Estudo aponta alta demanda por feiras e congressos no país e grande viabilidade para criação de novos espaços
Em períodos de crise, as chances de negócios são menos óbvias do que nas épocas de atividade em alta. No mercado imobiliário, vários nichos se mostram atrativos e revelam janelas de oportunidades para investidores com visão de longo prazo em períodos de desaceleração do setor. Uma delas se abre para o potencial do segmento de eventos. Estudo da consultoria Caio Calfat Real Estate Consulting, concluído este ano, mostra que centros de convenções projetados para feiras, congressos e seminários de pequeno e médio portes podem se beneficiar com demanda resiliente, oferta de espaços pequena em relação ao crescimento do mercado e atratividade do país para eventos internacionais com o fortalecimento do dólar.Conforme o levantamento, o chamado segmento MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions), focado em eventos de pequeno e médio porte, movimenta 30 bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Há dez anos, o Brasil é um dos dez principais destinos de eventos no mundo, segundo o ranking do ICCA (International Congress and Convention Association). Na lista mais recente, de 2014, o Brasil ocupa a décima posição, mas, nas Américas, o país está em segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos.O diretor da consultoria, Caio Calfat, ressalta o padrão internacional do aparelhamento do setor, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, como um diferencial para o mercado local. Segundo o especialista, o dólar forte, que se valorizou quase 50% no ano passado, torna o Brasil mais atrativo para organizadores estrangeiros. “Grandes grupos internacionais promotores e organizadores de eventos estão apostando em nosso país, como o gigante francês GL Events, que assumiu o Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo e o está transformando em um enorme complexo de eventos de várias modalidades”, aponta.De acordo com a pesquisa, entre 2014 e 2015, a cidade de São Paulo sediou 41,73% (255) das feiras e exposições de grande porte do Brasil. Já o segmento de eventos de reuniões apresentou taxa de crescimento anual acima dos 14% no período.A crise econômica trouxe uma desaceleração ao setor, mas a demanda de eventos tende a se recuperar rapidamente em um momento de retomada da atividade. Segundo o boletim Focus de consenso de mercado elaborado pelo Banco Central, a expectativa de economistas e analistas é de que o PIB brasileiro volte a crescer no ano que vem, a uma taxa de 0,5%.Na experiência de Calfat, o ciclo imobiliário que se estende em torno de três a cinco anos, do lançamento do projeto à entrega física do empreendimento, revela uma janela para a criação de espaços novos neste ano. Ou seja, os centros de eventos lançados agora podem se beneficiar de um ciclo de retomada da atividade previsto para iniciar-se a partir de 2017.Segundo levantamento da consultoria, do mesmo modo que o mercado corporativo em geral, o segmento de espaço para eventos encontra-se fechado no momento para lançamentos. “Não há informações sobre novos projetos, apenas reformas e ampliações”, afirma Calfat. Com isso, a demanda tende a crescer acima da oferta nos próximos anos, especialmente dentro do nicho de centros de convenções de perfil multifacetado.Em termos de retorno financeiro, os espaços multifunção para eventos de porte pequeno ou médio revelam-se atrativos. O estudo da Caio Calfat mostra que os preços cobrados pelos empreendimentos do gênero na cidade de São Paulo, apenas para locação do maior espaço disponível, variam entre 5 mil reais e 24,5 mil reais. Isso equivale a um preço médio de 24,83 reais por m². Ainda conforme a pesquisa, apenas um dos centros de convenções na capital paulista recebeu uma média de 14 eventos por mês em 2015. Essa média implicaria em um valor médio de 347 reais por m² mensal, ou seja, três vezes superior à média do aluguel médio mensal de um edifício comercial de luxo, segundo dados da Cushman & Wakefield. “Há um consenso no setor de que só não há mais eventos em São Paulo por falta de espaços profissionais”, conclui Calfat.Fonte: Empreenddor
Chegou hora de crescer hackeando o sistema. Isso mesmo, você não leu errado. Agora quem está no centro dos holofotes são aqueles que atraem seus públicos de forma precisa.
Como uma boa Publicitária, 10 anos atrás, aprendi a fazer propaganda com os tiros de canhão: comercial de 30” em horário nobre, spot de rádio e página dupla de revista. Era esta fórmula que se aprendia na faculdade:Criação + Investimentos Cavalares de Mídia = Impacto e Resultado.Se você não tinha verba? Paciência. Adapte a criação para uma produção mais barata, reduza o plano de mídia para algumas páginas simples, em revistas segmentadas, e torça pra vingar. Um novo produto no mercado? Meses construindo um belo planejamento estratégico, com visão de 5 anos, para depois descobrir que sua solução não tem aderência no mercado.Muita coisa mudou de lá pra cá. Com a democratização dos meios de comunicação, e uma comunidade cada vez mais conectada, vimos startups de fundo de garagem se tornarem marcas multibilionárias, reinventando completamente o modelo tradicional de investimento em marketing, ao utilizarem uma nova abordagem: “growth hacking”.Facebook, Airbnb, Dropbox – todas podem ser associadas ao sucesso desse novo conceito, atingindo números expressivos de usuários exatamente por jogarem fora o livro do marketing tradicional e focarem em uma única medida: CRESCER.A própria definição do termo já explica essa nova maneira de enxergar o marketing: “hacker” é alguém que invade redes e sistemas para obter dados e “growth” literalmente se traduz em crescimento. Crescer hackeando o sistema foi o tema da palestra ministrada por o Ryan Holiday – meio que um papa no assunto e autor de diversos best-sellers – no evento do KES.O Ryan falou muito sobre esse novo perfil de profissional de marketing que passou a ficar atento em novas tecnologias e usa esse conhecimento, baseado em dados analíticos e muita criatividade, para “hackear” o sistema e encontrar formas não convencionais de atrair e reter usuários, e, com isso, alavancar um produto ou serviço.Segundo o próprio Ryan, a questão aqui é ir “from nothing to something”. O que se trata é ir de 0 àa 1.000 usuários, depois de 1.000 àa 4.000, e assim por diante. E nem sempre a estratégia usada será a mesma em cada etapa do processo. Com base na crença central de que “tudo o que traz (e mantém) clientes é marketing”, ele trouxe dicas valiosas e aplicáveis para empreendedores em qualquer etapa de um negócio.1. Faça um produto que as pessoas de fato querem!A regra é básica:
FAÇA UM PRODUTO TÃO BOM QUE AS PESSOAS RECOMENDARIAM AOS SEUS AMIGOS.
Encontre seu “product market fit”: tenha a ideia, valide-a checando o interesse real do seu consumidor e depois crie um negócio em torno disso.Para começar a colocar em prática, pergunte-se: quem são as pessoas que comprariam meu produto? Quais dados provarão que meu produto está validado? Qual a métrica?O Instagram, por exemplo, começou como um produto completamente diferente – chamado Burbn – e na época tiveram a iniciativa de fazer um rebrand focando na feature que as pessoas realmente estavam interessadas: compartilhar momentos.2. Encontre seus early adoptersAqui a mensagem é ter foco. Lance primeiro onde seus consumidores estão e não o tal tiro de canhão que pode até atingir milhões de pessoas, mas vai “tocar”, de fato, poucos.Nas palavras do próprio Ryan, “Todo bom produto sempre tem um grupo de apaixonados, que não é o mundo inteiro. Encontrar seu nicho, um core group que é fascinado pelo que você faz eter foco e objetivo claro é primordial.” Você precisa garantir uma resposta extremamente animadora desse público porque, se nem eles se interessam, é provável que você tenha que rever o seu produto. Escute esse público mais fiel e vá melhorando seu produto ouvindo o que eles têm a dizer.Aqui temos o exemplo clássico do Google que, quando começou o gmail, só aceitava inscrição por indicação. Ou do Mailbox que criou uma lista de espera para atrair os early adopters e validar seu real interesse.Em outras palavras: substitua o seu tiro de canhão por um tiro de estilingue. Um ataque mais certeiro e que, com certeza, tem mais chances de atingir o público desejado.3. Descubra a fórmula certa de viralizar o seu produtoToda viralidade tem uma fórmula, você só tem que descobrir a fórmula certa para viralizar o seu produto.Aqui a pergunta é: qual a mecânica certa para fazer a sua máquina de crescimento girar? Quem são os evangelizadores do seu produto? Qual o incentivo para que seus consumidores mais vorazes continuem fiéis e apaixonados?
NO DROPBOX, POR EXEMPLO, O “REFERREAL” É RESPONSÁVEL POR 30% DAS SUAS ASSINATURAS!
O Méliuz, empresa apoiada pela Endeavor, focada em vendas online, investiu em oferecer incentivos valiosos para os clientes que indicassem seu produto. Cada cliente tem seu próprio link de indicação, e ganha R$5 na primeira compra de cada pessoa que veio por sua indicação. As blogueiras por exemplo, são fãs. Há quem tire R$ 5.000 por mês só com indicações!4. Fechando o ciclo: retenção e otimizaçãoDepois de todo esse esforço, aqui a mensagem do Ryan é que a melhor maneira de reter consumidores é não se distrair com marketing de vaidade e focar no que realmente importa: o aprimoramento constante do produto.
O IMPORTANTE É NÃO DEIXAR VAZAR O BALDE: COMO CONTINUAR TORNANDO A EXPERIÊNCIA DO PRODUTO A MELHOR POSSÍVEL?
A Zappos e tornou conhecida fazendo exatamente isso. Focada 100% em garantir o melhor atendimento possível ao consumidor, a empresa tem diversos casos emblemáticos como o atendente que pediu uma pizza para o consumidor e a ligação de call center mais longa da história: 8 horas com o mesmo cliente. Tudo para garantir a melhor experiência de atendimento, o que sempre foi visto pelo fundador como o grande diferencial da empresa.Outro exemplo é o Airbnb, um site de hospedagem que incluiu um serviço, para o host, em que mandam um fotógrafo profissional para fazer as fotos da casa. Eles entenderam que essa a melhor feature que podiam oferecer: o host fica feliz, o hóspede confia mais por ter a validação do Airbnb, e ainda paga mais por melhores fotos.Temos um longo caminho ainda até aprender a hackear o sistema, mas para resumir em uma frase o principal aprendizado que o “Growth Hacking” nos traz é que o trabalho não é para confirmar o que você pensa, mas para encontrar o que você deve pensar.Como diz o fundador do Evernote “People who are thinking in anything than having the best product possible never have the best product possible.”Esse artigo foi escrito por Camilla Junqueira, integrante do time Endeavor Brasil
Sebrae atenderá empresas selecionadas com soluções tecnológicas por meio do Sebraetec
Foto: Afif Domingos durante Lançamento do Programa Brasil Mais ProdutivoAumentar em pelo menos 20% a produtividade das indústrias brasileiras com modificações rápidas e de baixo custo, com foco na redução de desperdícios. Esse é o objetivo do programa Brasil Mais Produtivo, lançado pelo governo federal nesta quarta-feira (6), em Brasília (DF). Até o final de 2017, 3 mil empresas de pequeno e médio porte serão atendidas em todo o Brasil e pelo menos 2 mil delas são pequenos negócios, ou seja, faturam até R$ 3,6 milhões por ano.Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC), o Brasil Mais Produtivo é realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Além disso, o programa conta com apoio do Sebrae e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, assinou o acordo de cooperação entre o Sebrae, o MDIC e os demais parceiros e, na cerimônia, afirmou que aumentar a produtividade das empresas brasileiras é um grande desafio. “Esse trabalho nos dará oportunidade e um excelente diagnóstico das barreiras para a produtividade que estão fora da fábrica, que são a burocracia e a carga tributária irracional que nós temos no país”, disse, fazendo referência ao projeto Crescer Sem Medo, que encontra-se em tramitação no Senado Federal. “Mesmo com sua facilidade, o Simples Nacional precisa ser aperfeiçoado porque ele cria obstáculos para o crescimento da empresa que acaba querendo crescer como caranguejo. É preciso substituir os degraus por uma rampa mais suave, criando o sistema da progressividade do imposto”, defendeu Afif.Até maio de 2016, o programa será iniciado em dez estados da Federação: Bahia, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso. A meta é implementar as ações do Brasil Mais Produtivo em todas as unidades da Federação até o final do ano. As empresas receberão 120 horas de atendimento de consultores do Senai, que irão aplicar as ferramentas da metodologia de manufatura enxuta, baseada na redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos.A diretora-técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, explicou que a instituição vai atuar complementarmente, disponibilizando consultores do Sebraetec para atendimentos de soluções tecnológicas nas empresas. “A nossa intenção é de aprofundar o trabalho, pois o Sebrae já atua em todos os 77 arranjos produtivos em diferentes aspectos no que diz respeito à capacitação gerencial e tecnológica, acesso a mercados, inovação”, afirmou.O Sebraetec é o programa que leva tecnologia e inovação às micro e pequenas empresas e subsidia consultorias tecnológicas para os pequenos negócios. Ele atua nos seguintes temas: qualidade, produtividade, design, tecnologias da informação e comunicação (TIC), propriedade intelectual e sustentabilidade.Fonte: Empreendedor
De olho em um mercado em pleno crescimento, o casal Alessandra e Rafael Belo fazem parte do grupo de empresários que faturam com o comércio eletrônico brasileiro. O segmento registou um crescimento de 15,3% em 2015, fechando o ano com faturamento de R$ 41,3 bilhões.
Especializada em produtos para gestantes e crianças de 0 a 5 anos, há três anos os empresários fundaram o e-commerce Loja Kids Vitrine. Além de importar produtos de grandes marcas internacionais, a empresa também trabalha com marcas brasileiras e oferece grande variedade de produtos, dificilmente encontrados em lojas físicas. Somente em 2015, o casal registrou faturamento de R$ 300 mil reais e a expectativa para 2016 é um crescimento de 20%.“Sempre trabalhei na área de TI, mas com a chegada do meu filho decidi abrir um negócio onde pudesse aplicar meus conhecimentos e que me desse autonomia, mantendo a qualidade vida e, principalmente, tempo para ser mãe. A oportunidade surgiu quando no início da maternidade criei um blog para dividir minhas experiências com outras mamães. Quando postava algo diferente no blog elas me perguntavam se eu não vendia aquele determinado produto. Foi então que comecei a ter interesse em investir no setor”, explica Alessandra.Antes de abrir o negócio o casal realizou diversas pesquisas e constatou que o mercado de sites especializados na venda de produtos infantis importados no Brasil era pouco explorado. “Montamos uma estrutura para oferecer comodidade, segurança e, principalmente, agilidade na entrega aos nossos clientes. Temos um cuidado especial que vai da escolha dos produtos ao pós-venda. Isso transparece para o cliente e torna a experiência muito mais agradável”, comenta o empresário Rafael Belo.De acordo com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), a expectativa é de que, neste ano, o comércio eletrônico registre crescimento de 18%, com faturamento de R$ 56,8 bilhões.Fonte: Empreendedor
Cinco anos após ter trancado a faculdade, Carolina Sales comanda duas lojas e diversas parcerias
Carolina Sales se tornou empreendedora quase sem perceber. Em 2010, a carioca estava no meio do curso de graduação em medicina quando sentiu a necessidade de complementar a sua renda. “A faculdade era cara, então precisava de um dinheiro a mais. Como sempre tive habilidades manuais, comecei a produzir caixinhas decorativas com tecidos e outros materiais”, diz.Ela percebeu que as caixinhas venderiam ainda mais se tivessem doces elaborados dentro delas. Carolina, que sempre nutriu uma paixão por sobremesas, pediu a ajuda de sua avó, dona Cora, para que ela lhe ensinasse a fazer o brigadeiro congelado, docinho que fazia sucesso nas festas de aniversário durante a infância da empreendedora.A estudante, que é formada em veterinária, começou as vendas levando os brigadeiros para os colegas de faculdade. Com o sucesso, passou a aceitar encomendas também. Durante os seis meses que se seguiram, o apartamento de Carolina se tornou uma espécie de quartel general para o seu negócio, com caixas e doces para todos os lados. Na época, a empreendedora já contava com a ajuda da avó e mais duas funcionárias. “Não tinha a pretensão de fazer uma coisa séria, mas começou a dar tão certo que persisti. Como precisava de mais espaço, decidi abrir uma loja”, afirma.Carolina trancou a faculdade de medicina e utilizou os R$ 20 mil que tinha economizado durante os anos em que trabalhou como veterinária para abrir a primeira loja da Brigaderia Chic, em janeiro de 2011, no Shopping Barra Square, no Rio de Janeiro.Os brigadeiros e os novos doces oferecidos no cardápio da loja – como bolos, brownies e cupcakes – chamaram a a atenção do público. O sucesso foi tanto que ela, na época, recebeu convites para abrir sua loja em outros shoppings.Ela acredita que a sofisticação de seus produtos foi a chave para chamar a atenção da clientela. “Nessa época o Rio era bem carente de doces gourmet, então tinha gente vindo de tudo quanto é lugar para provar as minhas receitas”, diz.
Segunda fase
Em 2012, Carolina abria sua segunda loja, dessa vez no Condado de Cascais, na Barra da Tijuca, também na capital fluminense. A abertura deu início a uma nova fase do negócio, que deixou de ser Brigaderia Chic e ganhou o nome de Carolina Sales Pâtisserie de Brigadeiros.Atualmente, além do atendimento nas lojas e as encomendas para festas e casamentos, a empreendedora mantém uma parceria com a rede de supermercados Zona Sul, que vende sua linha de doces congelados, e com centros de palestras nos quais faz atendimento ao público empresarial. "Eu expandi minha atuação. Quando focamos apenas em um mercado, pode ser perigoso, pois qualquer dificuldade pode destruir a empresa”, afirma Carolina. Em 2014, os negócios de Carolina faturaram R$ 1,5 milhão.A empreendedora não pretende abrir mais lojas no momento. Há uma razão: ela gosta de administrar a qualidade de perto. E se tiver mais unidades, Carolina acredita que não poderá dispensar o tempo necessário para administrar todas.“Eu poderia contratar um gerente. Mas ele não terá a mesma dedicação”, diz. No momento, Carolina tem 20 funcionários, que ela mesma treinou. Ela os acompanha com atenção, principalmente durante a produção dos doces.“É importante manter um padrão e processo. Às vezes com o tempo e a experiência, as pessoas começam a fazer diferente, então gosto de fazer uma ‘reciclagem’ e explicar tudo de novo.”
Por não dar conta de abrir novas lojas da forma que gostaria, Carolina pensa em fazer uma expansão diferente: vender um modelo de negócio que segue os moldes de sua pâtisserie. Nele, a empreendedora dá o treinamento e mostra as melhores formas de gestão de um negócio como o dela, além de ensinisar como se produz os doces. No entanto, após a abertura do novo negócio, Carolina vira apenas uma consultora, dando ao comprador do modelo liberdade para criar uma marca.O sucesso dos empreendimentos de Carolina também lhe permitiram uma melhoria em sua qualidade de vida. “Agora não preciso mais trabalhar quinze horas todos os dias como no começo do negócio”, diz. Agora, ela passa entre seis e oito horas diárias entre suas lojas, cozinhas e encontros com clientes, tendo um pouco mais de tempo para cuidar da saúde e de sua filha de dois anos.Fonte: PEGN
Estudo da Endeavor levantou dados de 50 negócios sociais da capital paulista
A ONG de apoio ao empreendedorismo Endeavor lançou um estudo sobre o ecossistema empreendedor dos negócios sociais em São Paulo. Mais de 50 empresas foram avaliadas, assim como a interação delas com mentores e investidores.Os resultados da pesquisa apontaram que empresas sociais nas áreas de saúde e desenvolvimento de mão de obra têm, em média, mais sucesso em seus negócios. Também foi indicado que os empreendedores sociais precisam de mais suporte para definir melhor as metas da empresa, o que pode ser conseguido, segunda a Endeavor, com parcerias estratégicas e mentoria especializada.
Empresas sociais são definidas como instituições com fins lucrativos que possuem um objetivo social explícito além do lucro. Das empresas que se candidataram à pesquisa, pouco mais de 50 foram identificadas como negócios sociais. Entre maio e setembro de 2015, os fundadores e diretores foram entrevistados e o estudo completo pode ser conferido neste link.
A pesquisa foi realizado com apoio da fundação J.P. Morgan Chase e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A escolha da capital paulista se deu em função dos resultados que a cidade teve no Índice de Cidades Empreendedores 2015, ocupando o lugar de melhor cidade para se empreender no Brasil.Lucro não é vilãoO lançamento da pesquisa contou com a presença de Leonardo Figueiredo, co-fundador do Instituto Quintessa e da corretora Hedging Griffo. Figueiredo falou da difícil relação entre os negócios sociais com o lucro, além de como teve que superar seus próprios preconceitos para ter sucesso. “Nós não podemos ver o lucro como um vilão, pois o benefício da causa social acaba quando não há recursos disponíveis para continuar o trabalho. É preciso entender o propósito do lucro. Quanto melhor for a finalidade dele, mais legítimo ele será para a empresa”, diz.O especialista em negócios sociais ainda comentou o problema de comportamento de alguns empreendedores sociais, que se vêem protetores do bem-estar público. “Essa visão do empreendedor faz com que ele crie, na sua cabeça, um monopólio do bem, como se tudo que ele faz fosse o correto e qualquer coisa que não leve à ação social fosse ruim. Não é bem assim. A busca de resultados exagerada e materialista é mesmo prejudicial, mas. quando se utiliza esses meios para ter a excelência do negócio social, é que se consegue potencializar os melhores resultados na sociedade”, afirma.Fonte: PEGN
Criada há pouco mais de 10 anos, a rede "Brownie do Luiz" faz sucesso no Rio de Janeiro
Durante uma sessão de fotos para o jornal EXTRA, do Rio de Janeiro, Luiz Quinderé, de 26 anos, fez questão de registrar o momento para ganhar “uma chuva de likes” na internet e “fingir que é importante”.
A linguagem e o jeito de se vestir — camiseta, bermuda e chinelos —, que ele usa durante a entrevista e na maior parte do tempo, pegam desprevenidos os que imaginam um grande empresário, ele admite.
Mas foi justamente com esse jeito jovem e uma boa receita que a venda de brownies, iniciada por ele aos 15 anos, em 2005, virou um negócio de sucesso: o “Brownie do Luiz”. Com uma fábrica na Praça da Bandeira, que abastece suas lojas — em Laranjeiras e no Leblon —, mais de 200 pontos de venda no Estado do Rio e cinco em São Paulo, a marca faturou, no ano passado, R$ 3,5 milhões.— Isso não está no meu bolso. Boa parte do capital fica na empresa — diz Luiz, que não revela a quantia, mas fala sobre o impacto da apresentação extrovertida do negócio (a loja na Rua Cupertino Durão, no Leblon, têm, por exemplo, um aviso de “Open bar de água” colocado em cima de um filtro): — Eu sou um cara que não gosta de loja, mas de uma coisa descontraída. Tem gente que vem apenas conversar, beber água. Essa troca é muito válida.
As escolhas foram naturais, como a decisão de não esconder a receita do brownie (disponível em www.browniedoluiz.com.br). Ele diz que, no Google, há fórmulas até melhores. Mesmo assim, ao levar a iguaria para um lanche próprio no colégio, em 2005, recebeu encomendas imediatas.Atualmente, a formatação em franquias é uma das solicitações que Luiz mais ouve. Os números das lojas justificam os pedidos: a do Leblon vende 60 mil tabuleiros de brownies por mês, e a de Laranjeiras, 90 mil — em pedaços numa lata, que custa de R$ 24 a R$ 28, ou por unidade, de R$ 4,50 a R$ 6.— Mas ainda não é interessante. A primeira loja é recente, de 2012 — diz Luiz, que, no entanto, não nega ajuda a novos empreendedores: — Estou sempre em contato.Fonte: PEGN
Um dos principais motivos que levam empreendedores e profissionais a fazerem um plano de negócios é a necessidade de captação de recursos de investidores. Contudo, esse documento também é muito importante como ferramenta de planejamento ou de análise de rentabilidade e de riscos. São diversos os seus modelos, mas de forma geral todos respondem a cinco perguntas básicas: o que será feito, por que, como, qual o retorno e quais os riscos envolvidos.
O plano deve ter sempre como objetivo principal analisar a viabilidade do que se vai desenvolver, considerando fatores de diferenciação e a necessidade de recursos, além de propor um plano de ação para sua execução.Antigamente os planos eram documentos extensos que demoravam meses para serem desenvolvidos, porém, ao longo do tempo foram sendo reformulados tornando-se ferramentas mais funcionais, flexíveis e rápidas na sua formatação técnica e visual. Os planos muito detalhados ou técnicos tomam muito tempo para fazer e são cansativos para quem lê. É prudente evitar planos que parecem trabalhos de faculdade.Geralmente as empresas e os negócios começam com uma boa ideia, o que não é suficiente para o seu sucesso. É preciso saber se esta ideia é rentável, competitiva, sustentável, inovadora ou diferenciada e principalmente se é fruto da necessidade dos potenciais clientes. Às vezes gostamos da ideia, nos apaixonamos por ela e esquecemos de perguntar se o cliente alvo também gosta. O plano ajuda a transformar a ideia em realidade, nos auxiliando a entender os riscos e o potencial de rentabilidade.Um dos modelos de plano de negócios que costumo utilizar possui as seguintes partes: descrição do produto ou serviço, análise do cliente, análise da competição, plano comercial e de marketing, planejamento financeiro e rentabilidade, time de execução, planejamento operacional, plano de ação, recursos e acordos necessários, análise de riscos e cronograma.Cada empresa ou projeto pode, por suas particularidades, necessitar de uma ou mais análises, assim, não há porque usar modelos rígidos demais. Em essência, fazer um plano de negócios é uma forma bastante estruturada de nos convencermos e imaginarmos que estamos fazendo algo que realmente vale investirmos tempo e recursos. O seu processo de desenvolvimento é uma forma de evoluirmos nossas ideias, entendermos a real viabilidade do que queremos desenvolver e, mais do que isto, de criarmos uma boa argumentação para convencermos pessoas, empresas e investidores de que vale associar-se conosco.Criar uma equipe multidisciplinar para desenvolver o plano é uma forma positiva de abordar diversos tópicos com visões diferentes, o que pode ajudar o processo criativo e crítico, gerando provavelmente melhores e mais profundas visões sobre os dilemas, oportunidades ou riscos. Não tenha medo de pedir feedbacks para pessoas mais experientes ou que tenham competências complementares. Vale inclusive pedir ajuda para mentores ou mesmo para seus próprios investidores.Geralmente, o processo começa com pesquisa, busca de informações, entrevistas ou conversas com diversas pessoas, clientes futuros e participantes do mercado. Com a ideia inicial formulada, tente usar algum modelo de análise estratégica para criticar. Teste modelos alternativos e cenários diferentes. Muitas vezes pensamos tanto de uma forma só, que ficamos “míopes” e não conseguimos ver o negócio de forma sistêmica. É importante nesta fase imaginarmos como será o futuro desta ideia e como ela se tornará um negócio rentável e sustentável no longo prazo. Procure saber com clareza qual o seu modelo de negócio, os fatores de diferenciação, os seus objetivos de curto e de longo prazo e, principalmente, mostrar por que o negócio será um sucesso.Não adianta somente se autoanalisar. Analise criteriosamente o mercado e a competição. É necessário imaginar seus movimentos, planos e potencial de futuro. Grande parte do valor das companhias está atrelado ao seu potencial de crescimento que é função principalmente da capacidade de competitividade das companhias. Portanto, entender sua arena competitiva em detalhes deve ajudar no desenvolvimento do plano e, por consequência, do negócio.Com a determinação do posicionamento estratégico da companhia e de uma visão de mercado, pode-se desenvolver um plano de marketing que suporte as ações comerciais da companhia e possibilitem o seu desenvolvimento.Com relação ao planejamento operacional, é importante considerar como a empresa desenvolverá suas áreas de suprimento, produção e entrega de serviços. Não menos importante é o planejamento logístico e de sistemas.Diversos empreendedores têm dificuldades em planejar as finanças da companhia. Matemática não é o forte da maioria, mas não há necessidade de grandes exercícios financeiros. Procure projetar o fluxo de caixa futuro do negócio considerando as principais premissas de resultado e seus direcionadores de valor. Imagine como argumentar sobre sua projeção de vendas futuras e de resultado. Com isso, você obterá uma boa estimativa de sua necessidade de recursos financeiros e qual o retorno que espera obter com o negócio. Lembre-se: conservadorismo financeiro no Brasil é sempre prudente, especialmente associado a arrojo empresarial.Principalmente em negócios pouco maduros, o sucesso está diretamente relacionado à capacidade da empresa de inovar ou ser mais eficiente, além evidentemente da qualidade do time que executará o plano. Assim, procure cuidadosamente selecionar quais as pessoas que serão responsáveis pela execução do projeto ou do negócio. Determine claramente os seus papéis, incentivos e metas, certificando-se que estas pessoas são aptas e têm competências suficientes para realmente desenvolverem suas atividades.O plano de negócios não precisa ser algo complicado e nunca será completo o bastante. Ele tem que ser coerente, coeso e mostrar por que o negócio é bom, qual a sua rentabilidade, riscos, potencial de crescimento, como será executado e quanto de dinheiro é necessário para se desenvolver. Se for enviar para alguém, cuidado com a forma, estrutura, erros e linguagem. Aparência é importante na venda, porém, argumentação é mais importante ainda. Cuidado em revelar seus planos para potenciais concorrentes pois ideias podem ser copiadas. Peça para que a contraparte assine um contrato de confidencialidade.Os planos vão evoluindo ao longo do tempo e mudam à medida que o mercado se desenvolve ou que o plano vai sendo executado. É como se fosse um organismo vivo e em evolução. Assim, é necessário ajustar, mudar, rever ou evoluir. Tente imaginar o que pode dar errado e procure mitigantes. Não fuja dos pontos fracos e riscos, mesmo que não tenha uma solução imediata.Procure dar o máximo de coerência ao plano, buscando premissas reais de mercado e experiências efetivas ao invés somente de sentimentos e intuições, por mais que estes também sejam importantes. Use como premissas testes reais, fontes seguras, empresas comparáveis e experiências comprovadas.Um plano bem feito pode e deve ser utilizado como meta de desenvolvimento de negócios e companhias. Ajuda de forma realista a buscarmos recursos financeiros e a criarmos elos com parceiros. Quanto mais o plano for executado, maior o potencial de sua eficácia e, por consequência, melhor os investidores o verão, exigindo menos rentabilidade e participação societária nos aportes de capital.Fonte: Exame
Fundador da loja de brinquedos The Entertainer, o britânico Gary Grant tem mais de 110 filiais no Reino Unido e 4 no exterior
"Números são minha diversão", diz Gary Grant, fundador da loja de brinquedos The Entertainer. Grant nem precisa discorrer sobre sua paixão por números. Em uma hora dentro de sua empresa, nossa conversa é repleta deles: quantos xelins compõem uma libra, quantos anos ele tinha quando eventos importantes aconteceram em sua vida e as datas de fatos históricos. Quando não consegue se lembrar de um número, ele próprio se interrompe e volta ao assunto original até extraí-lo das profundezas de sua mente.Para uma pessoa que não gosta de matemática, todo o processo é exaustivo, mas trata-se de uma olhar apurado sobre como funciona a mente de Grant. Disléxico, ele não demonstrava interesse na escola, mas dizia que a matemática era "muito fácil". Após ter sido reprovado, ele foi estudar em uma escola para alunos repetentes da qual saiu aos 16 anos com uma única qualificação: nota máxima em matemática.Agora ele lê as tabelas e pode falar instantaneamente se algo está errado, faz somas sem usar calculadora e até hoje, apesar de ter um diretor financeiro, checa semanalmente o fluxo de caixa da empresa, assina cheques e aprova ou não as despesas.Sua devoção aos números acabou compensando. A Entertainer – batizada dessa forma na eventualidade de ele precisar mudar de setor e levar o nome consigo caso o negócio fracassasse – abriu sua primeira loja em 1981. Hoje, são mais de 110 lojas no Reino Unido e quatro no exterior. O LAIR (lucro antes do Imposto de Renda) foi de 7,8 milhões de libras no ano encerrado em janeiro, uma alta de quase um terço ante ao período anterior, com as vendas chegando a 130 milhões de libras.Grant anotava fluxo de caixa da empresa no verso de envelope marrom
Grant anotava fluxo de caixa da empresa no verso de envelope marrom
Foto: The Entertainer
ConversãoO sucesso da Entertainer ocorre apesar do gerenciamento atípico do seu negócio. Grant tornou-se cristão em 1991, uma década depois de abrir a primeira loja. Sua fé era tão forte que ele quase desistiu de tudo para se tornar um missionário, mas, em vez disso, decidiu tornar o negócio compatível com suas crenças.Uma das implicações práticas disso é que a loja nunca abre aos domingos, não vende armas de brinquedo ou produtos licenciados de marcas como Harry Potter e doa 10% dos lucros da companhia para caridade: "Só queremos estar confortáveis com o que estamos vendendo", diz ele.Antes de sua conversão, quando uma cliente muito religiosa lhe disse que ele estava "estimulando as crianças a brincar com a escuridão", e que se ele parasse de vender determinados produtos "Deus lhe devolveria em outras formas", Grant admite ter pensando que ela era "maluca". "Eu expliquei que comprava e vendia as coisas para obter lucro e esse era o segredo de todo e qualquer negócio".Agora, como ela, ele diz que o sucesso contínuo da empresa não causa surpresa, assinalando que a Bíblia diz: "Aqueles que me honram eu honrarei" (1 Samuel 2:30)Quando a companhia enfrentou seu pior momento, no auge da crise financeira de 2008, Grant chamou um vigário e convidou seus funcionários a rezar junto com ele. Ficou surpreso com quantas pessoas ─ cerca de 30 ─ apareceram. Eles se encontraram semanalmente por quatro meses – chegando inclusive a orar pela concorrente Woolworths, à época em maus lençóis, por sabedoria e pela saúde financeira. No final, a empresa – que em certo momento parecia que registraria um prejuízo de 1 milhão de libras ─ terminou 2008 sem estar pior do que começou.
"Não tivemos lucro, mas não perdemos nenhum dinheiro e sobrevivemos", resume Grant.
Sobreviver é uma palavra antiga no vocabulário de Grant, antes mesmo de fundar seu próprio negócio. Seus pais se divorciaram quando ele tinha apenas três anos e o dinheiro era escasso. "Se eu quisesse qualquer coisa, eu tinha de ir pra rua e batalhar por ela". Durante o período escolar, ele entregou jornais, coletou garrafas vazias de cerveja e trabalhou em uma leiteria, doceria e loja de bicicletas.
Origem
Quando saiu da escola, ele passou a trabalhar em uma loja de bicicletas em tempo integral, que se tornou o epicentro local durante o boom dos skates nos anos 70. Quando o mercado de skates implodiu, comprou o excedente para vendê-lo por conta própria. Passar o tempo todo usando o telefone da loja para conversar com clientes potenciais acabou resultando em sua demissão, mas lhe deu dinheiro suficiente para começar a montar a sua própria loja de bicicletas.
Em vez disso, um telefone de um amigo que era agente imobiliário ─ e que tinha uma loja de brinquedos em Amersham (ao noroeste de Londres) em seu portfólio ─ se provou fatídico. Gary e sua mulher, Catherine, compraram o estabelecimento apesar do pouco conhecimento no setor.
Parecia um movimento ambicioso para um homem de então 23 anos. Mas ele disse que a vida já lhe havia ensinado que se um trabalho acaba, outro aparece.
A cada semana, ele anotava as receitas e as despesas da loja no verso de um envelope marrom. "Era como eu administrava o fluxo de caixa", conta.
O 'divisor de águas' na história de sua empresa ocorreria em 1991, com a derrocada da rival Zodiac Toys. Com o concorrente fora do mercado, a Entertainer pôde abrir sua primeira loja em um shopping center ─ algo normalmente impossível para uma pequena varejista ─ e a partir daí teve início a expansão.
As lojas físicas ainda são a principal fonte de receita da empresa ─ correspondendo a 80% das vendas. O restante vem do comércio eletrônico. Trata-se de uma divisão que agrada a Grant e ele demonstra irritação quando lhe digo que as pessoas tendem a inevitavelmente ir às lojas para olhar os brinquedos e, feita a escolha, comprá-los na internet por causa do preço mais baixo.
"Se eu não valorizar o serviço ao cliente, a gama de produtos, o ambiente das lojas, o aconselhamento dos vendedores…então compre na Amazon porque eu não vou perder o meu tempo", diz ele. "Tudo é uma questão de equilíbrio. Oferecemos valor agregado e o valor não é só o preço".
O sucesso da companhia ─ o negócio é controlado integralmente por Grant, sua mulher e seus quatro filhos, dois dos quais trabalham na empresa junto com ele ─ lhe trouxe muita felicidade material, mas uma das conquistas das quais mais se orgulha é dar uma chance a certas pessoas.
Atualmente, muitos dos integrantes do Conselho de Administração (CA) da empresa entraram na empresa como jovens aprendizes. A Entertainer também contrata funcionários sem qualificação.
"Se não me tivessem dado oportunidades talvez hoje eu não teria um negócio desse tamanho. Quero que todos tenham oportunidade", diz ele.
A Pousada Pequena Tiradentes está fazendo 16 anos e cresce cada dia mais para agradar aos hóspedes
A cidade de Tiradentes, no interior de Minas Gerais, possui menos de sete mil habitantes, mas entrou para a rota de turismo quando começou a sediar eventos gastronômicos e edições da Mostra de Cinema. Foi com esse aumento do fluxo de turistas que Vanilce Barbosa, 55 anos, viu a oportunidade de montar a Pousada Pequena Tiradentes, em 2000.
Quando ainda era adolescente, a empreendedora fazia bijuterias para vender. “A minha história é a mesma de muitos tiradentinos. A nossa cidade vivia do artesanato e era uma tradição que os pais ensinassem seus filhos a fazer bijuterias”, conta. Como Tiradentes ainda não era uma cidade turística, a saída era vender esses produtos em grandes cidades, como São Paulo.
Ao se casar, Vanilce não tinha dinheiro para mobiliar sua casa com o marido da maneira que desejava. Montou, então, uma mesa na praça Largo das Forras para expor as suas peças e chamar a atenção dos turistas, que começaram a aparecer por lá. Além disso, trazia novidades de Belo Horizonte para revender em sua banca. Com o tempo, conseguiu fazer o negócio crescer a ponto de ter 15 funcionários ajudando na produção e venda dos produtos.
“A cidade era muito pequena. Não tínhamos estrutura para receber os turistas que chegavam. Tiradentes não tinha restaurante e nem lugar para essas pessoas se hospedarem”, explica Vanilce. Assim, muitos moradores da região começaram a oferecer suas próprias casas para que esses visitantes se sentissem bem recebidos. Vanilce não fez diferente. “Eu alugava os nossos quartos. As pessoas podiam dormir lá ou só usar o banheiro. Também fazia lanche para os turistas”, afirma.Quando algum turista a visitava, Vanilce aproveitava para mostrar toda a sua casa para eles. Foi assim que muitos de seus clientes entraram em contato com seu artesanato. Nessa época, a empreendedora já possuía uma loja física onde vendia suas bijuterias e até alguns móveis de fabricação própria, o Empório Vanilce. Em 1991, decidiu usar o fundo dessa loja para montar a Pousada do Largo. “Eram simplesmente alguns apartamentos para as pessoas dormirem”, explica.No entanto, Vanilce foi notando que os turistas começaram a ficar cada vez mais exigentes, principalmente depois do 3º Festival de Gastronomia de Tiradentes, em 1999. “Vi que era o momento certo para eu montar uma nova pousada, maior e com mais conforto para meus hóspedes”, diz. A Pousada Pequena Tiradentes começou ocupando uma área de 1.800 m² com um investimento de R$ 80 mil.Com a ajuda da amiga e arquiteta Beth Breder, Vanilce projetou uma pousada que recriasse, em menor escala, a própria cidade de Tiradentes. Depois de nove meses de obra, 15 dos 43 quartos planejados já estavam prontos e a Pousada Pequena Tiradentes foi inaugurada na véspera do Carnaval de 2000.“A Beth teve muitas ideias na hora da construção da pousada e eu sempre deixei ela seguir essas vontades. Tudo que ela queria fazer eu deixava”, conta Vanilce. Foi assim, com uma ideia da arquiteta - já falecida - que a empreendedora realizou uma estratégia de marketing que perdura até hoje. Cada quarto do lugar recebe o nome de uma grande mulher brasileira, como Cora Coralina e Chiquinha Gonzaga. “A ideia inicial era dar o nome dessas mulheres para, no dia do lançamento, chamarmos suas famílias para visitar a Pequena Tiradentes”, explica.
Segundo Vanilce, muitas famílias das homenageadas compareceram ao lançamento, mas, além disso, esses quartos ficaram marcados de alguma forma para os clientes. “Muitos hóspedes ligam aqui já pedindo para ficarem no quarto de uma homenageada em específico”, afirma.Com o aumento no número de hóspedes, a empreendedora viu a necessidade de aumentar o espaço da pousada. “Quanto mais você cobra dos hóspedes, mais eles ficam exigentes ”, diz. Atualmente, a Pousada Pequena Tiradentes ocupa um espaço de 20.000 m² e continua em um constante estado de crescimento. O último lote, de 3.600 m², custou cerca de R$ 400 mil.A Pousada Pequena Tiradentes - que recebe mais de 1560 hóspedes por mês e tem cerca de 100 funcionários - é também o lugar em que Vanilce vende suas bijuterias e móveis, que nunca parou de fabricar. Além disso, o espaço promove diversos eventos, como Destination Weddings, casamentos realizados em uma cidade diferente da dos noivos. Com tudo isso, o grupo conseguiu faturar, em 2015, mais de R$ 5 milhões. Para 2016, a expectativa de crescimento é de 12% sobre o faturamento do ano passado.Fonte: PEGN