Modelo é um dos investimentos mais seguros para novos empreendedores
Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou dados que mostram o crescimento no setor de franquias em 2016. Apesar de ter sido o pior ano para o setor, ainda houve um crescimento de 8% no faturamento e alta de 3,1% no número de unidades franqueadas, alcançando a marca de 142 mil pontos de vendas no Brasil.
Uma parte desse resultado é justificada pelo cenário econômico em que o país vive e o grande número de demissões, já que muitos dos novos empreendedores ainda estão inseguros e procuram algo estável para investir a rescisão. Além disso, os resultados mostram que as pessoas procuram as redes que já estão consolidadas no mercado.O Guia de Franquias, site especializado no setor, prevê que o cenário para futuros empresários será favorável e a taxa de crescimento será maior neste ano. Apesar de a crise econômica ter influenciado no crescimento das franquias em 2016, o país já superou os piores momentos da recessão.Para Thiago Alves de Lima, responsável pelo processo de expansão de franquias do Kumon. “o rendimento que o fundo de garantia proporciona é bem baixo em relação ao retorno de investimento de uma franquia do Kumon. Somos procurados com frequência por investidores que querem aplicar o valor recebido pelo FGTS em uma franquia do Kumon”. Para 2017, a previsão é aumentar o número de franquias abertas em relação ao último ano.Por conta da segurança que a franquia inspira aos novos investidores, espera-se que o setor seja um dos maiores beneficiados neste ano e, por isso, é importante estar atento às tendências de mercado. Segundo o Guia de Franquias, os modelos que necessitam de um investimento menor serão os que mais crescerão.Fonte: Empreendedor
O Burger King foi vendido em 2010 por US$ 3,3 bilhões, gerando mais de US$ 1 bilhão em lucro e quintuplicando os ganhos dos investidores Bain Capital, TPG e Goldman Sachs, que estavam saindo do negócio. A operação despertou a preocupação dos analistas, que ficaram se perguntando como os novos compradores recuperariam o investimento.Pouco mais de seis anos depois, os novos donos do BK ganharam mais de US$ 14 bilhões, um dos maiores retornos da história. Fato que revela uma dramática mudança pós-crise no poder de Wall Street.A maior parte da história vem da empresa brasileira de private equity 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que pagou apenas US$ 1,56 bilhão em dinheiro para controlar o Burger King e financiou o restante do valor. Os ganhos da companhia, antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), menos as despesas de capital, cresceram quase 60% no primeiro ano sob o controle da 3G, o que permitiu que a companhia pagasse a seus novos donos um dividendo especial de US$ 393,4 milhões.Em 2012, a 3G Capital vendeu 29% do controle da rede de lanchonetes para o fundo Justice Holdings, do investidor americano Bill Ackman, da empresa Pershing Square, do ex-CEO da Jarden, Martin Franklin, e do bilionário Nicolas Berggruen, por US$ 1,4 bilhão.Dois anos depois, a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, surgiu em cena quando o Burger King comprou a cadeia canadense de restaurantes Tim Hortons por US$ 11 bilhões. A Berkshire forneceu US$ 3 bilhões em financiamento de ações preferenciais e 8,4 bilhões de ações foram oferecidas por US$ 0,01 cada. Após o acordo, o Burger King foi rebatizado de Restaurant Brands International e as ações continuaram a subir.Na última terça-feira (21/02), a Restaurant Brands fechou um acordo para comprar as ações da rede de frango frito Popeye’s Louisiana Kitchen por US$ 1,8 bilhão, o que provocou uma alta recorde nas ações de 7%.Apesar de a 3G Capital ter recuperado o capital investido em dois anos, ela ainda possui cerca de 218 milhões de ações da Restaurant Brands, que valem cerca de US$ 12,5 bilhões em valores atuais. A Pershing Square quase quadruplicou seu investimento inicial, graças à compra de 1 milhão de ações em 2016. Sua participação na Restaurant Brands agora vale US$ 2,5 bilhões se incluirmos as ações pessoais de Ackman, avaliadas em US$ 220 milhões. Buffett fez um bom acordo em seu investimento preferencial de US$ 3 bilhões, já que vem recebendo, por ano, US$ 210 milhões em dividendos. Ao adicionar ao fluxo de caixa às warrants da Berkshire, a Restaurant Brands registrou um ganho aleatório de cerca de US$ 1 bilhão.Isto é uma imensa quantidade de dinheiro para um investimento que parecia não ter futuro em 2010. O que a 3G Capital, a Pershing Square e a Berkshire Hathaway dizem aos investidores sobre o novo cenário de Wall Street? Proprietários de longo prazo estão prosperando no cenário atual à medida em que ocupam posições em vários setores e passam a atuar como consolidadores.A 3G Capital pode ser, atualmente, a empresa de investimento privado mais lucrativa da história devido a suas posições nas empresas Restaurant Brands, Kraft Heinz e Anheuser-Busch. Empresas norte-americanas com uma visão similar, como a Charter Communications e a IAC Interactive, também estão em ascensão.A Charter está se tornando rapidamente uma das empresas de hedge mais lucrativas da história, permitindo que alguns fundos recuperem as perdas de suas apostas na empresa farmacêutica Valeant Pharmaceuticals. Fora dos Estados Unidos, uma série de companhias como Reckitt-Benckiser, Coty, Steinhoff International e Exor se tornarão aquisições com grande potencial no mercado norte-americano ao utilizar estratégias muito similares às da Berkshire ou da 3G Capital.Esse sucesso chega em uma hora em que as carteiras das tradicionais empresas de private equity parecem rasas. A maioria das empresas permaneceu fora de cena ou focou em acordos menores após as duras lições aprendidas com o boom do LBO – leveraged buyout, transação na qual se adquire o controle acionário de empresa e uma parcela significativa do pagamento é financiado através de dívida – dos anos 2000.O mesmo aconteceu com a Domino’s Pizza, que mais do que triplicou desde que a Bain Capital vendeu sua última ação. As empresas de private equity, em sua maioria, deixaram para trás os grandes ganhos da era do LBO, como Dollar General, LyondellBasell, NXP Semiconductors, Alliance Boots e Hilton Worldwide (a Blackstone ainda possui 21%). Achar novas empresas que possam substituir estes grupos é um grande desafio.As empresas de private equity invadiram América corporativa, usando influência e maior eficiência para controlar algumas das mais reconhecidas companhias dos EUA. Agora, com a ascensão de empresas de longo prazo como a 3G Capital, as jogadas envolvendo investimento multi-bilionários estão acontecendo no mercado de ações.Fonte: MSN
A crise econômica possibilitou a negociação de aluguel e luvas com os proprietários dos imóveis
Acrise econômica trouxe ao menos um benefício para os empreendedores: a possibilidade de negociar os custos de ocupação com o dono do imóvel. No entanto, é preciso saber como e com quem dá para pleitear valores melhores. Uma parte dos proprietários de fato tem sido mais flexível. São donos de imóveis ou administradoras de shoppings que sentiram a crise e viram seus inquilinos fechar as portas. Essas pessoas estão mais abertas a negociar os valores para não deixar o ponto parado.Por outro lado, há também os proprietários de locais que não sofreram tanto ou que preferem manter os preços altos, mesmo que os imóveis fiquem vagos. É preciso analisar os imóveis e as regiões para entender em que medida será possível negociar um desconto. Se houver essa abertura, fique atento nos tópicos a seguir.Pontos de rua
Os empreendedores que buscam pontos comerciais na rua podem economizar no aluguel, no valor do ponto em si e na carência de pagamento. “O desconto pode ser proporcional à reforma que a empresa irá fazer no local, ou seja, quanto o empreendedor irá agregar ao patrimônio. Por exemplo, uma melhoria na vitrine”, diz Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.Polos comerciais
Caso tenha interesse em montar uma loja em ruas especializadas, como aquelas que reúnem as lojas de móveis ou de vestidos de noiva, fique de olho no número de estabelecimentos fechados. “Se a quantidade de lojas diminui, a frequência e o fluxo de pessoas caem também. A chance de retorno é menor nessas situações”, afirma Ana Paula.Pontos de shopping
Os aspectos a serem negociados com o shopping são as luvas (que podem ser abatidas) e o aluguel. Este pode ser reduzido ao seu valor mínimo por um tempo, e o aluguel variável (proporcional às vendas da loja) passa a ser cobrado depois de um número de meses. Quando for conversar com a administradora, leve informações para fundamentar o pedido de desconto, como um plano de negócios e uma projeção de vendas. “Passou a época em que a relação entre shopping e lojista não era transparente. O shopping pode ceder, mas vai exigir o retorno do aluguel que você deixou de pagar no começo”, diz Ana Paula.Foco no seu caso
Não é porque o dono da loja vizinha conseguiu um valor melhor que você também o conquistará. “Shopping não dá desconto de aluguel para todo mundo. Alguns segmentos foram mais afetados pela crise, mas muita gente está vendendo bem”, diz Marcos Hirai, sócio-diretor da consultoria GS&BGH. “O desconto será feito caso a caso, em razão da situação do lojista. A administradora do shopping sabe quem está mais afetado”, afirma ele.Shoppings novos vs. consolidados
Segundo Hirai, os shopping com mais de quatro anos de atividade, tidos como consolidados, têm vacância mais baixa. “Nesses locais, os valores de entrada ainda são altos”, diz ele. Já nos novos há mais espaços desocupados. “Esses shoppings foram lançados quando o consumo já estava arrefecendo. Pode ser um momento de grandes oportunidades para os lojistas entrantes”, afirma Hirai.Cuidado com as vendas
Antes de fechar com um ponto em um shopping com vacância alta e desconto bom, faça uma análise crítica. “Não caia na tentação de montar negócio em um lugar que não vá gerar renda”, diz Ana Paula. “Precisa ser um bom ponto no médio prazo. Se a região não está bem e não tem previsão de melhorar, evite”, afirma ela.Peça ajuda ao franqueador
Os franqueados devem receber apoio e orientação na escolha do ponto. O franqueador pode até tomar a frente da negociação com o dono do imóvel ou a administradora do shopping. “Ele tem um conjunto de lojas para negociar e consegue melhores condições”, diz Hirai.Fonte: PEGN
Pequeno empreendedor desiste da advocacia para criar a maior rede de lojas do ramo no país
Considerada a maior casa de mate do Brasil, a marca Rei do Mate foi criada por Kalil Nasraui em 1978, mas foi Antônio Carlos, seu filho, quem transformou o empreendimento em uma rede de sucesso. Tudo começou com uma pequena loja de 20 metros quadrados no centro de São Paulo, e com poucas opções no cardápio. Na época, Antônio Carlos mantinha o ritual de sair da escola, pegar o ônibus e ficar com a barriga no balcão ajudando o pai.
Apesar de gostar de trabalhar com comércio, seu pai não queria que ele seguisse essa área. Então ele decidiu fazer faculdade de Direito na FMU e Economia na PUC-SP. “Foi a única briga que eu tive com meu pai. Ele queria que eu abrisse um escritório de advocacia, e advertiu que se eu fosse para a área do comércio iria enfrentar dificuldades”, conta Antônio.Uma das monografias da faculdade de Economia era sobre franchising, que ainda engatinhava no Brasil, e após o pai permitir que o filho entrasse no negócio em 1991, inaugurou a primeira franquia, em 1992. Depois de repaginar a marca e criar mais opções no cardápio, como salgados, a rede se tornou um sucesso e referência no mercado. Hoje conta com mais de 300 lojas por todo o país. “Vi que essa pequena loja tinha potencial para crescer e decidi arriscar e o resultado foi um sucesso e não me arrependo de abrir mão de seguir carreira em outras áreas”, diz.A principal casa de mate do país começou oferecendo um cardápio de bebidas preparadas à base de sua receita de chá própria, que podia ser apreciada pura, com leite, limão, caju ou maracujá. O ponto foi um importante ganho, conta Antônio. Localizada inicialmente próximo a um dos cruzamentos mais famosos do mundo, a esquina paulista das avenidas Ipiranga e São João, o primeiro endereço da rede, apesar de pequeno, começou a registrar um enorme sucesso entre os consumidores, acabou se tornando um ponto tradicional do Centro paulistano, na década de 1980.Por mais de uma década, a empresa manteve apenas lojas próprias, sete no total, todas instaladas na cidade de São Paulo, fato que contribuiu para a mudança do hábito de consumo de chá dos paulistanos. Com Antônio no comando, em 1991, com a entrada da segunda geração da família, o modelo de negócios passou uma reestruturação que resultou em seu ingresso no mercado de franquias e daí para frente iniciou-se uma nova fase de evolução. Acompanhando a ampliação de seus mercados de atuação, a rede resolveu incorporar a seu cardápio café e pão de queijo, além de desenvolver novos produtos e combinações de bebidas preparadas à base de seu carro-chefe que, hoje, já chegam a mais de 100.Sempre partindo do preceito de que os sucessos de uma rede e seu crescimento têm que ser suportados por um modelo de negócios consistente e com diferenciais competitivos, a Rei do Mate, através do acompanhamento de Antônio, consagrou-se como referência no mercado de franquias brasileiras. Em 2015, registrou um faturamento de cerca de R$ 230 milhões e, apostando no trio criatividade, planejamento e investimento, criou diferenciais que, além de garantirem bons resultados no processo de expansão, foram capazes de superar as adversidades existentes no meio empresarial, firmando ainda mais a consolidação da marca.Com previsão de faturar R$ 250 milhões, em 2016, mesmo em meio à crise, a empresa viu na fidelização de seus clientes um meio de conquistar seus objetivos. Foram inúmeras ações e campanhas ligadas à área, que vêm se intensificando nos últimos anos. Entre as atividades desenvolvidas neste âmbito, Antônio costuma destacar a adoção do sistema Uau-fi, um programa personalizado, interativo e diferenciado de internet sem fio que permite identificar as preferências do cliente e, assim, aprimorar o atendimento, e a promoção Você de Rei na Universal.Essa promoção foi viabilizada graças a uma parceria com a Universal Orlando Resort, além de uma série de ativações que vão desde participação e patrocínio em diversas produções do cinema nacional, passando por campanhas estreladas por badalados nomes do showbiz brasileiro e parcerias com importantes personalidades mundialmente conhecidas.Graças aos excelentes resultados obtidos e os diferenciais oferecidos a seus franqueados, este ano, a rede conquistou pela 17ª vez consecutiva o Selo de Excelência em Franchising consecutivo. Além disso, já conquistou por três vezes o Prêmio As Melhores do Brasil, na Categoria Cafeteria e Confeitaria, pela revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios (2010, 2013, 2014).Atualmente, a Rei do Mate é a maior rede de casas de mate e a segunda maior rede de cafeterias do Brasil. Além disso, ocupa a 10ª posição no ranking de redes de alimentação do país, em número de unidades. No total são mais de 330 lojas, instaladas em 87 cidades, espalhadas por 20 estados brasileiros, onde circulam cerca de 80 mil pessoas que, mensalmente, consomem, em média 8 mil pãezinhos de queijo, 1,7 milhão de copos de mate, 500 mil xícaras de café expresso gourmet e 250 mil sanduíches Tost, o que valida a saga do empreendedor Antônio Carlos Nasraui.RX – REI DO MATECidade Natal: São PauloIdade: 50 anosFormação: Formado em Direito pela Faculdade Metropolitana Unidas (FMU) e Economia pela PUC – SPInvestimento inicial: R$ 250 a R$ 350 mil sem ponto comercialTaxa de franquia: R$ 29.500 mil para a primeira loja, R$ 25 mil a partir da segunda e R$ 20 mil a partir da terceira unidadeMeta de abertura de novas lojas: 20 a 30 unidadesFaturamento da marca em 2015: 250 milhões de reaisData de fundação da empresa: 1978Área mínima da unidade: de 25m² a 60m² para instalação da loja e quiosque a partir de 15m² sendo que 10m² de área remota para alocar o estoqueUnidades próprias: 2Investimento inicial: R$ 250 a R$ 350 mil sem ponto comercialFuncionários: 3200Funcionários por loja: 6 a 10Prazo de contrato: cinco anosRoyalties: 4% do faturamento brutoTaxa de propaganda: 1% do faturamento brutoPrevisão de retorno do investimento: em média 36 mesesMédia de faturamento por loja: em média R$ 75 mil por mês (média conforme o tipo de ponto)Lucro médio: de 15% do faturamentoCapital de giro: R$ 20 milFonte: Empreendedor
Um dos principais jogadores da história do futebol mundial, Ronaldo Nazário, o Fenômeno, conta como trocou as chuteiras pelo mundo dos negócios
Por onde anda, Ronaldo Nazário, o Fenômeno, é incentivado por torcedores a voltar aos campos de futebol. Vontade, diz o jogador, não falta. Mas, aos 40 anos, ele prefere ajudar o esporte mais popular do país de outra forma: empreendendo. Sua primeira iniciativa depois de deixar os campos foi a 9ine, uma agência de publicidade especializada em esporte, mas o negócio não durou muito tempo.
Há pouco mais de um ano, Ronaldo se uniu a Carlos Wizard na criação da Ronaldo Academy, rede de franquias que treina e educa jovens promissores no futebol. Já são mais de 70 unidades espalhadas por China, Suíça, México, Colômbia, Estados Unidos e Brasil. “Eu sou a cara do futebol e o Wizard sabe tudo de franquias. Montamos uma máquina de gerar jogadores em todas as partes do mundo”, afirma. Em um evento realizado em novembro, em Águas de Lindoia, no interior paulista, o jogador recebeu PEGN para falar sobre empreendedorismo — o caminho que escolheu para sua vida após se aposentar dos gramados, em 2011.
Quando e por qual razão você decidiu empreender?
Eu conheci muita gente importante durante a minha carreira como jogador de futebol, entre 1993 e 2011. O esporte abre portas, oferece muitos contatos. Com alguns empresários, fiz contratos para usar minha imagem em publicidade; com outros, fiz amizades. Depois que encerrei minha carreira, no Corinthians, o empreendedorismo foi a saída para não ficar parado. Usei a experiência que acumulei negociando contratos e criei a 9ine, uma pequena agência de publicidade feita em parceria com a WPP. Com a crise, fechamos o negócio. Mas eu decidi continuar em frente com outras empresas.Quais são seus negócios hoje?
Sou sócio de duas empresas: a Liv Drinks, que fabrica sucos e água de coco, e a Ronaldo Academy. A escolinha é um projeto com que eu sempre sonhei para ajudar crianças e jovens a encontrar um caminho na vida por meio do esporte. Além da questão social, é um bom negócio: o futebol é jogado praticamente em todos os países do mundo, por isso temos oportunidades em todas as partes. Só na China, um país que começa a investir pesado no futebol, vendemos 30 unidades da rede.Como você se prepara para administrar seus negócios?
Apesar de ter tido experiência com alguns negócios, eu sei que ainda estou no começo da minha jornada empreendedora. Estou aberto ao aprendizado no dia a dia. Mas eu tenho o necessário para ser um empreendedor: bom senso e coragem para tocar um negócio.Numa negociação difícil, como você escolhe a melhor alternativa para a sua empresa?
Eu gostaria de ter me especializado em negócios, sei que isso seria bom para mim. Mas não vejo problema. Veja bem, eu lido com dinheiro desde os 16 anos, fiz muitos contratos de altas cifras com patrocinadores e clubes. Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, empresários do ramo do esporte, também me ensinaram muito. Além desse aprendizado que tive, conto com uma equipe muito próxima para me ajudar nas decisões. E tem outra coisa: sei que um negócio é bom quando a soma dá positivo.Quem são essas pessoas que te ajudam nos negócios?
Eu tenho uma estrutura para me ajudar em vários assuntos. Em negócios, são três advogados, dois na Espanha e um aqui no Brasil. Eles recebem as propostas de sociedade, fazem uma análise e eu decido se vou investir. Um economista nos auxilia no processo para ver se o acordo é vantajoso.Quais empreendedores te inspiram?
O Carlos Wizard [Mundo Verde, BR Sports e Taco Bell] é um deles e sinto que é um privilégio ser parceiro dele. Outro é o Jorge Paulo Lemann [3G Capital], que me empresta a quadra de sua casa no Rio de Janeiro para jogar tênis. E também tenho muita admiração pelos sócios dele, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que já me chamaram para fazer publicidade da Brahma.Você está ao lado de lendas do mundo dos negócios. Conversa com eles sobre empreendedorismo?
Eu tento pegar o máximo possível de dicas. Houve uma situação engraçada em 2013. Eu estava na casa do Jorge Paulo Lemann jogando e ele apareceu e perguntou: ‘Ronaldo, você tem ações?’. Disse que tinha uma carteira pequena. Ele desconversou e se foi. Dois dias depois ele anunciou a compra da H.J. Heinz. Mas é bom registrar: ele não me disse absolutamente nada sobre a compra.Como é a sua rotina?
Como moro em Madri, tento vir ao Brasil pelo menos uma vez por mês. Quando pouso aqui, tenho uma agenda bem extensa e tento ajustá-la para duas coisas: ficar com meus filhos e tocar os negócios, o que inclui reuniões societárias, de contratos de imagem e ações de marketing. É bem corrido porque eu viajo o mundo em nome do futebol. Saindo dessa entrevista, vou para o México inaugurar um museu e me encontrar com o Carlos Slim, dono da Telmex. Vou pedir dicas de negócios para ele.Como seu amigo Lemann, você sonha em ser um bilionário?
Eu não estou no empreendedorismo por esse motivo. A minha grande batalha é para que a academia vingue. É claro que, se o negócio der certo, será legal ter mais dinheiro. Mas não precisa ser bilhão.Fonte: PEGN
A Spaziale Italiana, de São José do Rio Preto (SP), virou franquia há dois meses e lançou uma linha de massas saudáveis, como o espaguete de pupunha (foto), para atrair o público fitness
O restaurante Spaziale Italiana, de São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo), lançou uma linha de produtos saudáveis, há 15 dias, para atrair o público fitness. A empresa também virou franquia, há dois meses, e quer expandir a marca para todo o país.A linha saudável tem o espaguete de pupunha (espécie de palmito), o penne integral e sem glúten e a lasanha integral, além do espaguete de pupunha."A culinária italiana carrega o peso de oferecer muito carboidrato em seus pratos, por isso pensamos em dar mais opções para o cliente ao criar versões de massa integral, sem glúten e o espaguete de pupunha", diz William Pirolla, um dos sócios da empresa.
Preço vai de R$ 22 a R$ 27
O preço do prato médio de massas é R$ 21,99 (pesa de 450g a 550, dependendo da quantidade de ingredientes) e do grande é R$ 26,99 (pesa a partir de 700 g).O espaguete é o único prato servido com a receita pronta: alho, cebola, manjericão, queijo minas, tomate, brócolis, ervilha, milho, frango, cheiro verde e molho ao sugo. Ele custa R$ 26,99.Há, ainda, a lasanha e a pizza brotinho, que são montadas na hora e podem ter até quatro acompanhamentos, além do queijo mozarela. A pizza brotinho sai por R$ 17,99, e a lasanha por R$ 29,99.O restaurante é conhecido na região por pratos de massas com até 30 ingredientes -como calabresa, bacon, peito de peru, presunto, tomate seco, brócolis, frango, ervilha, milho, azeitona e queijos.
Dentista cuida da expansão da rede
Criado em novembro de 2015 pela família Pirolla -Luiz, 51, Leonilda, 48, e William, 27-, o estabelecimento faturou R$ 1 milhão no ano passado. Segundo William, 40% desse total (R$ 400 mil) é o lucro do negócio.O empresário, responsável por cuidar do processo de expansão da empresa, divide suas atividades corporativas com os atendimentos que faz como dentista. Os pais atuam exclusivamente no restaurante.
Investimento para abrir uma loja é de R$ 164.498
William afirma que a empresa já iniciou as negociações para a abertura de unidades nos Estados do Rio Grande do Norte e Minas Gerais, mas que nenhum contrato ainda foi fechado. "Nós testamos o modelo durante um ano para avaliarmos todo o negócio antes de iniciarmos a comercialização." Confira os dados da franquia, fornecidos pela empresa:
Investimento inicial: R$ 164.498, com taxa de franquia, custo de instalação e capital de giro
Faturamento mensal: a partir de R$ 63.382
Lucro médio mensal: a partir de R$ 25.352 (40% do valor do faturamento)
Retorno do investimento: em até 22 meses
Consumidor quer variedade
Para Luis Stockler, consultor especializado em franquias da BaStockler, o fato de a rede estar seguindo na contramão das concorrentes e oferecer uma boa variedade de ingredientes em seus pratos, é um grande chamariz para o consumidor, que quer sempre mais opções."Com a crise, muitas redes começaram a enxugar suas operações e reduziram a oferta de ingredientes para manter sua margem de lucro. Quando o consumidor souber que tem mais opções em uma rede do que em outra, ele vai optar por comer onde terá mais vantagens."Stockler afirma que a opção por criar uma linha saudável também é positiva. "O consumo de comida saudável vem crescendo em torno de 40% ao ano. Seja em supermercados ou em restaurantes, o potencial de mercado é muito grande."
Rede precisa provar que tem diferenciais
O especialista diz, no entanto, que o processo de expansão da rede não será fácil. "A empresa terá de provar para os shopping centers que oferece algo a mais do que as suas concorrentes para conseguir entrar nas praças de alimentação."Por esse motivo, segundo ele, não dá para prometer uma expansão agressiva, antes de o mercado de shoppings entender o seu diferencial. "Talvez uma alternativa seja iniciar a expansão com lojas de rua, mas é preciso avaliar se a operação está preparada para atender esse nicho."
A feijoada é vendida em baldes descartáveis de 900 ml (para duas pessoas), de 1,8 litro (para quatro a cinco pessoas), de 3,6 litros (para oito a dez pessoas) e de 10 litros (para 25 a 30 pessoas); os preços vão de R$ 69,90 a R$ 489,90
A tradicional feijoada ganhou nova apresentação nas mãos das irmãs Louise Lauschner, 31, e Indianara Lauchsner, 43, em Manaus (AM). O prato típico brasileiro é vendido em baldes descartáveis de 900 ml (para duas pessoas), de 1,8 litro (para quatro a cinco pessoas), de 3,6 litros (para oito a dez pessoas) e de 10 litros (para 25 a 30 pessoas). Os preços vão de R$ 69,90 a R$ 489,90.Além da farta feijoada com pé, rabo, joelho, paio, calabresa, bacon, costelinha e outras carnes de porco, como pernil e sobrepaleta, acompanha arroz branco, farofa, couve à mineira, molho de pimenta e laranja. Também é possível pedir à parte porção de torresmo (R$ 18, 150g) e caipirinha (R$ 20 o litro).Batizada de Feijoada no Balde, a empresa atua apenas com entregas em domicílio ou retirada no local. Não há restaurante com salão. Funciona aos sábados, domingos e feriados, com pronta entrega (o prazo é de até uma hora) e atende a uma média de 30 pedidos por dia. O faturamento e o lucro não foram divulgados."Nosso principal público são famílias das classes A, B e C+, muitos moradores de condomínios. Com a crise, passamos a vender mais, pois as pessoas estão substituindo o almoço no restaurante por reunir a família e os amigos em casa", declara Louise Lauschner.
Divulgação e vendas nas redes sociais
Os pedidos são feitos por telefone, WhatsApp e até por mensagem direta no Facebook e no Instagram. Também é nas redes sociais que é feita boa parte da divulgação da empresa."Usamos fotos bonitas, do balde ou da feijoada já servida, para despertar desejo nas pessoas. Fazemos anúncios segmentados para pessoas que se interessam por comida delivery e também por regiões", afirma.
Também há feijoada vegana, de lentilha e bovina
Além da feijoada tradicional, também há outras opções: vegana, que leva feijão preto, carne de soja, salsicha vegetariana, macaxeira, abóbora, abobrinha e especiarias; a feijoada de lentilha; e a bovina, sem carne de porco, que inclui ingredientes como charque e mocotó. Elas precisam ser encomendadas com pelo menos 24 horas de antecedência.A empresa foi lançada em novembro de 2014. Louise, que é formada em relações públicas, pretendia empreender com uma agência de marketing digital, área em que já possuía experiência profissional, e Indianara buscava alternativas para salvar o restaurante self-service da família, que ia mal.As duas resolveram unir suas competências e apostar na feijoada no balde, aproveitando os utensílios do restaurante. Indianara cuida da cozinha e da produção e Louise, do marketing e da administração da empresa.Em 2017, as irmãs pretendem mudar o nome da empresa para "No Balde Comida de Verdade", e passar a vender também churrasco. "A expressão 'no balde' é muito usada em Manaus para se referir à fartura, grandes quantidades", diz Louise. Elas já fizeram testes com outros pratos, como a caldeirada de peixe, mas a saída do produto não foi tão boa.
Nas redes sociais, é preciso variar a estratégia
Segundo a especialista em marketing digital Camila Porto, é possível vender qualquer coisa pelo Facebook. "É uma boa ferramenta de marketing para as pequenas empresas, pois não exige muito investimento e permite alcançar o público-alvo com eficiência."Ela diz que o formato inovador da apresentação do produto chama a atenção, assim como as fotos bonitas postadas nas redes sociais. Porém, o ideal é diversificar os conteúdos postados. "Variar os formatos, usando vídeos e gifs por exemplo, mostrar os bastidores, como é preparado, como é feita a entrega. São formas de não cansar a audiência, já que eles trabalham basicamente com um único produto", afirma.
Conheça a franquia de salgadinhos que vende pão de queijo frito
O pão de queijo frito é um dos salgadinhos vendidos na rede de franquias Mordidela; a receita teve que passar por adaptações, como tirar o leite de massa, e o produto corresponde a 10% das vendas.
Nem só de coxinha e quibe vive a franquia de salgadinhos Mordidela, de São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo). A empresa decidiu reinventar um produto bastante popular entre os brasileiros: o pão de queijo. Agora, em vez de assado, ele é vendido frito.A receita tradicional teve que passar por adaptações. "Fizemos vários testes para que o produto ficasse crocante e não murcho, como é vendido nas padarias. Mantivemos o polvilho, tiramos o leite e adequamos a quantidade de queijo", diz o administrador Bruno Zanetti, 31, fundador da Mordidela.A empresa foi inaugurada em 2014 e virou franquia em fevereiro de 2016. No ano passado, faturou R$ 7 milhões. Desde agosto, quando o pão de queijo frito entrou no cardápio, foram vendidas mais de 6 milhões de unidades --cerca de 10% do total de vendas da rede.Os salgados da Mordidela têm entre 6 e 7 gramas cada e são vendidos em copos com 15 unidades, que custam a partir de R$ 2,50. O valor médio gasto por cliente é R$ 8. A empresa aceita encomendas para festas, faz delivery e tem planos de vender seus produtos em supermercados.Além dos salgadinhos fritos, há minichurros, sorvetes, açaí e bebidas. A rede investe também em produtos sazonais, como bolinho de bacalhau na Páscoa. "A ideia é ter sempre novidades no cardápio", afirma o empresário.
Franquia a partir de R$ 54 mil
Em apenas um ano, a rede atingiu 60 unidades em 13 Estados. Confira abaixo os dados, fornecidos pela empresa:Cidades com menos de 40 mil habitantes
investimento inicial a partir de R$ 54 mil
faturamento médio mensal de R$ 20 mil
lucro médio mensal de 25% (R$ 5.000)
retorno do investimento a partir de 12 meses
Cidades com mais de 40 mil habitantes
investimento inicial a partir de R$ 85 mil
faturamento médio mensal de R$ 35 mil
lucro médio mensal de 20% a 25% (R$ 7.000 a R$ 8.750)
retorno do investimento a partir de 12 meses
A meta é chegar a 120 lojas em 2017 e a um faturamento de R$ 20 milhões. "Temos unidades em saídas de metrô e de rodoviárias, com característica de fast food, em que os clientes compram e saem comendo, e lojas com mesas e brinquedos para crianças, que recebem famílias e amigos que consomem no local", diz Zanetti.Os franqueados recebem os produtos congelados; só precisam fritar e vender. A operação é enxuta e funciona com três pessoas trabalhando. A empresa tem quatro fábricas para abastecer as lojas: duas em São Paulo, uma no Paraná e uma em Pernambuco.
Localização do ponto é essencial para o sucesso
Consumir salgadinhos já é um hábito dos brasileiros e não uma moda, segundo o consultor especializado em franquias José Carlos Fugice, da GoAkira."Esses produtos são comercializados há muito tempo, só que em bares, botecos ou de produção caseira. É um ramo informal, não há redes estruturadas, com padrão, com identidade visual que passe credibilidade para o cliente. Isso ajuda a atrair público, é um diferencial, principalmente em cidades pequenas", afirma.Ele diz que produtos com preços acessíveis tendem a crescer em época de crise, como a atual. "O consumidor escolhe melhor o que vai comprar, e o fator preço pesa na decisão. Operações como essa tendem a se destacar."O investimento inicial baixo e a facilidade na operação são outros pontos positivos, de acordo com o consultor. Porém, ele diz que é importante investigar o suporte oferecido aos franqueados, já que a rede está crescendo rapidamente. "Conversar com quem já está no negócio é fundamental."Atingir o faturamento e o lucro prometidos é possível, desde que o ponto comercial seja bem localizado. "É um negócio que depende de volume de vendas, e a compra é feita por impulso e conveniência. Portanto, estar num lugar de grande fluxo de pessoas faz toda a diferença para o sucesso", afirma.
Conheça a franquia que vende e instala projetos de energia solar
A Blue Sol é uma empresa de projetos e treinamentos em energia solar fundada em 2010, que virou franquia no final de 2016; a meta é chegar a 200 franqueados até 2020; clique nas fotos acima para ver maisImagem: Divulgação
Antes mesmo de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) permitir que os consumidores gerassem e consumissem a própria energia elétrica, com a resolução 482, de 2012, o administrador de empresas Nelson Colaferro, 56, identificou oportunidades de negócio com a energia solar. Em 2010, ele fundou a Blue Sol, empresa de projetos de geração de energia solar, que acaba de virar franquia.Confira os dados da franquia, fornecidos pela empresa:
Investimento inicial: a partir de R$ 280 mil, com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro
Faturamento médio mensal: R$ 150 mil
Lucro médio mensal: R$ 25 mil
Prazo de retorno do investimento: a partir de 18 meses
"Gerar energia elétrica no ponto de consumo é algo que faz muito sentido. Desde 2008 eu me interessava por energias renováveis, foram dois anos de pesquisas no Brasil e no exterior", afirma o empresário.
Também oferece treinamentos
Inicialmente, a empresa trabalhava com projetos de energia solar desconectados da rede elétrica, ou seja, onde ainda não havia luz, atendendo, principalmente empresas do agronegócio, de telecomunicações e escolas em regiões remotas. Também oferecia treinamentos em todo o Brasil para interessados em trabalhar no setor."Desde 2011, identificamos que havia uma forte demanda por conhecimento. Recebíamos muitos contatos de interessados na área. Já treinamos mais de 7.000 pessoas em todas as regiões e estabelecemos parcerias com elas, fornecendo insumos para que possam desenvolver o negócio nos locais onde estão. Daí nasceu a ideia das franquias", afirma o empresário.Após a resolução de 2012, passou a fazer projetos conectados à rede elétrica e ampliou a gama de clientes. Hoje, 70% da clientela está em residências. Os outros 30% são empresas. "Além de diminuir custos com a conta de luz, a energia elétrica valoriza o imóvel, e a sustentabilidade pode ser usada como marketing para as empresas", diz Colaferro.
Franqueado vende e instala
O franqueado é responsável pelas vendas e instalação dos sistemas. A franqueadora cuida da elaboração do projeto, fornecimento dos equipamentos, logística e conexão às distribuidoras.O cliente gera e consome a própria energia, o excesso vai para a distribuidora e vira crédito na conta de luz. Se a energia solar for insuficiente, o sistema automaticamente passa a consumir a energia da distribuidora. Os projetos são elaborados seguindo o padrão de consumo dos últimos 12 meses.
Projetos custam a partir de R$ 25 mil
Um projeto pequeno, com 10 placas que captam a luz solar, é capaz de gerar energia para uma casa com até quatro pessoas e custa cerca de R$ 25 mil. "O sistema é construído para gerar energia por, no mínimo 25 anos, e praticamente não exige manutenção, pois não há atrito mecânico", diz Colaferro.Por causa dos custos altos, existem empresas que vendem energia solar por assinatura, como a Renova Green, de Curitiba (PR). Em vez de comprar os equipamentos, os clientes podem alugá-los.Mesmo com o preço alto, Colaferro diz que o mercado é promissor. "São 75 milhões de consumidores de energia elétrica no Brasil. Hoje, são 7.000 sistemas conectados à rede elétrica, a previsão oficial é que, em 2024, sejam 1,2 milhão. Nossa meta é chegar a 200 franqueados até 2020, com maior potencial em cidades com residências horizontais", declara.A instalação em prédios também é possível, porém, a luz captada pode não ser suficiente para suprir o consumo. Uma revisão da norma 482 da Aneel já autoriza a geração remota, ou seja, o sistema é instalado em outro local. Segundo Colaferro, o mercado está se estruturando para oferecer essa solução.
Apesar do potencial, setor ainda é específico
Para a consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da Vecchi Ancona, é crescente o interesse por energia solar, tanto por parte dos consumidores quanto por profissionais como engenheiros e arquitetos.Ela diz que o setor tem suas peculiaridades e que é recomendado que o franqueado possua algum conhecimento técnico e de vendas. "Pelo preço dos projetos, vai atender um nicho específico de mercado. Porém, existe um mercado grande, principalmente se forem feitas parcerias com construtoras de condomínios, por exemplo."Ela diz que fazer parte de uma rede de franquia, nesse caso, ajuda a ter ganhos de escala, com a compra de equipamentos por menor custo.
EXAME.com entrevistou cinco empreendedores que adquiriram mais franquias em plena crise - e não enlouqueceram no processo.
Planejamento: para algumas pessoas, a crise não impediu a expansão dos negócios (Thinkstock)
Administrar um negócio não é nada fácil – mesmo que ele conte com o suporte de outro empreendedor, como ocorre nas franquias. Os últimos anos, marcados pela recessão econômica, só dificultaram essa tarefa.
Mas, para algumas pessoas, a crise não impediu a expansão dos negócios. É o caso, por exemplo, dos multifranqueados: empreendedores que cuidam não só de uma unidade franqueada, mas de várias – sejam elas da mesma rede ou de redes diferentes.Nas redes que possuem franqueados com mais de uma unidade, eles representam hoje 14% do total de empreendedores associados. Estranhamente, tal porcentagem cresceu justamente nos últimos três anos, marcados pela recessão econômica.A primeira razão desse crescimento se deve à própria expansão do mercado de franchising brasileiro, explica Altino Cristofoletti Jr., presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF).“Para ampliar ou agilizar sua expansão, as redes começaram a passar mais e mais unidades para a administração de um mesmo franqueado bem sucedido. Não são poucas as redes que priorizam a expansão entre seus presentes franqueados antes de ir ao mercado de forma geral”, afirma.“Também contribuíram com este movimento o intercâmbio com mercados onde o multifranqueamento é comum, como os EUA, e o surgimento de empreendedores que já chegam às redes com a mentalidade de administrar várias unidades ao mesmo tempo.”Mas como, na prática, esses empreendedores conseguem gerir tantas franquias simultaneamente? Para descobrir as técnicas de gestão mais usadas, EXAME.com conversou com cinco multifranqueados. Todos adquiriram ao menos uma unidade nos últimos anos.Confira, a seguir, as dicas que cada um desses empreendedores daria para quem também quer ser dono de várias franquias:
1. Procure conhecer de antemão o mercado no qual você entrará
Na hora procurar uma franquia, o empreendedor Giovane Fischborn levou em consideração suas experiências anteriores: ele já havia trabalhado em modelagem e venda de calçados e, por isso, abriu uma unidade franqueada no ramo, da rede Jorge Bischoff.No começo, foi preciso amadurecer a loja e tornar a marca conhecida em Brasília, onde Fischborn mora. O retorno do investimento veio em um ano e meio. Em função do desempenho desse primeiro negócio, o empreendedor abriu novas unidades da marca de sapatos.Após sete anos como franqueado, Fischborn acumulou seis lojas da Jorge Bischoff: quatro em Brasília e duas em Goiânia.Como conselho para quem também quer entrar na vida de multifranqueado, o empreendedor recomenda adquirir conhecimento da sua futura área de atuação.“Você precisa ter um conhecimento básico do mercado – se você não o obteve antes de abrir a franquia, busque aprender o mais rápido possível. Isso aumentará suas chances de ter bons negócios, já que a experiência gera a decisão por estratégias corretas.”
Giovane Fischborn, que tem seis franquias da Jorge Bischoff
2. Invista em bons funcionários
A história de Marcelo Ribeiro com as franquias é antiga: ele abriu sua primeira franquia, da All Pé, em 1999.“Eu trabalhava com meu pai, que era distribuidor de cerveja em Natal [Rio Grande do Norte], mas o negócio dele foi decaindo e buscamos novas oportunidades. Então, fui morar em Campina Grande [Paraíba] e abri essa loja em um shopping que havia acabado de inaugurar”, explica o franqueado.De lá para cá, Ribeiro foi colecionando uma série de franquias diferentes. Ele possui nove unidades franqueadas de marcas como All Pé, Balonè, Ellus, Feet Shoes, Malwee Kids, Morana, Pato Roupas e Puket.Uma técnica usada pelo empreendedor para conseguir administrar tantas franquias ao mesmo tempo é contratar gente qualificada – e, então, delegar as tarefas operacionais.“Arrumar funcionários é mais difícil quando você é multifranqueado em marcas distintas, porque você precisa administrar não só mais pessoas, mas também em negócios com diferentes metas e diferentes operações”, explica.“Você tem de procurar funcionários que tenham capacidade de liderança, para resolver os problemas menores de cada franquia. Afinal, você não consegue estar em todos os negócios ao mesmo tempo.”No caso de Ribeiro, houve a criação de um escritório, com quatro funcionários, para cuidarem da gestão básica de finanças e recursos humanos das nove unidades franqueadas. “Eles trabalham diretamente comigo e me passam, todos os dias, as informações de cada loja. Com isso, posso analisar aspectos como compra de estoque e fluxo de caixa sem gastar tanto tempo na coleta de dados.”
Marcelo Ribeiro tem marcas como Balonè, Ellus, Malwee Kids, Morana e Puket
3. Faça um bom planejamento e corte as reuniões redundantes
A empreendedora Sedilha Novais abriu uma unidade franqueada da rede de idiomas CNA após ter tido experiências tanto como aluna quanto como professora no negócio. Ela se formou em uma escola da CNA e passou seis anos lecionando. Até que a ideia de ter sua própria unidade falou mais alto.“Era um sonho de adolescente ter uma escola de idiomas. Como eu já conhecia a marca, fomos direto fazer uma reunião com a franqueadora”, explica Sedilha. Ela primeiro tentou administrar franquias junto aos parentes, mas a incompatibilidade de ideias a fez virar uma franqueada de carreira solo.A empreendedora abriu sua primeira unidade franqueada própria em 2007, ao assumir uma escola da CNA que havia quebrado por problemas administrativos, em Osasco (São Paulo).Com o bom resultado da primeira unidade, ela decidiu expandir menos de dois anos depois. Abriu uma segunda unidade, em Alphaville (São Paulo), no ano de 2011. Cerca de 80% do valor investido veio dos resultados da primeira escola.Hoje, Sedilha gere quatro franquias da CNA: três em Osasco e uma em Alphaville. Para conseguir ser multifranqueada, ela conta que tem uma agenda muito organizada e sem redundâncias.“Antes, fazia reuniões separadas com os coordenadores pedagógicos de cada escola. Percebi como é importante trazer todos os líderes em uma reunião única. Além de poupar tempo, surgem novas ideias e conseguimos ter um projeto mais bem elaborado. Esse mesmo esquema é aplicado nos departamentos administrativo, comercial e financeiro”, afirma.Mas não basta planejar: é preciso acompanhar o que foi decidido. Sedilha conta que passa um dia da semana em cada unidade, sendo que o quinto dia útil é variável. “Com os dias fixos, as pessoas sabem onde me achar e é possível marcar novas reuniões, mais pontuais.”
Sedilha Novais possui quatro escolas da franquia CNA
4. Os programas de controle e gestão são seus melhores amigos
Anderson Mota trabalhava em uma multinacional, como coordenador de logística. Mas, como grande parte da população, tinha o sonho de abrir um negócio. Viu uma oportunidade quando sua namorada (hoje esposa) trabalhou em uma loja piloto da franquia Sóbrancelhas – e falou bem do empreendimento.“Eu vi um potencial grande no mercado de beleza e estética. Ao mesmo tempo, estava cansado e descontente com meu trabalho. Fiquei onze anos na mesma carreira. Então, decidi arriscar”, explica Mota. Por isso, em agosto de 2014, abriu sua primeira unidade da franquia de embelezamento do olhar.A primeira loja teve o retorno do investimento em cinco meses, antes do esperado. Então, Mota decidiu reaplicar o investimento em novas unidades. Hoje possui quatro franquias da Sóbrancelhas: uma em Jacareí (São Paulo), duas em Bauru (São Paulo) e uma em Goiânia (Goiás).Para lidar com a gestão de várias unidades, Mota recomenda unir acompanhamento presencial e digital. Para quem abriu unidades em regiões que não permitem visitação frequente, o uso de softwares ajuda bastante.“É interessante primeiro passar uns meses na unidade, entendendo qual o potencial de faturamento. Depois, deixamos um gerente em cada franquia e fazemos uma mistura de acompanhamento físico e online”, explica Mota.O atendimento digital é diário e composto por vigilância por câmeras de segurança, reuniões por Skype e softwares de gerenciamento de equipe e de resultados financeiros.“Acompanhar seus dados é fundamental. Temos um sistema que consegue apontar o rendimento de cada funcionário individualmente – quais produtos ou serviços ele vende e qual o ticket médio dos seus clientes, por exemplo.”
Anderson Mota é dono de quatro franquias da Sóbrancelhas
5. Está sempre de um lado para outro? Faça uso dos apps
O trabalho do engenheiro civil Bruno Saraiva consistia, basicamente, em resolver pepinos: ele gerenciava aluguéis e reformas de imóveis, atendendo os pedidos dos inquilinos. Até que, com mais de 50 anos de idade, foi demitido.“Era difícil me recolocar no mercado de trabalho tendo essa idade. O aspecto formatado da franquia me deu uma segurança a mais, ainda que nenhum negócio seja garantido. Depois de um atendimento no Sebrae, comecei a pesquisar negócios para investir”, explica Saraiva.Em junho de 2015, Saraiva abriu sua primeira unidade franqueada da Elefante Verde, uma rede de marketing digital que atende pequenos empresários. O franqueado compra microrregiões da cidade e faz um levantamento de campo: apresenta-se, entrega panfletos, fala com empresários e oferece um curso de marketing digital gratuito, como estratégia da própria franqueadora.O empreendedor começou atendendo duas regiões de Recife (Pernambuco): Centro e Noroeste. Em novembro do mesmo ano, adquiriu também a prestação de serviços para a região Sul do município.Com três unidades franqueadas, porém, o acompanhamento presencial ficou mais complicado. Para ajudar nessa tarefa, Saraiva faz uso de aplicativos como Agendor, Evernote e Google Agenda. Sem eles, a rotina dividida entre escritório e contatos presenciais seria impossível.“Com eles, eu consigo organizar tanto minhas ideias quanto informações sobre o negócio, além de poder conversar com minha equipe enquanto estou em trabalho de campo. É fundamental que eu tenha uma forma fácil de acessar o que foi feito no escritório, como a prospecção de leads [clientes potenciais], por exemplo”.
Bruno Saraiva, que atua em Recife com três unidades da franquia Elefante Verde
Multifranquear é para você?
Para ser multifranqueado, a palavra de ordem é experiência. Ela é fundamental tanto para aproveitar os prós quanto para evitar possíveis contras ao lidar com tantos negócios.O ganho mais imediato ao se tornar um multifranqueado é o de escala: é mais fácil negociar com fornecedores, comprar produtos e serviços, treinar a mão de obra e realizar ações promocionais quando você possui uma história comprovada no franchising.Porém, é preciso preparar-se muito bem: o aumento do fluxo financeiro pode ser uma pedra no sapato de quem não sabe controlar bem as contas empresariais. “Mais unidades demandam um maior fluxo de caixa, de forma que o empreendedor já deve ter um lastro financeiro mais desenvolvido”, explica Cristofoletti Jr., da ABF.Como já foi ressaltado pelos multifranqueados entrevistados, a delegação de tarefas deve estar bem desenvolvida. “O empresário, dificilmente, conseguirá ter a mesma presença de antes. Por mais que o empreendedor continue na supervisão, a equipe deverá assumir o papel de gerir algumas tarefas”, conclui.O presidente da associação destaca também a situação de empreendedores como Marcelo Ribeiro: os multi-bandeira, que possuem unidades de marcas diferentes.“Eles aproveitam o fluxo de consumidores para mais de uma marcas para as quais operam, potencializando toda a operação por meio de complementaridade das franquias. Mas, por mais que haja sinergias, o franqueado deve ter cuidado para não misturar ou desvirtuar a identidade das marcas com as quais opera.”Além disso, o conhecimento adquirido da franqueadora pode ser aplicado aos outros negócios franqueados, diluindo riscos ao empreender. “Em última instância, o empresário aumenta seus lucros e fluxo financeiro, o que facilita também o acesso a crédito”, afirma o presidente da associação.
Estratégias das franqueadoras
EXAME.com conversou também com algumas das franqueadoras associadas aos empreendedores entrevistados para descobrir se as redes usam algum tipo de estratégia para estimular o multifranqueamento. E todos os planos envolvem facilidades financeiras a quem quer expandir dentro da marca.Na CNA, por exemplo, 60% dos franqueados possuem mais de uma escola. “A rede oferece linha de crédito especial, que inclui taxa de franquia reduzida, pagamento parcelado e a possibilidade de reverter parte do valor investido em produtos e serviços para escola”, afirma José Carlos de Souza, diretor de Operação e Expansão do CNA.“Quando se tem mais de uma operação há maior sinergia, pois é possível otimizar os trabalhos. Por exemplo: em uma unidade é possível concentrar toda a parte administrativa para as duas escolas. Isso otimiza recursos, tempo e energia do franqueado”, completa o diretor. “A vantagem para a franqueadora é que o franqueado já conhece a marca e sabemos qual sua capacidade gerencial.”Já na Sóbrancelhas, 40% dos franqueados são multi. A rede informa que trabalha concedendo desconto no valor da taxa de franquia para esse tipo de franqueado, reduzindo o investimento de implantação do novo negócio.“Além disso, buscamos parcerias financeiras para proporcionar ao franqueado uma opção de crédito que o estimule a investir sem o comprometimento de capital próprio”, informa Luzia Costa, fundadora da Sóbrancelhas.No Bischoff Group, 25% dos franqueados possuem mais de uma unidade – seja da rede Jorge Bischoff ou de outras marcas. Adriane Lopes, Diretora de Gestão de Lojas e Expansão do Bischoff Group, diz que a marca “dispõe para estes investidores alguns incentivos financeiros.”Por fim, na rede Elefante Verde, por volta de 10% dos franqueados possuem mais de uma unidade. “Antes de vender um território, oferecemos esse contrato ao franqueado que já possui uma franquia próxima regionalmente. Além disso, facilitamos o pagamento dessa nova unidade”, diz Caio Sigaki, CEO da Elefante Verde.“Com certeza estimulamos o multifranqueamento: são franqueados com bagagem, que irão gerar melhores resultados e mais rapidamente do que um novo franqueado. Outro ponto importante é que a gestão da rede fica mais simples, ao ter menos franqueados.”Fonte: Exame