Tayguara Helou e a bela história da Braspress

Filho de Urubatan Helou, fundador da Braspress, cuja sede agora é em Guarulhos, Tayguara Helou falou à RG sobre sua carreira, o grupo que dirige, o Setcesp, do qual é presidente, e se disse animado com as perspectivas da economia brasileira.

Para orgulho de Guarulhos, a Braspress agora tem sua sede em nossa cidade. Em que ano a Braspress foi fundada, onde e por quem?

Para nós é um orgulho e um prazer estar em Guarulhos, uma cidade que é a capital da logística do Brasil, por vários aspectos: abriga o principal hub de transporte aéreo, o portal do Brasil para o mundo; os vários acessos por rodovias; pela presença de seu grande parque industrial e de inúmeras transportadoras e empresas de logística. A Braspress foi fundada por meu pai, Urubatan Helou, em 1º. de julho de 1977. É uma longa história. Vamos tentar resumi-la.

Conte-nos um pouco de como tudo começou.

Meu pai começou as atividades aos 14 aos de idade, em Uberlândia (MG), sua cidade natal. Meu avô tinha uma filosofia esquerdista, foi o fundador do Partido Comunista de Minas Gerais. O irmão dele tinha posição totalmente oposta, era brigadeiro da Aeronáutica, de extrema-direita. Durante o regime militar, meu avô precisou fugir. Meu pai é filho único, meu avô era a única fonte de renda da pequena família, que era querida por lá; estando ele refugiado, a cidade se comoveu com isso: o padeiro ajudava com o pão, o açougueiro com a carne, e o vizinho da casa em que meu pai morava era dono da Transportadora Uberlândia. Convidou-o a trabalhar com ele, como cobrador de “frete fob”, que é quando o destinatário paga o frete. Tempos passaram, muita coisa aconteceu, meu pai seguiu outras carreiras… Aos 19 anos, veio para São Paulo. Foi morar em uma pensão no Centro.

Começou distribuindo o Diário Oficial em um triciclo, igual ao que está exposto em nossa recepção. Como era na região central da cidade, passou a se relacionar com o pessoal da indústria cinematográfica, transportando rolos de filmes em latas no seu triciclo. Levava-os à rodoviária, despachava-os na empresa de ônibus. Esse negócio foi crescendo, ele montou uma empresa com dois colegas, chamada Transfilme, que foi se desenvolvendo crescendo, muito devido ao lançamento do filme Oriente Express no Brasil; que teve origem no livro de Agatha Christie e meu pai era grande fã do filme. Com o crescimento, conseguiram comprar uma Kombi, abriram uma filial no Rio de Janeiro e outra em Belo Horizonte, ficando um sócio em cada local. Ainda que com muita dificuldade, começaram a transportar outras coisas, como autopeças e foram crescendo. O back-office, toda a parte administrativa, ficava em São Paulo. Os sócios viviam bem em suas cidades, carro do ano, tranquilos, e meu pai penando para honrar a folha de pagamento e outros compromissos.

Até que ele concluiu por desfazer a sociedade. Ele tinha cerca de 26 anos e ofereceu sair da empresa com a primeira Kombi e as duas linhas de telefone que tinham em São Paulo. Chamou para conversar o funcionário Milton Domingues Petri e explicou que iria montar uma nova empres e não tinha condições de pagar salário por enquanto. Petri não pensou que fosse algo ruim, mas aliviou-se quando meu pai disse que lhe daria 20% de tudo que construíssem juntos. Assim foi feito e até hoje Petri tem 20% da Braspress.

O nome tem a ver com o filme Oriente Express?

Exato. Resolveram abrir a Brasil Express, inspirados no filme Oriente Express. Porém, essa marca já era registrada pela Sadia, então acionista da Vasp. Foi quando meu pai teve a ideia de juntar parte de cada nome e formar a marca Braspress, constituída em 01.01.1977.

Qual sua formação?

Sou formado em Administração de Empresas, com ênfase em Finanças, pela Bond University, na Austrália. Tenho pós-graduação em Gestão de Negócios, pelo Holmes College, também na Austrália; MBA em Gestão Empresarial, pela FGV, e agora buscando novos conhecimentos, talvez almejando um doutorado na área de tecnologia.

Desde quando na empresa?

Praticamente nasci dentro da transportadora, que era bem menor na época. Acompanhei o crescimento durante toda minha vida. O empresário tem umas sacadas espontâneas que são muito assertivas. Meu pai nunca trouxe a mim e ao meu irmão para a empresa como um castigo, mas como um prêmio. Se íamos bem na escola, ganhávamos o direito de vir para a empresa brincar. Depois, comecei a atuar no recebimento de encomendas, no departamento de coleta, fui conhecer outras áreas; porém, sempre nas férias pois a regra básica era privilegiar os estudos. Depois que voltei da Austrália, em 2003, é que efetivamente iniciei meu trabalho na Braspress.

Então, não teve experiência em outras empresas?

Não tive. Minha maior experiência fora da Braspress tem sido no Setcesp, onde sou o atual presidente.

Quais cargos exerceu lá antes de ser presidente?

Fui suplente de diretor e vice-presidente. Na presidência, estou há três anos. Meu pai também presidiu o Setcesp.

Para instalar-se em Guarulhos a Braspress obteve alguma vantagem fiscal, algum benefício oferecido pelo Município? A empresa reivindica do poder público melhorias para aprimorar a operacionalização?

Não cogitamos pedir nenhum benefício e estamos satisfeitos com as condições que encontramos para nosso funcionamento.

O primeiro caminhão da Braspress tem lugar de destaque na sede da empresa

Qual o investimento feito nas novas instalações?

A área total é de 230 mil m2, sendo 90 mil m2 de construção, entre a via Dutra e a avenida Monteiro Lobato. Chamamos esse complexo de Planeta Azul, incluindo nossa matriz e a Filial São Paulo. O novo Sorter (Sistema Automatizado de Distribuição de Encomendas) tem 6.400 metros de extensão e pode operar 15 mil volumes por hora. Para isso, foram necessários R$ 260 milhões, dos quais metade do nosso caixa e o restante de financiamentos obtidos. Concentramos aqui toda nossa consolidação de carga de transporte. Trouxemos para isso o que há de melhor em tecnologia de automação do planeta: nosso sorter tem 6,4 km de extensão e capacidade de classificar 15 mil volumes por hora; batemos pela terceira vez nosso próprio recorde em automação. Temos a mais avançada rede de dados do planeta, toda em fibra ótica, mesmo no espaço interno, o que garante velocidade e qualidade no fluxo das informações. Nosso datacenter também é o mais avançado do mercado, classificação Tier 3, sendo que a mais avançada do mundo é Tier 4; no Brasil, nenhuma outra do ramo tem um datacenter como esse. A Braspress realmente se diferencia pela tecnologia. Nossos locais em São Paulo e outras cidades da região metropolitana viraram terminais de distribuição urbana.

Quantos empregos diretos a empresa gera em Guarulhos?

São 1.350 colaboradores, a maioria dos quais eram nossos funcionários na vila Guilherme e já residiam em Guarulhos. Na rede toda, o grupo emprega 6 mil pessoas no regime da CLT e mais 1.500 terceiros totalmente dedicados ao negócio. Muitos deles são agregados de transporte, transferência e outras tarefas. No transporte rodoviário de cargas, a terceirização da atividade-fim é regulamentada pela Lei 11.442. Fora os serviços auxiliares, como segurança e limpeza, por exemplo. É preciso salientar que, por melhores que sejam nossos sistemas, por mais avançada que seja a tecnologia, por mais modernos que sejam os caminhões, contar com colaboradores capacitados e motivados é imprescindível. Sem a qualidade desse capital humano, nada dá certo. Coisas podem ser compradas. Pessoas, não: elas precisam ser conquistadas. Para conseguir isso, tem-se de trabalhar com muito afinco e carinho.Nós sempre tivemos uma relação muito prõxima com nossos colaboradores.

Com um triciclo igual a este Urubatan Helou entregava diários oficiais. Foi o embrião de um império

Ao todo, quantos são os colaboradores da Braspress?

No Brasil inteiro, 7.500.

Qual a abrangência dos serviços da Braspress Brasil afora?

Temos 96 sedes em todo o Brasil. Atendemos o País todo, de Norte a Sul, Oeste a Leste, além da carga de exportação para o Paraguai e Argentina; estamos construindo a estrutura de distribuição doméstica na Argentina.

De quantos caminhões se compõe a frota?

São 1.200 caminhões próprios, mais cerca de 800 a 850 terceirizados.

A Braspress apoia projetos sociais?

Sim, muitos. Somos Empresa Amiga da Criança, signatários do Projeto Childhood, de proteção aos direitos das crianças e de combate à prostituição infantil nas estradas. Promovemos diversas ações, como campanha do Agasalho, doação de sangue, outubro Rosa, novembro Azul. Temos carretas adesivadas, difundindo conceitos educativos, buscando crianças e adultos desaparecidos, orientando para a acessibilidade e outras formas de conscientização. Graças a isso, algumas pessoas foram localizadas, felizmente.

Na qualidade de presidente do Setcesp, quais as perspectivas do mercado de transporte para este ano?

O ramo de transporte é uma ferramenta econômica, variando conforme o ritmo da economia. Não temos dúvida de que este ano é promissor, por vários fatores; um é que o Brasil nunca experimentou inflação baixa e juros baixo. Outro fator é a reforma trabalhista, que tem trazido benefícios aos trabalhadores e confiança para que as empresas possam contratar mais e melhor. Por mais polêmico que seja o tema, a reforma criou muitas chances de novas vagas de trabalho.

Quantas empresas o Setcesp congrega?

São 21 mil empresas em nossa base e Guarulhos é a segunda em importância em toda essa rede.


4 EMPREENDEDORES QUE CRIARAM GRANDES EMPRESAS EM MOMENTOS DE CRISE DO PAÍS

Bianca Laufer, fundadora da Greenpeople (Foto: Divulgação)

Como esses empresários aproveitaram momentos pouco atraentes das últimas três décadas para inventar seus negócios

Se fosse possível entrar em uma máquina do tempo e voltar 30 anos no passado, muita gente seria surpreendida pelo Brasil daquela época. É possível que alguns até pensassem que foram parar em outro lugar do planeta – algum canto remoto e esquecido – quando se compara a situação daqueles dias com o país de hoje. Afinal, em que pesem os problemas atuais, avançamos como nação em um mundo que ficou mais complexo, veloz, digital conectado.

Em 1990, por exemplo, quando a telefonia móvel fez sua estreia por aqui, no Rio de Janeiro, encerramos o ano com 700 aparelhos habilitados; hoje, temos 324 milhões de linhas de celular – mais de uma por habitante.

Rápidas também foram as mudanças de moeda durante esse período. Em menos de uma década, o país experimentou Cruzados, Cruzados Novos, Cruzeiro e Cruzeiro Real até chegar ao Real, em 1994. Um ano antes, a inflação tinha batido 2.477% por ano — surrealismo puro, se comparado ao índice atual, na casa dos 4%.

Desde 1988, PEGN é testemunha dessas transformações. A revista acompanhou períodos de bonança, como o crescimento acelerado que marcou parte dos anos 2000. Também esteve presente nos momentos agudos de crise, como no confisco das cadernetas de poupança no Plano Collor ou no racionamento de energia de 2001.

Ao longo dessa trajetória, o que fica claro é que mesmo as instabilidades não foram barreiras para gerações de empreendedores criativos, resilientes e ousados. Onde a maioria viu incerteza, eles enxergaram oportunidade. Acompanhe a seguir a história de quem criou grandes empresas em momentos pouco atraentes — e ajudou a construir o Brasil em que vivemos hoje.

Francisco Loschiavo, 54, sócio-fundador da CTI Global

“Quando abrimos as portas da CTI Global [especializada em soluções financeiras], em 1992, éramos apenas três jovens profissionais. Naquele momento de rescaldo da crise gerada pelo Plano Collor, apostamos em preços mais competitivos do que as gigantes do segmento.

Não demorou para que chegassem grandes clientes em busca de orçamento mais enxuto, devido à crise, mas que não abriam mão de soluções para analisar suas demonstrações financeiras em meio ao caos da hiperinflação. Não à toa, nosso primeiro carro-chefe foi uma ferramenta que expurgava a inflação dos demonstrativos. Dois anos depois, novas oportunidades surgiram com a estabilidade trazida pelo Plano Real.

Pela primeira vez, as empresas tinham condições de olhar adiante e planejar seu futuro, o que abriu caminho para o produto que até hoje é nosso campeão de vendas — um simulador financeiro que aponta alternativas com base nas perspectivas da economia. Hoje acrescentamos a ele novas tecnologias, como inteligência artificial.”

João Appolinário, fundador da Polishop

João Appolinário é presidente e fundador da varejista Polishop (Foto: Estadão Conteúdo)

João Appolinário é presidente e fundador da varejista Polishop

“O caminho natural seria suceder meu pai em seus negócios, no ramo de concessionárias de automóveis. Mas em meados da década de 90 eu já tinha detectado que a revolução digital mudaria o consumo. As pessoas estavam deixando de lado a lista telefônica para se aventurar pelas pesquisas online, o que me impulsionou a começar um negócio totalmente diferente do varejo tradicional.

Em 1999 fundei a Polishop, com o objetivo de levar qualidade de vida ao público por meio dos nossos canais de venda na TV [via call center] e na plataforma de e-commerce. Na época, 80% dos nossos produtos eram importados — uma operação que só se tornou viável com a queda de barreiras alfandegárias, a partir daquela década.

Outro aspecto determinante para o sucesso do negócio foi o fim da hiperinflação. Com a moeda estável e o cenário mais previsível, pude oferecer ao consumidor a condição de parcelar suas compras em dez vezes — algo incomum na época. Como resultado da oferta que cabia no bolso do brasileiro, cheguei a vender mais de 1 milhão de grills em menos de dois anos. 

O início da década seguinte foi marcado pela expansão dos canais de venda e da sinergia entre eles como parte da premissa do negócio. Em 2001, lancei os catálogos e, em 2003, as dez primeiras lojas físicas. Hoje, a marca já soma 286 lojas próprias, 145 mil parceiros de venda direta e 3,8 mil funcionários.”

Wilson Poit, 60, fundador da Poit Energia

Wilson Poit, empreendedor e fundador da Poit Energia (Foto: Rafael Jota)

Wilson Poit, empreendedor e fundador da Poit Energia

“Revendo minha trajetória, chega a ser uma ironia eu ter crescido em uma casa sem energia elétrica, no interior de São Paulo. Naquela época, nem sequer poderia imaginar que fundaria a maior empresa de geração de energia temporária da América Latina. A ideia nasceu quando fui mal atendido por um fornecedor de geradores. Como sou engenheiro eletricista, aquela experiência me mostrou que eu poderia oferecer algo muito melhor.

O primeiro passo foi dado em 1999, ao comprar um caminhão e um gerador para formatar um pacote de serviços completo, com transporte, instalação e plantão de profissionais especializados. Meu primeiro grande destaque no mercado veio durante um show no Parque do Ibirapuera, que depois me rendeu trabalhos na Fórmula 1, em novelas e filmes. O impulso final veio com a privatização das empresas de telecomunicação, que demandou geradores para alimentar torres de transmissão instaladas em locais onde ainda não havia rede fixa de energia.

A crise do apagão, em 2001, me rendeu bons negócios em partidas de futebol e em
shows — só autorizados se iluminados por geradores. As operações atraíram o interesse de alguns fundos, cujos investimentos impulsionaram a expansão da empresa. Em 2012, vendi o empreendimento por mais de R$ 400 milhões para a líder mundial do setor, a Aggreko.”


Romero Rodrigues, 41, fundador do Buscapé

Ensaio 30 Anos de PEGN - ROMERO RODRIGUES 41 ANOS COFUNDADOR DO BUSCAPÉ E SÓCIO DO FUNDO REDPOINT EVENTURES (Foto: Samuel Esteves)

Romero Rodrigues, cofundador do Buscapé

“O início do site de comparação de preços Buscapé, em 1999, foi completamente diferente do que eu e meus três sócios imaginávamos. A gente achava que a parceria com o varejo ia estourar; na prática, fomos recebidos com ameaças judiciais. A última coisa que o comércio queria era ter seus preços expostos e sujeitos a comparação. Por outro lado, fomos surpreendidos com o assédio de fundos de venture capital.

Estávamos conversando com o banco Merrill Lynch quando a bolha da internet estourou, em 2000. Ainda assim, assinaram um acordo conosco. Um ano depois, diante da quebradeira das empresas pontocom, veio o ultimato: ou alcançávamos o ponto de equilíbrio em 12 meses, ou deveríamos fechar.

O jeito foi partir para cima das lojas e cobrar pelo tráfego que já estávamos gerando, além de licenciar nossa tecnologia de busca. Deu certo: o crescimento triplicou ano após ano, até que, em 2009, a sul-africana Naspers nos comprou por US$ 342 milhões.”

Thomaz Srougi, 42, fundador do dr.consulta

“A empresa nasceu da minha experiência pessoal com a medicina. Venho de uma família de médicos e cresci vendo meu pai  trabalhar por longas horas, sem receber uma remuneração justa. Ao mesmo tempo, via a realidade dos pacientes e desejava investir em um negócio que fosse tão ou mais eficiente que o sistema privado, além de acessível para um número maior de pessoas.

A primeira clínica que abri foi dentro da comunidade de Heliópolis [a maior da América Latina], em São Paulo, em 2011. Ali pude ver de perto quais eram as necessidades de quem se via à mercê do SUS [Sistema Único de Saúde]. Essa busca por mais qualidade nos serviços essenciais — em especial de saúde — é justamente um dos anseios da nova classe C, cuja renda aumentou ao longo dos anos.

O que explica nosso crescimento atual, mesmo com a recessão, é a consolidação da marca junto à população que não tem plano de saúde — ou seja, 77% dos brasileiros. Entre eles, estão aqueles que perderam seus planos nos últimos anos, o que nos permitiu mais recentemente alcançar também as classes A e B.”

Bianca Laufer, fundadora da Greenpeople (Foto: Divulgação)

Bianca Laufer, 45, fundadora da Greenpeople

“Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar ter o Luciano Huck como sócio quando, em 2014, comecei a Greenpeople na cozinha da minha casa. A ideia de fabricar sucos prensados a frio começou de forma despretensiosa, depois que conheci essa tecnologia durante uma viagem de férias ao Havaí. No início, vendia só para as amigas.

Depois comecei a investir na divulgação para parceiros que tivessem sinergia com a marca — voltada para as classes A e B —, como empórios, academias, lojas de produtos naturais, personal trainers e nutricionistas.

O segredo estava na degustação dos sucos, que em 2015 tiveram a sorte de cair nas graças de artistas durante um evento da nutricionista Andrea Santa Rosa, esposa do ator Márcio Garcia. Os posts dos famosos nas redes sociais foram o impulso que faltava para a marca deslanchar. Em algum momento, até cheguei a temer que o movimento fitness fosse só uma moda, mas as tendências ao redor do mundo mostram que ele veio para ficar.

A entrada gradual de vários outros sócios-investidores, como o próprio Luciano, foi fundamental para expandir a produção. Nosso mais recente investimento, de R$ 50 milhões, foi a inauguração de uma nova fábrica, em agosto deste ano. Pode parecer ousadia, mas sabemos que é justamente nas crises que surgem as melhores oportunidades de negócio.”


30 empresas decretaram falência em Joinville nos últimos cinco anos

Outras grandes companhias passam por recuperação judicial para evitar o mesmo destino

Em um intervalo de cinco anos, 30 empresas decretaram falência em Joinville, 11 delas somente no ano passado, como aponta um levantamento da Serasa Experian – expert em análises e informações de crédito e negócios. O total acumulado em 2018 é o maior desde 2014 e 22% superior à soma dos três anos anteriores, em que nove empreendimentos encerraram as atividades na cidade.

O maior salto das falências informadas em Joinville ocorreu justamente na virada para 2018, quando passou de um caso, em 2017, para os 11 registrados entre janeiro e dezembro últimos.PUBLICIDADE

Na tentativa de se reestruturar, também nesses cinco anos foram feitos 33 requerimentos de recuperação judicial no município. No mesmo período, houve ainda 28 pedidos de recuperação deferidos e oito concedidos pela Justiça. Em 2018 foram três requerimentos, três deferimentos e duas concessões.

Por enquanto, em 2019 o número de solicitações e de baixas estancou e ainda não foram contabilizadas novas falências ou mesmo pedidos de recuperação de companhias joinvilenses.

Uma empresa não quebra de um dia para o outro.

A causa

Para João Martinelli, presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), talvez o fator determinante ao crescimento dos pedidos de recuperação ou mesmo a falência de empresas nos últimos anos decorre dos desdobramentos da recessão econômica. “O reflexo dos números no ano passado nada mais é do que o desfecho da crise que se arrastou de 2015 a 2017”, avalia.

— Uma empresa não quebra de um dia para o outro, ou seja, há muitas empresas ainda que por reflexo da crise estão tentando se recuperar. Então, assim como uma empresa não se recupera da noite para o dia, ela também não quebra. Ela vai acumulando prejuízos, depois acaba realmente tendo que decretar falência ou entrar em recuperação judicial. 2018 traz este reflexo — afirma.

Apesar disso, o líder empresarial destaca que desde 2014 a média de falências é de seis empresas por ano, algo que no universo de companhias joinvilenses - hoje entre três e quatro mil empreendimentos - não chega a ser tão significativo. Em contrapartida, o que chama a atenção são as grandes baixas no período, de grandes empregadoras como a Busscar e a Duque, essa ainda em recuperação judicial.

— O que causa impacto são essas companhias maiores, que detinham milhares de empregos —ressalta.

Novo momento

Na avaliação do especialista em recuperações judiciais, Agenor Daufenbach Júnior, as empresas joinvilenses que enfrentam o processo de reestruturação têm se mostrado mais confiantes com o início do novo governo. “Há estabilização do câmbio, a própria bolsa de valores crescendo, então esse ambiente econômico está mais confiante embora o crescimento, em números, ainda seja pouco substancial”.

— Isso não vem se refletindo ainda muito em números, mas as empresas em si estão estáveis e todas as que visitamos visualizam melhora para o futuro — destaca.

João Martinelli mantém opinião parecida.

— Daqui para a frente, nós vamos verificar um número muito menor (de falências), porque as empresas que não quebraram ou que estão em recuperação judicial com certeza vão se valer de um mercado melhor, de uma economia melhor, para poder se reerguer.

Grandes empresas enfrentam recuperação judicial

Em Joinville, nesta última década grandes empresas estiveram ou ainda estão envolvidas em processos de recuperação judicial. Talvez o maior exemplo é o da antiga Busscar, que teve falência decretada em 2012, com dívidas que superavam R$ 1,6 bilhão. A massa falida da empresa foi vendida para um grupo de investidores, entre eles os sócios da Caio Induscar (uma das principais fabricantes de carrocerias de ônibus do País), e voltou a operar. Porém, ainda hoje, cerca de seis mil credores têm valores a receber.

De acordo com o administrador judicial da massa falida da empresa, Instituto Professor Rainoldo Uessler, o valor atual da dívida ainda está sendo contabilizado, uma vez que continuam sendo levantados os valores conseguidos com a venda de bens da companhia e também devido à dependência de impugnações de crédito pendentes na Justiça, entre outros.

Outros processos conhecidos e ainda em curso são o da Wetzel S.A, atuante nos segmentos automotivo, de eletroferragem e instalações elétricas, e da metalúrgica Duque S.A. Ao lado de outros sete empreendimentos, as duas companhias têm suas recuperações acompanhadas pela Gladius Consultoria.

O escritório também administra as recuperações das joinvilenses Manchester Logística Integrada/Manchester Empreendimentos Imobiliários; Indústria de Máquinas Eldorado; Juane Alimentos e Bebidas/Congevin Alimentos e Bebidas; Athletic Way Comércio de Equipamentos para Ginástica e Fisioterapia; Vogelsanger; e Interativa Indústria e Comércio de produtos reciclados LTDA.

Segundo o administrador judicial e sócio da Gladius, Agenor Daufenbach Júnior, no caso da Wetzel, que teve o plano de recuperação aprovado em junho de 2017, a empresa está cumprindo o planejado.

— A Wetzel voltou a crescer e já está novamente com mil funcionários, tem uma boa expectativa de crescimento na área de eletrotécnica, inclusive atendendo especialmente a área da construção civil. Visitei a empresa há duas semanas e o cenário é otimista — revela o advogado.

Já a Duque passa por procedimento atípico e tem seu processo de recuperação arrastado desde 2014, chegando inclusive a ter falência decretada e anulada pela Justiça no período. Nesta quinta-feira (14), a metalúrgica apresentou nova proposta aos credores em assembleia.

— A Duque enfrenta uma situação mais delicada quanto à recuperação, porque não conseguiu cumprir aquele plano inicial. O magistrado permitiu que os gestores apresentassem um novo plano, embora a empresa esteja parada há um ano — explica Agenor.

— Este (novo) plano não prevê em linhas gerais o retorno da atividade, prevê que se faça nascer uma nova empresa, chamada UPI - Unidade Produtiva Isolada, destinada à exploração imobiliária do imóvel da Duque para que esse dinheiro seja destinado aos credores. É a proposta que eles terão que estudar (nesta quinta) — conclui.

Mais um exemplo, este sob consultoria de Rogério Dantas, da RND Consult LTDA, é o processo de recuperação envolvendo a Douat Têxtil. “O processo da companhia encontra-se em gabinete, aguardando realização de nova Assembléia Geral de Credores para deliberação quanto a alterações no Plano de Recuperação Judicial”, aponta o advogado Marcelo Reinhold.

Entenda a recuperação judicial

Medida tomada para evitar um possível processo de falência e recuperar a sustentabilidade das companhias, o pedido de recuperação judicial é feito em juízo e segue a Lei 11.101/2005. Geralmente a solicitação ocorre com o objetivo de preservar as atividades produtivas e econômicas do negócio, quando o mesmo enfrenta dificuldades financeiras e não consegue honrar suas dívidas com credores.

Se aprovado, o deferimento da proposta representa o escalonamento desses débitos e a empresa deve seguir um plano de recuperação aceito pela maioria dos credores dentro do prazo de até dois anos - o pagamento dos acordos, no entanto, pode superar esse prazo conforme previsto no plano aprovado em assembleia. Caso descumpra as obrigações previstas, a companhia pode ter a falência decretada; e quando a manobra é bem sucedida é possível, por exemplo, sanar as dívidas e recuperar a confiança do mercado.


Endeavor - treinamento grátis para auxiliar na gestão de negócios em 2019

Você já começou a olhar para seu planejamento estratégico? Já definiu as métricas que vão guiar o seu negócio no próximo ano?Pensando nisso, a Endeavor, organização mundial de fomento ao empreendedorismo e inovação, preparou 4 lives para novembro e dezembro, pensando em auxiliar na gestão dos negócios em 2019.Entre os conteúdos estão marketing, vendas, tecnologia e produto.Marketing e Vendas: como criar uma máquina de aquisição de clientes usando dados e analytics?Em parceria com a Punk Metrics, será abordado:
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Data: 22 de novembro, a partir das 18h.Onde: Transmissão ao vivo pelo Facebook da EndeavorInscrições: clicando aqui Tecnologia e Produto: práticas de gestão para o contexto ágilEm parceria com a Tera, será abordado:
  • Como alinhar a rotina de Tech e Produto com os objetivos estratégicos do negócio
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  • Que benefícios oferecer para atrair talentos se não consigo competir com altos salários?
Quando: 29 de novembro, a partir das 19hOnde: Transmissão ao vivo pelo Facebook da TeraInscrições: clicando aqui Produtos digitais: como usar a ciência dos dados para melhorar a performance?Em parceria com a Punk Metrics, será abordado:
  • Como adicionar métricas no processo de design e UX?
  • Qual a maturidade analítica da empresa e produto?
  • Como definir uma estratégia de mensuração para produtos digitais?
Quando: 6 de dezembro, a partir das 18hOnde: Transmissão ao vivo pelo Facebook da EndeavorInscrições: clicando aqui Branding e Performance: como extrair o máximo de retorno da sua estratégia de mídia?Em parceria com a PUB Brasil, será abordado:
  • Como posicionar a marca e construir credibilidade no médio prazo?
  • Como desenhar uma estratégia de mídia que responda a esses dois objetivos?
  • Como planejar seu investimento em marketing para 2019 levando em consideração branding e performance?
Quando: 13 de dezembro, a partir das 18hOnde: Transmissão ao vivo pelo Facebook da EndeavorInscrições: clicando aqui

DHL Express terá novo terminal logístico no aeroporto de Lisboa

A DHL Express e a ANA Aeroportos de Portugal assinaram um acordo para a construção de um novo terminal logístico da empresa de distribuição no aeroporto de Lisboa, que funcionará a partir de 2020.

 Após a assinatura do documento, José António Reis, diretor-geral da DHL Express Portugal, informou que a empresa poderá começar a construir a partir de 01 de janeiro de 2019, num terreno que ultrapassa os 21 mil metros quadrados, sendo a área de construção de cerca de 11 mil metros quadrados e a área de implementação de quase seis mil metros quadrados.
Ao garantir acesso à placa do aeroporto, a DHL Express vai assumir o ‘handling’ da sua mercadoria e, no final, ganhar em “termos de eficácia cerca de uma hora a uma hora e meia mais cedo”, o que significa “colocar a mercadoria de forma mais rápida na rua” resumiu o responsável à agência Lusa.“Todo este investimento obedece a uma lógica da DHL Express para, por um lado, sermos mais eficazes, mais rápidos e também para garantir outro tipo de segurança de envio aos nossos clientes e confere outro tipo de capacidade para responder ao crescimento das exportações, ao próprio crescimento das importações e ao fenómeno das compras ‘online'”, acrescentou.O contrato hoje assinado prevê que a DHL possa estender a permanência no novo terminal até 40 anos, informou ainda José António Reis, referindo que, nos planos da empresa, está concentrar no aeroporto “todas as localizações da grande Lisboa , incluindo a sede”.O projeto futuro deverá traduzir um aumento de contratações entre 5 a 10%, com o diretor a sublinhar tratar-se de “emprego qualificado” face à aposta na tecnologia, cujo investimento ronda os oito milhões de euros.“Seguramente vamos manter e eventualmente conseguir absorver os crescimentos com a frota que temos atualmente”, referiu à Lusa.À questão sobre se o novo aeroporto do Montijo foi equacionado como local de operação, o diretor geral respondeu que a DHL “está, de alguma forma, a colocar os meios financeiros, mas este é um investimento da DHL e a da ANA”.“E parece-me que seria um pouco descabido a ANA estar a contratualizar com a DHL um investimento desta natureza para que toda esta parte da carga aérea se movimentasse para o outro aeroporto”, disse à Lusa.Em abril de 2019, a empresa espera receber os primeiros veículos elétricos, estando a nova infraestrutura pensada para “alimentar esse tipo de veículos”.Pela ANA, Francisco Pita comentou que este acordo representa a evolução na operação de carga, que “acompanha aquele que tem sido o crescimento do Aeroporto de Lisboa”.A DHL Express Portugal tem como atividade o transporte expresso internacional de encomendas e documentos, servindo a totalidade do território nacional através de 10 instalações e mais de 300 ‘service points’ com serviço expresso internacional.A empresa tem uma equipa de 500 especialistas e uma frota composta por cerca de 200 veículos operacionais e três aviões garantem diariamente a ligação de Portugal com os grandes centros operacionais em todo o Mundo. A DHL faz parte do Grupo DeutschePost DHL que gerou receitas superiores a 60 mil milhões de euros em 2017.

Após decisão do Supremo, empresas confundem terceirizados com PJs


Ricardo Eletro terá controle norte-americano

Fundo Apollo vai pagar R$ 500 milhões e renegociar dívida de R$ 1,28 bilhão

Troca de comando. O fundador Ricardo Nunes deve deixar a presidência, mas continuará na gestão
Quem quiser negociar desconto diretamente com o dono da Ricardo Eletro – jargão usado pelo fundador da empresa, Ricardo Nunes – agora vai ter que falar com o fundo norte-americano Apollo, que vai assumir o controle da Máquina de Vendas, dona da marca fundada pelo mineiro de Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado. Fontes ligadas à rede afirmam que o controle vai trocar de mãos até o fim deste mês. Tudo será feito por meio de um plano de recuperação extrajudicial, ou seja, um acordo firmado fora das esferas da Justiça.Não se trata de uma venda, mas, sim, de um aporte de R$ 500 milhões. Além de investir, o fundo está renegociando a dívida de R$ 1,28 bilhão do grupo, junto a bancos e fornecedores. Por enquanto, a participação do novo proprietário não está definida, mas, certamente, será superior a 51%. O empresário Ricardo Nunes deixará a presidência, mas, como minoritário, vai permanecer na gestão dos negócios.Terceira maior do Brasil no ramo de eletrodomésticos, a Máquina de Vendas só perde para o grupo Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) e para o Magazine Luiza. Atualmente, o faturamento está na casa dos R$ 5,5 bilhões, mas chegou a R$ 9 bilhões, em 2014. De lá para cá, o número de lojas caiu praticamente pela metade, assim como os empregos: de 23 mil colaboradores para 13,8 mil.Até 2014, a Máquina de Vendas estava em franca expansão e chegou a incorporar marcas como a Insinuante, City Lar, Salfer e Eletro Shopping. Entretanto, com o agravamento da crise econômica, a integração acabou sendo atropelada. Na avaliação do professor de MBA de varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ulysses Reis, o infortúnio da Ricardo Eletro foi coincidir o período de expansão com a crise, que provocou uma grande mudança no perfil de consumo.“A partir de 2015, as pessoas deixaram de lado o modelo de comprar em várias prestações e com juros altíssimos, pois, devido ao alto nível de endividamento, a prioridade passou a ser quitar as dívidas”, justifica o professor.Segundo Reis, outro fator que justifica a queda do faturamento é a mudança na necessidade de consumo. “A maioria das pessoas já comprou TVs, geladeiras e outros produtos da linha branca. O máximo que pode haver é uma reposição”, comenta o professor.As dificuldades financeiras estão rondando a Máquina de Vendas há pelo menos dois anos. No ano passado, os bancos Santander, Itaú e Bradesco chegaram a deter 51% da holding.Máquina de Vendas demitiu  pessoas em quatro anosEm quatro anos, a Máquina de Vendas fechou quase 400 lojas e demitiu cerca de 9.000 pessoas. Por meio da assessoria de imprensa, a rede disse que não vai comentar a transição do controle. Entretanto, fontes ligadas ao comando do grupo garantem que não haverá mais cortes. “Trata-se de um processo de reestruturação que vem acontecendo há pelo menos dois anos. As lojas que tinham que ser fechadas já foram. A ideia, agora, é organizar a casa e manter as atuais unidades”, explica a fonte, que preferiu não ser identificada na reportagem. A Máquina de Vendas, que chegou a ter 1.050 lojas e gerar 23 mil empregos em todo o país, atualmente tem 657 unidades e emprega 13,8 mil pessoas.Embate é ruim para 66% das empresasOs possíveis efeitos da guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta já estão sendo antecipados pela maior parte das companhias em atuação no Brasil. Dos 130 executivos consultados no fim de julho pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), 66% já incluem como riscos aos seus negócios o aumento de custos causado pela imposição de tarifas ou a queda de receitas provocada pela perda de fatias de mercado.Em análises internas, 53% dessas empresas consideram a guerra comercial como uma ameaça de média proporção. Para 13%, esses riscos são altos. “A percepção dos empresários no Brasil seguem em linha com a estimativa que as tarifas aplicadas às exportações brasileiras poderiam subir de 5% para 32%”, afirmou a presidente da organização no Brasil, Deborah Vieitas.“No cenário de guerra comercial, não há vitoriosos, embora alguns setores brasileiros possam ganhar no curto prazo, especialmente no setor de commodities”, complementa a presidente da Amcham. Os participantes da pesquisa acreditam que as perspectivas de médio prazo são de que os países mais atingidos pelo aumento de tarifas dos EUA buscarão outros mercados para suas exportações.A pesquisa ainda aponta que a principal barreira para integração do Brasil no mercado global, para 31% dos entrevistados, é a insegurança jurídica para investimentos. Também foram mencionados custos poucos competitivos e falta de acordos comerciais ou de investimento. Em relação às negociações entre Brasil e Estados Unidos, 56% dos empresários pensam que o governo brasileiro deveria adotar uma postura mais ativa de diálogo.

Christopher transformou a Granado em empresa Global

Christopher Freeman, 70 anos, comprou o negócio em 1994

Sob seu comando, a companhia carioca deixou de ser uma empresa tradicional, mas quebrada, e atingiu um faturamento de R$ 400 milhões

Christopher Freeman (Foto: )
Quando comprou a Granado, em 1994, o britânico Christopher Freeman, 70 anos, tinha um objetivo claro: conferir vida nova à empresa fundada em 1870, que havia ficado famosa por seu tradicional polvilho antisséptico.Ele assumiu o comando de uma empresa centenária que estava parada no tempo e a transformou em uma das maiores companhias de beleza e higiene pessoal do país, com um faturamento superior a R$ 400 milhões.Para atingir seu objetivo, criou linhas de produtos, fez aquisições de peso, armou parcerias internacionais e recrutou um talento: sua filha Sissi Freeman, que teve papel determinante na modernização da marca.No ano passado, ele vendeu 35% da empresa para a espanhola Puig, quinta maior fabricante de perfumes do mundo. Com os recursos, planeja a expansão internacional. Em novembro último, foi inaugurada em Paris a primeira loja europeia da Granado. A meta é abrir mais quatro unidades na Europa em 2018.Quando o senhor veio pela primeira vez ao Brasil? Em 1976, quando tinha 29 anos. Eu trabalhava fazendo auditorias para grandes grupos financeiros e fui transferido do Bank Boston de Paris para São Paulo. Fiquei quatro anos, até que me propuseram uma nova transferência, dessa vez para Boston, nos Estados Unidos.Mas aí já era tarde demais. Eu tinha virado corintiano e arrumado uma namorada brasileira. Foi a Clicia Lutti, hoje minha esposa, quem me convenceu a me mudar definitivamente para o Brasil, onde passei a trabalhar como consultor independente.Como a história da Granado se cruza com a sua? Da forma mais inusitada possível. Em 1994, Carlos Granado, neto do fundador da empresa, José Antônio Coxito, me chamou para elaborar um plano de venda para a Granado, uma companhia com 124 anos de história e muita tradição, mas que estava parada no tempo. A empresa não estava quebrada, mas o faturamento já não era mais o mesmo.O Carlos não tinha herdeiros nem um plano de sucessão. Ele decidiu que era hora de vender, mas todas as propostas que recebia eram para comprar parte da empresa ou apenas um produto — o polvilho antisséptico, seu carro-chefe. Foi aí que eu entrei: minha missão era achar um empresário que aceitasse comprar a empresa inteira. E, no final, essa pessoa acabou sendo eu.O senhor foi contratado para vender e acabou comprando? Exatamente. E no pior momento possível. O cenário era muito incerto, com descontrole da inflação, falta de investimentos, recessão.Estávamos em 1994, e o Governo Itamar Franco estava começando a lançar as bases do Plano Real, mas ainda não havia nada definido. A instabilidade tornava a venda da Granado ainda mais difícil. Até que falei para o Carlos: “Você não quer vender pra mim?”.O que o levou a fazer a oferta? Eu enxerguei uma grande oportunidade. A Granado tinha produtos excelentes e uma marca poderosa, amada pelo público.Era possível fazer muitas coisas ali. Decidi arriscar. Fiz um empréstimo bancário, pedi ajuda para alguns amigos e juntei US$ 8 milhões para comprar a empresa. Arrumei o comprador, como havia prometido ao Carlos Granado (risos). Ele me ajudou também: aceitou que o pagamento fosse parcelado.Não foi uma loucura? De certa forma foi, mas dei muita sorte. No dia seguinte à assinatura do contrato, o Plano Real entrou em vigor. Então a estabilidade ajudou. Mas não foi só isso. Logo que assumi a empresa, tomei uma série de medidas para retomar o crescimento. Naquela época, a Granado atuava em dois setores, indústria e varejo.Tínhamos três drogarias, que comercializavam medicamentos e cosméticos de diversas marcas. Decidi que o melhor caminho era focar na produção. Então, vendi duas drogarias e fiquei apenas com a principal, no Centro do Rio.Mantive os produtos tradicionais, que faziam sucesso desde o início da companhia, como o polvilho antisséptico [talco para os pés criado em 1903 e que é até hoje um dos campeões de venda do grupo, com mais de 1 milhão de unidades vendidas por mês].Mas ao mesmo tempo passei a investir em novos itens. Lancei uma linha dedicada aos bebês e outra aos pets. A minha estratégia era usar o polvilho para abrir portas com os compradores, e depois introduzir as novidades da marca. Não queria dar as costas para a tradição, mas também não podia ficar preso ao passado. Era necessário mudar muita coisa e acho que esse foi o trabalho mais difícil.
Entrevista (Foto: )
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Foi um trabalho de transição. Sim. Eu tive de tirar de linha muitos produtos que estavam ultrapassados, como os xaropes e a água inglesa, e mudar a composição de outros, como os sabonetes fabricados a partir de ingredientes de base animal.A Anvisa estava no início de suas atividades e as exigências para os medicamentos e fitoterápicos passaram a ser mais rigorosas. Quem mais sofreu nessa fase foram os meus filhos. Eu tinha de achar a fórmula certa para os novos produtos, e levava tudo para testar em casa. Um sabonete mais estranho que o outro.Um ficava colorido demais, outro não fazia espuma, outro não tinha perfume nenhum. Minha filha Sissi [Sissi Freeman, que entrou na empresa em 2005 e hoje é diretora de marketing do grupo, além de sucessora e braço direito de Freeman] foi a principal cobaia e maior vítima.Como surgiu a parceria com a empresa americana Sara Lee, em 1999? Eles nos procuraram porque queriam um sócio local para ajudar na fabricação e distribuição dos sabonetes Phebo. Durante cinco anos, trabalhamos em um esquema de joint venture.Até que, em 2004, a Sara Lee passou por uma reestruturação e decidiu sair do mercado de cuidados pessoais. Foi quando nos perguntaram se queríamos comprar a marca e a fábrica da Phebo. Era uma ótima oportunidade de ganhar escala. A empresa dobrou de tamanho, e agregamos uma marca que complementava perfeitamente o nosso portfólio.A transação aumentou o nosso poder de negociação com clientes e fornecedores. Mas me colocou numa posição difícil, porque percebi que não conseguiria mais tocar tudo sozinho. A responsabilidade havia dobrado, e os custos também.Foi nessa época que você convidou sua filha para entrar na empresa. Sim. A Sissi tinha formação em economia e assumiu o papel de diretora de marketing. Ela teve um papel fundamental nesse período. Foi quem me convenceu a renovar toda a identidade visual da marca. Havia um problema grave de padronização. As linhas novas e antigas não conversavam entre si.Os produtos tinham tipografias e logos diferentes — Granado Laboratórios, Casa Granado, Granado & Cia etc. Não ficava claro para o consumidor, por exemplo, que as linhas Bebê e Antisséptica eram da mesma empresa. Por recomendação da Sissi, chamamos o designer francês Jérôme Bérard, que havia trabalhado com grifes como a Dior e a Tiffany, para cuidar do aspecto visual.Nessa reformulação, decidimos reforçar o caráter histórico da marca. Passamos a incluir a data da fundação da empresa e a palavra Pharmácias em todos os rótulos — alguns deles passaram a levar o selo de Pharmácia Oficial da Família Imperial Brasileira [concedido por D. Pedro II, em 1880].Foi nessa época, também, que decidimos voltar a investir em pontos de venda, abrindo lojas em estilo vintage, que lembravam as antigas boticas do século 19. Para isso, usamos na decoração peças originais do acervo da família Granado.Foi uma retomada do varejo? O foco continuou sendo a produção. Tanto que hoje 75% do nosso faturamento vem das vendas para farmácias, supermercados e outros distribuidores em todo o país, e apenas 25% vem das lojas próprias. [Hoje, a companhia conta com 60 lojas: 15 no Rio, 16 em São Paulo, uma em Paris e as demais espalhadas em 15 estados brasileiros.]Em 2017, a empresa teve um crescimento de 12%. Como explica a expansão, mesmo diante da crise econômica? Não fomos tão afetados. É claro que, se não houvesse crise, nossos números seriam ainda maiores. Mas não sofremos como outras empresas. Há várias razões para isso. Nunca paramos de aprimorar nossos produtos, que têm uma ótima relação de custo e benefício. Eles não são os mais baratos do mercado, mas prezam pela qualidade.O consumidor, mesmo em tempos de crise, percebe isso e continua comprando. Nos últimos anos, investimos muito em informática e na automatização de nossas fábricas [são duas unidades fabris, uma em Belém (PA) e outra em Japeri, na região metropolitana do Rio, ainda em fase de finalização]. O nosso serviço de logística é excelente.E adotamos táticas de marketing certeiras. Para vender a nossa linha bebê, que é a que mais cresce hoje, fizemos um trabalho forte com os pediatras. Se o médico diz para a mãe usar Granado, ela vai usar.
Entrevista (Foto: )
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Existe uma ligação muito forte entre a história da Granado e a história do Rio. Como o senhor vê a crise institucional pela qual a cidade atravessa? Estamos enfrentando um grande desafio, que é o de vencer a corrupção.Em que outro lugar no mundo você tem dois ex-governadores presos [Sérgio Cabral e Anthony Garotinho], com o atual também correndo o risco de ir para a cadeia? [Em novembro, o operador Edimar Moreira Dantas afirmou, em delação premiada, que a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio teria pago R$ 4,8 milhões em propina ao atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.]Mas o Rio, desde sempre, pagou a conta dos erros cometidos no passado. A mudança da capital para Brasília e, mais recentemente, a fuga da indústria para outros estados afetaram muito a cidade.Quando vim pela primeira vez ao Brasil, no fim da década de 1970, ainda era possível encontrar grandes multinacionais instaladas aqui. Agora não: você tem apenas os setores de gás e petróleo, ambos em crise. Enfim, essa limitação do Rio nunca foi um segredo pra mim. Por outro lado, a cidade segue com um potencial enorme de crescimento.Basta que exista um cuidado com as finanças e que se promova a volta dos investimentos. Mesmo nessa fase de vacas magras, houve investimentos importantes, como a revitalização da zona portuária, o metrô até a Barra. A infraestrutura melhorou, mas é uma pena que tenha sido a um custo tão grande para o estado.Em abril deste ano, a Granado inaugurou sua nova sede, no Porto Maravilha. Foi difícil deixar a sede centenária no Centro da cidade? A companhia cresceu muito nos últimos dez anos. A antiga sede não dava mais conta, tanto que chegamos a alugar um prédio do outro lado da rua.Quando houve o processo de revitalização da zona portuária, com o projeto Porto Maravilha, achamos que era chegada a hora de mudar. Outras empresas foram para lá, como a L’Oréal. Mas nós chegamos antes delas.Há alguns anos, o senhor declarou: “Eu me tornei um cidadão brasileiro por causa da Granado. Nem por todo o dinheiro do mundo eu vendo a empresa”. Isso espantou possíveis compradores? Na verdade, não. Continuo recebendo novas propostas para vender a Granado. E eu continuo dizendo que não. Eu acredito que meu lugar é aqui.Mas o senhor vendeu 35% da companhia para o grupo espanhol Puig no ano passado. Sim, mas eu continuo sendo o principal acionista. E só fechei negócio porque a Puig, além de ser um grande grupo, também é uma empresa familiar. [A empresa espanhola, dona de marcas como Carolina Herrera e Paco Rabanne, fatura cerca de 2 bilhões de euros por ano. O valor da transação não foi revelado, mas estimativas do mercado falam em R$ 500 milhões.]Temos muito em comum, principalmente no que se refere à visão de longo prazo. Nós fazemos planos para daqui a dez anos. Os outros investidores que me procuraram queriam respostas rápidas, projetos de curto prazo. Eu não acredito em decisões apressadas. Imagine se eu chegasse na Granado, em 1994, e começasse a mudar tudo imediatamente, pensando apenas no lucro rápido. A companhia não seria nem sombra do que é hoje.A entrada da Puig no negócio deve contribuir para a expansão da Granado? Com certeza. Com a venda para a Puig, conseguimos liquidar uma dívida que havíamos contraído para construir a nova fábrica, em Japeri (RJ), que teve um custo de R$ 300 milhões [a fábrica será concluída no segundo semestre deste ano. O objetivo é dobrar a capacidade produtiva, que hoje é de 12,5 milhões de produtos por mês].Além disso, pudemos dar início à expansão internacional, com a inauguração da nossa primeira loja em Paris, em novembro.
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Quais são as suas expectativas em relação à entrada da Granado no mercado externo? Estou muito otimista. O ponto é excelente. Fica na Rua Bonaparte, em Saint-Germain-des-Prés, região famosa por suas lojas de luxo e galerias de arte. Vamos vender 400 produtos, ou seja, quase tudo que oferecemos em uma loja própria no Brasil, então estamos sendo agressivos.Mas tudo vai depender do desempenho dessa primeira loja. Se não vender, vamos repensar a operação. Se for bem, queremos abrir mais quatro unidades na Europa em 2018. Já tivemos uma primeira experiência bem-sucedida, ao colocarmos nossos produtos em um estande na loja de departamentos Le Bon Marché, em 2013.Foi um trabalho árduo de adaptação. Para ficar em dia com a regulamentação europeia, tivemos de refazer a formulação de vários itens — são muitos os ingredientes que podemos usar aqui, mas não na Europa. Valeu a pena.O sabonete Phebo Odor de Rosa entrou na lista dos cinco produtos mais vendidos em sua categoria na Le Bon Marché. Também foram muito bem a Manteiga e o Esfoliante corporais Castanha do Brasil. Eles gostam de produtos com ingredientes brasileiros, ricos em extratos vegetais.O senhor é o impetuoso da família. Sissi, sua filha, é mais prudente? Vocês já bateram de frente? Não sei se sou tão impetuoso assim. Fiquei com essa fama por ter comprado a Granado em condições adversas, mas que acabaram se revelando não tão adversas assim. No dia a dia dos negócios, avalio cada situação e trabalho com metas de longo prazo.A Sissi tem um lado mais intuitivo, cuida muito da parte de criação. Mas tem formação em economia e também participa das decisões administrativas. Enfim, acho que nos completamos.Com quase 25 anos de dedicação exclusiva à Granado, sobrou tempo para se dedicar a outros prazeres? Não tenho grandes pretensões. Minha ideia de diversão é passar o fim de semana na casa da família, em Angra dos Reis.O cozinheiro francês Claude Troisgros, outro europeu radicado no país, disse que não se vê mais como um francês. O quanto ainda há de inglês em Christopher Freeman? Acho que só restou o torcedor do Newcastle (risos). Se bem que sou também corintiano. Quem sabe, se tudo der certo, eu possa abrir uma loja da Granado em Londres e recuperar o britânico que mora em mim.

BANCO CENTRAL DECRETA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL DO BANCO NEON

FINTECHS: BANCO CENTRAL DECRETA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL DO BANCO NEON

Fechamento ocorre um dia após a startup receber investimento de R$ 72 milhões

O Banco Neon foi fechado pelo Banco Central (Foto: Divulgação)
Banco Central informou na manhã desta sexta-feira, 4, por meio de nota, a decretação da liquidação extrajudicial do Banco Neon S.A., que tem sede em Belo Horizonte.A decisão ocorre um dia após afintech receber um investimento de R$ 72 milhões, realizado pelos fundos Monashees e Omidyar Network – entidade criada pelo fundador do eBay, o bilionário Pierre OmidyarDe acordo com o BC, a medida foi tomada em função de "comprometimento da situação econômico-financeira, bem como a existência de graves violações às normas legais e regulamentares que disciplinam a atividade da instituição".De pequeno porte, o Banco Neon detém 0,0038% dos ativos do sistema bancário brasileiro e está autorizado a operar como banco comercial.Possui apenas uma agência bancária, na cidade de Belo Horizonte."O Banco Central está adotando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, em observância às suas competências legais de supervisão do sistema financeiro", informou o BC em nota. "Nos termos da lei, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição."Conforme o BC, "as irregularidades encontradas no Banco Neon não estão relacionadas com a abertura e movimentação de conta digital ou com a emissão de cartões pré-pagos, objeto de acordo operacional com a empresa Neon Pagamentos S.A. para estruturação de plataforma de banco digital integrada com a gestão de contas de pagamento".O BC esclareceu, por meio da assessoria de imprensa, que a Neon Pagamentos não foi submetida ao regime especial de liquidação. Como as operações da Neon Pagamentos eram cursadas pelo Banco Neon, os saldos serão bloqueados até que o liquidante realize os levantamentos para identificar titulares e valores a serem restituídos.De acordo com o BC, o liquidante vai adotar "as providências necessárias para o levantamento dos saldos dos cartões pré-pagos para a devida restituição, bem como dos valores relativos às coberturas do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), com a celeridade possível".Os demais credores, conforme o BC, serão informados pelo liquidante a respeito das providências para habilitação de seus créditos.O Banco Neon surgiu em 2016, fruto de uma joint venture entre o banco Pottencial, instituição financeira com sede em Belo Horizonte, e a Controly, startup que oferecia um cartão pré-pago controlado por aplicativo criada pelo empreendedor Pedro Conrade, de 26 anos.A página do banco na internet já exibe a decisão do banco. O Banco Neon ainda não se posicionou sobre o fechamento.

8 Orientações Para Empreender em 2018

Elaboração do contrato social, escolha do tipo de tributação, obtenção de alvará, cálculo de custos...

Especialista lista passos para não errar na hora de lançar uma empresa

Quer ter um negócio próprio em 2018? Abrir uma empresa é uma decisão de grande responsabilidade, sendo necessários diversos processos, que necessitam de atenção, principalmente, nos detalhes mais técnicos. Alguns pontos de destaque são elaboração do contrato social, a escolha do tipo de tributação da empresa, a escolha do imóvel, obtenção de alvará.Veja alguns pontos que o diretor-executivo da Confirp Contabilidade, Richard Domingos, selecionou para ser levado em conta antes de abrir uma empresa.1. Planejamento do negócioO grande problema na maioria das empresas abertas é que isso ocorre impulsivamente, e em função disso não há um plano de negócio estabelecido, público alvo e estrutura necessária, assim, antes de qualquer coisa é necessário sentar e ver o que se pretende e como se objetiva atingir.Muitas vezes após essa primeira análise se percebe a necessidade de uma capacitação e hoje se encontra um grande número de cursos de capacitação para empreendedores, muito desses gratuitos. Também é importante pesquisar como está o mercado em que pretende atuar, para ver em qual nicho de público se encaixará.2. Cálculo de custos para começar a funcionarÉ preciso que se tenha em mente que para colocar uma empresa para funcionar haverá custos que vão além dos que já se conhece no dia a dia de uma empresa com infraestrutura e pessoal. Dentre esses os principais são as taxas da junta comercial e da emissão do alvará, dentre outras que variam de acordo com a localidade e o ramo de atuação.3. Elaboração do contrato socialPara toda empresa funcionar é imprescindível que se elabora um contrato social, é nesse documento que estão relacionados os pontos práticos do funcionamento da empresa. Pontos primordiais que devem englobar são informações como nome, endereço e atividade, capital social (valor ou bens investidos), qual a relação entre os sócios e como se dá a divisão dos lucros.Importante frisar que quaisquer alterações contratuais, faz com que se tenha que refazer as inscrições federal, estadual e municipal e as licenças. As sociedades limitadas só podem alteradas se 75% do capital estiver de acordo. Geralmente o registro de um contrato social pode ser agilizado procurando o sindicato da categoria da empresa, sendo que o mesmo pode possuir um posto avançado da junta comercial. Com isso, todo esse processo pode ser finalizado em até 24 horas.4. Opção pelo regime tributário que a empresa seguiráHoje, três são basicamente três os regimes de tributação existentes, Simples, Presumido ou Real. A opção pelo tipo de tributação que a empresa utilizará deve ser feita até o início do próximo ano, mas, as análises devem ser realizadas com antecedência para que se tenha certeza da opção, diminuindo as chances de erros.Outro ponto é que cada caso deve ser analisado individualmente, evidenciando que não existe um modelo exato para a realização de um planejamento. Apesar de muitos pensarem que melhor tipo de tributação é o Simples, existem até mesmo casos que esse tipo de tributação não é o mais interessante, mesmo que a companhia se enquadre em todas as especificações.5. Definição da estrutura físicaAlém de definir o local onde será o empreendimento é necessário também que se adquira toda uma estrutura para o funcionamento da empresa, e isso dependerá de cada ramo de atuação, podendo ir desde maquinário até material de escritório.Sobre o local em que será é importante que se observe também se esse se adéqua ao público que pretende atingir e, principalmente, diretrizes estabelecidas pelo município referente ao local. Uma ótima opção são espaços de escritórios compartilhados, que reduzem em muito os custos.6. Obtenção de registros e licençasHoje, a burocracia é tanta para empresas que grande maioria não possuem todos os registros e licenças necessários para o funcionamento, no que se configura em um risco jurídicos para essas, dentre os registro necessários estão o habite-se do imóvel (autorização da prefeitura para que ele possa ser habitado) e as regras de ocupação de solo (cada cidade define regras específicas em leis de zoneamento), alvará de funcionamento, pagamento de taxas de funcionamento, dentre outras licenças necessárias dependendo da atividade da empresa.Veja todos os documentos necessários e em quais órgão buscar:Junta Comercial: registros dos atos sociais (contrato social, atas de reuniões, deliberações etc.).Receita Federal: para obtenção de registro do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).Prefeitura: para obtenção do Alvará de Funcionamento e nota fiscal, caso a empresa seja contribuinte do ISS (Imposto Sobre Serviços).Secretaria Estadual da Fazenda: para obtenção de inscrição Estadual.7. Contratação de uma contabilidadeToda empresa necessita de uma contabilidade par funcionar. Essa que será responsável por estar gerando as informações imprescindíveis para a empresa esteja em dia com os órgãos públicos.Também são responsáveis pelo cálculo de impostos e tributos que a empresa deverá pagar, bem como análise da situação contábil da empresa e geração de informações imprescindíveis para a gestão empresarial8. Processo de contratação de profissionaisSua empresa terá necessidade de funcionários? Se sim é necessário abrir processos seletivos para contratação, hoje esse ponto é um dos mais problemáticos para as empresas em função de um crescente apagão de mão de obra que passa o país. Após a contratação é necessário elaborar o contrato de trabalho, definir salários benefícios ver qual o melhor regime de trabalho e regularizar o mesmo junto ao INSS.Fonte: IDGNow 

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