“Se continuar assim, mais seis meses e acabou”, diz Olavo de Carvalho sobre gestão Bolsonaro

Filósofo elogiou presidente, mas xingou militares que compõem os primeiros escalões do governo federal

BEATRIZ BULLA / ESTADÃO CONTEÚDO
Evento reuniu Olavo, Eduardo Bolsonaro (primeiro e segundo à esquerda, respectivamente) e Steve Bannon (à direita)BEATRIZ BULLA / ESTADÃO CONTEÚDO

Apontado como um dos principais gurus da gestão de Jair Bolsonaro à frente da presidência, o filósofo Olavo de Carvalho fez duras críticas a militares que compõem os primeiros escalões e afirmou que, se o presidente não promover mudanças, seu governo poderá durar apenas mais um semestre.

— Se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal. É só continuar assim. Mais seis meses, acabou — disse Olavo, no sábado (16) à noite, após a apresentação de um documentário sobre suas ideias no Trump International Hotel, em Washington (EUA).

A declaração foi dada poucas horas antes da chegada de Bolsonaro aos Estados Unidos, com quem deve se encontrar em um jantar na noite deste domingo (17). Em seu linguajar típico, recheado de palavrões, o filósofo se referiu aos militares do governo como um "bando de cagão" e repetiu críticas à imprensa segundo a Agência Estado:

— Ele (Bolsonaro) não reage porque aquele bando de milico que o cerca é tudo um bando de cagão que tem medo da mídia. Por que eles têm medo da mídia? Porque quando terminou a ditadura militar, eles viram que estavam todos queimados com a mídia, foram para casa e decidiram agora fazer o papel de bonzinho. O que o Bolsonaro tem a ver com isso? Nada.

Olavo disse acreditar que o atual presidente é um grande homem, mas cercado por "traidores" em quem não pode confiar. O guru da família Bolsonaro demonstrou mais uma vez sua inconformidade com o vice, general Hamilton Mourão, com quem tem um histórico de atritos. Olavo se referiu a Mourão como "idiota".

— O presidente viaja e qual a primeira coisa que ele faz? Viaja a São Paulo para um encontro político com Doria. Esse cara não tem ideia do que é vice-presidência. Durante a viagem, ele tem que ficar em Brasília — complementou.

O filósofo atribuiu ainda a Mourão uma "mentalidade golpista" por supostamente tentar ampliar seu grau de influência no governo. As declarações foram dadas depois da sessão do filme O Jardim das Afliçõesorganizada pelo polêmico estrategista americano Steve Bannon. O evento reuniu cerca de 60 pessoas entre brasileiros e americanos, incluindo diplomatas da embaixada do Brasil. Durante a visita aos EUA, Bolsonaro se reunirá com o presidente americano Donald Trump.

A aproximação do clã Bolsonaro com Bannon provoca desconforto em parte da Casa Branca. O ex-estrategista de Trump foi afastado em 2017 e chamado de "traidor" pelo próprio presidente americano. Bannon também foi convidado para o jantar com Bolsonaro e Olavo de Carvalho.


Aposentadoria tem novo cálculo a partir de hoje

O cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição mudou hoje (31), quando foi acionada uma regra implementada por lei em 2015. A regra exige um ano a mais para homens e mulheres se aposentarem. A atual fórmula, conhecida como 85/95, vai aumentar um ponto e se tornar 86/96.

De acordo com a fórmula 85/95, a soma da idade e do tempo de contribuição era de 85 anos para mulheres e 95 para homens. O tempo de trabalho das mulheres era de 30 anos e o dos homens, de 35 anos. Isso significa, por exemplo, que uma mulher que tenha trabalhado por 30 anos, precisaria ter pelo menos 55 anos para se aposentar.

A partir de hoje, para se aposentar com o tempo mínimo de contribuição, ela deverá ter 56 anos. A mesma soma precisará alcançar 86 e 96. A fórmula será aumentada gradualmente até 2026.

O pedido de aposentadoria pode ser solicitado pelo número 135 ou pelo site do INSS.

Fórmula

A regra de aposentadoria é fixada pela Lei 13.183/2015. Nos próximos anos, a soma voltará a aumentar, sempre em um ano. A partir de 31 de dezembro de 2020, passará a ser 87/97; de 31 de dezembro de 2022, 88/98; de 31 de dezembro de 2024, 89/99; e, em 31 de dezembro de 2026 chegará à soma final de 90/100.

Além de se aposentar por essa regra, os trabalhadores podem atualmente se aposentar apenas por tempo mínimo de contribuição: 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres, independente da idade. Nesses casos, no entanto, poderá ser aplicado o chamado fator previdenciário que, na prática, reduz o valor da aposentadoria de quem se aposenta cedo.


Paulo Guedes - O super ministro vai estimular o empreendedorismo

Como o super ministro Paulo Guedes pretende estimular o empreendedorismo no país

Paulo Guedes é uma referência no mundo do pensamento econômico liberal. Ele foi um dos fundadores do Banco Pactual e também foi sócio majoritário do grupo BR Investimentos, hoje parte do Bozano Investimentos.O novo ministro que será responsável pelo Planejamento, Indústria e Comércio já integrou o conselho de administração de diferentes empresas, entre elas a PDG Realty, Localiza e Anima Educação. Também foi professor de macroeconomia na PUC do Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas e do Inpa ( Instituto de Matemática Pura e Aplicada).A seguir as últimas declarações do futuro super ministro em relação ao empreendedorismo em geral, como pretende gerar novos negócios, mais empregos e renda.“Nossa intenção é criar um ambiente favorável ao empreendedorismo no Brasil. Assim, valorizaremos talentos nacionais e atrairemos outros do exterior para gerar novas tecnologias, emprego e renda aqui. Quebraremos o círculo vicioso do crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais baixos. Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a conseqüente geração de empregos”.‘Vamos eliminar encargos e impostos trabalhistas sobre a folha de pagamento para gerar em dois ou três anos 10 milhões de empregos novos”.“A governabilidade que vai ser construída daqui para frente será diferente. Não será mais o “toma cá dá lá” no Congresso. Vai ser construída em torno de um pacto federativo. Será uma descentralização de poderes, com recursos para estados e municípios”“A reforma fiscal é necessária justamente para descentralizar recursos para estados e municípios. O dinheiro tem que ir onde o povo está. O povo está dizendo que falta segurança., saúde, educação,empregos. Esse dinheiro tem quer ser descentralizado”.“Se o principal problema é o descontrole dos gastos públicos, que corrompeu a política e travou o crescimento econômico. Nós vamos controlar os gastos públicos. Então, o foco é o controle dos gastos públicos”“A razão da indústria e do comércio estar dentro do Ministério da Economia é para justamente existir uma mesma orientação econômica em tudo isso”.“Não adianta a turma da receita ir baixando os impostos devagar se a turma da indústria e do comércio abrir muito rápido. Isso tudo tem que ser sincronizado. Uma orientação única”.“É evidente que não vamos fazer uma abertura abrupta da economia para fragilizar a indústria brasileira. Nós vamos justamente retomar o crescimento da indústria e do comércio  do país garantindo juros baixos, com reformas fiscais  e menos burocracia”.

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