10 Tendências para empreender em 2017
Eloi D’Avila, fundador da Flytour
Eloi D’Avila, fundador da Flytour, conta sua história de vida num vídeo inspirador
Trocar o emprego por um negócio
Antes de tomar a decisão de se dedicar totalmente ao novo negócio, cheque se você está preparado para dar esse passo
Você teve uma ideia de negócio e está morrendo de vontade de jogar tudo para o alto e agarrá-la com unhas e dentes? Muita calma nessa hora.O professor de empreendedorismo do Ibmec-MG, João Bonomo, acredita que algumas oportunidades podem exigir a saída de um emprego fixo o quanto antes. Mas, em geral, é possível esperar um pouco para que esse processo seja mais organizado e, principalmente, seguro. “Na vida real não é tão fácil jogar tudo para cima e entrar de cabeça em um sonho. Geralmente recomendamos aos empreendedores que tenham cautela antes de tomar a decisão de se dedicar totalmente ao próprio negócio”.Especialistas apontam abaixo quais são os sinais de que você está preparado para deixar de ter uma remuneração fixa por mês para tocar o negócio:
1 — Você tem uma oportunidade de negócios (mesmo)
O consultor do Sebrae-SP, Wagner Antonio Jacometi, ressalta que uma boa ideia não necessariamente pode se tornar uma oportunidade de negócio de fato. “Uma ideia só se transforma em oportunidade quando identificamos que há demanda para ela no mercado, seja por experiência própria ou observação”.2 — Você realizou uma pesquisa extensa
Identificada a oportunidade, é hora de levantar informações sobre como o negócio funciona, qual a perspectiva de lucro que oferece, quem são os concorrentes e eventuais fornecedores. Isso ajuda a diminuir riscos.3 — Você montou um plano de negócios
É importante colocar a ideia no papel antes de começar a executá-la. Para isso serve o plano de negócios. “Esse instrumento é como uma bússola para tomar a decisão menos arriscada em cada etapa do projeto”, diz Wagner Jacometi, consultor do Sebrae-SP.Para criá-lo, é necessário responder a perguntas como quanto será necessário investir, qual será o capital inicial para fazer o negócio girar e quanto será preciso vender ou faturar para pagar fornecedores e funcionários. Outro dado importante que deve ser incluído no plano é qual a taxa de retorno do negócio. “O empreendedor pode comparar o salário que recebe atualmente com essa perspectiva de ganhos”, completa o consultor. Comece agora: realize seus sonhos com empréstimos da Just Online. É rápido, barato e seguro. Patrocinado4 — Você traçou metas e objetivos
É prudente traçar metas racionais e tangíveis e acompanhá-las diariamente, diz Bonomo, do Ibmec. “No momento de defini-las, é sempre melhor pender para o pessimismo e não pressupor que se concorrentes estão sendo bem-sucedidos no segmento você será também”.5 — Você fez um teste de mercado
Se for possível, antes de efetivamente abrir o negócio teste o produto ou serviço entre amigos e familiares. “É uma boa forma de medir a aceitação do negócio e fazer ajustes”, diz Wagner do Sebrae-SP”. Contudo, a avaliação de um profissional não deve ser esquecida neste processo.”Faça o teste também entre sua rede profissional e no seu próprio ambiente de trabalho.”6 — Você guardou algum dinheiro no banco
Segundo o professor Bonomo, do Ibmec, a questão financeira é a “parte mais dolorosa” da decisão. “A ideia é boa, o mercado é aquecido. Mas o empreendedor tem de se questionar: tenho capital suficiente até o negócio amadurecer?”O ideal, diz, é acumular recursos para ter condição de se manter durante um tempo. “A definição do período de duração da reserva financeira vai depender do grau de dependência financeira. Por exemplo, para quem tem um imóvel financiado, talvez esses recursos tenham de ser maiores para evitar um descontrole das finanças.”7 —Você sabe a hora de sair
Bonomo, do Ibmec-MG, ressalta que não há um momento mais adequado para tomar a decisão de largar o emprego e assumir o risco de tocar um novo negócio. Apesar de depender de cada caso, um claro sinal de que está na hora de abrir mão da remuneração fixa é quando a gestão do novo negócio começa a tomar tanto tempo que passa a interferir no trabalho fixo.Outro termômetro de que é hora de concentrar esforços no projeto é quando ele começa a dar sinais de evolução, diz o professor. “O empreendedor pode começar a receber pedidos, notar um aumento no interesse das pessoas pelo produto ou serviço ou começar a faturar”, exemplifica. Outras formas de checar que o negócio está ganhando corpo é verificar que o tráfego na página do negócio está aumentando ou o tempo para responder avaliações de clientes está sendo ampliado.Fonte: ExameEmpreendedores não pensam em se aposentar
Pesquisa do Sebrae revela que donos de pequenos negócios estão mais preocupados em tocar a empresa
A aposentadoria está longe de ser uma preocupação para quase metade dos empreendedores brasileiros. De acordo com pesquisa do Sebrae, 47% dos donos de pequenos negócios estão mais preocupados em tocar a empresa do que em pendurar as chuteiras.
“PAIXÃO É O QUE DIFERENCIA O BRASILEIRO DE OUTROS EMPREENDEDORES DO MUNDO”
Yong Su Kim, vice-presidente para pequenas e médias empresas na América, contou como a gigante vê o empreendedor brasileiro
Não falta paixão ao empreendedor brasileiro. É o que afirma o sul-coreano Yong Su Kim, vice-presidente para pequenas e médias empresas do Google na América. Em uma visita ao país, o executivo da gigante de tecnologia contou com exclusividade à PEGN o que pensa sobre o empreendedorismo brasileiro. “Coisas muito legais estão acontecendo no mercado brasileiro. Há muito potencial no país", diz.Não foi por acaso que o Yong Su Kim foi escolhido para este cargo. Ele era empreendedor antes de entrar no Google. Comandava uma startup chamada HanPerson, voltada para a criação de aplicações e games na internet. Ele utilizava os serviços do Google em suas tecnologias e aprendeu segredos da pontocom. Alguns anos depois, recebeu o convite para trabalhar exatamente na área de pequenas e médias empresas. Hoje, comanda o setor em todos os países das Américas do Sul, Norte e Central.O executivo aproveitou sua estadia no Brasil para dizer como está vendo o empreendedorismo no país. “Acredito que não falta nada ao empreendedor brasileiro. Ele é muito criativo e compete de igual para igual com empresários de todo o mundo. A sua paixão o diferencia de outros empreendedores no mundo.”Yong Su Kim, entretanto, ainda acha que o empresário brasileiro pode pensar mais globalmente. “O Brasil é um grande mercado, mas estar online possibilita que o empreendedor atinja consumidores ao redor do mundo. Falta uma cultura de exportação”, afirmou. O vice-presidente também contou o que o Google planeja para o Brasil.Confira, abaixo, a entrevista completa:Você foi empreendedor. Por que voltou ao mercado de trabalho? O que aconteceu com a sua startup?Eu estou na indústria de tecnologia há 12 anos. Já trabalhei em grandes, médias e pequenas empresas. Depois de trabalhar em diferentes estágios dessas companhias, fui pego pela veia empreendedora. Iniciei uma startup focada em internet. Comecei 11 anos atrás e toquei o negócio por quatro anos. Quando você tem uma companhia, você atinge um ponto em que precisa tomar uma decisão: continuo tocando esse negócio ou tento procurar um novo projeto? Nesse momento eu fui contatado pelo Google. Foi um timing perfeito, porque eles estavam precisando de alguém para a área de pequenas e médias empresas – e é basicamente o que eu faço hoje. Depois que entrei na empresa, eu percebi que precisava fechar a minha startup para dar 100% de mim para o trabalho.O que você planeja para os empreendedores brasileiros, particularmente?Estamos muito animados com o que está acontecendo no Brasil. O país vem vivendo um ciclo econômico mais delicado, mas o que realmente é interessante é que nós achamos que mesmo assim coisas boas estão acontecendo. No ano passado fizemos um grande investimento em equipe no Brasil e esperamos colher os frutos este ano. Vemos o país como um mercado com muitos usuários de internet. E o que é mais curioso é que os usuários são muito ativos. Cerca de 90% dos usuários estão online diariamente. Outra coisa legal é que o Brasil é o segundo maior mercado em termos de pesquisas do Google. Então, estrategicamente é um país muito importante. Neste momento, estamos tentando posicionar o Google como a ferramenta de crescimento dos empreendedores brasileiros. Por isso, trouxemos ao país iniciativas como Google Launchpad, YouTube Space e Google Campus São Paulo.Mesmo que usuários brasileiros estejam online, o empreendedor ainda usa pouco o marketing digital para o seu negócio. Como educá-lo?Se você olha para o mercado digital do Brasil, são 10 milhões de pequenas empresas. Há muitos empreendedores – os estudos mostram que há novos negócios sendo criados com muita frequência. O que a gente nota é que, segundo dados, 43% desse total de empresas não está online. Então eu acredito que o primeiro passo a ser dado é que todos criem uma presença online. Coloque sua empresa na internet à disposição do cliente – fazendo com que ele possa achá-lo. A outra coisa é que queremos que essas pessoas saibam de todo o potencial do mercado digital antes de tentar conquistá-lo. Saber como atingir a comunidade, vendo os benefícios do marketing digital. Mas também é importante que eles façam essa transição na sua própria velocidade, para fazer da maneira correta. O primeiro passo a ser dado é estar online. É importante que empreendedores entendam que ele precisa estar onde seus consumidores estão – e os consumidores brasileiros estão online, procurando por negócios. Outra tendência é que as pessoas antes usavam o desktop para procurar negócios e agora elas estão fazendo isso pelo celular. Eu acredito que também é providencial pensar mobile.Quando você olha para o brasil e o compara com outros países, o que o empreendedor brasileiro precisa mais?Acredito que não falta nada ao empreendedor brasileiro. Ele é muito criativo e compete de igual para igual com empresários de todo o mundo. Mas acho que o empreendedor brasileiro precisa exportar mais. O Brasil é um mercado enorme, mas um dos benefícios de estar online é aproveitar consumidores de todo o mundo. O mundo está global e os brasileiros devem pensar em aproveitar essas oportunidades. Isso está mais fácil hoje em dia e acho que as empresas brasileiras precisam olhar mais para fora.Qual a diferença entre o empreendedor brasileiro e o norte-americano? O que o Google faz de diferente no país?Eu venho bastante para o Brasil e eu acho que empreendedores são parecidos ao redor do mundo. São apaixonados. Mas no Brasil há uma paixão extra, que diferencia os empreendedores brasileiros do resto do mundo. No geral, o Google tenta pensar globalmente. Então se a empresa cria algo como o Google Campus nos Estados Unidos, a ideia é que isso seja levado para outros países – como fizemos com o Google Campus São Paulo. A diferença é que nós tentamos trazer características locais aos projetos. Cada local é diferente, mas a ideia é a mesma: ajudar os empreendedores a crescerem.O Brasil tem déficit de inclusão digital. Como levar educação digital e criar produtos para pessoas?Esse é um problema que trabalhamos para resolver. Temos uma iniciativa chamada Next Billion Users (próximo bilhão de usuários, em tradução livre) voltada exatamente para isso. O NBU [como ficou conhecido] reúne programas, produtos e ações para a geração que está prestes a entrar no mundo digital. Entre elas, estão lançamentos como um aplicativo offline do YouTube, que deve chegar logo ao mercado, e pontos de WiFi em estações de trem ao redor do mundo. E sabemos que esses novos usuários vão surgir de lugares como o Brasil, países com menos estrutura e diferentes tipos de smartphones. Exatamente por conta disso, o nosso desafio é facilitar a transição de quem vai se iniciar no mundo digital. Por isso o Google trabalha para desenvolver produtos que consigam atingir toda essa camada de pública da forma mais plena.Fonte: PEGN
Prêmio FedEx para Pequenas Empresas está com inscrições abertas até 27/4
A FedEx Express (FedEx), uma das principais empresas de transporte expresso do mundo, anuncia a segunda edição do Programa FedEx para Pequenas Empresas, que visa ajudar pequenas empresas a exportarem seus produtos.
Depois do sucesso da primeira edição, a ação volta ao Brasil com a oportunidade para as companhias brasileiras conquistarem prêmios de até R$20.000 e mentoria individual de negócios com mentores da rede Endeavor, organização global de fomento ao empreendedorismo.
Como um dentista (e lavador de pratos) fundou a rede China in Box
Robinson Shiba foi aos EUA para aprender inglês. Porém, um assalto o levou a um subemprego na cozinha - e a uma grande oportunidade de negócio
O futuro empreendedor Robinson Shiba tinha 20 anos de idade quando foi aos Estados Unidos para estudar inglês por dois meses, após seu pai ter juntado a quantia necessária. Porém, algo mudaria sua vida para sempre: um assalto.
Sem querer contar para o pai o que havia acontecido, o então estudante de odontologia resolveu se sustentar por meio de qualquer emprego que arrumasse. Indo de lavador de pratos a entregador, pôde observar bem como era o mercado de delivery nos Estados Unidos. E teve uma ideia que mudaria sua vida.Esse foi o começo de duas grandes redes, abertas no ano de 1992: a China in Box, que hoje possui 153 unidades em funcionamento, e o Gendai, com 62 restaurantes. Saiba mais: 10 franquias que faturam mais de R$ 100 mil ao mês Segundo os últimos dados das redes, que hoje são parte do Grupo Trends Food, 6,5 milhões de pratos são servidos por ano, em 22 estados brasileiros.Como se isso fosse pouco, Shiba também acumula o cargo de investidor pelo programa Shark Tank Brasil, que recebe até 20 de abril inscrições para novos empreendedores.Em entrevista a EXAME.com, o empreendedor contou um pouco mais sobre sua trajetória – e deu dicas para quem também quer fundar uma grande rede.“Se puder, trabalhe dentro de um negócio do ramo. Invista seis meses em um emprego desses e aprenda de quem é realmente é alma do empreendimento”, recomenda. “Aprendi naquele meu primeiro emprego que não existem pessoas mais importantes dentro de um restaurante.”Confira, a seguir, os trechos mais importantes da entrevista:EXAME.com – De onde surgiu a ideia para abrir a rede China in Box?Robinson Shiba – Eu tive como grande inspiração a carreira do meu pai, que era dentista e tinha, em paralelo, uma loja de materiais para construção aqui em São Paulo. Fui também estudar Odontologia e tinha em mente ou continuar com a loja de materiais ou abrir meu próprio negócio.Em 1989, tive a oportunidade de fazer um curso de idiomas nos Estados Unidos por dois meses. Mas acabei ficando mais: no começo da viagem, eu fui assaltado. Eu sabia quão difícil tinha sido para meu pai juntar dinheiro e realizar aquele meu sonho de ir aos Estados Unidos. Era a minha primeira viagem internacional. Como muitos orientais, sou meio orgulhoso. Não quis pedir ajuda a ele e nem ir ao consulado.Então, consegui arrumar um emprego lá mesmo, como assistente de cozinha e depois como entregador – ou seja, atividades que eram consideradas subempregos. Conseguia me manter, e acabei ficando um ano nos Estados Unidos.Nesse tempo, pude observar como a comida era feita lá. A culinária chinesa era algo estabelecido, e o americano já tinha como hábito pedi-la por delivery. Enquanto isso, no Brasil, a nossa única opção de entrega à domicílio eram as pizzas.Voltei ao Brasil em 1990, mas meus planos de abrir o negócio tiveram de ser adiados. Primeiro, meu pai me aconselhou a terminar o curso para só depois montar o restaurante; o Plano Collor acabou confiscando o dinheiro de todo mundo, inclusive da minha família; e eu casei e tive um filho. Mas, em 1992, abri a primeira unidade do China in Box, em Moema [São Paulo].EXAME.com – Como foi para convencer o público brasileiro a aceitar um sistema de delivery na caixinha e de culinária chinesa? O retorno demorou para aparecer ou não?Essa foi uma das grandes batalhas que a gente enfrentou: como educar a população a pedir comida chinesa. Para isso, usei muito, mas muito mesmo, a publicidade em folhetos. Também contratei uma assessoria de imprensa e tive também muita ajuda da mídia impressa, que escrevia matérias sobre a novidade que era o China in Box.Os primeiros seis meses foram os mais difíceis, porque as pessoas ainda estavam se acostumando ao negócio. Mas, no segundo semestre de restaurante, o bairro de Moema já havia adotado a culinária chinesa como opção de delivery.Com os recursos da primeira loja, abri uma segunda. Isso levou a outras quatro lojas, em sociedades com amigos. Só então viramos uma rede de franquias.EXAME – Por que você decidiu apostar em uma nova rede, o Gendai, apenas dois meses depois de ter aberto a primeira loja do China in Box?No Gendai era algo um pouco diferente: eu tinha outros sócios e estava mais como conselheiro e investidor. Foi uma decisão mais por diversificação de investimento e também por acreditar que a culinária japonesa seria uma opção que o brasileiro iria adotar.O começo foi ainda mais difícil do que no China in Box, porque a comida crua era mais exótica. A comida chinesa tinha uma aceitação maior, com a existência de grandes restaurantes tradicionais, enquanto a japonesa era muito restrita ao bairro da Liberdade. Mas, hoje, a comida japonesa tem uma grande aceitação – talvez até maior do que a chinesa.EXAME.com – Qual você acha que foi sua maior dificuldade ao longo da trajetória do China in Box e do Gendai?O mais difícil é você tirar a ideia do papel e pôr em prática. Esse é o momento mais complicado. Claro que, depois da abertura, aparecem dificuldades que não dependem só de você, como a situação do país. Mas sair de algo que não existia para algo concreto é, para mim, o mais complicado.EXAME.com – E quais dicas você daria para quem também quer criar uma grande rede?O que é básico: se você quer criar uma grande rede, você tem que ter uma primeira loja de sucesso. Para que ela vire uma grande rede, você não pode simplesmente aceitar um resultado mediano e abrir uma outra unidade. Você tem que abrir algo diferente, algo com excelência.Se você não conhece o negócio, também é preciso se planejar. Hoje, com a internet, você busca o mercado em que você quer atuar e aparecem redes do mundo inteiro. Dá para visitar o interior das lojas e conhecer os produtos sem sair de casa. Se você puder ir presencialmente, melhor.Mais ainda: se puder, trabalhe dentro de um negócio do ramo. Invista seis meses em um emprego desses e aprenda de quem é realmente é alma do empreendimento. Neste momento, em que eu estou conversando com você, há muitos atendentes e cozinheiros do China in Box que fazem acontecer. Aprendi naquele meu primeiro emprego que não existem pessoas mais importantes dentro de um restaurante.EXAME.com – Como você avalia a situação do país, em termos de oportunidades para o empreendedorismo?Eu continuo acreditando muito no Brasil. Infelizmente, muitos amigos meus que investiram em negócios e geraram empregos foram embora. Mas agora é a hora que aparecem bons negócios, se você souber aproveitar. É como foi em 1992: no ano em que eu abri o China in Box e o Gendai, Collor sofreu o impeachment.Eu soube entender o momento e vi que meu orçamento coube para os pontos que estavam sendo oferecidos. Cada novo negócio gera empregos; cada nova pessoa empregada consome; e o ciclo volta a ser virtuoso. Agora é hora de investir.Fonte: Exame
6 INSTITUIÇÕES COM CURSOS GRATUITOS PARA EMPREENDEDORES
USP, Sebrae e outras instituições oferecem capacitação de graça para quem quer empreender
EMPREENDEDORA FATURA R$ 650 MIL COM VIAGENS PARA FAMÍLIAS
Na semana em que a ONU comemora o Dia Global do Empreendedorismo Feminino, conheça a história de uma mãe que transformou as viagens da família em negócio
Muitos casais abandonam o hábito de viajar depois que os filhos nascem. Com bebês e crianças, é normal que o planejamento, o destino e o trajeto da viagem fiquem mais restritos e alterem o rumo das férias do casal. Esse não foi o caso da publicitária Miriam Vargas, 38 anos, e do seu marido, Luciano Santos, 45. Apaixonados por viagens, eles não deixaram o hábito de lado depois do nascimento dos dois filhos. Pelo contrário, eles tornaram a paixão em negócio e abriram a agência Clube de Viagens Moms, em 2015.A ideia surgiu em 2012 com o grupo do Facebook Clube de Viagens Moms, com Miriam ajudando outras famílias a se aventurarem com os filhos pequenos. “Eu e o Luciano criamos o gosto por viagens. Quando tivemos a Gabi, que hoje tem oito anos, não quisemos mudar nosso hábito. Adaptamos nosso ritmo, mas não deixamos de ir aos destinos que queríamos conhecer. Achei que seria interessante ajudar mães que tivessem essa barreira entre viagens e filhos”, afirma a empreendedora.
Apesar de muitos pais escolherem destinos recreativos para viajar com os pequenos, como a Disney ou resorts com monitores, Miriam sempre optou por lugares inusitados para levar os pequenos. “Quando a Gabi tinha apenas seis meses levamos ela conosco para o Havaí. O que eu fazia era pesquisar bastante como fazer a viagem da forma mais segura possível. Desde então, nunca viajamos sem nossos filhos”, diz Miriam.A pesquisa de Miriam era intensa. Geralmente, era difícil encontrar informações úteis, como serviço de babás no destino, segurança das áreas comuns e elevadores e opção de menu infantil. “Apesar da ótima experiência que é viajar com os filhos, nós sabemos como essas inseguranças nos bloqueiam na hora de decidir aonde ir e onde se hospedar. Cada vez mais eu tinha dificuldade em encontrar essas questões detalhadas nos sites dos hotéis”, conta Miriam.Esse problema gerou uma oportunidade de negócio e a publicitária criou o grupo. A ideia era compartilhar informações e vivências entre as mães na hora de planejar uma viagem com os filhos. “Comecei a me interessar por isso e virei referência para outras famílias. Em pouco tempo, o grupo atingiu um grande número de mães no Rio de Janeiro e até chegou a outros estados”, diz.Miriam passou a organizar viagens pelo Brasil com os membros do grupo. “Eu negociava valores em hotéis e nós fazíamos viagens com as participantes do grupo e suas famílias. Como a entrada dos membros era feita por indicação de outros membros, era possível confiar em quem viajava conosco. O mais interessante era que ninguém se conhecia pessoalmente, mas sempre ficávamos próximos”, afirma Miriam.Em quatro anos, o grupo atingiu 30 mil membros. Nesse período, as participantes começaram a demandar outros serviços e Miriam teve que ampliar o negócio. “Até o ano passado, eu tinha outro trabalho em paralelo. Resolvi vender a minha parte da empresa que eu estava e me dedicar exclusivamente ao Clube de Viagens Moms. Decidi transformar a marca em um negócio: uma mistura de agência de viagem, consultoria e clube de vantagens. Eu ajudo as famílias com roteiros e busco benefícios exclusivos para as mães, como um esquema de associados”, afirma.Em 2015, em sociedade com o marido e investimento de R$ 150 mil no escritório, Miriam abriu a agência. Em pouco tempo a empresa conquistou parceiros. Hoje, a empreendedora realiza pacotes de viagem para clientes de todo o Brasil, presta consultoria e consegue preços especiais. “Continuo com o grupo do Facebook e procuro dar o máximo de minha atenção a ele. Também auxiliamos grupos de escolas que querem realizar viagens acadêmicas com as crianças”, diz Miriam.A agência também dá suporte durante a viagem para as famílias. “Eu sei como é difícil passar por situações complicadas com os filhos em viagens e não saber como proceder. Por isso, qualquer cliente pode entrar em contato com a gente para arrumar um médico de última hora, por exemplo, caso o filho fique doente”, diz a empreendedora.A receita vem de comissões estabelecidas em acordos entre os hotéis e a agência. O faturamento bruto mensal é de R$ 650 mil e o foco para 2017 é realizar serviços como emissão de passagens e hospedagem, além de continuar com os eventos com o grupo do Facebook.Fonte: PEGN
Dono da Mormaii dá partes da empresa a funcionários
Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, transformou a Mormaii na maior marca de surfe do país, com vendas de meio bilhão de reais por ano. Agora, está dando partes do negócio a funcionários – E essa estratégia só o torna mais rico
Um helicóptero da marca italiana AgustaWestland pousa no gramado da fábrica da Mormaii, em Garopaba (SC), a maior marca de surfe do Brasil, cujos produtos devem vender R$ 600 milhões neste ano. Da nave, desembarcam quatro executivos do banco BTG Pactual.
Eles formam um conjunto de ternos bem cortados que avança até o escritório de Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, o fundador da empresa. Após os cumprimentos de praxe, revelam o motivo da visita: querem propor a venda da companhia, avaliada em quase R$ 1 bilhão, para um grupo internacional. Morongo bate a mão na mesa e sobe o tom: “Vocês sabem que estão me fazendo perder um tempo que eu poderia ter dedicado aos meus netos? Acham que eu quero esse dinheiro para quê? Olha, vocês vão me dar licença”. O empresário se levanta, mira a porta e grita para o filho: “Flavius, você pode atender estes caras?”. Budista, com jeitão de quem vive na praia, Flavius nem sequer trabalha na Mormaii. Naquele dia, estava por ali, meio por acaso – e de chinelos. Ainda assim, ele se senta à mesa, encara o grupo e abre um sorriso: “Do que a gente ia falar, mesmo?”.Existem jeitos e jeitos de lidar com negócios. E existe também o jeito do Morongo. (O apelido, aliás, vem da infância. Marco Aurélio trazia umas pintinhas no rosto, semelhantes às existentes no morango. Daí, a alcunha pegou.) O BTG, observe-se, não foi o único banco de investimento a ouvir uma resposta rude para uma oferta de venda. A lista de negativas inclui, entre outras, uma dada em Nova York para a turma do J.P.Morgan. Para todos os efeitos, Morongo não está interessado em vender a Mormaii. Ocorre que, paradoxalmente, ele não vê problema em doar partes da companhia para funcionários e para pessoas de sua confiança – e, em um futuro não muito distante, quem sabe abrir mão dela toda.Parece maluco, mas essa “generosidade” tem feito dele um homem mais rico. E não se trata de riqueza espiritual. É dinheiro, mesmo. Três anos atrás, por exemplo, ele doou a fábrica de roupas de neoprene, aquelas que os surfistas usam no inverno, coladas ao corpo. A confecção vendia R$ 10,5 milhões e dava prejuízo. Os processos estavam desorganizados. Uma primeira tentativa de doá-la a seis funcionários mixou. Morongo decidiu, então, ter uma conversa com Carlos Casagrande, de 38 anos, um galego de Criciúma, que detinha as licenças para fabricar protetores solares e aparelhos ortopédicos com a marca Mormaii.Surfista apaixonado desde os 10 anos, Casagrande tinha bons resultados com esses produtos. Por isso, no início de 2012, Morongo disparou: “Tu queres a fábrica?”, disse, em um notório gauchês (ele nasceu em Barra do Ribeiro). Surpreso, Casagrande respondeu que não teria dinheiro para comprá-la. “Eu não quero que tu pagues”, replicou Morongo. “Quero que organize aquilo, porque não estou conseguindo. Quero que a produção dobre, triplique, só isso.” Foi o que aconteceu. No fim de 2014, dois anos e meio após a mudança, o negócio vendia R$ 24,5 milhões e dava lucro. Somente nos últimos 12 meses, período difícil para quem vende o que quer que seja no Brasil, o faturamento saltou 22%. “Qual foi o ganho do Morongo? A Mormaii está vendendo muito mais roupas de borracha. Assim, ele lucra mais com os royalties da marca”, diz Casagrande. “E não precisa se preocupar com a produção, tem mais tempo para os netos.”“Tu queres a fábrica?”, ele perguntou ao amigo Carlos Casagrande. “Não precisa pagar. Só quero que a produção dobre, triplique.” Ele topou. Entre 2012 e 2014, as vendas quase triplicaram
Fonte: Época Negócios