DECATHLON QUER CEM LOJAS NO PAÍS EM DEZ ANOS

Varejista francesa de artigos esportivos registrou primeiro lucro no Brasil em 15 anos e agora planeja expansão

Decathlon de Joinville (SC): menor unidade da rede em área, mas exemplo para expansão (Foto: Divulgação)
Após 15 anos de operações no Brasil, a varejista francesa de artigos esportivos Decathlon finalmente teve lucro.O ano passado foi o primeiro que a companhia não encerrou no vermelho em sua história brasileira, e esse resultado positivo deu força ao projeto de expansão da rede, que pretende chegar a cem lojas em dez anos – hoje, são 21.No ano passado, a empresa registrou alta de 15% no faturamento no País, o terceiro melhor resultado no mundo, atrás de Rússia e China. O presidente da companhia no Brasil, Cedric Burel, credita o bom desempenho a duas estratégias: um programa de qualificação de funcionários e a manutenção de preços e margens mais baixos, o que atraiu os consumidores durante a crise.Para ganhar competitividade, a Decathlon tem um modelo de negócio de custos reduzidos, com lojas com acabamento simples e instaladas em locais menos valorizados, longe dos centros das cidades. Também para cortar custos, a companhia praticamente não investe em publicidade."Crescemos mais devagar por não investirmos em comunicação, mas nossa estratégia é conseguir clientes fiéis que façam propaganda boca a boca", afirma Burel.Sem pressa O ritmo de expansão da rede nos seus 15 anos no Brasil foi lento, com uma média de uma unidade por ano até 2014. Foi apenas nos últimos dois anos que a empresa acelerou e inaugurou sete lojas. "Precisávamos de escala para sermos lucrativos.Uma operação com dez lojas não se viabiliza. Hoje, está rentável", acrescenta o executivo.Burel admite que a companhia ficou praticamente parada entre 2008 e 2013 no País, mas frisa que, agora, o modelo foi reformulado - além da expansão, o novo projeto prevê a inclusão no portfólio de unidades menores em regiões não tão distantes do centro.Atualmente, a menor lojas da rede, em Joinville (SC), tem 2 mil metros quadrados de área. Com lojas menores, a empresa pretende atrair consumidores que precisam fazer compras rápidas, como um óculos da natação. Em locais afastados do centro, os pontos de venda costumam ser chamarizes apenas para o cliente que está disposto a de deslocar quilômetros, pois pretende adquirir um grande volume de mercadorias ou algo bastante específico.Competitividade Outra reformulação do modelo de negócios da Decathlon foi a ampliação de investimentos nos produtos de marca própria, que também garantem maior competitividade. Hoje, a empresa tem 22 marcas, como a Tribord, de mergulho e surfe. A ideia é segmentá-las mais e ter, por exemplo, uma linha para mergulho e outra para surf.A meta é chegar a 150 marcas.A empresa ainda reforçou a fabricação de mercadorias no Brasil e já produz localmente bicicletas, biquínis e pranchas de stand up paddle, entre outros itens, diminuindo a exposição ao dólar.No início de 2016, a Decathlon precisou repassar a alta do dólar ao preço de venda dos importados, que representam 70% do total de produtos que comercializa.Empecilhos Para o especialista em varejo Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, a meta da Decathlon de alcançar cem unidades no Brasil não será fácil de ser atingida. Serrentino diz que o País não tem um mercado tão extenso como o europeu, já que a prática esportiva não é acessível a todos."A Decathlon é como a Zara. É uma marca de massa na Europa, mas não terá o mesmo perfil no Brasil." O especialista destaca que a rede esportiva pode se beneficiar por trabalhar com marcas próprias, que resultam em preços inferiores, mas que o atual tamanho das lojas dificulta a operação.Caso consiga inserir em sua rede unidades menores, como pretende, a companhia poderá ter êxito, destaca Serrentino. "Mas tem de ter muita habilidade para selecionar os produtos que ficarão de fora dessas lojas pequenas. Esse é o mesmo caminho que a Tok Stok e que a Etna começaram a fazer."A Decathlon é um dos negócios da família francesa Mulliez, que detém também a Leroy-Merlin (de materiais de construção) e a rede de supermercados Auchan, a segunda maior da França e a 11.ª do mundo.Fonte: PEGN

"Tupy vai investir R$ 79,3 milhões em Joinville", diz Luiz Tarquínio

Em entrevista ao "AN", presidente da empresa revela também que serão contratados 150 trabalhadores neste ano

Loetz: "Tupy vai investir R$ 79,3 milhões em Joinville", diz Luiz Tarquínio Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação / Divulgação
A Tupy vai investir R$ 79,3 milhões na unidade de Joinville neste ano. Os recursos serão utilizados na melhoria da eficiência operacional, sustentabilidade e em áreas de segurança e de meio ambiente, principalmente. No total, a metalúrgica vai aplicar R$ 145 milhões no conjunto de suas operações, incluindo a unidade instalada no México.A empresa está com 150 vagas de trabalho abertas na fase de processo de recrutamento e seleção. Em balanço divulgado nesta semana, a empresa apurou queda de 5% na receita e prejuízo elevado por razões contábeis, mas os investidores já precificaram o resultado. Por isso, as ações subiram 1,3% na Bovespa desta quarta-feira, um dia depois de publicado o balanço de 2016, acompanhando o movimento do pregão.A seguir, os principais trechos da entrevista realizada com o presidente Luiz Tarquínio Sardinha Ferro. A partir dos dados do balanço de 2016, qual é a análise que o senhor faz do desempenho? Houve prejuízo de R$ 181 milhões? Luiz Tarquínio – De 2015 para 2016, em tonelagem, o mercado interno teve retração de 17%. No segmento automotivo, o recuo chegou a 19%. É algo muito pesado. O prejuízo apontado é efeito de ajustes contábeis de ativos tangíveis e intangíveis, inclusive no México.As receitas também caíram? Tarquínio –  Sim, as receitas caíram 5%. Eram R$ 3,4 bilhões em 2015 e recuaram 5%, para R$ 3,23 bilhões. No mercado nacional, a queda foi de 12,4% e, no exterior, pouco mais de 3%. No México, um cliente específico do segmento off-road (máquinas para a área de implementos agrícolas, para mineração e construção) não correspondeu ao esperado.Os negócios no México decepcionam? Tarquínio – Não, pelo contrário. Cientes do segmento de picapes leves, semileves e, até os maiores puxam o desempenho para cima.A empresa fará investimentos significativos neste ano? Tarquínio – Sim, olhamos para adiante. Estamos fazendo um investimento de R$ 145 milhões. Desse total, R$ 79,3 milhões serão aplicados na operação de Joinville.Vão ser criados novos empregos? Tarquínio – A Tupy está com 150 postos de trabalho abertos, na fase de recrutamento e seleção de pessoal. Só neste começo do ano, contratamos perto de cem trabalhadores Não foram casos de reposição, mas de acréscimo mesmo.A Tupy distribuiu aos acionistas R$ 207 milhões a título de juros sobre o capital próprio nos dois últimos anos. Eles estão satisfeitos? Tarquínio – Distribuímos R$ 107 milhões em 2015, e mais R$ 100 milhões no ano passado. E anuncio, aqui, que vamos distribuir mais R$ 200 milhões, em parcelas trimestrais, ao longo deste ano.O ano de 2016 foi um ano de contenção de despesas? Tarquínio – Pretendemos colher os frutos do que foi feito no ano passado, quando houve importante redução de custos operacionais, ampla revisão organizacional e renegociação de inúmeros contratos com fornecedores – em energia, plano de saúde, entre tantos.Como o senhor enxerga o futuro? Tarquínio –  As ações que tomamos miram justamente o longo prazo, conciliando, também, os interesses de curto prazo.A Tupy está mapeando lideranças novas? Tarquínio – Estamos desenhando o plano de sucessão de lideranças nas áreas de manufatura, com a formatura de 39 profissionais em curso de gestão de produção.Também se faz avaliação de lideranças no topo da hierarquia? Tarquínio – Contratamos uma consultoria que mapeou 60 profissionais executivos e fez avaliações de cada um deles. A consultoria recolheu informações sobre os pontos fortes, as suas fragilidades e os seus potenciais. Isso inclui também a presidência e os diretores da empresa. Trabalhamos para uma agenda positiva.Fonte: A Notícia

TERCEIRIZAÇÃO IRÁ AMPLIAR MERCADO PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS

Presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, comemorou votação da Câmara

 
Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae (Foto: Divulgação)
O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, comemorou a regulamentação da terceirização, aprovada na noite dessa quarta-feira (22) pela Câmara dos Deputados. Afif é defensor do modelo e acredita que a contratação de empresas terceirizadas é uma das saídas para a crise. “A terceirização é um fator de geração de emprego. É uma oportunidade para o surgimento de muitas atividades para novos empreendedores que hoje são trabalhadores. O operário vira empresário”.De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, 41% dos donos de pequenos negócios acreditam que poderão aumentar o faturamento com o fornecimento de serviços terceirizados. “A terceirização irá permitir que as empresas participem de cadeias produtivas como prestadoras de serviços especializados ou tenham contratos de trabalho que sejam adequados às modernas relações que a CLT não contempla e traz insegurança jurídica”, pontua Afif.
A pesquisa do Sebrae também apontou que apesar da terceirização ser uma possibilidade para aumentar o faturamento das empresas, menos da metade dos empreendedores pensam em terceirizar a sua própria mão de obra. O levantamento constatou que duas em cada três micro e pequenas empresas com empregados não têm interesse em terceirizar parte das suas atividades-fim. “Esse resultado reforça mais ainda a minha tese: a regulamentação da terceirização não deve ser confundida com a precarização da força de trabalho. Precarização é a falta de trabalho”, conclui o presidente do Sebrae.
Entre os pequenos negócios que veem oportunidades em oferecer serviços para as médias e grandes empresas estão os de reparação de veículos e de equipamentos, de promoção de eventos, os de serviços de transporte e hospedagem e os ligados à construção civil. As atividades ligadas à educação também são vistas como promissoras para oferecer serviços terceirizados.Fonte: PEGN

O que é a 4ª revolução industrial - e como os ROBÔS tomarão nossos empregos

 https://youtu.be/-CtPnQUYYyY 

Dono da Mormaii dá partes da empresa a funcionários

Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, transformou a Mormaii na maior marca de surfe do país, com vendas de meio bilhão de reais por ano. Agora, está dando partes do negócio a funcionários – E essa estratégia só o torna mais rico

O empresário, em Garopaba (SC):  uma fórmula para ganhar mais e trabalhar menos   (Foto: Caio Cezar)
Um helicóptero da marca italiana AgustaWestland pousa no gramado da fábrica da Mormaii, em Garopaba (SC), a maior marca de surfe do Brasil, cujos produtos devem vender R$ 600 milhões neste ano. Da nave, desembarcam quatro executivos do banco BTG Pactual.
Eles formam um conjunto de ternos bem cortados que avança até o escritório de Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, o fundador da empresa. Após os cumprimentos de praxe, revelam o motivo da visita: querem propor a venda da companhia, avaliada em quase R$ 1 bilhão, para um grupo internacional. Morongo bate a mão na mesa e sobe o tom: “Vocês sabem que estão me fazendo perder um tempo que eu poderia ter dedicado aos meus netos? Acham que eu quero esse dinheiro para quê? Olha, vocês vão me dar licença”. O empresário se levanta, mira a porta e grita para o filho: “Flavius, você pode atender estes caras?”. Budista, com jeitão de quem vive na praia, Flavius nem sequer trabalha na Mormaii. Naquele dia, estava por ali, meio por acaso – e de chinelos. Ainda assim, ele se senta à mesa, encara o grupo e abre um sorriso: “Do que a gente ia falar, mesmo?”.Existem jeitos e jeitos de lidar com negócios. E existe também o jeito do Morongo. (O apelido, aliás, vem da infância. Marco Aurélio trazia umas pintinhas no rosto, semelhantes às existentes no morango. Daí, a alcunha pegou.) O BTG, observe-se, não foi o único banco de investimento a ouvir uma resposta rude para uma oferta de venda. A lista de negativas inclui, entre outras, uma dada em Nova York para a turma do J.P.Morgan. Para todos os efeitos, Morongo não está interessado em vender a Mormaii. Ocorre que, paradoxalmente, ele não vê problema em doar partes da companhia para funcionários e para pessoas de sua confiança – e, em um futuro não muito distante, quem sabe abrir mão dela toda.Parece maluco, mas essa “generosidade” tem feito dele um homem mais rico. E não se trata de riqueza espiritual. É dinheiro, mesmo. Três anos atrás, por exemplo, ele doou a fábrica de roupas de neoprene, aquelas que os surfistas usam no inverno, coladas ao corpo. A confecção vendia R$ 10,5 milhões e dava prejuízo. Os processos estavam desorganizados. Uma primeira tentativa de doá-la a seis funcionários mixou. Morongo decidiu, então, ter uma conversa com Carlos Casagrande, de 38 anos, um galego de Criciúma, que detinha as licenças para fabricar protetores solares e aparelhos ortopédicos com a marca Mormaii.Surfista apaixonado desde os 10 anos, Casagrande tinha bons resultados com esses produtos. Por isso, no início de 2012, Morongo disparou: “Tu queres a fábrica?”, disse, em um notório gauchês (ele nasceu em Barra do Ribeiro). Surpreso, Casagrande respondeu que não teria dinheiro para comprá-la. “Eu não quero que tu pagues”, replicou Morongo. “Quero que organize aquilo, porque não estou conseguindo. Quero que a produção dobre, triplique, só isso.” Foi o que aconteceu. No fim de 2014, dois anos e meio após a mudança, o negócio vendia R$ 24,5 milhões e dava lucro. Somente nos últimos 12 meses, período difícil para quem vende o que quer que seja no Brasil, o faturamento saltou 22%. “Qual foi o ganho do Morongo? A Mormaii está vendendo muito mais roupas de borracha. Assim, ele lucra mais com os royalties da marca”, diz Casagrande. “E não precisa se preocupar com a produção, tem mais tempo para os netos.”
Ao lado, uma prancha com superfície de cortiça, que dispensa parafina: Morongo cria boa parte das inovações da empresa  (Foto: Caio Cezar)
Morongo confecciona as primeiras roupas de neoprene da marca, nos anos 70  (Foto: Arquivo Pessoal)
Um negócio de royalties Os royalties são o grande negócio atual da empresa. Em Garopaba, a única coisa que se fabrica são as roupas de borracha, sob a batuta de Casagrande – que combinou pagar somente o estoque de matéria-prima recebido na doação, e “conforme fosse possível”. Todos os outros 2,5 mil itens que levam o logotipo da Mormaii – de skates a guarda-sóis, de bolsas a capacetes – são produzidos por 46 fabricantes. Elas pagam, em média, 6,5% do valor das vendas para Morongo. Os artigos com os quais mais lucra são, pela ordem, chinelos (feitos por Grandene e Amazonas), relógios (Technos), óculos (JR-Adamver), bicicletas (Free Action) e roupas (Incobras). Seu maior ativo é a marca. E os contratos de licenciamento que ela atrai.Nem sempre foi assim. Até o fim dos anos 80, a Mormaii fabricava tudo que vendia. Eram macacões e camisas de neoprene, acessórios de surfe, roupas e outros produtos. A transformação começou quando a Mesbla quebrou e um de seus principais fornecedores, desamparado, chamou Morongo para uma parceria. O empresário cederia a marca e eles fariam as roupas. Desde então, ele entendeu as vantagens da fórmula do licenciamento. Com o tempo, passou adiante a fabricação de todos os itens, um por um, até ficar só com aquilo que havia sido a pedra fundamental da Mormaii: as roupas de neoprene.Na primeira vez em que viu o material (ou policloropreno, já que o nome neoprene é uma marca registrada da Dupont), Morongo era um adolescente hiponga e viajava de carona pela Patagônia argentina. Mergulhador, praticava o esporte na Península Valdés, famoso santuário de baleias, vestindo as grossas roupas impermeáveis da época, quando notou que a gola do traje era feita de um material mais fino e maleável.Anos mais tarde, ele se formou em medicina em Porto Alegre e decidiu se mudar para Garopaba, onde não havia médicos. O “doutor Morongo”, como era conhecido à época, diz que se estabeleceu ali como uma forma de ajudar um povoado carente. “Não havia água encanada, nem luz elétrica”, afirma. “Não existiam privadas, as pessoas defecavam na rua, muita gente morria de lombriga e verminoses.” Para se divertir, o médico tinha o mar. Mas havia um problemão: o frio tornava quase impossível os banhos durante o inverno. Foi aí que ele se lembrou daquela gola que conheceu na Argentina. Decidiu pegar uma Brasília (capenga, observe-se) e dirigir até Valdés, para comprar umas amostras do produto. O resto é história. Morongo começou a costurar roupas com o material, as pessoas fizeram pedidos, ele achou que ajudaria mais a cidade como empresário do que como médico e criou a marca, que já é vendida em 20 países.
“Tu queres a fábrica?”, ele perguntou ao amigo Carlos Casagrande. “Não precisa pagar. Só quero que a produção dobre, triplique.” Ele topou. Entre 2012 e 2014, as vendas quase triplicaram
Hoje, quem conhece Garopaba acha difícil acreditar nesse cenário de miséria descrito por ele. O município tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, que combina dados sobre expectativa de vida, educação e saúde) considerado alto, de 0,753, acima da média do país, de 0,744. As casas lembram subúrbios americanos, com jardins abertos, sem cercas e com acabamento de boa qualidade. Com menos de 20 mil habitantes, tem um clube de tênis moderno. No dia dos namorados, uma noite fria e chuvosa, não havia reservas disponíveis em nenhum dos vários bistrôs e restaurantes à beira-mar, com pratos a R$ 80 por pessoa e vinhos importados. “A Mormaii colocou Garopaba no mapa”, diz Fernando Ambrosio, secretário de Turismo do município. “Muitos grandes empresários moram aqui por causa da qualidade de vida, mas vão para São Paulo trabalhar durante a semana.”
O empresário, no Havaí: aos 66 anos, ele segue surfando  e em boa forma  (Foto: Arquivo Pessoal)
Dividir para multiplicar O turismo ligado ao surfe moldou o crescimento da cidade, sem grandes prédios e repleta de lojas e restaurantes identificados com esse estilo de vida. É seguro dizer que a Mormaii ajudou a forjar a face do município. Também não há risco em afirmar que Morongo é um desses empresários com faro aguçado para a inovação. Nos anos 70, época em que fazia as primeiras experiências com neoprene, essa indústria ainda engatinhava em outras partes do mundo. Na Califórnia, Jack O’Neill desenvolvia roupas parecidas para surfar nas águas geladas da região. Na França, Jacques Cousteau tentava adaptar o tecido para o mergulho. Na pequena e então miserável Garopaba, Morongo acompanhava ombro a ombro essa revolução. Ainda hoje, quase todas as inovações da marca são criadas internamente. Não raro, estão à frente da concorrência global.Morongo sugere boa parte das novidades. A garagem de sua casa é cheia de criações do empresário, como uma prancha com superfície de cortiça (na foto da página 105), que dispensa parafina. Seu carro, um Suzuki Mormaii (outra licença), tem no porta-malas um opcional insólito: um esguicho para ajudar o surfista a limpar o pé na hora de se vestir. “Foi a minha exigência para a montadora”, diz. Mas talvez sua inovação mais radical esteja no campo da gestão, na forma como está tocando – ou deixando de tocar – o negócio.Assim como abriu mão da fábrica, Morongo tem doado outras partes da empresa. O departamento de marketing, que produzia material publicitário para os produtos licenciados, foi desmembrado e resultou na criação da agência MXM, dada a dois funcionários antigos. A área que administra as franquias – a marca deve terminar o ano com 40 lojas – originou a A33, também entregue a um parceiro. O e-commerce foi cedido à funcionária que insistiu em sua criação. Até o setor de licenciamento, que gera os royalties sobre a marca, ele pensa em repartir no futuro. “Quem sabe dar uma parte para a prefeitura, ou alguma associação?”, afirma. “Acho uma boa ideia deixar algo para a comunidade.”
Tainah, filha do empresário, agora cria as estampas: os itens femininos subiram de 30% para 40% das vendas em dois anos (Foto: Caio Cezar)
Na onda dos números (Foto: Reprodução)
“Totalmente dispensável” A lógica por trás dessas doações é simples – e segue à risca o que foi descrito com a fábrica de roupas de neopreme. Cada vez que cedeu um pedaço da empresa, sempre para pessoas em cuja capacidade de gestão Morongo confiava, a área melhorou. A estratégia fez com que mais produtos Mormaii fossem vendidos, gerando mais royalties para ele. A venda total de peças subiu de R$ 520 milhões em 2013 para R$ 575 milhões em 2014. Ela deve chegar a R$ 600 milhões neste ano. Morongo hoje é proprietário de três helicópteros, casas em praias paradisíacas, um barco de 45 pés (que, no momento, viaja pelo Taiti) e está construindo um novo, de 70 pés. Não que seja gastador. Quinze anos atrás, ele ainda morava em uma casinha de costaneira, aquela beirada dos troncos de árvore que normalmente vira descarte na areia da praia. A configuração do quarto mudava de acordo com a direção do vento que batia, e as goteiras o obrigavam a trocar a posição da cama com frequência. Gerentes da Mormaii andavam em carros bacanas, enquanto ele dirigia um Fiat Elba. Foram esses mesmos funcionários que, enfim, pediram para que ele saísse daquele quase barraco. “Eles passavam vergonha quando vinha um japonês visitar a empresa”, diz Morongo.As extravagâncias materiais de hoje estão, basicamente, ligadas ao surfe, que, aos 66 anos, ele segue praticando em plena forma. Mas talvez a maior vantagem do “dividir para multiplicar” nem seja o dinheiro, e sim o tempo livre que o empresário passou a ter. “Agora, sou um bicão: dou palpites no marketing, no desenvolvimento de produtos”, afirma. “Mas sou totalmente dispensável. Fico dois meses fora surfando e ninguém sente falta.”É claro que esse desprendimento é um assunto que também interessa aos herdeiros. Dos três filhos de Morongo, apenas uma trabalha na empresa. Formada em moda, Tainah Juanuk entrou para o grupo dois anos atrás, para reformular as peças femininas. Na época, 30% das vendas eram feitas para mulheres, o que era considerado pouco. Ela criou estampas mais descoladas para as roupas de borracha das surfistas, além de novos cortes para ressaltar as silhuetas. Hoje, o público responde por 40% do faturamento.“Meu pai, com essa visão diferente, só tem feito a marca prosperar”, afirma Tainah. Ela diz que não se incomoda com as doações. Ao contrário: o desapego parece ser hereditário. “Esses dias, ele quis passar para mim e para o meu marido a participação que ainda tem na agência MXM”, diz a filha. “Não aceitamos. No fundo, é tudo nosso.” O marido, Sacha Juanuk, trabalha como gestor da MXM. Afirma ganhar menos do que os ex-funcionários que se tornaram donos. “Se a gente for entrar nessa de quem ganha mais, vamos inviabilizar a empresa”, diz Juanuk. O importante, ele afirma, é que a agência passou a dar lucro e viu o faturamento saltar em 40% após ser desmembrada da Mormaii. O mesmo se deu com a área de franquias, que tem planos agressivos de expansão nos próximos anos.Ainda que faça sentido, a estratégia costuma deixar confuso quem tem uma visão tradicional sobre negócios. “Um dia eu perguntei ao Morongo ‘por que eu?’”, diz Casagrande. “Ele falou que eu era bom em lidar com as pessoas e que as empresas nada mais são do que pessoas.” Mas levou pelo menos dois anos para Casagrande entender a filosofia, o “dividir para multiplicar” (ou “doar para multiplicar”). “Agora, sou um grande defensor dessa ideia”, afirma.Tudo isso pode sugerir que Morongo tem um jeito meio zen ou coisa do tipo, o que não é verdade. Ele é simpático, mas também tem a assertividade – quase uma agressividade – típica dos empresários, como verificou a turma do BTG (que não quis falar com a reportagem). Muitas vezes, responde a perguntas sobre números da empresa com um “sei lá, cara, eu não estou mais nessa, faz a conta e vê”. Apenas para, em seguida, sorrir e narrar uma história incrível sobre os primórdios do surfe no Havaí. “Se eu fosse só o ‘lado yin’, estaria até hoje vendendo tranqueira na praia. O ‘lado yang’ é importante”, diz. “A questão é achar o equilíbrio, o caminho do meio.”Morongo também tem uma tese sobre a Mormaii. Para ele, o poder da marca – que hoje é o verdadeiro negócio da empresa – não está no logotipo ou no marketing. Sua força está na própria história da companhia, na relevância que tem para a comunidade, na forma como o dia a dia é tocado no escritório. Essa visão, baseada no impacto do negócio na vida das pessoas, tem funcionado – e feito a empresa prosperar. Sacha, o genro, concorda com a filosofia, mas prefere ser mais específico ao identificar o motor da Mormaii. “A marca, no nosso caso, é o próprio Morongo.”
Na infância: a primeira turma de amigos surfistas (Foto: Arquivo Pessoal)
 

STARTUP FACILITA CONTRATAÇÃO DE PESSOAS EM PEQUENAS EMPRESAS

Proposta da Recruta Simples é diminuir o tempo perdido com a busca por novos funcionários

Vinicius Poit, fundador da Recruta Simples (Foto: Divulgação)
No início do negócio, é muito comum que os empreendedores assumam diversas tarefas ao mesmo tempo. Do administrativo ao comercial, chegando até a entrega de produtos, dificilmente algum processo fica sem a mão do dono. Essa situação é ainda mais rotineira dentro das micro e pequenas empresas, em que o número de funcionários costuma ser reduzido. Em alguns casos, esse acúmulo de funções pode ter como resultado procedimentos mal realizados e ineficientes.Uma das áreas mais afetadas é a de recursos humanos. Sobrecarregado, o empreendedor chega a levar um mês para finalizar uma contratação, o que pode afetar diretamente a produtividade do negócio. Foi para tentar resolver esse problema que Vinícius Poit - filho de Wilson Poit, fundador da Poit Energia e secretário de Desestatização e Parcerias da prefeitura de São Paulo - decidiu criar a Recruta Simples. A startup desenvolveu uma ferramenta que concentra o anúncio de empresas que procuram funcionários e cadastros de profissionais em busca de recolocação no mercado de trabalho.
A ideia surgiu em 2013, quando Poit estava trabalhando com reestruturação de pequenas e médias empresas para um projeto da Endeavor, maior organização de apoio ao empreendedorismo do mundo. Foi durante esse projeto que percebeu um problema comum a muitos empreendedores. “Eu vi como é difícil compor o quadro de funcionários de uma empresa. A missão já é difícil em grandes companhias, imagine em negócios que mal têm uma área de RH”, afirma.Vinicius trabalhou o conceito por três anos até achar o modelo ideal. No início de 2016, lançou a plataforma. “A primeira providência foi procurar possíveis clientes, conversar com os funcionários de Recursos Humanos e tentar encontrar um produto viável”, diz. Para isso, contou com a ajuda do CUBO, coworking do Itaú Unibanco, e da Redpoint eVentures, que deu algumas dicas para o empreendedor. “Aprendemos que o negócio poderia evoluir com o tempo. O importante era testar o modelo”, afirma. A partir dessa constatação, colocaram a plataforma no ar.A startup possibilita que empresas – micro e pequenas, principalmente – disponibilizem suas vagas na plataforma. Segundo Vinicius, o algoritmo desenvolvido por sua equipe cruza as informações das empresas e dos profissionais cadastrados, tornando o processo de contratação de um funcionário mais rápido e eficiente, se comparado aos tradicionais meios de divulgação da vaga. “Se mal feito, esse processo pode ser longo e trabalhoso para o RH”, diz Vinicius.EvoluçãoNo início, as vagas eram divulgadas manualmente pela equipe. “A gente pegava a vaga na mão e mandava para os sites. Foi uma loucura”, afirma Humberto Barros, sócio da Recruta Simples. Depois, a startup desenvolveu um algoritmo que permitia a divulgação para mais de 70 sites, de maneira automatizada. “Como cada negócio tem uma necessidade específica, eu usei a nossa inteligência para analisar o volume de candidaturas da maneira mais assertiva possível”, diz. Por exemplo, o algoritmo entrega às empresas contratantes quais candidatos moram na sua região. “Queremos facilitar ao máximo a vida de quem precisa contratar um funcionário e está com pressa.”O modelo que a Recruta Simples utiliza hoje é a de cobrança das empresas, com planos mensais de R$ 49,90. Seis meses depois de conseguir o primeiro cliente, a empresa já entregou mais de 200 mil currículos para mais de mil empresas. Em fevereiro de 2017, a startup foi selecionada para fazer parte do coworking do CUBO. “Estamos felizes com a oportunidade de fazer networking com outros empreendedores e apresentar o nosso negócio para potenciais clientes”, diz Vinicius.
Fonte: PEGN

Governo anuncia R$ 8,2 bilhões de crédito para pequenas e microempresas

Crédito estará disponível a partir de março; programa também prevê R$ 200 milhões em investimentos para a desburocratização de sistemas informatizados.

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O governo federal anunciou nesta quarta-feira (18) a liberação de R$ 8,2 bilhões em financiamentos para pequenas e microempresas para os próximos dois anos a partir de março. O dinheiro estará disponível em empréstimos do Banco do Brasil e do BNDES.

O programa, chamado de "Empreender Mais Simples: Menos Burocracia, Mais Crédito", também prevê o investimento de R$ 200 milhões na melhoria de dez sistemas informatizados para auxiliar na desburocratização e gestão de empresas. Os primeiros módulos modernizados serão lançados em fevereiro, segundo o Sebrae, um dos responsáveis pelo programa.

As medidas são promovidas pelo Sebrae e Banco do Brasil, além do próprio governo federal. Elas visam reduzir a burocracia enfrentada por empreendedores e orientá-los na busca de verbas para expandir o negócio.

Dos R$ 8,2 bilhões disponibilizados, em torno de R$ 7 bilhões sairão do BNDES, numa modalidade em que as pequenas e microempresas poderão ter um prazo de pagamento de até 60 meses, carência de até 12 meses e encargos totais a partir de 1,63% ao mês.

O R$ 1,2 bilhão restante sairá de uma linha de empréstimo do Banco do Brasil, que conta com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Por meio dessa última modalidade de empréstimo, o interessado poderá realizar o financiamento com contratação simplificada, prazo de até 48 meses para o pagamento, isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxas de juros a partir de 1,56% ao mês. A carência será de até 12 meses para a quitação da primeira parcela do valor principal.

Em contrapartida, o empreendedor deve garantir os empregos gerados e a renda até um ano após depois da contratação do crédito. Se o negócio contar com mais de dez empregados, o dono terá de contratar um jovem aprendiz em até seis meses após o empréstimo.

Em fevereiro, nove cidades terão agentes especializados do Sebrae para prestar consultorias às empresas que buscarem os empréstimos: Campinas, Ribeirão Preto, Vitória, Manaus, Cuiabá, Sinop, Natal, Mossoró e Curitiba. Depois, a partir de março, a expectativa é que o convênio esteja operando plenamente, com 500 agentes em todo o país.

Modernização de sistemas

Um dos sistemas a serem modernizados, informou o presidente do Sebrae, Afif Domingis, é o e-Social. Os empreendedores poderão usar a ferramentar para atualizar de uma só vez as obrigações trabalhistas e previdenciárias.

Com a mudança, 13 obrigações acessórias serão descartadas e o comerciante poderá incluir o recolhimento das contribuições ao INSS dos empregados e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na guia do Simples Nacional.

Confira todos os sistemas que serão modernizados, segundo o Sebrae:

- Implantação do sistema Redesimples - Documentos fiscais eletrônicos das micro e pequenas empresas - e-Social - Processo de restituição automatizada do Simples Nacional - Pedido eletrônico de isenção de IPI e IOF - Pedido simplificado de restituição e compensação - Repositório nacional de dados do Simples Nacional - Aprimoramento do Portal do Empreendedor e Conta Corrente (fiscal) do MEI - Sistema de pagamento do Simples Nacional por modalidades eletrônicas - Sistema de parcelamento do Simples Nacional

Micro e pequenas empresas no Brasil

De acordo com dados do Sebrae, as pequenas e microempresas somam 11,5 milhões de negócios no país, o que representa 98,5% de todas as empresas brasileiras. Ao todo, elas são responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 41% da massa salarial. Ao todo, metade dos pequenos negócios estão na região Sudeste.

Segundo o Sebrae, apesar do crescimento de pequenas e microempresas no país, 83% dos donos desses empreendimentos não procuraram crédito no ano passado. Já 19% dos que procuraram um banco para um empréstimo em algum momento tiveram o pedido negado. Estudo da entidade também indica que a inadimplência aumentou de 3,4% em 2012 para 8% em 2016.

Fonte: G1


VAGAS DE EMPREGO PARA PESSOAS COM MAIS DE 50 ANOS

Mórris Litvak se inspirou em sua avó, que trabalhou até os 80 anos de idade, para criar a Maturi Jobs

Mórris Litvak, fundador da Maturi Jobs, plataforma de emprego para pessoas mais velhas (Foto: Divulgação)
Brasil vive um momento difícil para certa faixa da população. Com a crise, muitas pessoas na faixa dos 50 e 60 anos perderam seus empregos e agora se encontram em uma situação muito delicada: não conseguem se recolocar no mercado e ainda não podem se aposentar.Foi pensando nisso que o empreendedor Mórris Litvak teve a ideia de lançar uma plataforma de empregos para pessoas mais velhas, conectando empresas interessadas neste tipo de mão de obra a quem não quer – e nem pode – parar de trabalhar.A ideia de tirar a Maturi Jobs do papel surgiu por um motivo pessoal: Mórris viu sua avó ser obrigada a se retirar do mercado de trabalho aos 80 anos após um acidente. “Ela adoeceu rapidamente depois que teve que parar de trabalhar. Eu vivi tudo isso de muito perto e ela se tornou minha grande inspiração”, diz o empreendedor.Além de Dona Keila, outra motivação de Mórris foi sua experiência como voluntário em uma casa de repouso. “Vi que muitas pessoas param cedo de exercer atividades importantes. Comecei a pensar em algo que pudesse mudar isso”, afirma.O desenvolvimento da plataforma calhou ainda mais quando a crise econômica no Brasil começou a desempregar parte da população mais velha no Brasil. “Com o aumento das demissões e a reforma da Previdência em pauta, era necessário tirar o projeto do papel.”
Maturi Jobs conecta empresas interessadas a funcionários mais velhos (Foto: Divulgação)
A Maturi Jobs, que entrou no ar no início de 2016, permite que empresas publiquem vagas específicas para o público mais velho, com mais de 50 anos. A partir daí, os usuários da plataforma podem se candidatar às vagas de maneira gratuita. Os processos são realizados pelas contratantes.Para o empreendedor, a empresa que contrata funcionários mais experientes pode ganhar de diversas maneiras. “É um público que vai crescer como consumidor e, se quer vender para eles, precisa ter dentro da casa. Outro ponto positivo é que as pessoas mais velhas costumam ser mais fiéis ao negócio”, diz.A Maturi Jobs hoje funciona com um modelo que cobra das companhias e não dos candidatos. “O que está sendo um desafio neste período de crise. Estamos trabalhando e pensando em novos modelos”, diz o fundador da startup.Em um ano, a plataforma já publicou vagas de 300 empresas para mais de dez mil pessoas cadastradas. A maioria delas está relacionada aos setores de vendas, atendimento ao cliente e funções administrativas. Mórris estima que ao menos 100 pessoas foram recolocadas no mercado de trabalho por conta da Maturi Jobs. A startup faturou R$ 7 mil em fevereiro.Fonte: PEGN

Na contramão da crise, pequenos negócios esperam resultados positivos em 2017

Mesmo com as quedas nas finanças registradas em 2016, micro e pequenas empresas mineiras estão com expectativas favoráveis para este ano

 No ano passado, os empresários das micro e pequenas empresas mineiras sentiram no bolso os reflexos da crise. Mais da metade dos pequenos negócios registraram queda no faturamento e, consequentemente, na margem de lucro. Apesar da desconfiança, em 2017, grande parte dos empresários estão otimistas e preveem estabilidade no quadro de funcionários e na manutenção dos preços dos produtos e serviços. Isso é o que aponta a pesquisa “Avalição de 2016 e perspectivas de 2017 das MPE mineiras”, realizada pelo Sebrae Minas com 1.814 empresários de todo o estado nos setores de comércio, serviços e indústria.
De acordo com o estudo, a expectativa de 68,7% dos entrevistados é que permaneça o número de empregos nas empresas. Essa estabilidade também está prevista nos preços médios dos produtos e serviços oferecidos pelos negócios (59,5% dos entrevistados). Já em relação aos custos, 68,6% acredita que haverá um aumento em relação a 2016.“O otimismo dos empresários das micro e pequenas empresas esboça uma possível retomada do crescimento. Temos que olhar com atenção essas expectativas, pois os pequenos negócios têm papel fundamental na economia do país. Em Minas Gerais, eles são responsáveis por 59% da força de trabalho e representam 48% dos salários pagos no estado, o que equivale a cerca de R$ 2,6 bilhões na economia”, justifica o Superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.O otimismo dos entrevistados foi verificado principalmente em relação ao crescimento do faturamento (66,6%). Os empresários do setor de serviços são os que mais confiam em um melhor resultado para este ano.Assim, mais da metade dos pequenos negócios ainda esperam resultados positivos em relação à margem de lucro (53,5%), à ampliação da carteira de clientes (69,1%) e ao aumento das vendas (66,7%).Além disso, acredita-se na expansão dos investimentos previsto para os próximos três anos (50%). Do total dos que pensam em investir, a maior parte destinaria recurso para a ampliação e reformas (51,8%) e para aquisição de máquinas e equipamentos (36,7%).Porém, quando questionados sobre as expectativas em relação à permanência da empresa no mercado, 48,3% dos empresários afirmaram estar receosos, inseguros ou muito inseguros. Os principais motivos para essa desconfiança estão atrelados à instabilidade econômica do país (57,4%) e à queda brusca do volume de vendas (12,9%).“Para quase a metade dos entrevistados, uma das maiores preocupações é com a conjuntura econômica deste ano, inclusive com a instabilidade financeira, as baixas expectativas em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e, principalmente, com a elevação da carga tributária – impostos que pesam bastante no fechamento das contas das micro e pequenas empresas”, complementa Rocha.BalançoAs micro e pequenas empresas mineiras sofrem os efeitos da crise de 2016. De acordo com a pesquisa, houve queda no faturamento (apontado por 54,6% dos entrevistados), na margem de lucro (54,6%), nas vendas (57,7%) e no quadro de funcionários (30,4%). Além disso, verificou-se aumento dos custos (68,2%) e do endividamento dos pequenos negócios (23,9%). “2016 foi um ano no qual as micro e pequenas empresas sentiram o aprofundamento da recessão econômica, a retração da produção e dos investimentos, além do aumento das taxas de desemprego”, justifica o Superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.O balanço aponta que a indústria foi o setor mais impactado no ano passado. O estudo mostrou ainda que o segmento teve queda no número de clientes (60,5%), retração da margem de lucro (63,4%), diminuição das vendas (60,5%), redução no quadro de funcionários (35,8%) e aumento dos custos (72%).PerfilPor meio da pesquisa “Avalição de 2016 e perspectivas de 2017 das MPE mineiras”, também foi possível montar o perfil das micro e pequenas empresas mineiras. De acordo com o estudo, a maior parte delas são comandadas por homens (59,7%), brancos (42%), com idade entre 31 e 40 anos (29,9%), chefes de família (71,2% casados e 74,1% têm filhos) e com Ensino Médio completo (37,1%).A pesquisa demonstrou que 60,8% das empresas foram fundadas por sócios e 45,3% são do setor de comércio. Do total de empresas, 25,2% vendem para o governo (municipal, estadual ou federal), 21,8% para outros estados, 18,3% pela internet (site, Facebook, Instagram) e 2,2% exportam.Fonte: Empreendedor

BNDES lança aplicativo para micro, pequenas e médias empresas

A ferramenta pretende desburocratizar o acesso a informações

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou um aplicativo móvel para o segmento de micro, pequenos e médios empresários. O app BNDES MPME será lançado oficialmente na Feira do Empreendedor 2017, que começa dia 18 em São Paulo, mas já está disponível para download para smartphones e tablets nos sistemas Android e iOS.
Segundo o chefe do Departamento de Relacionamento Institucional do banco, Carlos Alberto Vianna Costa, “o aplicativo navega internamente nos sistemas operacionais da instituição e permite às MPMEs que já são clientes do BNDES pesquisarem o status de suas demandas de crédito junto ao banco.”A ferramenta, segundo o coordenador do Departamento de Sistemas da Área de Tecnologia da Informação do BNDES, Rodrigo Gama, vai desburocratizar o acesso a essas informações. “[O aplicativo] permite que você, com um simples toque na tela do seu celular, atualize ou veja o andamento de todas as operações que escolheu, colocou entre seus favoritos. Essa é a principal coisa que o aplicativo traz de novo.”O app também atende aos bancos repassadores de recursos do BNDES e aos fornecedores de máquinas e equipamentos.Ampliação  A expectativa é que o novo aplicativo contribua para ampliar a participação do segmento de micro e pequenas nos desembolsos do BNDES. Além dessa ferramenta, o banco tem investido em outras ações com esse objetivo, entre elas a criação de um portal de acesso exclusivo às linhas de crédito do banco, que deve ser lançado em junho.“Por meio desse portal, a gente pode oferecer as linhas aos agentes financeiros, permitir o fomento ao ambiente de negócios e ampliar o acesso desse público às linhas do BNDES”, disse Vianna Costa.A participação das micro, pequenas e médias empresas nos desembolsos do BNDES no ano passado atingiu R$ 27,2 bilhões, cerca de 30% do total liberado pelo banco.Fonte: Empreendedor

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