10 Tendências para empreender em 2017

Tecnologia, e-commerce e estratégias de vendas fazem parte da lista

Jovens usam a tecnologia para empreender e melhorar o mundo (Foto: Divulgação)
Se você está fazendo planos para empreender no próximo ano, precisa começar um planejamento e um estudo de mercado. Com as mudanças demográficas e tecnológicas que a humanidade está vivendo nas últimas décadas, os negócios mudam com frequência.Pensando nisso, o estrategista de marcas Leonardo Kim fez uma lista com dez tendências que vão guiar o mercado em 2017. A lista, originalmente publicada na revista americana Inc, pode guiar também os novos empreendedores brasileiros. Confira abaixo as ideias:1. Ferramentas para a construção de produtos tecnológicos (sem necessidade de muita bagagem técnica) A necessidade de inovações tecnológicas nos negócios é mais importante do que nunca. Em 2017, a tecnologia será um campo totalmente necessário para que cada negócio tenha potencial de competição no mercado. Plataformas autoexplicativas, como o WordPress, fazem e continuarão a fazer sucesso porque permitem um gerenciamento mais simples sem a necessidade de muitos conhecimentos técnicos por parte dos funcionários.2. Ferramentas que auxiliam marcas pessoais Trabalhar marcas pessoais será uma estratégia cada vez mais usada para se diferenciar no mercado. Em um universo cheio de concorrentes, um branding pessoal bem feito pode fazer a diferença na hora de conquistar os consumidores. Por isso, este tipo de ferramenta deve crescer nos próximos anos.3. De olho nos jovens Ao invés de rejeitar os novos consumidores da geração "Millennial", as empresas terão que cada vez mais enxergá-los como clientes em potencial. Entender como eles pensam e criar produtos para esta geração é uma tendência para acompanhar.4. Treinamento para funcionários remotos O trabalho remoto será, cada vez mais, uma tendência. Pensando nisso, empresas que ofereçam serviços eficientes para o treinamento de funcionários que trabalham longe da sede da companhia devem crescer.5. Possíveis vendas de empresas O processo de recuperação da economia nos últimos anos nos Estados Unidos aumentou a quantidade de fusões e aquisições. Isso deve se manter em 2017 e as empresas que pensam em partir para uma venda devem começar a se preparar.6. Saúde e nutrição A nova geração está preocupada com a saúde e nutrição mais do que qualquer outra. Graças à tecnologia, é possível medir calorias, fazer registros nutricionais e manter os hábitos esportivos e alimentares dentro de um aplicativo. O mercado de ferramentas fitness para smartphones só tende a crescer e o boom desses aplicativos irá  fortalecer o mercado de saúde.7. Apostas em  e-commerce A crescente demanda por itens disponibilizados em lojas online faz com que esse nicho de mercado se fortaleça cada vez mais se comparado ao crescimento de vendas nas lojas físicas. Estudos recentes mostraram que 58% dos compradores estão dispostos a adicionar itens no carrinho para atingir as cotas exigidas para o frete grátis nos sites de compra, por exemplo. Como a tecnologia continuará a se expandir em 2017, isto deve impactar também as tendências no e-commerce.8. Estratégias para manter os clientes sempre próximos Para tornar uma empresa cada vez mais popular, é importante manter uma ligação próxima com o cliente.  Serviços e produtos que não são vendidos de forma direta e uma única vez , como os transportes oferecidos pelo Uber, tendem a permanecer em ascensão.9. Treinamentos de funcionários moldados de forma diferente Em 2017, haverá  uma mudança na forma como as habilidades de treinamento de liderança são desenvolvidos dentro das empresas. Ao invés de ensinar a todos as mesmas habilidades, as empresas irão focar nos pontos fortes de cada funcionário e desenvolver essas habilidades, investindo mais no reforço de um talento natural do que na formação massiva de líderes.10. Marcas e produtos com ações e produções sustentáveis As ações sustentáveis e o desenvolvidos de produtos com métodos que fortalecem a cultura da sustentabilidade devem continuar crescendo. Até o atual período do ano, mais de US$ 500 milhões foram salvos em eficiência energética e este valor tende a crescer em 2017.Fonte: PEGN

Eloi D’Avila, fundador da Flytour

Eloi D’Avila, fundador da Flytour, conta sua história de vida num vídeo inspirador

Eloi D'Avila (Foto: Divulgação/Endeavor)
“Hoje eu tenho uma empresa, mas eu digo que as empresas não existem. Quem existem são as pessoas e são elas que fazem as empresas. Nada se faz sozinho, nenhuma grande estrela brilha sozinha”. Assim, Eloi D’Avila, fundador da Flytour, começa a contar sua história emocionante de empreendedorismo e superação, na 7ª edição do Day1.Com 8 anos e meio ele fugiu de casa, em Porto Alegre, para se aventurar em São Paulo. Ele trabalhou com tudo para sobreviver: lavava carro, vendia jornais, engraxava sapato. Nessa época, ele dormia em um albergue debaixo do viaduto e carrega até hoje marcas de cigarro que usavam para acordá-lo. Em meio a tantas dificuldades, encontrou um caminho. Um dia na praça da Sé ele conheceu o Seu Manuel, pra quem contou que havia fugido de casa, mas que não queria voltar. O aposentado o ajudou oferecendo trabalho em sua própria casa, onde Eloi ficou até os 11 anos de idade.Quando completou 12 anos, foi para o Rio de Janeiro tentar a sorte. Arranjou emprego lavando e guardando carros e foi quando ele conheceu um guia turístico que veio a ser seu padrinho de casamento. “Ele me deu um pouco de oportunidade: me apresentou para a vovó Stella”. Essa foi a grande chance que Eloi teve de sair das ruas. Vovó Stella o ajudou com lugar pra dormir, dentista e até estudo. Ele dormiu durante muito tempo em um sofá de 2 lugares. Ela dizia: “você vai arrumar esses dentes e vai parar de falar ‘carça’, carsão’ e ‘sordado’”. Com toda a ajuda, ele teve a oportunidade de aprender a ser office boy e ficou lá até os 17 anos de idade.As dificuldades indicaram caminhos e Eloi encontrou no turismo uma oportunidade. Ele via que as agências de turismo não sabiam vender. “Em um empreendedor é fundamental isso: acreditar no que gosta e ir atrás. Não desistir nunca”. Para ele, o empreendedor precisa ser também um vendedor. “Eu acredito que o empreendedor precisa vender aquilo que ele construiu, aquilo que ele sonhou, o que ele empreendeu”.“Eu tive uma trajetória extremamente difícil, mas eu posso dizer que foi uma grande oportunidade para mim. Eu consegui fazer muita coisa, e das coisas que eu fiz, eu aprendi. Aprendi que para conseguir alguma coisa você tem que guardar sua humildade. A arrogância é a maior ignorância de alguém. E eu sempre guardo isso comigo”. Hoje em dia, em todas as Flytours tem um sofá na entrada. Todas as manhãs, quando Eloi chega no trabalho: “eu olho pra ele e já fico humilde. Na hora, lembro de onde saí”.Assista, agora, a história do empreendedor:https://youtu.be/IkCBwhOd_d4Fonte: PEGN

Trocar o emprego por um negócio

Antes de tomar a decisão de se dedicar totalmente ao novo negócio, cheque se você está preparado para dar esse passo

Você teve uma ideia de negócio e está morrendo de vontade de jogar tudo para o alto e agarrá-la com unhas e dentes? Muita calma nessa hora.O professor de empreendedorismo do Ibmec-MG, João Bonomo, acredita que algumas oportunidades podem exigir a saída de um emprego fixo o quanto antes. Mas, em geral, é possível esperar um pouco para que esse processo seja mais organizado e, principalmente, seguro. “Na vida real não é tão fácil jogar tudo para cima e entrar de cabeça em um sonho. Geralmente recomendamos aos empreendedores que tenham cautela antes de tomar a decisão de se dedicar totalmente ao próprio negócio”.Especialistas apontam abaixo quais são os sinais de que você está preparado para deixar de ter uma remuneração fixa por mês para tocar o negócio:

1 — Você tem uma oportunidade de negócios (mesmo)

O consultor do Sebrae-SP, Wagner Antonio Jacometi, ressalta que uma boa ideia não necessariamente pode se tornar uma oportunidade de negócio de fato. “Uma ideia só se transforma em oportunidade quando identificamos que há demanda para ela no mercado, seja por experiência própria ou observação”.

2 — Você realizou uma pesquisa extensa

Identificada a oportunidade, é hora de levantar informações sobre como o negócio funciona, qual a perspectiva de lucro que oferece, quem são os concorrentes e eventuais fornecedores. Isso ajuda a diminuir riscos.

3 — Você montou um plano de negócios

É importante colocar a ideia no papel antes de começar a executá-la. Para isso serve o plano de negócios. “Esse instrumento é como uma bússola para tomar a decisão menos arriscada em cada etapa do projeto”, diz Wagner Jacometi, consultor do Sebrae-SP.Para criá-lo, é necessário responder a perguntas como quanto será necessário investir, qual será o capital inicial para fazer o negócio girar e quanto será preciso vender ou faturar para pagar fornecedores e funcionários. Outro dado importante que deve ser incluído no plano é qual a taxa de retorno do negócio. “O empreendedor pode comparar o salário que recebe atualmente com essa perspectiva de ganhos”, completa o consultor. Comece agora: realize seus sonhos com empréstimos da Just Online. É rápido, barato e seguro. Patrocinado

4 — Você traçou metas e objetivos

É prudente traçar metas racionais e tangíveis e acompanhá-las  diariamente, diz Bonomo, do Ibmec. “No momento de defini-las, é sempre melhor pender para o pessimismo e não pressupor que se concorrentes estão sendo bem-sucedidos no segmento você será também”.

5 — Você fez um teste de mercado

Se for possível, antes de efetivamente abrir o negócio teste o produto ou serviço entre amigos e familiares. “É uma boa forma de medir a aceitação do negócio e fazer ajustes”, diz Wagner do Sebrae-SP”. Contudo, a avaliação de um profissional não deve ser esquecida neste processo.”Faça o teste também entre sua rede profissional e no seu próprio ambiente de trabalho.”

6 — Você guardou algum dinheiro no banco

Segundo o professor Bonomo, do Ibmec, a questão financeira é a “parte mais dolorosa” da decisão. “A ideia é boa, o mercado é aquecido. Mas o empreendedor tem de se questionar: tenho capital suficiente até o negócio amadurecer?”O ideal, diz, é acumular recursos para ter condição de se manter durante um tempo. “A definição do período de duração da reserva financeira vai depender do grau de dependência financeira. Por exemplo, para quem tem um imóvel financiado, talvez esses recursos tenham de ser maiores para evitar um descontrole das finanças.”

7 —Você sabe a hora de sair

Bonomo, do Ibmec-MG, ressalta que não há um momento mais adequado para tomar a decisão de largar o emprego e assumir o risco de tocar um novo negócio. Apesar de depender de cada caso, um claro sinal de que está na hora de abrir mão da remuneração fixa é quando a gestão do novo negócio começa a tomar tanto tempo que passa a interferir no trabalho fixo.Outro termômetro de que é hora de concentrar esforços no projeto é quando ele começa a dar sinais de evolução, diz o professor. “O empreendedor pode começar a receber pedidos, notar um aumento no interesse das pessoas pelo produto ou serviço ou começar a faturar”, exemplifica. Outras formas de checar que o negócio está ganhando corpo é verificar que o tráfego na página do negócio está aumentando ou o tempo para responder avaliações de clientes está sendo ampliado.Fonte: Exame

Empreendedores não pensam em se aposentar

Pesquisa do Sebrae revela que donos de pequenos negócios estão mais preocupados em tocar a empresa

“A crise e uma possível reforma da Previdência podem ser alguns dos fatores que influenciaram esse resultado”, explica o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. O estudo ainda revela que 8% dos empresários já são aposentados e que 45% pensam em se aposentar algum dia.Entre os que planejam parar de trabalhar algum dia, 57% acreditam que quem pagará a sua aposentadoria será o INSS. O número é quase três vezes superior ao de donos de pequenos negócios que pensam em contar com uma aposentadoria privada, que é vista como fonte para 19% dos entrevistados. Outros 18% acreditam que investimentos próprios darão conta do recado.Os microempreendedores individuais (MEI) são os que mais esperam receber a aposentadoria pelo INSS. De acordo com o estudo, 61% dessa categoria têm expectativa quanto ao benefício da previdência pública. “A possibilidade de ser um segurado da Previdência Social é um estímulo para esses empreendedores que faturam até R$ 60 mil por ano se formalizarem, por isso percebemos um interesse maior em relação ao INSS nessa categoria”, justifica Afif.Fonte: Empreendedor

“PAIXÃO É O QUE DIFERENCIA O BRASILEIRO DE OUTROS EMPREENDEDORES DO MUNDO”

Yong Su Kim, vice-presidente para pequenas e médias empresas na América, contou como a gigante vê o empreendedor brasileiro

Yong Su Kim, vice-presidente para pequenas e médias empresas na América do Google (Foto: Ed. Globo/ Celso Doni)
Não falta paixão ao empreendedor brasileiro. É o que afirma o sul-coreano Yong Su Kim, vice-presidente para pequenas e médias empresas do Google na América. Em uma visita ao país, o executivo da gigante de tecnologia contou com exclusividade à PEGN o que pensa sobre o empreendedorismo brasileiro. “Coisas muito legais estão acontecendo no mercado brasileiro. Há muito potencial no país", diz.Não foi por acaso que o Yong Su Kim foi escolhido para este cargo. Ele era empreendedor antes de entrar no Google. Comandava uma startup chamada HanPerson, voltada para a criação de aplicações e games na internet. Ele utilizava os serviços do Google em suas tecnologias e aprendeu segredos da pontocom. Alguns anos depois, recebeu o convite para trabalhar exatamente na área de pequenas e médias empresas. Hoje, comanda o setor em todos os países das Américas do Sul, Norte e Central.O executivo aproveitou sua estadia no Brasil para dizer como está vendo o empreendedorismo no país. “Acredito que não falta nada ao empreendedor brasileiro. Ele é muito criativo e compete de igual para igual com empresários de todo o mundo. A sua paixão o diferencia de outros empreendedores no mundo.”Yong Su Kim, entretanto, ainda acha que o empresário brasileiro pode pensar mais globalmente. “O Brasil é um grande mercado, mas estar online possibilita que o empreendedor atinja consumidores ao redor do mundo. Falta uma cultura de exportação”, afirmou. O vice-presidente também contou o que o Google planeja para o Brasil.Confira, abaixo, a entrevista completa:Você foi empreendedor. Por que voltou ao mercado de trabalho? O que aconteceu com a sua startup?Eu estou na indústria de tecnologia há 12 anos. Já trabalhei em grandes, médias e pequenas empresas. Depois de trabalhar em diferentes estágios dessas companhias, fui pego pela veia empreendedora. Iniciei uma startup focada em internet. Comecei 11 anos atrás e toquei o  negócio por quatro anos. Quando você tem uma companhia, você atinge um ponto em que precisa tomar uma decisão: continuo tocando esse negócio ou tento procurar um novo projeto? Nesse momento eu fui contatado pelo Google. Foi um timing perfeito, porque eles estavam precisando de alguém para a área de pequenas e médias empresas – e é basicamente o que eu faço hoje. Depois que entrei na empresa, eu percebi que precisava fechar a minha startup para dar 100% de mim para o trabalho.O que você planeja para os empreendedores brasileiros, particularmente?Estamos muito animados com o que está acontecendo no Brasil. O país vem vivendo um ciclo econômico mais delicado, mas o que realmente é interessante é que nós achamos que mesmo assim coisas boas estão acontecendo. No ano passado fizemos um grande investimento em equipe no Brasil e esperamos colher os frutos este ano. Vemos o país como um mercado com muitos usuários de internet. E o que é mais curioso é que os usuários são muito ativos. Cerca de 90% dos usuários estão online diariamente. Outra coisa legal é que o Brasil é o segundo maior mercado em termos de pesquisas do Google. Então, estrategicamente é um país muito importante. Neste momento, estamos tentando posicionar o Google como a ferramenta de crescimento dos empreendedores brasileiros. Por isso, trouxemos ao país iniciativas como Google Launchpad, YouTube Space e Google Campus São Paulo.Mesmo que usuários brasileiros estejam online, o empreendedor ainda usa pouco o marketing digital para o seu negócio. Como educá-lo?Se você olha para o mercado digital do Brasil, são 10 milhões de pequenas empresas. Há muitos empreendedores – os estudos mostram que há novos negócios sendo criados com muita frequência. O que a gente nota é que, segundo dados, 43% desse total de empresas não está online. Então eu acredito que o primeiro passo a ser dado é que todos criem uma presença online. Coloque sua empresa na internet à disposição do cliente – fazendo com que ele possa achá-lo. A outra coisa é que queremos que essas pessoas saibam de todo o potencial do mercado digital antes de tentar conquistá-lo. Saber como atingir a comunidade, vendo os benefícios do marketing digital. Mas também é importante que eles façam essa transição na sua própria velocidade, para fazer da maneira correta. O primeiro passo a ser dado é estar online. É importante que empreendedores entendam que ele precisa estar onde seus consumidores estão – e os consumidores brasileiros estão online, procurando por negócios. Outra tendência é que as pessoas antes usavam o desktop para procurar negócios e agora elas estão fazendo isso pelo celular. Eu acredito que também é providencial pensar mobile.Quando você olha para o brasil e o compara com outros países, o que o empreendedor brasileiro precisa mais?Acredito que não falta nada ao empreendedor brasileiro. Ele é muito criativo e compete de igual para igual com empresários de todo o mundo. Mas acho que o empreendedor brasileiro precisa exportar mais. O Brasil é um mercado enorme, mas um dos benefícios de estar online é aproveitar consumidores de todo o mundo. O mundo está global e os brasileiros devem pensar em aproveitar essas oportunidades. Isso está mais fácil hoje em dia e acho que as empresas brasileiras precisam olhar mais para fora.Qual a diferença entre o empreendedor brasileiro e o norte-americano? O que o Google faz de diferente no país?Eu venho bastante para o Brasil e eu acho que empreendedores são parecidos ao redor do mundo. São apaixonados. Mas no Brasil há uma paixão extra, que diferencia os empreendedores brasileiros do resto do mundo. No geral, o Google tenta pensar globalmente. Então se a empresa cria algo como o Google Campus nos Estados Unidos, a ideia é que isso seja levado para outros países – como fizemos com o Google Campus São Paulo. A diferença é que nós tentamos trazer características locais aos projetos. Cada local é diferente, mas a ideia é a mesma: ajudar os empreendedores a crescerem.O Brasil tem déficit de inclusão digital. Como levar educação digital e criar produtos para pessoas?Esse é um problema que trabalhamos para resolver. Temos uma iniciativa chamada Next Billion Users (próximo bilhão de usuários, em tradução livre) voltada exatamente para isso. O NBU [como ficou conhecido] reúne programas, produtos e ações para a geração que está prestes a entrar no mundo digital. Entre elas, estão lançamentos como um aplicativo offline do YouTube, que deve chegar logo ao mercado, e pontos de WiFi em estações de trem ao redor do mundo. E sabemos que esses novos usuários vão surgir de lugares como o Brasil, países com menos estrutura e diferentes tipos de smartphones. Exatamente por conta disso, o nosso desafio é facilitar a transição de quem vai se iniciar no mundo digital. Por isso o Google trabalha para desenvolver produtos que consigam atingir toda essa camada de pública da forma mais plena.Fonte: PEGN

Prêmio FedEx para Pequenas Empresas está com inscrições abertas até 27/4

A FedEx Express (FedEx), uma das principais empresas de transporte expresso do mundo, anuncia a segunda edição do Programa FedEx para Pequenas Empresas, que visa ajudar pequenas empresas a exportarem seus produtos.
Depois do sucesso da primeira edição, a ação volta ao Brasil com a oportunidade para as companhias brasileiras conquistarem prêmios de até R$20.000 e mentoria individual de negócios com mentores da rede Endeavor, organização global de fomento ao empreendedorismo.
Originalmente criado nos EUA há cinco anos, o Programa FedEx para Pequenas Empresas iniciou sua expansão para outros países em 2015/2016 com edições no Brasil, Hong Kong, Singapura, Alemanha, Reino Unido e França. Em 2017, ele faz sua estreia também na China, Índia e Itália.No Brasil, a vencedora da primeira edição foi a empresa Livre – Soluções em Mobilidade (http://www.kitlivre.com/), uma start–up que possibilita transformar qualquer modelo de cadeiras de rodas manual em um triciclo motorizado elétrico, dando maior liberdade, autonomia e, principalmente, novas possibilidades aos cadeirantes. Após vencer o Programa, a empresa passou a exportar seu produto.“Na FedEx, nós valorizamos o espírito empreendedor que leva as pequenas empresas a elevarem o nível de seus negócios,” diz Denise Thomazotti, gerente de Marketing da FedEx no Brasil. “Hoje nós vivemos e trabalhamos em uma economia digital, cujo grande número de ferramentas e canais online disponíveis facilita a internacionalização dos negócios em busca de novos clientes e do crescimento das empresas.”Como participarO Programa está aberto a todas as pequenas empresas brasileiras com fins lucrativos que operam há seis meses ou mais e tenham receita anual de até R$3,6 milhões. Os participantes podem fazer as inscrições e enviar suas histórias pelo endereço: fedex.com/programafedex/br, entre 20 março e 27 de abril.De 27 de março a 5 de maio, acontecerá a fase de voto popular, por meio da página do programa. Após a votação popular, que é um dos critérios que comporão a avaliação das candidatas, a Endeavor irá selecionar 15 finalistas, que serão anunciadas em 17 de maio e convidadas a enviar um vídeo, caso não o tenham feito durante a inscrição. As três vencedoras serão escolhidas por um time de executivos da FedEx e da Endeavor e reveladas no dia 30 de maio.A primeira colocada receberá R$20.000, o segundo lugar ganhará R$10.000 e a terceira classificada R$5.000. Além da quantia em dinheiro, todos os vencedores ganharão uma mentoria individual de negócios, realizada pela Endeavor.Mais detalhes sobre o processo de inscrição, critérios de julgamento para a competição brasileira e regulamento oficial em português estão disponíveis em fedex.com/programafedex/br.Fonte: Empreendedor

Como um dentista (e lavador de pratos) fundou a rede China in Box

Robinson Shiba foi aos EUA para aprender inglês. Porém, um assalto o levou a um subemprego na cozinha - e a uma grande oportunidade de negócio

O futuro empreendedor Robinson Shiba tinha 20 anos de idade quando foi aos Estados Unidos para estudar inglês por dois meses, após seu pai ter juntado a quantia necessária. Porém, algo mudaria sua vida para sempre: um assalto.
Sem querer contar para o pai o que havia acontecido, o então estudante de odontologia resolveu se sustentar por meio de qualquer emprego que arrumasse. Indo de lavador de pratos a entregador, pôde observar bem como era o mercado de delivery nos Estados Unidos. E teve uma ideia que mudaria sua vida.Esse foi o começo de duas grandes redes, abertas no ano de 1992: a China in Box, que hoje possui 153 unidades em funcionamento, e o Gendai, com 62 restaurantes. Saiba mais: 10 franquias que faturam mais de R$ 100 mil ao mês Segundo os últimos dados das redes, que hoje são parte do Grupo Trends Food, 6,5 milhões de pratos são servidos por ano, em 22 estados brasileiros.Como se isso fosse pouco, Shiba também acumula o cargo de investidor pelo programa Shark Tank Brasil, que recebe até 20 de abril inscrições para novos empreendedores.Em entrevista a EXAME.com, o empreendedor contou um pouco mais sobre sua trajetória – e deu dicas para quem também quer fundar uma grande rede.“Se puder, trabalhe dentro de um negócio do ramo. Invista seis meses em um emprego desses e aprenda de quem é realmente é alma do empreendimento”, recomenda. “Aprendi naquele meu primeiro emprego que não existem pessoas mais importantes dentro de um restaurante.”Confira, a seguir, os trechos mais importantes da entrevista:EXAME.com – De onde surgiu a ideia para abrir a rede China in Box?Robinson Shiba – Eu tive como grande inspiração a carreira do meu pai, que era dentista e tinha, em paralelo, uma loja de materiais para construção aqui em São Paulo. Fui também estudar Odontologia e tinha em mente ou continuar com a loja de materiais ou abrir meu próprio negócio.Em 1989, tive a oportunidade de fazer um curso de idiomas nos Estados Unidos por dois meses. Mas acabei ficando mais: no começo da viagem, eu fui assaltado. Eu sabia quão difícil tinha sido para meu pai juntar dinheiro e realizar aquele meu sonho de ir aos Estados Unidos. Era a minha primeira viagem internacional. Como muitos orientais, sou meio orgulhoso. Não quis pedir ajuda a ele e nem ir ao consulado.Então, consegui arrumar um emprego lá mesmo, como assistente de cozinha e depois como entregador – ou seja, atividades que eram consideradas subempregos. Conseguia me manter, e acabei ficando um ano nos Estados Unidos.Nesse tempo, pude observar como a comida era feita lá. A culinária chinesa era algo estabelecido, e o americano já tinha como hábito pedi-la por delivery. Enquanto isso, no Brasil, a nossa única opção de entrega à domicílio eram as pizzas.Voltei ao Brasil em 1990, mas meus planos de abrir o negócio tiveram de ser adiados. Primeiro, meu pai me aconselhou a terminar o curso para só depois montar o restaurante; o Plano Collor acabou confiscando o dinheiro de todo mundo, inclusive da minha família; e eu casei e tive um filho. Mas, em 1992, abri a primeira unidade do China in Box, em Moema [São Paulo].EXAME.com – Como foi para convencer o público brasileiro a aceitar um sistema de delivery na caixinha e de culinária chinesa? O retorno demorou para aparecer ou não?Essa foi uma das grandes batalhas que a gente enfrentou: como educar a população a pedir comida chinesa. Para isso, usei muito, mas muito mesmo, a publicidade em folhetos. Também contratei uma assessoria de imprensa e tive também muita ajuda da mídia impressa, que escrevia matérias sobre a novidade que era o China in Box.Os primeiros seis meses foram os mais difíceis, porque as pessoas ainda estavam se acostumando ao negócio. Mas, no segundo semestre de restaurante, o bairro de Moema já havia adotado a culinária chinesa como opção de delivery.Com os recursos da primeira loja, abri uma segunda. Isso levou a outras quatro lojas, em sociedades com amigos. Só então viramos uma rede de franquias.EXAME – Por que você decidiu apostar em uma nova rede, o Gendai, apenas dois meses depois de ter aberto a primeira loja do China in Box?No Gendai era algo um pouco diferente: eu tinha outros sócios e estava mais como conselheiro e investidor. Foi uma decisão mais por diversificação de investimento e também por acreditar que a culinária japonesa seria uma opção que o brasileiro iria adotar.O começo foi ainda mais difícil do que no China in Box, porque a comida crua era mais exótica. A comida chinesa tinha uma aceitação maior, com a existência de grandes restaurantes tradicionais, enquanto a japonesa era muito restrita ao bairro da Liberdade. Mas, hoje, a comida japonesa tem uma grande aceitação – talvez até maior do que a chinesa.EXAME.com – Qual você acha que foi sua maior dificuldade ao longo da trajetória do China in Box e do Gendai?O mais difícil é você tirar a ideia do papel e pôr em prática. Esse é o momento mais complicado. Claro que, depois da abertura, aparecem dificuldades que não dependem só de você, como a situação do país. Mas sair de algo que não existia para algo concreto é, para mim, o mais complicado.EXAME.com – E quais dicas você daria para quem também quer criar uma grande rede?O que é básico: se você quer criar uma grande rede, você tem que ter uma primeira loja de sucesso. Para que ela vire uma grande rede, você não pode simplesmente aceitar um resultado mediano e abrir uma outra unidade. Você tem que abrir algo diferente, algo com excelência.Se você não conhece o negócio, também é preciso se planejar. Hoje, com a internet, você busca o mercado em que você quer atuar e aparecem redes do mundo inteiro. Dá para visitar o interior das lojas e conhecer os produtos sem sair de casa. Se você puder ir presencialmente, melhor.Mais ainda: se puder, trabalhe dentro de um negócio do ramo. Invista seis meses em um emprego desses e aprenda de quem é realmente é alma do empreendimento. Neste momento, em que eu estou conversando com você, há muitos atendentes e cozinheiros do China in Box que fazem acontecer. Aprendi naquele meu primeiro emprego que não existem pessoas mais importantes dentro de um restaurante.EXAME.com – Como você avalia a situação do país, em termos de oportunidades para o empreendedorismo?Eu continuo acreditando muito no Brasil. Infelizmente, muitos amigos meus que investiram em negócios e geraram empregos foram embora. Mas agora é a hora que aparecem bons negócios, se você souber aproveitar. É como foi em 1992: no ano em que eu abri o China in Box e o Gendai, Collor sofreu o impeachment.Eu soube entender o momento e vi que meu orçamento coube para os pontos que estavam sendo oferecidos. Cada novo negócio gera empregos; cada nova pessoa empregada consome; e o ciclo volta a ser virtuoso. Agora é hora de investir.Fonte: Exame

6 INSTITUIÇÕES COM CURSOS GRATUITOS PARA EMPREENDEDORES

USP, Sebrae e outras instituições oferecem capacitação de graça para quem quer empreender

home office; freelancer; computador; notebook; startups; trabalho; sucesso (Foto: ThinkStock)
Falta de gestão é um dos motivos que mais atrapalham as pequenas empresas. Em partes, os problemas costumam ser causados porque os empreendedores não buscam capacitação específica para lidar com finanças, estoque, equipe e vendas.A boa notícia é que hoje é possível encontrar material de graça online para melhorar a gestão da sua empresa. No Sebrae, por exemplo, o empreendedor encontra mais de 150 tipos de cursos e aulas para o negócio.
Confira abaixo essa e outras instituições com cursos gratuitos sobre empreendedorismo e gestão:1. Sebrae O Portal de Educação a Distância Sebrae recebeu 45 novas capacitações e oferece agora 150 soluções educacionais entre cursos, oficinas, minicursos, jogos, dicas empresariais e vídeos. Para os interessados em começar um negócio, estão disponíveis 64 opções de cursos. Outras 86 opções são exclusivas para quem já possui Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).2. Fundação Getulio Vargas (FGV) A Fundação Getulio Vargas (FGV) oferece diversos cursos gratuitos por meio de sua plataforma online. As aulas digitais têm temas como Recursos Humanos, Investimentos, Direitos Autorais e Finanças Pessoais. Para se inscrever nos cursos, é preciso apenas fazer um cadastro no site da FGV Online.3. Universidade de São Paulo (USP) A Universidade de São Paulo (USP), por meio da plataforma de ensino Veduca, oferece cursos a distância com assuntos relacionados ao empreendedorismo. Todos eles são gratuitos. Entre os temas das aulas estão Gestão de projetos, Fundamentos de Administração e Liderança, Gestão de Pessoas e do Conhecimento para Inovação, entre outros.4. Endeavor A Endeavor, organização de fomento ao empreendedorismo, oferece 18 cursos gratuitos e online para quem quer abrir um negócio. As aulas são de especialistas em várias áreas como vendas, inovação, gestão de pessoas, estratégia e marketing.5. Senai O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) oferece cursos gratuitos a distância sobre vários temas que ajudam tanto a capacitar a equipe quanto o empreendedor. As aulas estão disponíveis online ou como material impresso. Os cursos abordam temas como empreendedorismo, legislação trabalhista, segurança no trabalho e propriedade intelectual.6. Unicamp A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criou uma série de cursos online com a plataforma Coursera. Um deles é sobre empreendedorismo. As aulas são dadas por Paulo Lemos, professor do Curso "O Empreendedorismo e as Competências do Empreendedor". É destinado a empreendedores que já identificaram uma oportunidade de negócio ou para quem quer ter uma visão ampla das competências que o empreendedorismo exige.Fonte: PEGN

EMPREENDEDORA FATURA R$ 650 MIL COM VIAGENS PARA FAMÍLIAS

Na semana em que a ONU comemora o Dia Global do Empreendedorismo Feminino, conheça a história de uma mãe que transformou as viagens da família em negócio

Miriam Vargas prefere viajar com a família para lugares inusitados e abriu uma agência para os pais que precisam de ajuda organizando esses roteiros (Foto: Divulgação)
Muitos casais abandonam o hábito de viajar depois que os filhos nascem. Com bebês e crianças, é normal que o planejamento, o destino e o trajeto da viagem fiquem mais restritos e alterem o rumo das férias do casal. Esse não foi o caso da publicitária Miriam Vargas, 38 anos, e do seu marido, Luciano Santos, 45. Apaixonados por viagens, eles não deixaram o hábito de lado depois do nascimento dos dois filhos. Pelo contrário, eles tornaram a paixão em negócio e abriram a agência Clube de Viagens Moms, em 2015.A ideia surgiu em 2012 com o grupo do Facebook Clube de Viagens Moms, com Miriam ajudando outras famílias a se aventurarem com os filhos pequenos. “Eu e o Luciano criamos o gosto por viagens. Quando tivemos a Gabi, que hoje tem oito anos, não quisemos mudar nosso hábito. Adaptamos nosso ritmo, mas não deixamos de ir aos destinos que queríamos conhecer. Achei que seria interessante ajudar mães que tivessem essa barreira entre viagens e filhos”, afirma a empreendedora.
Apesar de muitos pais escolherem destinos recreativos para viajar com os pequenos, como a Disney ou resorts com monitores, Miriam sempre optou por lugares inusitados para levar os pequenos. “Quando a Gabi tinha apenas seis meses levamos ela conosco para o Havaí. O que eu fazia era pesquisar bastante como fazer a viagem da forma mais segura possível. Desde então, nunca viajamos sem nossos filhos”, diz Miriam.A pesquisa de Miriam era intensa. Geralmente, era difícil encontrar informações úteis, como serviço de babás no destino, segurança das áreas comuns e elevadores e opção de menu infantil. “Apesar da ótima experiência que é viajar com os filhos, nós sabemos como essas inseguranças nos bloqueiam na hora de decidir aonde ir e onde se hospedar. Cada vez mais eu tinha dificuldade em encontrar essas questões detalhadas nos sites dos hotéis”, conta Miriam.Esse problema gerou uma oportunidade de negócio e a publicitária criou o grupo. A ideia era compartilhar informações e vivências entre as mães na hora de planejar uma viagem com os filhos. “Comecei a me interessar por isso e virei referência para outras famílias. Em pouco tempo, o grupo atingiu um grande número de mães no Rio de Janeiro e até chegou a outros estados”, diz.Miriam passou a organizar viagens pelo Brasil com os membros do grupo. “Eu negociava valores em hotéis e nós fazíamos viagens com as participantes do grupo e suas famílias. Como a entrada dos membros era feita por indicação de outros membros, era possível confiar em quem viajava conosco. O mais interessante era que ninguém se conhecia pessoalmente, mas sempre ficávamos próximos”, afirma Miriam.Em quatro anos, o grupo atingiu 30 mil membros. Nesse período, as participantes começaram a demandar outros serviços e Miriam teve que ampliar o negócio. “Até o ano passado, eu tinha outro trabalho em paralelo. Resolvi vender a minha parte da empresa que eu estava e me dedicar exclusivamente ao Clube de Viagens Moms. Decidi transformar a marca em um negócio: uma mistura de agência de viagem, consultoria e clube de vantagens. Eu ajudo as famílias com roteiros e busco benefícios exclusivos para as mães, como um esquema de associados”, afirma.Em 2015, em sociedade com o marido e investimento de R$ 150 mil no escritório, Miriam abriu a agência. Em pouco tempo a empresa conquistou parceiros. Hoje, a empreendedora realiza pacotes de viagem para clientes de todo o Brasil, presta consultoria e consegue preços especiais. “Continuo com o grupo do Facebook e procuro dar o máximo de minha atenção a ele. Também auxiliamos grupos de escolas que querem realizar viagens acadêmicas com as crianças”, diz Miriam.A agência também dá suporte durante a viagem para as famílias. “Eu sei como é difícil passar por situações complicadas com os filhos em viagens e não saber como proceder. Por isso, qualquer cliente pode entrar em contato com a gente para arrumar um médico de última hora, por exemplo, caso o filho fique doente”, diz a empreendedora.A receita vem de comissões estabelecidas em acordos entre os hotéis e a agência. O faturamento bruto mensal é de R$ 650 mil e o foco para 2017 é realizar serviços como emissão de passagens e hospedagem, além de continuar com os eventos com o grupo do Facebook.Fonte: PEGN

Dono da Mormaii dá partes da empresa a funcionários

Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, transformou a Mormaii na maior marca de surfe do país, com vendas de meio bilhão de reais por ano. Agora, está dando partes do negócio a funcionários – E essa estratégia só o torna mais rico

O empresário, em Garopaba (SC):  uma fórmula para ganhar mais e trabalhar menos   (Foto: Caio Cezar)
Um helicóptero da marca italiana AgustaWestland pousa no gramado da fábrica da Mormaii, em Garopaba (SC), a maior marca de surfe do Brasil, cujos produtos devem vender R$ 600 milhões neste ano. Da nave, desembarcam quatro executivos do banco BTG Pactual.
Eles formam um conjunto de ternos bem cortados que avança até o escritório de Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, o fundador da empresa. Após os cumprimentos de praxe, revelam o motivo da visita: querem propor a venda da companhia, avaliada em quase R$ 1 bilhão, para um grupo internacional. Morongo bate a mão na mesa e sobe o tom: “Vocês sabem que estão me fazendo perder um tempo que eu poderia ter dedicado aos meus netos? Acham que eu quero esse dinheiro para quê? Olha, vocês vão me dar licença”. O empresário se levanta, mira a porta e grita para o filho: “Flavius, você pode atender estes caras?”. Budista, com jeitão de quem vive na praia, Flavius nem sequer trabalha na Mormaii. Naquele dia, estava por ali, meio por acaso – e de chinelos. Ainda assim, ele se senta à mesa, encara o grupo e abre um sorriso: “Do que a gente ia falar, mesmo?”.Existem jeitos e jeitos de lidar com negócios. E existe também o jeito do Morongo. (O apelido, aliás, vem da infância. Marco Aurélio trazia umas pintinhas no rosto, semelhantes às existentes no morango. Daí, a alcunha pegou.) O BTG, observe-se, não foi o único banco de investimento a ouvir uma resposta rude para uma oferta de venda. A lista de negativas inclui, entre outras, uma dada em Nova York para a turma do J.P.Morgan. Para todos os efeitos, Morongo não está interessado em vender a Mormaii. Ocorre que, paradoxalmente, ele não vê problema em doar partes da companhia para funcionários e para pessoas de sua confiança – e, em um futuro não muito distante, quem sabe abrir mão dela toda.Parece maluco, mas essa “generosidade” tem feito dele um homem mais rico. E não se trata de riqueza espiritual. É dinheiro, mesmo. Três anos atrás, por exemplo, ele doou a fábrica de roupas de neoprene, aquelas que os surfistas usam no inverno, coladas ao corpo. A confecção vendia R$ 10,5 milhões e dava prejuízo. Os processos estavam desorganizados. Uma primeira tentativa de doá-la a seis funcionários mixou. Morongo decidiu, então, ter uma conversa com Carlos Casagrande, de 38 anos, um galego de Criciúma, que detinha as licenças para fabricar protetores solares e aparelhos ortopédicos com a marca Mormaii.Surfista apaixonado desde os 10 anos, Casagrande tinha bons resultados com esses produtos. Por isso, no início de 2012, Morongo disparou: “Tu queres a fábrica?”, disse, em um notório gauchês (ele nasceu em Barra do Ribeiro). Surpreso, Casagrande respondeu que não teria dinheiro para comprá-la. “Eu não quero que tu pagues”, replicou Morongo. “Quero que organize aquilo, porque não estou conseguindo. Quero que a produção dobre, triplique, só isso.” Foi o que aconteceu. No fim de 2014, dois anos e meio após a mudança, o negócio vendia R$ 24,5 milhões e dava lucro. Somente nos últimos 12 meses, período difícil para quem vende o que quer que seja no Brasil, o faturamento saltou 22%. “Qual foi o ganho do Morongo? A Mormaii está vendendo muito mais roupas de borracha. Assim, ele lucra mais com os royalties da marca”, diz Casagrande. “E não precisa se preocupar com a produção, tem mais tempo para os netos.”
Ao lado, uma prancha com superfície de cortiça, que dispensa parafina: Morongo cria boa parte das inovações da empresa  (Foto: Caio Cezar)
Morongo confecciona as primeiras roupas de neoprene da marca, nos anos 70  (Foto: Arquivo Pessoal)
Um negócio de royalties Os royalties são o grande negócio atual da empresa. Em Garopaba, a única coisa que se fabrica são as roupas de borracha, sob a batuta de Casagrande – que combinou pagar somente o estoque de matéria-prima recebido na doação, e “conforme fosse possível”. Todos os outros 2,5 mil itens que levam o logotipo da Mormaii – de skates a guarda-sóis, de bolsas a capacetes – são produzidos por 46 fabricantes. Elas pagam, em média, 6,5% do valor das vendas para Morongo. Os artigos com os quais mais lucra são, pela ordem, chinelos (feitos por Grandene e Amazonas), relógios (Technos), óculos (JR-Adamver), bicicletas (Free Action) e roupas (Incobras). Seu maior ativo é a marca. E os contratos de licenciamento que ela atrai.Nem sempre foi assim. Até o fim dos anos 80, a Mormaii fabricava tudo que vendia. Eram macacões e camisas de neoprene, acessórios de surfe, roupas e outros produtos. A transformação começou quando a Mesbla quebrou e um de seus principais fornecedores, desamparado, chamou Morongo para uma parceria. O empresário cederia a marca e eles fariam as roupas. Desde então, ele entendeu as vantagens da fórmula do licenciamento. Com o tempo, passou adiante a fabricação de todos os itens, um por um, até ficar só com aquilo que havia sido a pedra fundamental da Mormaii: as roupas de neoprene.Na primeira vez em que viu o material (ou policloropreno, já que o nome neoprene é uma marca registrada da Dupont), Morongo era um adolescente hiponga e viajava de carona pela Patagônia argentina. Mergulhador, praticava o esporte na Península Valdés, famoso santuário de baleias, vestindo as grossas roupas impermeáveis da época, quando notou que a gola do traje era feita de um material mais fino e maleável.Anos mais tarde, ele se formou em medicina em Porto Alegre e decidiu se mudar para Garopaba, onde não havia médicos. O “doutor Morongo”, como era conhecido à época, diz que se estabeleceu ali como uma forma de ajudar um povoado carente. “Não havia água encanada, nem luz elétrica”, afirma. “Não existiam privadas, as pessoas defecavam na rua, muita gente morria de lombriga e verminoses.” Para se divertir, o médico tinha o mar. Mas havia um problemão: o frio tornava quase impossível os banhos durante o inverno. Foi aí que ele se lembrou daquela gola que conheceu na Argentina. Decidiu pegar uma Brasília (capenga, observe-se) e dirigir até Valdés, para comprar umas amostras do produto. O resto é história. Morongo começou a costurar roupas com o material, as pessoas fizeram pedidos, ele achou que ajudaria mais a cidade como empresário do que como médico e criou a marca, que já é vendida em 20 países.
“Tu queres a fábrica?”, ele perguntou ao amigo Carlos Casagrande. “Não precisa pagar. Só quero que a produção dobre, triplique.” Ele topou. Entre 2012 e 2014, as vendas quase triplicaram
Hoje, quem conhece Garopaba acha difícil acreditar nesse cenário de miséria descrito por ele. O município tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, que combina dados sobre expectativa de vida, educação e saúde) considerado alto, de 0,753, acima da média do país, de 0,744. As casas lembram subúrbios americanos, com jardins abertos, sem cercas e com acabamento de boa qualidade. Com menos de 20 mil habitantes, tem um clube de tênis moderno. No dia dos namorados, uma noite fria e chuvosa, não havia reservas disponíveis em nenhum dos vários bistrôs e restaurantes à beira-mar, com pratos a R$ 80 por pessoa e vinhos importados. “A Mormaii colocou Garopaba no mapa”, diz Fernando Ambrosio, secretário de Turismo do município. “Muitos grandes empresários moram aqui por causa da qualidade de vida, mas vão para São Paulo trabalhar durante a semana.”
O empresário, no Havaí: aos 66 anos, ele segue surfando  e em boa forma  (Foto: Arquivo Pessoal)
Dividir para multiplicar O turismo ligado ao surfe moldou o crescimento da cidade, sem grandes prédios e repleta de lojas e restaurantes identificados com esse estilo de vida. É seguro dizer que a Mormaii ajudou a forjar a face do município. Também não há risco em afirmar que Morongo é um desses empresários com faro aguçado para a inovação. Nos anos 70, época em que fazia as primeiras experiências com neoprene, essa indústria ainda engatinhava em outras partes do mundo. Na Califórnia, Jack O’Neill desenvolvia roupas parecidas para surfar nas águas geladas da região. Na França, Jacques Cousteau tentava adaptar o tecido para o mergulho. Na pequena e então miserável Garopaba, Morongo acompanhava ombro a ombro essa revolução. Ainda hoje, quase todas as inovações da marca são criadas internamente. Não raro, estão à frente da concorrência global.Morongo sugere boa parte das novidades. A garagem de sua casa é cheia de criações do empresário, como uma prancha com superfície de cortiça (na foto da página 105), que dispensa parafina. Seu carro, um Suzuki Mormaii (outra licença), tem no porta-malas um opcional insólito: um esguicho para ajudar o surfista a limpar o pé na hora de se vestir. “Foi a minha exigência para a montadora”, diz. Mas talvez sua inovação mais radical esteja no campo da gestão, na forma como está tocando – ou deixando de tocar – o negócio.Assim como abriu mão da fábrica, Morongo tem doado outras partes da empresa. O departamento de marketing, que produzia material publicitário para os produtos licenciados, foi desmembrado e resultou na criação da agência MXM, dada a dois funcionários antigos. A área que administra as franquias – a marca deve terminar o ano com 40 lojas – originou a A33, também entregue a um parceiro. O e-commerce foi cedido à funcionária que insistiu em sua criação. Até o setor de licenciamento, que gera os royalties sobre a marca, ele pensa em repartir no futuro. “Quem sabe dar uma parte para a prefeitura, ou alguma associação?”, afirma. “Acho uma boa ideia deixar algo para a comunidade.”
Tainah, filha do empresário, agora cria as estampas: os itens femininos subiram de 30% para 40% das vendas em dois anos (Foto: Caio Cezar)
Na onda dos números (Foto: Reprodução)
“Totalmente dispensável” A lógica por trás dessas doações é simples – e segue à risca o que foi descrito com a fábrica de roupas de neopreme. Cada vez que cedeu um pedaço da empresa, sempre para pessoas em cuja capacidade de gestão Morongo confiava, a área melhorou. A estratégia fez com que mais produtos Mormaii fossem vendidos, gerando mais royalties para ele. A venda total de peças subiu de R$ 520 milhões em 2013 para R$ 575 milhões em 2014. Ela deve chegar a R$ 600 milhões neste ano. Morongo hoje é proprietário de três helicópteros, casas em praias paradisíacas, um barco de 45 pés (que, no momento, viaja pelo Taiti) e está construindo um novo, de 70 pés. Não que seja gastador. Quinze anos atrás, ele ainda morava em uma casinha de costaneira, aquela beirada dos troncos de árvore que normalmente vira descarte na areia da praia. A configuração do quarto mudava de acordo com a direção do vento que batia, e as goteiras o obrigavam a trocar a posição da cama com frequência. Gerentes da Mormaii andavam em carros bacanas, enquanto ele dirigia um Fiat Elba. Foram esses mesmos funcionários que, enfim, pediram para que ele saísse daquele quase barraco. “Eles passavam vergonha quando vinha um japonês visitar a empresa”, diz Morongo.As extravagâncias materiais de hoje estão, basicamente, ligadas ao surfe, que, aos 66 anos, ele segue praticando em plena forma. Mas talvez a maior vantagem do “dividir para multiplicar” nem seja o dinheiro, e sim o tempo livre que o empresário passou a ter. “Agora, sou um bicão: dou palpites no marketing, no desenvolvimento de produtos”, afirma. “Mas sou totalmente dispensável. Fico dois meses fora surfando e ninguém sente falta.”É claro que esse desprendimento é um assunto que também interessa aos herdeiros. Dos três filhos de Morongo, apenas uma trabalha na empresa. Formada em moda, Tainah Juanuk entrou para o grupo dois anos atrás, para reformular as peças femininas. Na época, 30% das vendas eram feitas para mulheres, o que era considerado pouco. Ela criou estampas mais descoladas para as roupas de borracha das surfistas, além de novos cortes para ressaltar as silhuetas. Hoje, o público responde por 40% do faturamento.“Meu pai, com essa visão diferente, só tem feito a marca prosperar”, afirma Tainah. Ela diz que não se incomoda com as doações. Ao contrário: o desapego parece ser hereditário. “Esses dias, ele quis passar para mim e para o meu marido a participação que ainda tem na agência MXM”, diz a filha. “Não aceitamos. No fundo, é tudo nosso.” O marido, Sacha Juanuk, trabalha como gestor da MXM. Afirma ganhar menos do que os ex-funcionários que se tornaram donos. “Se a gente for entrar nessa de quem ganha mais, vamos inviabilizar a empresa”, diz Juanuk. O importante, ele afirma, é que a agência passou a dar lucro e viu o faturamento saltar em 40% após ser desmembrada da Mormaii. O mesmo se deu com a área de franquias, que tem planos agressivos de expansão nos próximos anos.Ainda que faça sentido, a estratégia costuma deixar confuso quem tem uma visão tradicional sobre negócios. “Um dia eu perguntei ao Morongo ‘por que eu?’”, diz Casagrande. “Ele falou que eu era bom em lidar com as pessoas e que as empresas nada mais são do que pessoas.” Mas levou pelo menos dois anos para Casagrande entender a filosofia, o “dividir para multiplicar” (ou “doar para multiplicar”). “Agora, sou um grande defensor dessa ideia”, afirma.Tudo isso pode sugerir que Morongo tem um jeito meio zen ou coisa do tipo, o que não é verdade. Ele é simpático, mas também tem a assertividade – quase uma agressividade – típica dos empresários, como verificou a turma do BTG (que não quis falar com a reportagem). Muitas vezes, responde a perguntas sobre números da empresa com um “sei lá, cara, eu não estou mais nessa, faz a conta e vê”. Apenas para, em seguida, sorrir e narrar uma história incrível sobre os primórdios do surfe no Havaí. “Se eu fosse só o ‘lado yin’, estaria até hoje vendendo tranqueira na praia. O ‘lado yang’ é importante”, diz. “A questão é achar o equilíbrio, o caminho do meio.”Morongo também tem uma tese sobre a Mormaii. Para ele, o poder da marca – que hoje é o verdadeiro negócio da empresa – não está no logotipo ou no marketing. Sua força está na própria história da companhia, na relevância que tem para a comunidade, na forma como o dia a dia é tocado no escritório. Essa visão, baseada no impacto do negócio na vida das pessoas, tem funcionado – e feito a empresa prosperar. Sacha, o genro, concorda com a filosofia, mas prefere ser mais específico ao identificar o motor da Mormaii. “A marca, no nosso caso, é o próprio Morongo.”
Na infância: a primeira turma de amigos surfistas (Foto: Arquivo Pessoal)
 

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