOO nosso projeto de educação transformadora se ampara em elementos da Teoria das Restrições, também muito aplicada nas organizações. Os professores aprendem a fazer as crianças a pensar. A ideia parte de quatro peguntas: 1. Como fazer para que todos ganhem? 2. Como você pode mudar o seu mundo? 3. Como você pode agir para seu sonho se realizar? 4. Por que uma pergunta é melhor do que uma resposta? Essa formulação ajuda as pessoas a refletirem, tendo o debate como método. É uma maneira de organizar ideias com causa e efeito. A iniciativa está sendo aplicada em duas escolas municipais de Joinville, estimulada pela Prefeitura, que abraçou o projeto. O modelo prevê treinamento de professores, em horários fora do trabalho regular – já há 30 envolvidos – e também há participação de voluntários replicando os conceitos. O nosso desafio é ter 600 professores engajados, alcançando 17 mil crianças.    JOINVILLEJoinville evoluiu na gestão pública: honesta, séria e está muito bem. Entendo que o prefeito Udo Döhler está pensando em fazer o planejamento estratégico. E Danilo Conti – o secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável – desenvolve bem o seu papel. Joinville está a caminho de ter nova identidade econômica, depois dos ciclos da erva-mate, do ramo têxtil, e mais adiante do metalmecânico. As áreas de tecnologia e serviços crescem mais hoje.    PARQUE TECNOLÓGICOOs investimentos no Ágora Tech Park, no Perini, mostram que os empreendedores confiam na cidade. A ida do campus da UFSC para lá também é muito positiva. O que marcou o crescimento de Joinville foi o estabelecimento das universidades. Elas fixaram os jovens na cidade e muitas novas empresas surgiram. As universidades são importantes para se fazer pesquisa e desenvolvimento científico. Lá trás, a Datasul não teve as facilidades que se tem hoje. Mas valeu a pena. Fomos pioneiros.    INFORMAÇÕES COMPARTILHADASO que vai acontecer nos próximos três anos? A tendência é de que a tecnologia e os conhecimentos estejam, cada vez mais, na nuvem e no Google. De maneira geral, a evolução é tão rápida com a internet das coisas, que os fabricantes de um barco e de um refrigerador saberão quando os equipamentos de ambos estarão ligados, de modo que poderão ajustar os preços de forma dinâmica e se adequar à demanda. As informações serão cada vez mais compartilhadas   NEGÓCIOS DISRUPTIVOSEstive recentemente em Israel. Há três anos, lá havia falta de água potável. Em 2018, Israel exporta água. Esta mudança radical foi possível graças à tecnologia disruptiva da dessalinização da água do mar. Essa tecnologia garante abastecimento à agricultura em regiões de deserto. Água e energia são negócios disruptivos. Tenho motivado lideranças de Joinville a organizar missão a Israel e, nela, incluir equipe da Cia. Águas de Joinville.    EMPREGOSA Neogrid lidera negócios de supply chain networking. Significa: as informações de estoques e ritmo de vendas são compartilhadas para o fornecedor abastecer os clientes de forma rápida e segura. Vamos crescer na Neogrid. Temos 50 vagas de trabalho em aberto no Brasil; 30 delas em Joinville.   ESTOQUES PELA METADEEntão, o que vai acontecer é que os estoques físicos de mercadorias vão se reduzir à metade. Os bancos estão financiando estoques físicos desnecessariamente. O dinheiro poderia ser alocado para novos investimentos. As empresas têm grande parte de suas dívidas alocadas em estoques.    FOCO AMPLIADO A Neogrid faz essa leitura de dados – unindo fornecedores e lojistas de 130 varejos em mais de 25 mil estabelecimentos. Estamos instalando mais de mil pontos por mês em estabelecimentos pequenos do varejo. Queremos atingir 10 mil pontos de venda até o fim do ano. Essa mesma tecnologia é usada em redes de shopping centers – isso é novo.   VANTAGEM DECISIVA O erro mais comum que cometem os empreendedores é ter empolgação sem ter adequada estratégia e planos táticos. A Teoria das Restrições oferece metodologia para identificar, nos projetos, qual é a vantagem competitiva decisiva. Ter vantagem competitiva decisiva acontece quando satisfaz as necessidades do cliente e, simultaneamente, é impossível ser copiada rapidamente pela concorrência. O erro é não ter essa vantagem competitiva decisiva.   ECONOMIA BRASILEIRAPassamos de um momento de reflexão para outro, de inflexão. Todo esse movimento de gente indo para cadeia... isso ajuda a sociedade. O STF está tomando decisões que a população e a economia esperam; está dando o direcionamento que a economia espera. Os fatos da recuperação da Petrobras são indícios de melhora.    SISTEMA TRIBUTÁRIOApresentei proposta de simplificação dos impostos, com criação do imposto de valor agregado. Acredito ser mais fácil controlar a volta do dinheiro do que a ida da mercadoria. A minha proposta prevê que cada CNPJ tenha uma conta de imposto vinculada a um banco e que se faça a compensação como um crédito em conta, à medida que aconteçam as transações até a ponta final.   

Joinville - Cresce Número de Microempreendedores Individuais

Até abril de 2018 foram formalizadas 1,79 mil MEIs na cidade, um aumento de 23% em relação ao ano passado

O número de microempreendedores individuais (MEIs) cresceu 23% em Joinville nos primeiros quatro meses do ano frente ao mesmo período de 2017. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 1.791 negócios deste tipo foram formalizados até abril.O crescimento mostra uma recuperação após o governo federal cancelar o CNPJ de 4.023 microempreendedores individuais em janeiro. Os principais motivos foram a inadimplência ou por falta da Declaração Anual Simplificada referente aos anos de 2015 e 2016. Com o acréscimo dos primeiros meses, a cidade tem atualmente 24.389 MEIs.Aline Ribeiro da Silva, 32 anos, apostou no próprio negócio. Ela começou a produzir no ano passado o kombucha – bebida probiótica obtida a partir da fermentação do chá mate com açúcar. Após começar a vender o produto, largou o emprego como maquiadora para se dedicar ao novo empreendimento.Os objetivos ao se inscrever como MEI, destaca, foram as taxas menores e a isenção de impostos federais. A microempreendedora paga menos de R$ 50 por mês – incluindo a contribuição para a previdência – e tem acesso a linhas de crédito com taxas de juros especiais.– Lógico que, se eu não abrisse o MEI, não pagaria os impostos, mas não poderia entrar em alguns pontos de venda que hoje eu tenho. Dependendo do lugar, eles pedem algumas informações que só quem tem o CNPJ consegue – explica.Auxílio para quem começou a empreenderAline buscou o Sebrae em fevereiro para abrir MEI e hoje conta com 10 pontos de venda do produto em Joinville. De acordo com ela, o serviço de apoio ajuda com cursos gratuitos de capacitação para os microempreendedores, o que auxilia a manter o profissionalismo e a sustentabilidade do negócio.– Quando você não tem um MEI, o crescimento fica muito mais restrito. Para mim, essa era a maior dificuldade – acrescenta.Para os interessados em se tornar um microempreendedor individual, Aline sugere como primeiro passo buscar apoio, como o ofertado pelo Sebrae. Além disso, ela defende que é preciso se organizar financeiramente para que seja possível ver os resultados claramente.Os pré-requisitos para se formalizar são ter um faturamento bruto anual de até R$ 81 mil; não ser sócio ou titular de outra empresa; não possuir filial; ter o máximo de um empregado; e estar enquadrado em uma das 400 atividades permitidas por lei.Programação oferece oficinasO Sebrae realiza nesta semana uma série de oficinas para capacitar os microempreendedores individuais formalizados e aqueles interessados em abrir um MEI em Joinville. A programação é gratuita e vai até sábado. As inscrições podem ser feitas pessoalmente, pelo site do Sebrae ou pelo telefone 0800-570-0800.O objetivo é oferecer informações e treinamento para que os microempreendedores tenham sucesso em seus negócios. Um levantamento do Sebrae mostra que 77% de todos os empreendedores autônomos brasileiros que faturam até R$ 81 mil por ano nunca fizeram um curso ou treinamento em finanças. A pesquisa ouviu mil pessoas entre 14 e 26 de abril.Segundo o coordenador da regional Norte do Sebrae, Jaime Dias Júnior, a semana de formalização tem oficinas de como vender ou comprar melhor, além de gerir as finanças. Ele explica ainda que, apesar dos processos de abertura de empresa serem facilitados, não significa que o empreendedor não precisa trabalhar um pouco de gestão e se preparar para aquilo que vai abrir.– Por exemplo, eles usam a mesma conta para pagar o colégio das crianças e a luz, comprar a matéria-prima para a empresa. Eles não gerenciam o fluxo do caixa, misturam o dinheiro e isso acaba fazendo com que se percam na gestão do negócio – explica.As oficinas foram desenvolvidas para esse público e cada uma tem duração de três horas.MEIs podem emitir notas fiscaisO microempreendedor individual pode emitir notas fiscais, vender para órgãos públicos, vender utilizando cartões e emissão de boletos, ter acesso a linhas de créditos, pagamento unificado e simplificado de impostos e a cobertura previdenciária, entre outros benefícios. Mais informações podem ser encontradas nos sites do Sebrae e do Portal do Empreendedor.Dicas para o negócio:Busque informações e ferramentas para auxílio ao microempreendedor no Sebrae Conheça bem o mercado fornecedor Conheça o mercado consumidor em que estará envolvido Saiba quem são os seus concorrentes Busque entender sobre controle financeiroFonte: Coordenador da regional Norte do Sebrae, Jaime Dias Júnior

Exportações brasileiras - novidades e impactos econômicos

Exportações brasileiras: conheça as novidades e seus impactos econômicos

O crescimento das exportações brasileiras no ano de 2017 foi o principal responsável pelos recordes superavitários comerciais, já que superou em mais de 10% a alta das exportações da maior parte do mundo.

Quais são as principais commodities brasileiras?

As commodities representam uma parcela significativa das exportações brasileiras. Apesar de outros setores também contribuírem para a exportação de commodities, o desempenho agrícola do país, consistentemente forte, faz com que as principais commodities sejam derivadas desse setor. Confira:

Cana-de-açúcar

O Brasil é o principal produtor e exportador de açúcar do mundo e representa 20% da produção global e 40% das exportações mundiais. Cerca de 75% do açúcar produzido é exportado para mais de 100 países diferentes ao redor do mundo.Além de servir como matéria-prima do açúcar, a cana-de-açúcar é responsável também pela produção de etanol, um importante combustível utilizado em veículos.

Soja

Nos dias de hoje, estima-se que 29 milhões de hectares de terra cultivável no Brasil são usados ​​para a plantação de soja e que a produção anual pode variar entre 66 milhões de toneladas até 94 milhões de toneladas métricas.Graças aos estrondosos números, o Brasil representa cerca de 30% da produção mundial de soja e atualmente é o segundo maior produtor do grão em todo o mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que detêm 42% de participação no mercado.Além disso, a soja produzida no Brasil geralmente tem níveis mais altos de proteína do que os grãos cultivados em outras partes do mundo. Isso permite que os produtores administrem preços mais altos por seus produtos nos mercados internacionais.

Café

O Brasil detém o posto de maior produtor de café do mundo e, por isso, essa também é uma das principais commodities exportadas pelo país.Os 27 mil quilômetros quadrados de plantações de café são responsáveis por uma produção anual que gira em torno de 2.592.000 toneladas métricas. A maior parte do cultivo ocorre nos estados do Sudeste, como Minas Gerais e São Paulo, onde o clima e a temperatura são propícios para o cultivo do grão.

Carne de boi

No ano de 2016, as 218,23 milhões de cabeças de gado presentes no país representaram cerca de 3% do total das receitas de exportação brasileiras e a carne bovina produzida aqui representa cerca de 15,4% da produção mundial do setor.

Quais são as novidades do mercado de exportações e suas consequências econômicas?

Recentemente, o presidente americano Donald Trump anunciou uma medida que vai afetar em cheio as siderúrgicas e a economia brasileira: a sobretaxa ao aço importado.A medida de elevar a taxa em 25% prejudica diretamente o Brasil, já que as vendas desse produto para o país representam um terço das exportações brasileiras. Se aplicada, a resolução trará dificuldades para nosso país na procura de outros compradores para o aço, já que China e Rússia serão concorrentes diretos aos novos mercados.Por outro lado, um mercado que vem crescendo ano a ano é o de exportação de animais vivos. Em 2017, a exportação de cabeças de gado em pé — nome técnico para a modalidade — movimentou R$ 800 milhões na economia.Apesar de sofrer represálias de órgãos protetores durante o processo de exportação, para o ano de 2018 é esperado que as vendas aumentem em 30% em relação ao ano passado. Portanto, pode valer a pena acompanhar o desenvolvimento desse mercado de perto.

Aeroporto de Joinville - Movimentação de cargas cresce 10%

Terminal de Logística de Cargas (Teca) do aeroporto movimentou 501,7 t no primeiro trimestre

Movimentação de cargas cresce 10% no terminal de logística do Aeroporto de Joinville Salmo Duarte/Agencia RBS
Aeroporto de JoinvilleFoto: Salmo Duarte / Agencia RBS
O Terminal de Logística de  Cargas (Teca) do Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola registrou crescimento de 10% no movimento de cargas no primeiro trimestre de 2018 com relação ao mesmo período do ano passado. Foram processadas 501,7 toneladas ante 455,6 t de cargas totalizadas nos três primeiros meses de 2017.De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o destaque ficou por conta do setor de importação, registrando 501,2 t em movimentação. Esse volume representa um acréscimo de 10,4% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, quando foram computadas 453,8 t no complexo logístico.O Teca de Joinville trabalha com cargas provenientes de países da Europa com destino a região norte do Estado de Santa Catarina. Os setores metal-mecânico, eletrodomésticos da linha branca, fármacos e equipamentos médicos hospitalares foram os principais segmentos da carga movimentada pelo complexo logístico. O terminal foi inaugurado em 11 de dezembro de 1974 e conta com uma área de 2.627 m².Para o superintendente do aeroporto, Rones Rubens Heidemann, a retomada do crescimento econômico, os números da balança comercial refletem o bom momento do País, e as importações na Região de Joinville acompanharam essa tendência.— Com fortalecimento da produção das indústrias instaladas no estado, o TECA de Joinville se mantem como porta de entrada para as cargas de alto valor agregado — aponta.Complexos logísticos da InfraeroAs operações dos terminais de logística de cargas da Infraero apresentaram crescimento de 19,5%, saltando de 104,5 mil toneladas em 2016 para 124,8 mil toneladas em 2017. O destaque foi o setor de importações, com incremento de 24,6%, chegando a 85,5 mil toneladas. Enquanto isso, a arrecadação da atividade de Soluções Logísticas obteve um incremento de 35,1% em 2017 na comparação com 2016, alcançando a marca de R$ 263,6 milhões.

PME - Portal Único do Comércio Exterior para os pequenos negócios

Portal Único do Comércio Exterior passa a valer para os pequenos negócios

Seminário realizado no Sebrae recebe empresários interessados em conhecer as operações de novo sistema que vai beneficiar mais de 8 mil empresas exportadoras
A partir do dia 2 de julho, as micro e pequenas empresas exportadoras do país deverão utilizar o Portal Único do Comércio Exterior. Essa novidade beneficiará a mais de 8 mil pequenos negócios que exportam seus produtos – que representam 38% das empresas exportadoras do país -, por meio da redução de prazos e custos envolvidos nas operações. A ferramenta simplifica trâmites para vendas externas, elimina documentos e etapas e reduz exigências governamentais.“Com o Portal Único nós atacamos diretamente a burocracia que, como todos nós sabemos, é um dos componentes principais do custo Brasil e afeta de maneira ainda mais dramática as micro e pequenas empresas”, ressalta Renato Agostinho da Silva, Diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) durante a abertura da 50ª edição Seminário de Operações de Comércio Exterior.Renata Malheiros, gerente de Acesso do Sebrae, destaca a importância do debate sobre a desburocratização do comércio exterior e dos procedimentos simplificados para importação e exportação. “A gente sabe que as pequenas empresas, mais do que ninguém, sofrem muito com questões burocráticas, com vários procedimentos para poder exportar. Esse tipo de evento fortalece o trabalho do Sebrae porque traz parceiros importantes como MDIC, a Receita Federal e o Mapa, e facilita um ambiente de negócios mais amigável para o comércio exterior no âmbito das pequenas empresas”, explica.O Seminário de Operações de Comércio Exterior acontece nessa terça e quarta, 3 e 4 de abril, no Sebrae, e busca aproximar o governo do setor privado por meio de palestras, esclarecimento de dúvidas e coleta de sugestões para o aprimoramento de normas e sistemas que são atualmente aplicados no comércio exterior brasileiro. O evento conta também com a participação de outros órgãos do governo como a Receita Federal do Brasil (RFB), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).Serviço Os exportadores têm até o dia 2 de julho de 2018 para migrar completamente suas operações para o Novo Processo de Exportações do Portal Único de Comércio Exterior: http://portal.siscomex.gov.br/Pelo novo sistema, os exportadores poderão preencher a Declaração Única de Exportação (DU-E), que substitui os atuais Registro de Exportação (RE), Declaração de Exportação e Declaração Simplificada de Exportação (DSE).O preenchimento da DU-E pode ser feito pelo próprio empresário, na própria tela do Portal Único. A medida vai beneficiar, principalmente, as micro e pequenas empresas exportadoras. Dentre os principais benefícios, pode-se destacar:• Eliminação de etapas processuais; • Integração com a Nota Fiscal Eletrônica; • Redução em 60% no preenchimento de informações; • Automatização da conferência de informações; • Guichê único entre exportadores e governo; • Fluxos processuais paralelos; • Expectativa de redução de 40% do prazo médio para a operação de exportação.Fonte: SEBRAE 

Cheques - compensação em até um dia útil

Cheques de qualquer valor serão compensados em até um dia útil

Entre março de 2005 e outubro de 2017, o número de cheques processados mensalmente pela Compe caiu de 170 milhões para 42 milhões

Cheque devolvido ; inadimplência ; Serasa ; cheques devolvidos ;  (Foto: Fotos Públicas)
A compensação de cheques de qualquer valor passará a ser feita em um dia útil, inclusive os de menos de R$ 300, cujo prazo atual é de dois dias úteis. A mudança está prevista na Circular 3.859, divulgada hoje (27) pelo Banco Central (BC), que altera a sistemática de compensação de cheques.Os bancos e a Centralizadora da Compensação de Cheques (Compe) terão 180 dias para se adequar à nova sistemática.
Segundo o BC, com a redução da quantidade de cheques em circulação e o aumento da capacidade tecnológica para o seu processamento, a existência de mais de uma faixa de valores para compensação deixou de se necessária. Entre março de 2005 e outubro de 2017, o número de cheques processados mensalmente pela Compe caiu de 170 milhões para 42 milhões.
“A unificação da compensação, atualmente segregada por faixas de valores, permitirá ganho de eficiência e redução de custos, operacionais e financeiros, para todo o sistema, em linha com a agenda BC+ [medidas para tornar o crédito mais barato, aumentar a educação financeira, modernizar a legislação e tornar o sistema financeiro mais eficiente]. As alterações seguem o esforço do BC de aprimorar os vários instrumentos de pagamentos, tornando-os mais seguros e eficientes para o usuário”, informou o banco.Fonte: Época Negócios

Joinville - entre as melhores cidades para novos negócios

Índice de Cidades Empreendedoras é feito pela Endeavor Brasil e este ano analisou 32 cidades em 22 Estado do país

Joinville está entre as melhores cidades do país para abrir novos negócios Maykon Lammerhirt/Agencia RBS
Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Pelo terceiro ano consecutivo, Florianópolis ficou em segundo lugar no ranking das melhores cidades para abrir uma empresa do país, conforme o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) feito pela Endeavor Brasil. O levantamento, publicado desde 2014, analisa o ecossistema de negócios das principais cidades brasileiras por meio da análise do ambiente regulatório, da infraestrutura, do mercado, do acesso a capital, da inovação, de recursos humanos e da cultura empreendedora, pilares que, conforme a Endeavor, são os que mais afetam a vida do empreendedor. Neste ano foram coletadas informações em 32 cidades de 22 Estados do país. De Santa Catarina, além da Capital, Joinville e Blumenau aparecem na quinta e na 11ª posição na relação, respectivamente.
Como ocorreu nos anos anteriores, Florianópolis voltou a ocupar o segundo posto, atrás novamente de São Paulo. Neste ano, repetindo o que ocorreu em 2016, a cidade perdeu fôlego na maioria dos critérios analisados. Caiu em três, manteve-se igual em outros três e subiu em apenas um: mercado, categoria que avalia desenvolvimento econômico e clientes potenciais. Apesar de ter conseguido recuperar cinco posições, ficando agora no 25o lugar, esse quesito ainda é o mais mal avaliado na cidade.
O coordenador da Endeavor em Santa Catarina, Guilherme Lopes, atenta para a participação catarinense no ranking – incluindo, além da Capital, cidades de médio porte, como Blumenau:— É bem relevante, se pegar proporcionalmente, principalmente por população, Santa Catarina ter três municípios (no ranking). Florianópolis perde para São Paulo no geral, mas novamente, em proporção, acaba sendo muito bom. Investimento, tamanho e número de empresas: vários indicadores mostram que estamos bem — avalia.Ambiente regulatório influi na colocaçãoSe por um lado Florianópolis se destaca no ranking geral como melhor cidade para empreender, na análise individual dos pilares que norteiam o número final o município ainda peca. É o caso de um dos fatores mais importantes para quem deseja abrir um negócio, o ambiente regulatório, que analisa tempo de processos, custos de impostos e complexidade tributária. Hoje a Capital ocupa o 13o lugar, sendo que Joinville, conseguiu subir para a primeira colocação do quesito neste ano ao ganhar duas posições, e Blumenau pulou 13 postos e agora está em terceiro lugar entre as 32 cidades analisadas.Para Lopes, a capital catarinense ainda tem muito a melhorar na questão do ambiente regulatório e isso pesa por vários motivos _ entre eles por parte da cidade estar em uma ilha _ nas questões do plano diretor "que já se arrastam há quase uma década".— É sabido que Florianópolis tem, por exemplo, uma dificuldade enorme em conseguir o habite-se na construção civil. Apesar disso, tenho notado uma energia grande dos governos do Estado e municipal para melhor isso. A desburocratização passa por várias esferas — analisa o coordenador.Menos burocracia puxa índice para cima Diferentemente de Florianópolis, Joinville e Blumenau se destacam no ICE por estar entre as cinco melhores cidades no fator ambiente regulatório, que, de acordo com o coordenador da Endeavor em Santa Catarina, Guilherme Lopes, está ligado à desburocratização na hora de abrir um novo empreendimento no Estado.Joinville subiu duas posições, assumindo a liderança nesse critério e desbancando Uberlândia (MG), que em 2017 ficou em nono lugar no índice. Blumenau chamou a atenção por conseguir avançar 13 posições no levantamento, indo do 16o lugar em 2016 para o terceiro.No total, Joinville permaneceu igual em duas categorias, caiu em quatro e subiu em apenas um, ocupando a 22a posição no quesito cultura empreendedora. Blumenau, que assim como no ano passado ocupa o 28o lugar em cultura empreendedora, melhorou em três pilares e caiu em três.Na avaliação de Lopes, para que as cidades sigam com bons indicadores é preciso que o próprio cidadão cobre dos gestores públicos a implantação de boas práticas e melhoria de processos já existentes:— A vontade de gestor está atrelada à vontade pública, então, se as pessoas querer melhorar, essa cobrança precisa ser mais clara. Cabe a gente fazer essa pressão para resolver as coisas. Acredito que pressão popular no gestor acaba fazendo com que ele priorize essas demandas, se não eles acabam focando em outras coisas mais atrativas — sugere.Capital lidera relação no critério recursos humanosEntre os pilares analisados pelo ICE deste ano, Florianópolis lidera apenas um, o de capital humano, cujas determinantes são mão de obra básica e mão de obra qualificada. No primeiro item, a cidade atingiu 7,61 no índice, atrás apenas de Vitória (7,82) e Curitiba (7,95). A Capital tem ainda 72,1% dos adultos com ensino médico completo e atingiu nota máxima, entre as cidades analisadas, no Enem (558,5).Já nos índices de mão de obra qualificada a cidade é líder no próprio índice, com 8,20, e líder também no percentual de adultos com ensino superior (36,36). Conforme a Endeavor, o salário médio de um dirigente é de R$ 5 mil, valor abaixo do registrado nos outros municípios do Estado, Blumenau (R$ 5,2 mil) e Joinville (R$ 5,8 mil) – a maior média é em São Paulo (R$ 10,3 mil) e a menor, em Teresina (R$ 2,7 mil).Número de mestres e doutores em altaEm inovação, critério em que caiu uma posição, ficando em terceiro lugar, Florianópolis se destaca na proporção de mestres e doutores em Ciência e Tecnologia. De cada 100 empesas analisadas, 19,41 possuem em seus quadros de funcionários profissionais com algum título acadêmico.É o caso da Chipus Microeletrônica, que, desde o fim de 2008, atua no mercado de projetos semicondutores para a indústria 4.0 e internet. Dos 40 colaboradores da empresa, 12 possuem mestrado e outros quatro, doutorado em microeletrônica.Segundo o empresário e sócio-fundador da Chipus, Paulo Augusto Dal Fabbro, flexibilidade é imprescindível para melhorar a capacitação dos funcionários. Na startup, o empregado interessado é autorizado a se for conveniente para ambas as partes, trabalhar menos horas para fazer as aulas no período diurno. Em troca, ele se compromete a aplicar nos projetos da empresa o conhecimento adquirido na academia.— A gente sabe que, para a nossa área, ter esse tipo de formação e de aprofundamento é importante. Por isso, quando alguma pessoa da Chipus sai da graduação e está interessada em fazer um mestrado a gente tem ajudado, liberando elas o número de horas necessárias para as aulas. Hoje em dia são quatro pessoas na empresa que estão nesse modelo, fazendo mestrado na UFSC — afirma o empreendedor.Fonte: Endeavor

Serasa lança plataforma online gratuita para contratar crédito

Objetivo é oferecer uma ferramenta digital, rápida e fácil aos 17 milhões de brasileiros que todos os meses buscam crédito no mercado

Até então conhecida somente por fornecer informações que auxiliam as instituições financeiras na decisão de risco de conceder um empréstimo, a Serasa Experian lança nesta segunda-feira (25) uma nova ferramenta que pode mudar a visão dos consumidores sobre a empresa. É uma plataforma online, gratuita, que promete ajudar quem precisa de dinheiro a comparar e contratar o melhor crédito para sua necessidade.
O novo serviço, chamado Serasa eCred, é uma iniciativa do SerasaConsumidor, braço da Serasa Experian voltado ao consumidor. Segundo a empresa, o objetivo é oferecer uma ferramenta digital, rápida e fácil aos 17 milhões de brasileiros que todos os meses buscam crédito no mercado. Desmitifique: O Just Online apresenta 7 coisas que você precisa saber sobre crédito pessoal Patrocinado 
Nesta primeira etapa do projeto, o eCred firmou parceria com seis instituições financeiras (Banco PAN, Jeitto, Trigg, Emprestto, Banco CBSS e Banco Original) que vão oferecer crédito pessoal e cartão de crédito. “São as duas modalidades de crédito mais populares, mais buscadas. Quisemos começar com elas para atrair mais pessoas neste primeiro momento”, explica Pedro Lopes, Diretor do SerasaConsumidor.Até outubro, mais quatro parceiros de crédito entrarão na plataforma (Creditas, Lendico, Geru e Portocred). E até novembro, a Serasa espera que sejam 20. “Estamos em fase final de negociação com 40 parceiros. A nossa expectativa é poder fechar parceria com todas as instituições que oferecem crédito no país, que são em torno de 90, incluindo os grandes bancos”, diz Lopes.
eCred, do SerasaConsumidor

eCred, do SerasaConsumidor: Até novembro, serão 20 parceiros (eCred/Reprodução)

Para ter acesso à ferramenta, basta o consumidor entrar no site, responder algumas questões básicas sobre o que ele pretende fazer com o dinheiro e em quanto tempo quer pagar o empréstimo. O próximo passo é criar um usuário e senha —se a pessoa já consultou algum outro serviço no site da Serasa, o login é o mesmo, e também é possível acessar a plataforma com a conta do Facebook. Em seguida, a ferramenta vai mostrar as opções disponíveis de crédito para o perfil indicado.“O usuário vai ter todas as informações que ele precisa ter para contratar um empréstimo de forma transparente e rápida, como o CET (custo efetivo total), por exemplo”, afirma o diretor do SerasaConsumidor. “Com a chegada de novos parceiros nas próximas semanas, o eCred deve passar a oferecer outros tipos de crédito, como financiamento de veículos e imóveis, consignado etc.”Lopes diz que o objetivo do eCred é melhorar a relação de crédito no país. “Segundo dados do Banco Central, o crédito no Brasil hoje representa apenas 48% do PIB. É um número bastante baixo comparado a outras economias. Tem bastante gente no país hoje que poderia ter acesso ao crédito, mas não tem. Acreditamos que pelo menos 22 milhões de brasileiros que estão negativados poderiam ter acesso a algum tipo de crédito”, afirma.O diretor ressalta que, por ser um bureau de crédito, a Serasa tem contato com praticamente todas as instituições que concedem empréstimos no país. E, ao mesmo tempo, possui informações sobre a capacidade de pagamento de milhões consumidores.“Temos tudo para sermos um grande promotor do encontro de uma ponta a outra. A ideia é facilitar isso, tornar a concessão de crédito mais saudável, o que pode até permitir uma redução de juros no futuro, quem sabe”, diz. Atualmente, o SerasaConsumidor tem 15 milhões de usuários cadastrados em sua base de dados, e planeja chegar a 27 milhões até março de 2018.

Cuidados

Antes de tomar um empréstimo, é preciso saber se esta é de fato a melhor opção para você. Às vezes um corte de gastos ou mudança de maus hábitos financeiros podem gerar uma folga no orçamento, evitando que você tenha que pedir dinheiro emprestado ao banco. Mas, se essa for a sua única saída mesmo, é preciso se informar qual o tipo de crédito mais barato para a sua necessidade.Embora o serviço de orientação financeira da Serasa ainda não esteja implantado na nova ferramenta de comparação e contratação de crédito online, é possível acessar o site SerasaConsumidor para encontrar informações sobre como se livrar das dívidas ou como reorganizar suas finanças, por exemplo. Além disso, vale buscar informações na internet ou procurar ajuda de um planejador financeiro capacitado.Como o eCred ainda é um serviço novo que está aos poucos sendo melhorado, ele não deve ser a sua única fonte de buscas por crédito. Uma instituição financeira que ainda não é parceira da Serasa pode oferecer um empréstimo mais em conta, dependendo do caso, por isso é preciso manter a procura em outros lugares. Não se esqueça de observar o CET das operações antes de assinar o contrato.Fonte: Exame

O que a reforma trabalhista muda para as pequenas empresas

Especialistas falam a EXAME.com sobre as mudanças na legislação trabalhista – e como isso pode mudar a rotina de quem tem um negócio

A reforma trabalhista foi aprovada no Senado Federal – e segue, agora, para sanção presidencial. Ao todo, mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) serão alterados.Algumas das mudanças são a sobreposição dos acordos entre empregados e patrões aos acordos coletivos; a adoção de uma jornada de trabalho de até 12 horas com compensação em outros dias; a divisão das férias em três períodos; e a regulamentação de trabalhos home office e terceirizados.
Para o governo de Michel Temer, o projeto é uma das principais medidas para estimular novas contratações e desburocratizar processos de admissão e demissão de funcionários. A medida foi comemorada por alguns empresários, principalmente do setor de indústrias, ressaltando que as relações de trabalho seriam modernizadas e que o país ganharia competitividade.
Porém, também há críticas quanto à mudança. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou, em carta, que a reforma proposta pelo governo viola uma série de convenções internacionais assinadas pelo Brasil. Ela também é vista como ruim ou péssima por metade dos mais de três mil profissionais consultados pela equipe do Vagas.com.Mas, afinal, o que muda na vida do pequeno e médio empreendedor com a revisão da CLT? EXAME.com conversou com especialistas no tema e elencou algumas alterações que as PMEs sentirão na pele com a reforma trabalhista – entre benefícios e alertas. Veja neste link o texto completo da reforma.Confira, a seguir, os principais pontos da reforma trabalhista para os empreendedores:

1 – Custos e otimização: jornada de trabalho intermitente

A reforma trabalhista elencou uma série de novas medidas quando se fala em flexibilização dos horários de trabalho e de lazer.Agora, por exemplo, será possível negociar salários por hora ou por dia, em vez de pagamentos mensais.A jornada de trabalho também poderá adotar o esquema “12×36”: após 12 horas de trabalho, há 36 horas de descanso, respeitando o máximo de 48h por semana trabalhadas – 44 horas comuns e 4 horas extras.Por fim, o tempo de alimentação, de uniformização ou de transporte cedido pela empresa para chegar ao trabalho não contarão como horas trabalhadas.“O empregador só vai pagar pelo tempo que o empregado efetivamente trabalhar, o que otimiza a produção da sua empresa e reduz os custos. Em tempos de maior demanda, pode haver o pagamento das 48 horas de jornada semanal; em baixa estação, ele pode contratar menos horas de trabalho”, afirma Jorge Boucinhas, docente da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP).

2 – Custos e otimização: férias mais parceladas

As férias também serão flexibilizadas. Continuarão a ser 30 dias de descanso remunerado, mas eles poderão ser divididos em até três períodos. Até então, era possível dividir o recesso apenas em duas partes.Andrea Lo Buio Copola, diretora trabalhista e previdenciária da auditoria PP&C, defende que tal medida irá agradar ambos os lados: empregador e empregado.“O parcelamento irá ajudar no cronograma das atividades da empresa, do lado do empreendedor. Do lado dos empregados, muitos querem fracionar as férias e só conseguem em casos extraordinários”, afirma.Uma pequena e média empresa costuma ter poucos funcionários, e cada um deles possui grande peso no negócio. “Se a pessoa puder se ausentar menos dias seguidos, é melhor para o empreendimento”, afirma Alexandre Almeida, sócio da área de tributação da auditoria Mazars Cabrera.Para ele, esse tipo de acordo era feito de maneira informal: o funcionário de fato tirava menos dias de férias, mas registrava o número de dias permitido pela CLT.“As relações de trabalho que já existiam são regulamentadas, o que é muito importante para dar segurança jurídica ao empreendedor na hora de ele montar um negócio que opera de maneira flexível. O fim da informalidade de acordos assim também reduz a brecha para processos jurídicos, que representam um custo alto para qualquer PME.”

3 – Regulamentação trabalhistas: home office

Outro ponto da reforma trabalhista é a regulamentação do home office. Agora, há menção específica a esse tipo de trabalho na legislação. Não há muitas definições, exceto que a divisão de custos (água, internet e luz elétrica, por exemplo) deverão ser acordadas entre empregador e empregado.Assim como no caso das férias, especialistas apontam que a reforma trará um benefício de regulamentação de uma relação trabalhista que já funciona atualmente, mas de maneira informal.“Agora, o negócio está respaldado na lei para incluir o home office no seu modelo de trabalho. O empregador terá custos reduzidos com aluguel e outras contas fixas, já que poderá praticar rodízio de empregados na sede da empresa, que será menor, portanto”, diz Copola.“Enquanto isso, os funcionários ficam mais engajados em uma empresa que lhes oferece flexibilidade, aumentando a produtividade do negócio como um todo.”Boucinhas, da FGV, cita um exemplo prático: o home office já é comum nas empresas em áreas como programação e tecnologia da informação.“Quem tem funcionários home office, hoje, pode se envolver em problemas na justiça. Agora, o contrato entre as partes fica mais definido, inclusive no quesito de quem deve arcar com os custos relacionados a esse tipo de trabalho. A reforma abre menos brechas para processos jurídicos interpretativos.”

4 – Regulamentação trabalhista: lei da terceirização e “pejotização”

Um ponto bem polêmico no texto é o reforço quanto à terceirização de atividades empresariais – que já estava em discussão antes do anúncio reforma trabalhista desta semana.Agora, será possível terceirizar todas as atividades do negócio. O propósito é, assim como nas decisões de jornada intermitente e férias parceladas, flexibilizar a relação entre empregador e empregado.Porém, o empreendedor tem de ter cuidado para não cair na “pejotização” de funcionários: membros que são cadastrados como pessoa jurídica (“PJ”), mas trabalham de forma não-eventual, assim como um empregado CLT.“Muitos empregadores vão simplesmente transformar seus funcionários em PJs, sem se atentar à carência de 18 meses para a recontratação de um membro CLT como PJ”, alerta Boucinhas, da FGV. “Mesmo passado esse tempo, o empregador ainda tem que tomar cuidado. Se isso cair na mão de um juiz que entender que há uma relação de emprego comum, considerará o PJ como CLT e o empreendedor perderá um grande processo trabalhista.”Copola, da PP&C, minimiza a chance de “pejotização” dos funcionários, defendendo a capacidade dos pequenos e médios negócios de valorizarem a gestão de pessoas como um aspecto fundamental para o sucesso do empreendimento.“Será decisão da empresa terceirizar todas as suas atividades ou não. O negócio deverá ter consciência de que sua empresa precisa ter uma história empresarial. A partir do momento em que eu perco a cultura que eu promovo, a minha identidade, o empreendimento se enfraquece.”

5 – Afinal, a situação da economia (e das PMEs) vai melhorar com a reforma?

Em linhas gerais, o principal ponto da reforma trabalhista é de flexibilização de contratos: as decisões acordadas entre empregador e empregado, individualmente, têm sobredeterminação aos acordos coletivos de cada categoria.A principal crítica a essa linha de pensamento é a de que as relações entre empregador e empregado não são igualitárias, como a ideia de “negociação” pressupõe: o dono de negócio é detentor de bens de produção e capital, sendo o agente responsável por remunerar o empregado em troca de sua força de trabalho e, portanto, com maior poder ao negociar.Para Almeida, a situação nas pequenas e médias empresas não reflete tal argumentação. “Em uma grande empresa, minha tendência é concordar com isso. No mundo das pequenas e médias, porém, não é bem assim. Embora o empreendimento também seja detentor de capital, ela está numa situação mais difícil, com custos, litígios e inseguranças jurídicas que podem realmente inviabilizar o negócio”, defende.Para o sócio da auditoria Mazars Cabrera, toda ação para fortalecer investimentos no país é positiva. “O custo trabalhista é realmente um obstáculo para o investimento em atividade produtiva no Brasil, seja ele doméstico ou estrangeiro. Trazendo um incentivo econômico para o empreendedorismo, haverá mais empregos e mais consumo.”Boucinhas traz uma linha de análise mais crítica para os efeitos da reforma trabalhista: atitudes como a “pejotização” dos funcionários podem ser um tiro no pé dos planos do governo para melhor o caixa público.“A terceirização de qualquer relação trabalhista, por meio do pagamento de notas fiscais a diversos empregados, pode acabar interferindo na contribuição à Previdência Social. É preciso analisar bem como essa flexibilidade será feita”, alerta o docente da FGV.Fonte: Exame

Conheça o microgrid, a solução para um Brasil mais iluminado

Tecnologia de gestão inteligente de energia pode levar eletricidade às regiões remotas ou de baixa densidade demográfica

A falta de acesso à eletricidade é um problema que atinge uma em cada sete pessoas em todo o mundo, segundo dados do Banco Mundial. A situação não é muito diferente no Brasil. Um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgado este ano, revelou que ainda existem 1 milhão de residências sem luz no país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.Isso acontece porque a construção de linhas de transmissão em regiões de baixa densidade demográfica não costuma ser economicamente viável. Dessa forma, a energia produzida nas principais hidrelétricas e termelétricas do país não chega a todos os brasileiros. Para resolver o problema, estabelecer uma produção de energia próximo ao centro de consumo ou nas residências é uma boa alternativa.Fontes renováveis, como a solar ou a eólica, têm ganhado força no mercado. Mas como manter a luz em uma residência em dias sem vento ou sol, por exemplo? Para isso, é preciso ter um microgrid, ou seja, uma rede de distribuição de energia que conta com uma ou mais fontes de geração. A estrutura é capaz de gerir toda a produção de eletricidade. Softwares sofisticados ajudam a coordenar as fontes para evitar variações na tensão e quedas de energia.“Imagine uma rede com equipamentos geradores de energia solar, eólica e de combustão de óleo diesel. De qual fonte as máquinas vão buscar energia? O microgrid examina qual está mais estável, dá preferência às fontes renováveis e faz o fornecimento final com qualidade para o consumidor”, diz José Roberto Soares, professor de engenharia elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Se um hospital está em uma região isolada, não dá para depender apenas de energia eólica ou solar. Se não tem sol, usa-se o vento. Caso não haja vento, opta-se pelo diesel.”Além de garantir o fornecimento de energia, o microgrid ajuda a reduzir a emissão de poluentes porque fontes não renováveis, como o óleo diesel, são usadas apenas em momentos de necessidade energética. A mudança na gestão de energia também afeta diretamente os consumidores, que se tornam independentes e passam a ter acesso a uma energia de melhor qualidade.

Energia de sobra

Os microgrids têm ganhado popularidade em indústrias, grandes edifícios comerciais, bases militares ou lugares com infraestruturas críticas, como data centers, que não podem enfrentar grandes variações na tensão da energia. Mas o interesse na independência energética também atinge os usuários finais, que têm procurado sistemas para instalar em suas residências.Veja o caso da Eletrobras Distribuição Acre, que presta serviços públicos de energia elétrica para o estado do Acre e instala equipamentos de gestão inteligente de energia a pedido dos consumidores. A companhia viu a demanda crescer após a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que dá incentivos aos consumidores que se tornaram produtores de energia. “A procura por empresas de engenharia para instalar projetos de energia sustentável tem crescido, e nós da concessionária sentimos um aumento na demanda por informações”, explica André Domingos Klein, gerente do departamento de medição da Eletrobras Distribuição Acre.Se antes era preciso investir muito dinheiro e se desligar da rede principal para ter um painel solar em casa, por exemplo, hoje é possível produzir sua própria energia e continuar conectado à concessionária. “Quando o consumidor gera mais energia do que consome, o microgrid faz com que o excedente seja inserido na rede da concessionária. Essa energia será usada por outras pessoas, e o consumidor que a produziu recebe um desconto nas próximas contas de luz.”Fonte: Exame

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