EX-MORADOR DE PARAISÓPOLIS FATURA R$ 1,4 MILHÃO COM BITCOINS

Rodrigo Batista comanda o Mercado Bitcoin, site que intermedia transações com a moeda digital

Rodrigo Batista, do Mercado Bitcoin (Foto: Divulgação)
O administrador de empresas Rodrigo Batista, 35 anos, é hoje o CEO do Mercado Bitcoinstartup que intermedia a compra e venda da moeda virtual e que faturou R$ 1,4 milhão em 2015. Ex-morador da favela de Paraisópolis, em São Paulo, e vindo de uma família simples, Batista teve que se esforçar bastante para estudar e ser um empreendedor de sucesso.Filho de uma diarista e de um porteiro, Batista nasceu em Curvelo (MG). No entanto, em busca de melhores condições de trabalho, a família se mudou para São Paulo quando ele tinha 11 anos. O primeiro local em que morou foi Paraisópolis, no sul de São Paulo, onde ficou por três anos. Depois, mudou-se para o Itaim Paulista, no extremo leste da cidade.Quando estava terminando o ensino fundamental, Batista descobriu o Instituto Federal de São Paulo (IFSP, na época Centro Federal de Educação Tecnológica), uma instituição pública com qualidade superior à escola onde estudava. Concluiu que a entrada na escola seria a porta de entrada para uma vida melhor. "Passei quatro meses estudando que nem um louco, mas passei na prova”, afirma Batista, que cursou processamento de dados na instituição. De lá, conseguiu uma vaga em administração de empresas na Universidade de São Paulo (USP).Há cinco anos, Batista ouviu falar pela primeira vez em bitcoins. Na época, segundo ele, a moeda virtual passava por uma crise de desconfiança. Um tempo depois, em 2012, viu notícias que afirmavam que o bitcoin estava se fortalecendo e surgia como alternativa às transações eletrônicas tradicionais.Resolveu empreender neste mercado junto com Gustavo Chamati, paulista de 34 anos que largou a faculdade de administração e virou programador. A dupla comprou o site Mercado Bitcoin – que foi criado em 2011 e já intermediava a compra e venda de bitcoins, mas não tinha nem CNPJ. “Formalizamos a empresa e profissionalizamos todos os aspectos”, afirma Batista.O Mercado Bitcoin intermedia a compra e a venda da moeda virtual. De acordo com Batista, o uso mais comum para o bitcoin atualmente é fazer transferências internacionais pagando menos taxas.De acordo com o empreendedor, 30 mil pessoas compraram ou venderam bitcoins desde que ele assumiu o site. A receita vem de comissões cobradas em cada transação. O valor é, em média de 2,5%, menor que o cobrado por bancos e pelo serviço de transferência de dinheiro Papal.Neste ano, a meta do Mercado Bitcoin é faturar R$ 2,1 milhões. No médio prazo, Batista não descarta trabalhar com outras moedas virtuais, como o ether, que foi criado em julho do ano passado e vem ganhando espaço neste mercado. “Já fazemos testes com o litecoin, uma outra moeda virtual, e podemos trabalhar com outras caso necessário”, diz.Fonte: PEGN

Criação de empresas - maior alta em 7 anos

Criação de empresas tem a maior alta em 7 anos, diz Serasa

Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, esse resultado se deve ao "empreendedorismo de necessidade"

O Brasil atingiu, no primeiro trimestre, o maior número de abertura de empresas nos últimos sete anos, com o registro de 581.242 companhias, o que representa um crescimento de 12,6% sobre o mesmo período do ano passado.
De acordo com o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, também houve recorde na criação de empresas em março em relação à série histórica iniciada em 2010.
No terceiro mês desse ano, foram registrados 210.724 novos empreendimentos, quantidade que é 19,5% maior do que em fevereiro último e 14,2% acima de igual período de 2016.Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, esse resultado se deve ao “empreendedorismo de necessidade”.Com as taxas de desemprego muito elevadas, as pessoas desempregadas acabam abrindo negócios como forma de geração de renda, sobretudo na área de serviços”, explicam os economistas.A maioria das novas empresas que surgiu em março é de microempreendedores individuais (MEIs), totalizando 162.694 ou 9,4% superior ao número registrado no mesmo mês do ano passado.Em relação a este perfil de empresa, as sociedades limitadas, mesmo em menor número (17.516 unidades), apresentaram uma taxa de crescimento maior (29,9%) na comparação com março de 2016.Também teve expressiva elevação, de 38%, as empresas individuais (17.730) e nos demais segmentos constam 12.784 empresas, uma alta de 49,6%.

Serviços

O investimento em atividades na área de serviços liderou na lista de preferência dos novos empreendedores e atingiu 135.681 novas empresas.Segundo o levantamento, este segmento tem crescido nos últimos sete anos, com uma participação que passou de 53,6% (em março de 2010) para 64,4% (em março de 2017).A segunda maior procura foi pela área do comércio (57.908), correspondente a 27,5% e no setor industrial, foram abertas 16.625 empresas (7,9%).A Região Sudeste manteve-se na liderança com 108.150 novas empresas, mais da metade do total (51,3%).Mas a maior taxa de crescimento foi constatada na Região Centro-Oeste, onde surgiram 20.051 companhias, um avanço de 36,7% em março último sobre o mesmo mês do ano passado. Esta região tem uma participação de 9,5% no total de novos empreendimentos.Segunda colocada no ranking de nascimento, a Região Sul teve 37.331 empresas, o equivalente a 17,7% do total e uma expansão de 33%.Em seguida aparece o Nordeste com 34.301 novas empresas, participação de 16,3% e alta de 23,7%. No Norte, foram criadas 10.981 empresas, 5,2% do total e um aumento de 33,6%.Os três estados mais procurados pelos empreendedores foram São Paulo, que concentrou 28,1% dos novos investimentos (59.129); seguido por Minas Gerais (23.707), 11,3% do total, e Rio de Janeiro (20.404) e 9,7% do total.Fonte: Exame

Exposuper - Supermercados de SC projetam alta de apenas 1%

Mas abertura de unidades está mantida em 2017 e preveem a inauguração de, pelo menos, sete novos pontos no Estado

Supermercados de SC projetam alta de apenas 1%, mas abertura de unidades está mantida em 2017 Salmo Duarte/Agencia RBS
Abertura do principal encontro do segmento, a Exposuper, ocorre segunda-feira à noite em Jonville
Foto: Salmo Duarte / Agencia RBS
Com expectativa de retomada das vendas neste ano, as redes de supermercados catarinenses preparam planos de expansão no segundo semestre. Estão previstas pelo menos sete novas lojas até o fim de 2017. Para o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, o crescimento será discreto em 2017, entre 1% e 2%. Porém, termômetros do setor dão indicativos positivos: em abril, o índice da entidade fechou com alta pelo segundo mês consecutivo, em 0,21%. Na comparação com o ano passado, o avanço mensal foi de 5,71%.O resultado da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgado na semana passada pelo IBGE, também reforça a projeção positiva. De janeiro a abril, na comparação com 2016, a alta para os supermercadistas foi de 14,5%. Na avaliação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC), a deflação dos alimentos ajudou no resultado.— Santa Catarina tem um cenário diferente do restante do país. Aqui, a maioria das empresas familiares mantém planos de expansão. Obviamente, não no ritmo de antes da crise, mas percebo que os investimentos no setor crescem — afirma o vice-presidente de Supermercados da Fecomércio-SC, Adriano Santos.Sete novos pontos serão inauguradosA rede Fort Atacadista, atacarejo do Grupo Pereira, é uma das que mantém plano de crescimento. Apenas em Santa Catarina, há previsão de quatro novas lojas no segundo semestre. Içara, Porto Belo, o bairro do Campeche, em Florianópolis, e Joinville estão na mira da empresa catarinense.A nova loja de Içara, no Sul do Estado, tem previsão de abrir as portas no começo de agosto. Este ano, além das 15 lojas que a rede já opera em território catarinense e das outras nove no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal, foram inauguradas unidades em Cuiabá (MT) e em Taguatinga (DF).A rede Giassi, com sede no Sul catarinense, também investe para crescer. Conforme o fundador da empresa e presidente, Zefiro Giassi, uma nova unidade será aberta, provavelmente em meados de setembro, em Jaraguá do Sul. Atualmente, a empresa tem lojas em Araranguá, Criciúma, Joinville, São José, Tubarão, Blumenau, Içara, Palhoça e Sombrio.— Torcemos para que a economia melhore. Em Jaraguá do Sul, vamos erguer um complexo, com várias lojas, mas só na parte do supermercado deve gerar 350 novos empregos — diz o presidente.Já em Blumenau, a expansão fica por conta da Cooper, que abre a 14ª loja na região. A nova filial, no bairro Vila Nova, está prevista para ser inaugurada em julho, com 2,5 mil metros quadrados de área de vendas. A Cooper tem outras cinco lojas em Blumenau, uma em Ibirama, duas em Indaial, quatro em Jaraguá do Sul e uma em Rodeio. Em Joinville, está prevista a abertura de mais uma loja da rede Condor Supermercados, no bairro América.Abertura do principal encontro do segmento ocorre segunda-feira à noiteAs possibilidades de crescimento e de inovação, entre outros assuntos, serão tratados na 30ª Exposuper, evento que tem abertura oficial marcada para a noite desta segunda-feira na Expoville, em Joinville. Considerada como um dos maiores eventos em geração de negócios no setor em Santa Catarina _ 35 mil pessoas passaram pelo evento ano passado _, a feira deste ano segue até quinta-feira. O evento não é aberto ao público em geral.A previsão é de que pelo menos 200 empresas do ramo participem da programação que prevê 40 atividades na área técnica, entre palestras, cursos e clínica. Segundo a Acats, responsável pela organização da Exposuper, pelo menos metade dos participantes são catarinenses. O setor movimenta por ano cerca de R$ 18 bilhões em Santa Catarina. Nos últimos dez anos, cresceu a uma média anual de 4,9%.— O setor supermercadista é responsável pelo abastecimento de cerca de 85% da população em produtos de alimentação, higiene e limpeza. Cerca de 1,2 milhão de catarinenses frequentam as nossas lojas a cada dia — ressalta Paulo Cesar Lopes, presidente da Acats.Esse ano, entre os principais destaques da Exposuper está novamente a participação dos pequenos produtores da agricultura familiar no Estado. Conforme dados da Epagri, serão cerca de 30 expositores no evento. O fomento dos produtores foi implementado na feita em 2009 e, desde lá, a participação de pequenas empresas sediadas em SC têm crescido.Assim como em outros anos, na edição 2017 da Exposuper haverá também, durante a solenidade de encerramento, marcada para quinta-feira à noite, a premiação das empresas vencedoras do prêmio Mérito Acats.Fonte: A Notícia

Entenda o que é Bitcoin

Criada há mais de nove anos, a bitcoin atrai a atenção de investidores e já é aceita como meio de pagamento em países como o Japão

A bitcoin é uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos exemplos citados. O primeiro motivo é que não é possível mexer no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe fisicamente, é totalmente virtual.O outro motivo é que sua emissão não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pessoas que “emprestam” a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas.
No processo de nascimento de uma bitcoin, chamado de “mineração”, os computadores conectados à rede competem entre si na resolução de problemas matemáticos. Quem ganha, recebe um bloco da moeda.
O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades até o ano de 2140. Esse limite foi estabelecido pelo criador da moeda, um desenvolvedor misterioso chamado Satoshi Nakamoto. De tempos em tempos, o valor da recompensa dos “mineiros” também é reduzido.Quando a moeda foi criada, em 2008, qualquer pessoa com o software poderia “minerar”, desde que estivesse disposta a deixar o computador ligado por dias e noites. Com o aumento do número de interessados, a tarefa de fabricar bitcoins ficou apenas com quem tinha super máquinas. A disputa aumentou tanto que surgiram até computadores com hardware dedicado à tarefa, como o Avalon ASIC.Além da mineração, é possível possuir bitcoins comprando unidades em casas de câmbio específicas ou aceitando a criptmoeda ao vender coisas. As moedas virtuais são guardadas em uma espécie de carteira, criada quando o usuário se cadastra no software.Depois do cadastro, a pessoa recebe um código com letras e números, chamado de “endereço”, utilizado nas transações. Quando ela quiser comprar um jogo, por exemplo, deve fornecer ao vendedor o tal endereço. As identidades do comprador e do vendedor são mantidas no anonimato, mas a transação fica registrada no sistema de forma pública. A compra não pode ser desfeita.Com bitcoins, é possível contratar serviços ou adquirir coisas no mundo todo. O número de empresas que a aceitam ainda é pequeno, mas vários países, como a Rússia se movimentam no sentido de “regular” a moeda. Em abril deste ano, o Japão começou a aceitar bitcoins como meio legal de pagamento. O esperado é que até 300 mil estabelecimentos no Japão aceitem, até o final do ano, este tipo de dinheiro.O valor da bitcoin segue as regras de mercado, ou seja, quanto maior a demanda, maior a cotação. Historicamente, a moeda virtual apresenta alta volatilidade. Em 2014, sofreu uma forte desvalorização, mas retomou sua popularidade nos anos seguintes.Nos primeiros cinco meses de 2017, o interesse pela bitcoin explodiu. No dia 1° de janeiro, a moeda era negociada a pouco mais de mil dólares. No final de maio, já valia mais de 2,4 mil dólares.Os entusiastas da moeda dizem que o movimento de alta deve continuar com o interesse de novos adeptos e a maior aceitação. Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha — semelhante à Bolha das Tulipas, do século XVII — que estaria prestes a estourar.

Setor de brinquedos - crescimento em 2017

Na contramão da crise, setor de brinquedos espera crescimento em 2017

De acordo com a Abrinq, desde 2009 o faturamento cresce ininterruptamente, sempre com alta da produção nacional
 Ao contrário de outros setores da economia que projetaram retração ou expansão mínima para este ano, a indústria de brinquedos espera crescer 10% em 2017, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). “O brinquedo é desconectado desses problemas econômicos, vai direto ao coração”, diz o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa.O desempenho da indústria nacional de brinquedos têm crescido nos últimos oito anos. De acordo com a Abrinq, desde 2009 o faturamento cresce ininterruptamente, sempre com alta da produção nacional. Em 2016, o faturamento total da indústria (preço de varejo) foi da ordem de R$ 6 milhões sendo que a produção nacional foi de R$ 3,4 milhões. O resultado significa crescimento de 7% em relação a 2015. “Em mais quatro anos a produção nacional deverá ficar com 70% do mercado”, acredita o presidente da Abrinq.FeirasDiante do cenário, surgem mais feiras de negócios voltadas à área. No final de junho, uma nova feira de brinquedos de ocorre em São Paulo, direcionada a compradores, distribuidores, atacadistas, e-commerces, representantes e comércio de brinquedos. Na Expo Toys serão apresentadas as principais novidades em jogos, brinquedos, puericultura, produtos de entretenimento, livros e outros itens infantis. O evento começa no dia 25 e vai até 28 de junho e reúne mais de 50 expositores, com público estimado em 4 mil pessoas.Já a Abrin, terceira maior feira de brinquedos do mundo e a maior da América Latina, será no começo do ano e é uma referência para o mercado. Apresenta brinquedos em geral, educativos e pedagógicos, puericultura, produtos licenciados, entre outros.De acordo com Alexandre Torres de Carvalho, diretor da ExpoToys, o Dia das Crianças e o Natal garantem as vendas do setor. “[O Dia das Crianças] é a data mais forte em vendas para o setor e logo vem o Natal, o que coroa as vendas. As famílias brasileiras sempre presenteiam nessas datas, o que mantém o setor sempre aquecido e dessa forma não é prejudicado”.Carvalho também destaca que a alta do dólar foi determinante para o fortalecimento do mercado interno. “Com a alta do dólar nos últimos anos, caiu a venda de produtos importados, o mercado interno bruto de produtos cresceu e o de brinquedos acompanhou esse crescimento. A China ainda é um gigante na venda de brinquedos, mas conquistamos o nosso espaço”.Brinquedos preferidosEm primeiro lugar na preferência das crianças, segundo estatística da Abrinq, lideraram as vendas no ano passado as bonecas e bonecos, com 18,7%; seguidos dos carrinhos (15,1%), patins, patinetes e veículos a bateria (12%) e os brinquedos que reproduzem o mundo real (10,2%).Nas vendas por canais, destaque para o crescimento da participação da Internet, que saiu de zero em 2009 e passou para 20,5% das vendas do setor no ano passado. As lojas especializadas são as campeãs de vendas, com 33,2%.São Paulo é o maior mercado para a indústria do brinquedo no país, com 33%, seguido do Rio de Janeiro (9,8%), Minas Gerais (8,3%), Santa Catarina (6,6%) e Paraná (6%). Os dados, da Abrinq, referem-se às vendas de 2016.Fonte: Empreendedor

Reparos e reformas crescem

Negócios que envolvem reparos e reformas crescem em tempos de crise

Com a economia instável e um futuro pouco animador, apostar em franquias que reformam imóveis e produtos do dia a dia tem se mostrado um bom investimento
 Enquanto construtoras registram queda no número de empreendimentos, imobiliárias sofrem com a baixa procura por imóveis e lojas dos segmentos de vestuário e computadores acusam quedas frequentes nas vendas, empresas que oferecem serviços de reparos e reformas para todos esses segmentos têm motivos para comemorar, registrando altas expressivas. Assim, para aqueles que desejam empreender, as franquias enquadradas nesses modelos figuram entre as opções mais seguras de investimento. “Em momentos como o atual, grande parcela da população se vê obrigada a ter cautela na hora de assumir importantes compromissos financeiros, como compras de imóveis, automóveis, roupas e acessórios e computadores. Quando se há a hipótese de revitalização desses bens, geralmente é o que se faz. Afinal, melhor economizar e prolongar o tempo de vida útil de determinadas coisas do que abrir mão de quantias maiores de dinheiro em tempos difíceis”, pontua Paulo César Mauro, diretor da Global Franchise, consultoria especializada no mercado de franquias.Segmentos apresentam crescimentoInvestir em uma rede de franquias que ofereça serviços de pequenos reparos e reformas em imóveis, por exemplo, pode ser uma opção viável, já que os proprietários não deixam de contratar profissionais do setor para solucionar eventuais problemas estruturais em residências, comércios ou outros espaços empresariais. Além disso, com o grande números de profissionais desligados das empresas de construção civil, essas franquias têm a oportunidade de contar com uma mão de obra extremamente qualificada.Apenas o setor de casa e construção – que engloba todos os serviços relacionados a manutenções de imóveis – teve um saldo de 1,93 bilhão de reais nos três primeiros meses de 2017, o que representa um acréscimo de 5% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a soma foi de 1,83 bilhão. Nesse perfil está a Master House Manutenções e Reformas, rede especializada em serviços de alvenaria, elétrica, hidráulica, jardinagem, pintura, gesso e drywall, impermeabilização e montagens, com 64 unidades operando em diversas regiões do país, incluindo um máster franqueado nos Estados Unidos. “O segmento de manutenção e reforma dificilmente vai sofrer uma queda. Diante de eventuais problemas os proprietários não deixam de contratar profissionais do setor para solucioná-los. Ninguém quer ter um imóvel com problemas estruturais ou sem que itens básicos estejam funcionando corretamente”, destaca Allan Comploier, diretor e fundador da empresa.Desde o período em que passou a franquear, a empresa teve um crescimento de aproximadamente 370% em faturamento, encerrando 2016 com um faturando de R$ 15 milhões. Como parte dos planos de expansão para 2017, a meta é ultrapassar as 100 franquias e gerar um faturamento de R$ 20 milhões, o que deve ser impulsionado com ajuda do Governo Federal, que anunciou, ao final do ano passado, medidas que vão beneficiar o setor da construção civil.Outra marca que tem apresentado bons resultados é a Sr. Computador, especializada em consertos e manutenção de notebooks e PCs. De acordo com a franqueadora, suas unidades têm relatado aumento das demandas desde o segundo semestre do ano passado, com muitos clientes que tinham projeto de troca de computadores, mas que optaram pelo conserto de seus equipamentos. “Percebemos um aumento de novos clientes que buscam no reparo ou manutenção uma melhor performance e ajuste do computador, uma escolha que inclui também o meio empresarial”, afirma Fábio Cabral Guerra, diretor de negócios da rede. Segundo a franqueadora, o principal item é o notebook, que, por sua fácil mobilidade, acaba correndo mais riscos de queda, quebra ou até mesmo desgaste. “O aumento depois de janeiro tem sido variável por região, mas chegou a ser maior que 30% para esses serviços em algumas unidades”, completa.Também na área de prestação de serviços que buscam revitalizar bens do dia a dia, a rede Minha Costureira, Meu Sapateiro, que trabalha com conserto, reparação e customização de roupas e acessórios tem comemorado o mercado aquecido. “Percebemos uma mudança nesse início de período com temperaturas mais baixas. Independente da classe social, homens e mulheres têm procurado reutilizar itens que estavam guardados no guarda-roupa, solicitando ajustes e reparos para prolongar a vida útil de calças, blusas e jaquetas, camisas, vestidos, sapatos, bolsas e outros itens. Esse movimento também se deu em outros períodos, comprovando que o consumidor está tentando usar por mais tempo o que tem em mãos”, revela Fábio Cesar Di Mauro, diretor da franqueadora.Dados de investimentosPara uma unidade Master House Manutenções e Reformas, que possui 64 franquias operando, é necessário investir cerca de 75 mil reais, sendo que a taxa de franquia é de 40 mil reais. O faturamento médio mensal é de 60 mil reais, o que proporciona um retorno do montante investido entre seis e dez meses.No caso da Sr. Computador, que conta com XX unidades no país, o franqueado deve investir um total de XX mil reais – XX mil reais é a taxa de franquia cobrada. O faturamento médio gira em torno de XX mil por mês e o retorno é previsto para ocorrer após X meses.A Minha Costureira, Meu Sapateiro, que entrou para o mercado de franquias recentemente, contando com sete lojas próprias, exige um investimento a partir de 136 mil reais, incluindo a taxa de franquia fixada em 25 mil reais. De acordo com a empresa, o faturamento médio mensal é de 50 mil reais, e o retorno deve acontecer após três anos de operação.Fonte: Empreendedor

Brasil começa a sair da recessão

Três indicadores apontam que o Brasil começa a sair da recessão; veja quais são:

Crescimento previsto por Serasa Experian, Banco Central e FGV varia entre 0,9% e 1,19%

 Imagem relacionadaTrês indicadores apontam que o Brasil começa a sair da recessão. Respectivamente, Serasa ExperianBanco Central e Fundação Getúlio Vargas (FGV) têm índices que fecharam o trimestre prevendo resultado positivo para a economia: 0,9%1,12% e 1,19%. Esses indicadores são como prévias do Produto Interno Bruto (PIB). O dado oficial da economia brasileira é calculado pelo IBGE e será divulgado só em junho, já com as informações consolidadas.O último, chamado Monitor do PIB — divulgado pela FGV nesta quarta-feira —, mostrou que o desempenho do primeiro trimestre cresceu 1,19% quando comparado com o quarto trimestre de 2016. É a primeira taxa positiva após oito trimestres consecutivos negativos.  A FGV afirma tentar seguir ao máximo a metodologia do IBGE. Em termos monetários, o PIB do primeiro trimestre, em valores correntes, alcançou a cifra aproximada de R$ 1,62 trilhão. Já o indicador Serasa Experian de Atividade Econômica terminou o primeiro trimestre com expansão de 0,9%. Economistas da instituição apontam os motivos: retomada da confiança de consumidores e empresários, melhor avaliação da política econômica, recuos da inflação e taxa de juros, aliados aos bons resultados da agropecuária e das exportações.Em nota, a Serasa detalhou o resultado:"Pelo lado da oferta agregada, a agropecuária foi o grande destaque positivo da atividade econômica do primeiro trimestre de 2017, crescendo 10,8% em relação ao último trimestre de 2016. O setor de serviços também teve desempenho positivo no primeiro trimestre de 2017, com alta de 0,3% perante o quarto trimestre de 2016. Já o setor industrial recuou 1,1% no primeiro trimestre de 2017. No acumulado do primeiro trimestre de 2017, quase todos os componentes da demanda agregada exibiram crescimento em relação ao último trimestre de 2016. As exportações foram o destaque com alta de 11,2% neste critério de comparação. Os investimentos cresceram 1,3% e o consumo das famílias 0,3%. Por outro lado, os gastos do governo recuaram 0,6%. Já as importações, que entram com sinal negativo no PIB, avançaram 5,3% no primeiro trimestre de 2017."AdvertismentNa prévia considerada mais "oficial", calculada pelo Banco Central, o indicador apontou crescimento de 1,12% — é o chamado Índice de Atividade Econômica.O Brasil entrou em recessão técnica no segundo trimestre de 2015. Isso ocorre quando o PIB tem recuo por dois trimestres consecutivos. Esta é considerada a pior crise já registrada na economia brasileira, superando a dos anos 30, pelo prolongamento.Fonte: Zero Hora

Brasileiro volta a empreender

De acordo com pesquisa, 75% das pessoas que levantam informações para abrir uma empresa enxergam uma oportunidades de mercado

Vislumbrar uma oportunidade voltou a ser comum entre os que se preparam para abrir um negócio. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2016, apoiada pelo Sebrae e realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), 75% dos empreendedores nascentes – aqueles que estão envolvidos na abertura de uma empresa – buscaram esse caminho porque encontraram um nicho.

No ano anterior, metade das pessoas com empresas recentes investiu no próprio negócio por causa da necessidade. O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, destaca que essa mudança no perfil dos novos empreendedores pode revelar um início de reação positiva da economia. “Um país vai se desenvolver no futuro se tiver pessoas querendo empreender hoje. O aumento do empreendedorismo por oportunidade demonstra uma luz no fim do túnel, é o início da volta do crescimento econômico”.

Apesar do empreendedorismo por oportunidade fazer parte do universo de quem quer abrir um negócio nos próximos meses, a pesquisa GEM revelou que houve uma pequena queda da taxa de empreendedorismo do brasileiro no ano passado, caindo de 39% em 2015 (a maior da série histórica) para 36%, em 2016. Essa diminuição tem como um dos seus principais motivadores a queda no número dos empreendedores já estabelecidos, ou seja, aqueles que já tinham uma empresa há mais de três anos e meio.

“As dificuldades econômicas passadas nos últimos anos fizeram com que muitas empresas fechassem as portas, por isso, houve essa diminuição na taxa total de empreendedorismo. Acreditamos que com a inflação estabilizada, a queda dos juros e o aquecimento da economia, o brasileiro volte a sonhar mais com o empreendedorismo”, ressalta Afif.

A pesquisa também constatou que as mulheres já correspondem a 51% dos empreendedores iniciais, e que está aumentando o número de pessoas com mais de 55 anos que se aventuram no mundo dos negócios. De acordo com o estudo, em 2012, 7% dos empreendedores iniciais tinham mais de 55 anos. Em 2016, esse número saltou para 10%. Já entre a participação dos brasileiros empreendedores que têm entre 18 e 24 anos, passou de 18%, em 2012, para 20%, em 2016.

A GEM

A pesquisa GEM é parte do projeto Global Entrepreneurship Monitor, iniciado em 1999 com uma parceria entre a London Business School e o Babson College, abrangendo dez países no primeiro ano. Em 2016, participaram 66 países, cobrindo 70% da população global e 83% do PIB mundial. No Brasil, a pesquisa é feita desde 2000, e no ano passado foram entrevistados 2 mil adultos entre 18 e 64 anos de todas as regiões do país e 93 especialistas em empreendedorismo.

Fonte: Empreendedor


Enquanto uns choram, a MRV acelera. Como?

Por que a incorporadora MRV ganha tanto dinheiro, enquanto a maioria de seus concorrentes luta para se manter

Um imenso clarão foi aberto nos últimos meses em Pirituba, bairro de classe média na zona norte de São Paulo. Nesse terreno, que tem 169 000 metros quadrados — tamanho equivalente a cerca de 20 campos de futebol —, vai ser construí-do um dos maiores empreendimentos imobiliários do país. O plano é que ele tenha 7 300 apartamentos, de 37 a 44 metros quadrados, divididos em 48 prédios, além de uma creche e uma base da Polícia Militar. Estima-se que 25 000 pessoas morarão ali quando as obras terminarem.
Quem acompanha o momento atual do mercado imobiliário, que vive uma de suas piores crises no Brasil, pode achar que começar algo desse tamanho justamente agora não faz o menor sentido. Milhares de imóveis novinhos estão encalhados nas grandes cidades do país porque faltam interessados com condições de comprá-los. Pirituba é quase uma metáfora do que acontece no setor imobiliário brasileiro — enquanto todos pisam no freio, a incorporadora mineira MRV pisa no acelerador.Fundada em 1979 pelo engenheiro Rubens Menin, a MRV se tornou, na atual crise que assola o setor, a maior incorporadora do país. Vale, na bolsa, 6,5 bilhões de reais — 1,5 bilhão a mais que a badalada Cyrela e duas vezes a Eztec, terceira da lista. Em 2016, seu lucro aumentou, chegou a 557 milhões de reais e foi, de longe, o maior do setor. No mesmo período, 11 das 17 incorporadoras de capital aberto tiveram prejuízo, segundo um levantamento da empresa de informações financeiras Economatica. Entre as empresas que estão no azul, nenhuma conseguiu aumentar seu lucro no ano passado. E, aproveitando-se da crise, a companhia gastou 41 bilhões de reais na compra de terrenos, volume recorde em sua história. É suficiente para dez anos de lançamentos se o ritmo atual for mantido.Parte dos projetos já começou. Além do megaempreendimento em Pirituba, a MRV tem três grandes obras em andamento no país — uma delas fica em Canoas, no Rio Grande do Sul, onde o plano é construir 4 160 apartamentos. “Vamos lançar aos poucos, à medida que percebermos que há demanda”, diz Eduardo Fischer, um dos copresidentes da MRV (o comando é dividido com Rafael Menin, filho de Rubens; Fischer é sobrinho do fundador). Segundo Fischer, a meta é construir 60 000 unidades por ano nos próximos anos, 50% mais do que a empresa fez em 2016.O que faz uma incorporadora ganhar dinheiro no mercado de baixa renda é, principalmente, quanto ela gasta para construir. Parece óbvio, mas foi aí que muitas empresas, especialmente as voltadas para as classes média e alta, patinaram em sua tentativa de crescer na baixa renda. No segmento de alto padrão, a localização pode determinar o sucesso ou o fracasso de um imóvel.Um prédio novo com alguma área de lazer e três vagas de garagem tem muito mais chance de ser vendido se for lançado na região dos Jardins, na zona oeste de São Paulo, onde faltam terrenos para esse tipo de empreendimento, do que no Morumbi, onde há dezenas de condomínios com essas características. Já os imóveis de baixa renda ficam nas periferias, e os interessados acabam olhando muito mais o preço do que a localização — acham que vale a pena mudar de bairro se, assim, conseguirem comprar uma casa.A MRV adotou duas estratégias para manter os custos sob controle. Uma é fazer grandes obras, como a de Pirituba, e prédios padronizados, com os mesmos acabamentos (como portas e janelas), em qualquer lugar em que construir. Com isso, a empresa ganha escala, o que lhe dá mais poder de barganha com os fornecedores.Outra é construir menos nas capitais e mais no interior do país, onde os terrenos costumam ser mais baratos e a concorrência é menor. “Também construí-mos em cidades próximas e, assim, aproveitamos os mesmos corretores e fornecedores. Até os gastos com marketing podem ser divididos”, diz Rafael Menin. Hoje, a empresa tem terrenos e obras em 144 cidades, como São Gonçalo, no Rio de Janeiro; e Araras, em São Paulo.

Um mercado de especialistas

Usando a figura imortalizada pelo filósofo Isaiah Berlin, a MRV é uma empresa “porco-espinho” — que só sabe fazer uma coisa, mas faz direito. A MRV sempre vendeu para a baixa renda. Seu alvo principal são os consumidores com renda familiar de 1 500 a 5 000 reais. No passado, esse público tinha acesso a financiamento em programas de estímulo à construção de moradias populares, como o do Banco Nacional da Habitação (BNH). A coisa mudou de patamar em 2009, quando o governo criou o Minha Casa, Minha Vida.O programa oferece juros menores, menos burocracia na contratação de crédito imobiliário e, dependendo da faixa de renda, subsídios que podem chegar a 90% do valor dos apartamentos e das casas. A amplitude do programa mudou a cara dos imóveis de baixa renda. Em vez de predinhos modestos, começaram a ser lançados condomínios com área de lazer e, em alguns casos, piscinas. No início, a maioria das grandes incorporadoras entrou nesse mercado, mas, aos poucos, ficou claro que se trata de um nicho para especialistas — e mesmo os especialistas passaram por maus bocados. A Tenda, que hoje pertence à Gafisa e só constrói para a baixa renda, enfrentou graves dificuldades financeiras entre 2011 e 2014 e só foi saneada de fato há dois anos.A MRV soube surfar a eufórica onda do mercado imobiliário dos anos 2000 sem grandes tombos. Conteve a ambição e não cresceu mais do que podia quando o mercado financeiro pedia crescimento acelerado. Não tentou competir com a Cyrela na alta renda. E fez poucos empreendimentos no segmento mais subsidiado pelo Minha Casa, Minha Vida, a chamada “faixa 1”, mais suscetível ao vaivém de Brasília e mais semelhante aos velhos programas assistencialistas do passado.Recentemente, o governo reduziu os subsídios à faixa de menor renda, o que prejudicou uma das principais concorrentes da MRV, a Direcional, especializada nesse segmento (procurada, a Direcional não deu entrevista, mas executivos do setor dizem que a empresa está mudando para vender mais para quem ganha acima de 1 800 reais por mês). “A MRV continuou fazendo o que sabia e soube ser agressiva quando houve a oportunidade de expansão”, afirma Luiz Mauricio, analista do setor de construção civil do Bradesco.Hoje, o maior risco para as incorporadoras que constroem para a baixa renda é haver mudanças nas regras de uso do FGTS, de onde saem os recursos para os financiamentos do Minha Casa, Minha Vida. Na verdade, as regras já vêm mudando. Os executivos da MRV criticaram, por exemplo, a decisão de permitir o saque, sem um teto de valor, de contas inativas do FGTS. “Pessoas de renda mais alta vão usar esses recursos para investir, e isso não beneficia o setor de construção, que é o objetivo do FGTS”, diz Rubens Menin.Além disso, a concorrência já começa a aumentar. As incorporadoras Cury, que tem a Cyrela como sócia, e o Grupo Rezek pretendem lançar no segundo semestre um empreendimento com 15 600 unidades na zona sul de São Paulo. A Tenda, hoje revigorada, fez 41 lançamentos em 2016 em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Para o comando da MRV, porém, há espaço para todo mundo, especialmente quando a economia se recuperar de fato e o desemprego cair. Se o país e o setor imobiliário saírem do atoleiro em que se enfiaram, haverá muitos clarões como o de Pirituba espalhados pelo país.Fonte: Exame

Setor Imobiliário deve focar em 2018 e 2019

Para presidente da MRV, a maior incorporadora do país, uma postura de caixa mais conservadora ainda é necessária este ano

Para presidente da MRV, setor imobiliário está passando por período difícil porque é altamente dependente de condições macroeconômicas estáveis e de crédito  (Foto: Webysther Nunes / Wikimedia Commons)
Uma das poucas incorporadoras que não foram contaminadas pela crise do setor imobiliário nos últimos anos, a MRV, especializada em imóveis para baixa renda, vê um cenário ainda muito difícil para as construtoras em 2017. Eduardo Fischer, copresidente da maior incorporadora do país, diz que a MRV vai manter postura de caixa conservadora este ano, mas, mesmo assim, vai anunciar um grande empreendimento imobiliário na zona norte de São Paulo."O setor residencial é dividido em dois segmentos: média e alta renda, que passa por uma forte crise; e baixa renda, que ainda tem demanda. Estamos do lado da demanda", diz. Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida ao Estado.A maioria das incorporadoras passa por uma crise profunda, com alto número de distratos e situação financeira delicada. Qual será o cenário para o setor neste ano? Nosso setor está sofrendo imensamente, uma vez que é altamente dependente de condições macroeconômicas estáveis e de crédito. As incorporadoras sofreram em 2015 e tiveram um 2016 terrível. A expectativa é de melhora em 2017, mas em um cenário muito ruim ainda.Os negócios da MRV serão afetados? Temos de separar o setor em dois segmentos: média e alta renda de um lado, e baixa renda do outro. A nosso favor, o segmento de baixa renda tem uma diferença de oferta e demanda muito grande. Temos um déficit habitacional para essa camada da população (com até seis salários mínimos). Nesse caso, o crédito vem de bancos públicos e nosso consumidor acessa o FGTS.Mas o desemprego também afeta o perfil de seu cliente... O desemprego aumentou e preocupa. Mas há demanda, mesmo com a crise. Nosso cliente não quer só morar: precisa morar. É diferente do consumidor de média e alta renda - nesse caso, o setor enfrenta ainda a questão de altos distratos. Nessa categoria, há o consumidor que adquire imóvel para morar e outros que compram para investir. Com a crise, a dinâmica de mercado mudou e houve desistências, afetando fortemente as incorporadoras. É perverso. Estamos discutindo isso, via nossa entidade de classe, para mudar a regulamentação do setor.Os distratos da MRV também aumentaram? O nosso distrato tem caído nos últimos dois anos. Temos um saldo de distrato do passado, mas que tem recuado trimestre a trimestre e deverá cair em 2017. No caso do crédito associativo, a construtora consegue passar a dívida para os bancos (públicos). Se o banco aprova o financiamento, aprovamos a compra. A dívida fica com o banco.E os programas do Minha Casa Minha Vida impulsionam os negócios do grupo? Vamos voltar. Habitação de baixa renda é muito importante na economia, não é só social. O programa se mostrou resiliente. A demanda continua firme e as vendas seguem em ritmo muito bom. Mas a demanda se concretiza em negócio? Há uma crise de confiança ainda grande. O problema não está na confiança, mas na liberação de crédito. Trabalho basicamente com dois bancos - Caixa e Banco do Brasil. Os dois estão rígidos na concessão de crédito.Esperava 2017 tão difícil? Olho 2017 e, apesar de situação difícil, a perspectiva é mais positiva. Tive uma pior percepção no fim de 2014, quando não tinha ideia como o mercado iria reagir. O lado bom da crise é que, se você está em um setor que já está sofrendo muito (desde 2010), com custo de obra disparando, as perspectivas para frente são de melhora. A nossa sorte é que não podemos importar apartamento ainda.A crise que afetou o setor vai intensificar um movimento de consolidação? Difícil. É incerteza demais.Mas houve interesse do fundo Jaguar em comprar fatia da Tenda, da Gafisa. Há espaço para investidor estrangeiro no setor imobiliário nacional? Tem de olhar para o longo prazo. Os investidores apanharam muito com Brasil.O cenário também é pessimista para os imóveis comerciais? Hoje o segmento comercial passa por um momento diferente - esse setor já tinha puxado o freio quando a crise do setor começou. A volta à normalidade desse segmento vai ser mais rápida do que o residencial. Estão construindo menos.O sr. acredita que o cenário de instabilidade política deve agravar mais o setor? Essa instabilidade é ruim porque ninguém consegue olhar para 2018 e ter um cenário claro de mudanças macroeconômicas relevantes. A PEC do Teto passou, mas a reforma da Previdência é difícil e não pode demorar. Não olho mais para 2017. Penso em 2018 e 2019.A MRV não terá novos lançamentos para este ano? Sim. Faremos um lançamento na zona norte de São Paulo, um bairro planejado com 25 empreendimentos diferentes, em um investimento de quase R$ 1 bilhão e VGB de R$ 1,6 bilhão, para entrega nos próximos cinco anos. Nos últimos 30 meses, entregamos 100 mil chaves (o que equivale a uma cidade de 350 mil a 400 mil habitantes). A projeção é fazer a mesma entrega nos próximos 30 meses. Nos últimos dois anos, investimos cerca R$ 600 milhões em terrenos novos.Pensam em mudar de estratégia e se diversificar? Não. Fazemos a mesma coisa há 37 anos e vamos continuar assim.QUEM É Formado em Engenharia Civil pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec), Eduardo Fischer Teixeira de Souza é copresidente da MRV, uma das maiores incorporadoras imobiliárias do País, fundado por seu tio, o empresário Rubens Menin. Fischer, que está no grupo desde 1993, divide a gestão da incorporadora com Rafael Menin.

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