10 histórias de empreendedores que você não conhece, mas deveria

Todos que estudam empreendedorismo ouviram falar em Gates, Musk ou Jobs. Mas há outros donos de negócios que estão fazendo história:

São Paulo – Quando se pensa em empreendedorismo, vários nomes podem surgir na sua mente: Bill Gates, o criador da Microsoft; Elon Musk, que administra ao mesmo tempo a Tesla, a Solar City e a Space X; ou talvez Steve Jobs, o líder eterno da Apple.
Porém, grandes empreendedores podem estar em qualquer lugar – inclusive longe dos holofotes. Por isso, EXAME.com selecionou alguns donos de negócios que já obtiveram sucesso internacional, mas cujas histórias são pouco conhecidas pelos brasileiros.
Alguns dos empreendedores a seguir podem ser completamente novos para você. Ou você pode até conhecer os produtos ou serviços deles, mas não os seus nomes ou suas histórias. Veja, a seguir, quantos inovadores com trajetórias incríveis você conhece!

1. Amancio Ortega

Amancio Ortega

Amancio Ortega (Divulgação)

Você talvez não lembre de cabeça qual o negócio do empreendedor Amancio Ortega. Mas certamente passa com frequência por uma das lojas de sua rede de roupas: a Zara.Ortega virou recentemente o homem mais rico do mundo, ultrapassando o conhecidíssimo Bill Gates, segundo a Forbes. Mas poucos sabem do seu nome, e menos ainda dos detalhes da vida do empreendedor.Diferente de muitos bilionários, ele teve uma infância humilde. De acordo com o Business Insider, um momento de virada para Ortega foi quando ouviu um comerciante dizer para sua mãe que não poderia mais fazer fiado pelo dinheiro necessário para que a família jantasse naquela mesma noite.Nesse momento, Ortega percebeu a real dimensão dos problemas financeiros dos seus pais. Largou a escola por volta dos 13 anos e arranjou seu primeiro emprego, como mensageiro.Sua riqueza só veio após ter uma grande ideia de negócio, por volta dos 40 anos de idade: vender roupas estilosas a um preço acessível. Só a Zara vale, hoje, 16,7 bilhões de dólares (e Ortega acumula uma fortuna de 70,9 bilhões de dólares, segundo a Forbes).

2. Anita Roddick

Anita Roddick, da The Body Shop

Anita Roddick (Wikimedia Commons)

Quando a empreendedora Anita Roddick abriu a primeira loja da rede Body Shop, ela não buscava riqueza: nas suas próprias palavras, ela trilhava no momento “um caminho hippie”.Viajando por países subdesenvolvidos e vendo seus hábitos para cuidar do corpo e da saúde, Roddick teve a ideia de criar uma linha de cosméticos feita com ingredientes naturais. Ela não venderia vaidade, e sim preocupação com o meio ambiente. Ao mesmo tempo, obteria uma fonte de renda para sustentar suas duas filhas.Roddick conseguiu um empréstimo de 6,5 mil dólares, uniu-se a um especialista em plantas medicinais e achou um ponto comercial em Brighton, no Reino Unido.Assim nasceu a primeira loja da Body Shop – uma rede global de beleza que se baseia em uma estratégia inusitada, combinando marketing discreto com conscientização ambiental, ética e social.Em 2007, ano de sua morte, Anita Roddick deixou toda sua fortuna, de 51 milhões de libras esterlinas, para organizações ambientais e sociais. A Body Shop foi vendida à L’Óreal.

3. Colonel Harland Sanders

Balde de frango do KFC

Balde de frango do KFC, com a foto de Colonel Harland Sanders (Daniel Acker/Bloomberg)

Você pode até não conhecer Harland Sanders pelo seu nome, mas certamente já viu sua cara estampada por aí: ele é o fundador – e icônico símbolo – da rede de fast food Kentucky Fried Chicken (KFC).A história de Sanders é um exemplo para qualquer um que diz ser muito velho para começar a empreender: ele começou a franquear seu pequeno restaurante em 1956, aos 66 anos de idade, segundo um perfil da revista The New Yorker.A cozinha, porém, vem desde muito cedo. O pai de Sanders faleceu quando ele tinha seis anos e o futuro empreendedor teve de assumir as refeições, enquanto a mãe trabalhava para sustentar Sanders, seu irmão e sua irmã.Aos doze anos, o fundador do KFC conseguiu seu primeiro emprego, trabalhando em uma fazenda de madrugada. Ele conciliava os empregos com a escola, mas logo teve de abandonar os estudos. Nas próximas décadas, teve uma carreira variada – de bombeiro a vendedor de pneus.Para complementar a renda, passou a servir pratos para viajantes. Seu nome ficou conhecido não só em Kentucky, mas em outros estados, e Sanders foi aprimorando sua receita de frango frito.Porém, recebeu um golpe: uma estrada próxima ao seu local de trabalho seria redirecionada, reduzindo o tráfego de automóveis em frente ao restaurante. Não só: uma nova estrada seria construída, justo em cima do negócio.Sanders passou a viver de suas economias e da aposentadoria pública. Pensando no que fazer, rodou restaurantes pelos Estados Unidos e fechou acordos com outros empreendedores: eles pagavam quatro centavos de dólar por frango vendido segundo o processo feito por Sanders.O sucesso desses negócios foi tanto que o restaurante virou uma rede de franquias, em 1956: o Kentucky Fried Chicken.O KFC foi vendido em 1964, com cerca de 600 unidades franqueadas, pois Sanders já pensava em sua sucessão nos negócios (na época, ele tinha 74 anos de idade). Sanders faleceu apenas aos 90 anos, em 1980. O empreendedor continua como a cara da empresa – e é admirado pelos funcionários, até hoje, como um “gênio”.

4. Dustin Moskovitz

Dustin Moskovitz

Dustin Moskovitz (Getty Images)

Se você já viu o filme “A Rede Social”, talvez se lembre de Dustin Moskovitz: menos conhecido do que seus colegas de faculdade Eduardo Saverin e Mark Zuckerberg, Moskovitz é especialista em programação.Porém, um fato muito desconhecido é que Moskovitz aprendeu a linguagem que faria o Facebook se expandir – o PHP – em “apenas alguns dias”, segundo o Business Insider.Zuckerberg sabia o básico de PHP e foi assim que programou a primeira versão do que viria a ser o Facebook, em 2004. Em poucas semanas, o site que conectava estudantes da Universidade de Harvard explodiu e havia a demanda de levar a rede de relacionamento para outras universidades.O empreendedor se matriculou em uma aula de programação, mas não tinha tempo para se dedicar a outros aspectos do Facebook. Foi aí que Moskovitz ofereceu sua ajuda, e falou que iria aprender PHP.A rede social conseguiu se expandir e Moskovitz se juntou à Zuckerberg em Palo Alto, na Califórnia, com o cargo de Diretor de Tecnologia. O programador saiu do Facebook em 2008 – mas sua participação na empresa já havia tornado Moskovitz em um jovem bilionário.Em seu tempo na startup, desenvolveu uma ferramenta interna para que a equipe coordenasse melhor seus trabalhos. Isso originou o novo negócio de Moskovitz: o aplicativo Asana, que já possui mais de 200 funcionários.

5. Elizabeth Holmes

Elizabeth Holmes

Elizabeth Holmes (Theranos/Divulgação)

Aos nove anos de idade, a jovem Elizabeth Holmes escreveu uma carta ao seu pai. Nela, dizia: “O que eu realmente quero da vida é descobrir algo novo, algo que a humanidade não sabia ser possível fazer.”Hoje, a empreendedora é nada menos que a mais jovem bilionária por meio de seu próprio empreendimento: a startup de biotecnologia e saúde Theranos.Segundo o Business Insider, a primeira inspiração para o negócio veio de um parente, que a incentivou a seguir a carreira de médica. Porém, logo Holmes descobriu que tinha medo de agulhas.A solução para esse problema veio enquanto estudava engenharia química na Universidade de Stanford: a partir de um projeto de pesquisa, Holmes criou uma empresa que faria testes clínicos de forma mais barata e rápida.Um teste de sangue seria feito não extraindo diversos tubos, mas com ume leve picada na ponta do dedo, por exemplo.Assim nasceu a Theranos, em 2003. Poucos meses depois da inauguração do empreendimento, Holmes largou a universidade, aos 19 anos de idade, para cuidar da empresa no porão de uma moradia estudantil.A dedicação de Holmes por mais de uma década rendeu frutos: a Theranos receu 92 milhões de dólares em investimentos de personalidades como Larry Ellison, da Oracle. Mesmo enfrentando problemas com parte da comunidade científica, a Theranos é avaliada em 9 bilhões de dólares, enquanto Elizabeth Holmes possui um patrimônio líquido de 4,5 bilhões de dólares.

6. Jack Ma

Jack Ma

Jack Ma (Twitter/Alibaba Group/Reprodução)

Você provavelmente conhece os sites Alibaba e Aliexpress, e talvez saiba que seu fundador se chama Jack Ma. Mas talvez não conheça quão peculiar é o bilionário chinês – e o quanto ele lutou para ser um empreendedor de sucesso.Apenas para começar, o então Ma Yun não teve uma carreira estudantil de destaque na escola. Ele tentou entrar em Harvard dez vezes – e foi rejeitado em todas. Então, foi para outra faculdade e resolveu procurar um emprego. Ma Yun se inscreveu em 30 vagas diferentes – e, novamente, foi rejeitado em todas (incluindo a rede de fast food KFC).Depois do trauma, Ma Yun adotou o nome Jack Ma e resolveu aprender inglês. Por nove anos, ia diariamente ao principal hotel da cidade para conversar e guiar os turistas, de graça.Ele também criou seu próprio negócio: o comércio eletrônico Alibaba. Mas o dinheiro demorou para chegar. Quando ia a restaurantes, ele conta que diversas vezes a conta já vinha paga, com uma nota: “eu ganhei muito dinheiro com o Alibaba, e eu sei que você não. Obrigado.”Com o tempo – e o grande boom da internet -, a situação de Jack Ma se inverteu. O IPO do grupo Alibaba, que foi um dos maiores da história e atingiu US$ 25 bilhões. O empreendedor se tornou um dos homens mais ricos da Ásia e do mundo, com uma fortuna avaliada pela Forbes em US$ 27,6 bilhões.

7. Jony Ive

Jony Ive

Jony Ive (Getty Images)

Se você quer realmente conhecer a história da Apple, precisa ir além da biografia de Steve Jobs. Quem é empreendedor e pretende focar em desenvolvimento de produto deveria conhecer também Jony Ive: o gênio por trás dos grandes sucessos da Apple.A colaboração do designer com Jobs produziria alguns dos mais desejados itens tecnológicos de todos os tempos — como o Mac, o iPod, o iPhone e o iPad. Ive sabe como unir beleza e funcionalidade em apenas um produto, e isso tornou a Apple uma das empresas mais valiosas do mundo.O inovador chegou à Apple no final da década de 90, e ficou conhecido por ser uma pessoa educada e tímida.Após os típicos atritos de entre Steve Jobs e seus funcionários, Ive acabou sendo reconhecido pelo fundador. A parceria foi intensa, e durou até o falecimento de Jobs. No funeral, Ive o chamou de “meu mais próximo e mais fiel amigo”. Já Jobs o chamava de “seu parceiro espiritual” dentro da empresa.“Minha intuição é boa, mas minha habilidade em articular o que sinto não era tão boa assim – e continua não sendo, para minha frustração. E é isso que é difícil, agora que o Steve não está aqui”, disse Ive à revista The New Yorker.

8. Konosuke Matsushita

Konosuke Matsushita, da Panasonic

Konosuke Matsushita (Panasonic/Reprodução)

Você talvez não conheça Konosuke Matsushita, mas já deve ter usado um dos eletrônicos que sua companhia produziu: a Panasonic.Antes de obter sucesso, porém, o empreendedor passou da riqueza herdada para a pobreza – e teve de construir seu próprio patrimônio, com muito trabalho.Matsushita teve uma infância abastada: sua família trabalhava com grandes plantações no interior de Wakayama, no Japão. Porém, uma desvalorização repentina das commodities fez com que os Matsushita empobrecessem, e o futuro empreendedor teve de arranjar seu primeiro emprego aos nove anos de idade, em uma loja de carvão de Osaka, em 1904. Depois, trabalhou em uma loja de bicicleta até os 15 anos de idade.Convencido de que o futuro estava na eletricidade, Matsushita se candidatou para um emprego na companhia Osaka Electric Light. Aos 22 anos de idade, se esforçava para convencer seu chefe de que tinha uma ótima ideia em mãos – uma tomada desenvolvida de forma inovadora. Mas não obteve resposta.Lembrando dos conselhos de seu pai sobre as vantagens de ser empreendedor, Matsushita largou seu emprego, em 1917, e montou sua própria loja em um pequeno alojamento: a Matsushita Electric.As vendas iam de mal a pior, e o empreendedor trabalhava para sobreviver. O negócio só não faliu porque recebeu um pedido inesperado, de mil unidades de placas com isolante para ventiladores elétricos.Matsushita conseguiu se mudar para um local maior e expandiu sua produção para outros produtos inovadores de eletricidade, desenhados por ele próprio. A Matsushita Electric surpreendeu o marcado, por exemplo, ao lançar lâmpadas para bicicleta que operavam por bateria, e não por velas ou querosene.A companhia, que mudou seu nome para Panasonic, se tornou conhecida por oferecer alta qualidade e preço baixo, firmando-se por décadas. Eventualmente, o negócio ficou conhecido por ser o maior do Japão no ramo de eletrônicos para consumo.

9. Michael Dell

Michael Dell, CEO da Dell

Michael Dell (Getty Images/Getty Images)

Você provavelmente já sabe que empresa Michael Dell criou: a gigante do hardware Dell. Mas sua história não é tão conhecida quanto a de outros colegas seus da tecnologia de computadores, como Bill Gates e Steve Jobs.Dell já se interessava por hardware durante o colégio, usando seu tempo livre para mexer em computadores. Porém, seus pais queriam que ele se tornasse um médico, segundo a Entrepreneur. Em 1983, Dell atendeu o pedido e virou um calouro na carreira de medicina da Universidade do Texas.No primeiro semestre, aproveitava o tempo fora das aulas para comprar computadores usados, reformá-los e revendê-los por um preço maior. Vendo as peças se acumularem no seu quarto, percebeu que era a hora de expandir a empresa.Seus pais ficaram furiosos, como era de se esperar. Então, Dell propôs um acordo: ele voltaria para o curso se as vendas durante o verão fossem ruins. Apenas no primeiro mês de operação, o empreendedor de 19 anos de idade vendeu 180 mil dólares em PCs. E nunca mais voltou à Universidade do Texas.O empreendedor teve uma ideia visionária: adotar um modelo de venda direta de computadores, em que ele mesmo comprava os componentes, montava os PCs e os vendia, com preços menores e desempenho maior do que a média pratica pelas grandes marcas.No primeiro ano de operação, a chamada PCs Limited vendeu 6 milhões de dólares em computadores. Poucos anos depois, mudou seu nome para Dell Computer Corp. Em 1992, Michael Dell se tornou o CEO mais jovem a entrar no ranking Fortune 500.“Você não precisa ser um gênio ou um visionário, ou nem mesmo alguém com pós-graduação, para ser bem sucedido. Você só precisa de um modelo de trabalho e um sonho”, defende o empreendedor.

10. Paul Allen

Paul Allen, co-fundador da Microsoft

Paul Allen (Getty Images)

Quem estudou um pouco mais a fundo a história da Microsoft certamente passou pelo nome Paul Allen: menos conhecido do que Bill Gates, o co-fundador da gigante dos computadores pessoais teve de sair da empresa após ser diagnosticado com Linfoma de Hodgkin – um câncer no sistema linfático.Allen se recuperou totalmente do linfoma, e não parou de criar novos projetos após sua carreira nba Microsoft. Segundo seu próprio site, Allen é um “filantropo, investidor, empreendedor, dono dos times Seahawks e Blazers, guitarrista, apoiador da neurociência, pioneiro do espaço e co-fundador da Microsoft.”Em termos de negócios, Allen criou uma nova startup: a Stratolaunch Systems, que pretende fazer o transporte aeroespacial mais acessível. Ele também possui um fundo de investimentos, chamado Vulcan.Além disso, Allen se interessa em projetos de ciência: ele fundou o Insituto Allen para a Ciência do Cérebro e o Instituto Allen para a Inteligência Artificial.A filantropia é outra uma grande causa de Allen: segundo a Forbes, ele já doou mais de 2 bilhões de dólares até hoje. A maioria do dinheiro costuma ir para questões globais, como preservação das espécies. A Paul G. Allen Family Foundation vai na mesma linha e investe em projetos inovadores para resolver “problemas de grande escala”.Alguns fatos curiosos, elencados pelo Business Insider: Allen coleciona aviões militares da Segunda Guerra Mundial; possui uma grande coleção de arte e negocia seus quadros em leilões; abriu dois museus – um sobre ficção científica e outro sobre o guitarrista Jimi Hendrix; e gosta tanto de música que tem uma banda, chamada “The Underthinkers”, na qual ele é o guitarrista.Em 2009, foi diagnosticado com outro câncer do sistema linfático – e, mais uma vez, superou a doença.Fonte: Exame

Como uma loja comprada por fiado virou um negócio de R$ 35 mi

Os empreendedores Sueli e Paulo Barreto faziam de tudo para pagar as contas. Mal sabiam eles que a negociação por uma pequena loja mudaria suas vidas.

São Paulo – A história de Paulo e Sueli Barreto era parecida com a de muita gente – eles saíram do interior de Minas Gerais para São Paulo, em busca de uma vida melhor. Porém, um fato os diferencia de outros viajantes: eles montaram um negócio próprio, e ele deu muito certo.
 Isso não veio, claro, do dia para a noite. A Akio, que faturou 35 milhões de reais no ano passado, começou com a compra de uma pequena empacotadora de alho. Um pequeno detalhe dificultava a tarefa: como o casal não tinha dinheiro para adquirir a loja, negociou a compra por fiado.
Assim como empreendedores de verdade, não se contentaram com pagar o ex-dono e arriscaram mudar completamente o que era feito na empresa: introduziram um novo produto, a farinha de tapioca, e ela virou o carro-chefe de vendas.Com isso, a vida dos empreendedores e de sua pequena loja mudou completamente – só o faturamento, em sete anos, aumentou dez vezes.

Primeiros passos

Nas palavras da própria Sueli, ela e o marido viajaram para São Paulo em 1989 com “uma mão na frente e outra atrás”, impulsionados pelo sonho de conseguir uma casa própria.“É muito difícil conseguir trabalho sem estudo na cidade grande. Aí, tentamos aproveitar todas as oportunidades, esperando que uma delas desse certo”, explica a empreendedora. O casal passou os três primeiros anos em São Paulo pulando de trabalho em trabalho – venderam de chinelos, costuraram mochilas e até saíram anunciando doces em uma Kombi.Até que um amigo do casal decidiu vender sua pequena empresa de alho empacotado, chamada Akio. O negócio não estava indo muito bem e ele decidiu que ganharia mais dinheiro voltando para o país de sua família: o Japão.Paulo e Sueli negociaram com o amigo a compra da empresa – mas por fiado, já que não tinham dinheiro suficiente para desembolsar o pagamento na hora. “Tínhamos amizade com ele desde que chegamos a São Paulo, e ele sabia que éramos honestos. Só por isso confiou na gente e aceitou o acordo”, explica Sueli.

Expansão

O casal não tinha funcionários. Enquanto Paulo saía para conseguir novos clientes, Sueli cuidava de toda a operação da empresa: recebia o alho dos fornecedores, limpava, empacotava e enviava para os supermercados parceiros.O trabalho de prospecção de consumidores deu certo: em um ano, o casal conseguiu pagar o valor que devia ao antigo dono. O lucro passou a ser reinvestido na empresa, e o negócio se estabilizou: em 2010, 17 anos depois do ponto de equilíbrio, o faturamento anual era de 3,5 milhões de reais.Então, Paulo ouviu de um parente que havia um novo produto sendo vendido no centro de São Paulo: a tapioca. O empreendedor teve a ideia de inserir a farinha como um novo item da Akio. “Eu achava um produto muito difícil de se mexer, não tinha certeza de que isso realmente funcionaria. Mas, como já tínhamos passado por tanta coisa, resolvemos tentar”, explica Sueli.Como no ponto atual só cabiam os equipamentos para limpar e empacotar alho, o casal alugou um pequeno salão ao lado da loja atual. Lá, produziam e empacotavam a farinha de tapioca – o casal acabou perdendo muito dinheiro até acertar o ponto certo do alimento, segundo a empreendedora.Depois de a receita estar pronta, Paulo saiu propondo um acordo com os mercados já parceiros: a Akio deixaria uma caixinha com sacos de farinha de tapioca, sem custo, perto dos caixas. Os parceiros só pagariam aquilo que realmente vendesse.Surfando na onda de alimentação leve e saudável, a farinha de tapioca deslanchou: os supermercados faziam novas encomendas todas as semanas. A Akio não tinha espaço para montar uma produção maior e abastecer o mercado, então foi aos poucos comprando terrenos e expandindo. O negócio chegou a ter sete galpões operando ao mesmo tempo.Hoje, a Akio vende tanto o alho quanto a farinha de tapioca – mas esse último item virou o carro-chefe. “Vendemos alho frito, a granel, em pacote e triturado, mas é um produto mais concentrado no estado de São Paulo, por ser mais caro e mais difícil de vender”, explica Sueli. “Já a tapioca comercializamos em 13 estados diferentes.”O empreendimento vende desde pacotes de 1 kg, em atacadões, até potes menores, feitos para cozinhar em casa. Ao todo, a Akio produz seis mil toneladas de tapioca por ano.

Concorrência e planos

Hoje, o maior desafio da Akio é enfrentar a concorrência crescente: há cerca de 300 marcas de tapioca no país, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Amido e Mandioca. O negócio atende dois mil clientes e detém 15% de participação de mercado.“Quando começamos, foi fácil de entrar no mercado. Mas tivemos uma perda de clientes, que foram para marcas com preço menor. Nossa estratégia é se diferenciar deles e investir em melhor qualidade do produto e em criação de novos formatos, além de oferecer um atendimento mais dedicado aos supermercados.”Para isso, a empresa unificou os galpões existentes em uma única sede industrial, com investimento de 14 milhões de reais. Agora, estão procurando equipamentos e finalizando a documentação.A expectativa para 2017, com o atendimento da demanda e a elaboração de outros produtos derivados da mandioca, é aumentar em 30% o faturamento, em relação aos 35 milhões de reais em 2016.
Nova sede da Akio, em Guarulhos (SP)

Nova sede da Akio, em Guarulhos (SP) (Akio/Divulgação)

Fonte: Exame


AS LIÇÕES DE WALT DISNEY PARA TRANSFORMAR SONHOS EM REALIDADE

Exigente e ousado, o empreendedor contou com a ajuda de administradores para levar a empresa ao sucesso sustentável

Como são ensinamentos sutis, é difícil consolidá-los. A seguir, apresento as lições de Walt Disney que podem ser seguidas por qualquer empreendedor que queira tornar seus sonhos realidade.1. Sonhe grande e sonhe sempre “Se você tem um sonho, pode transformá-lo em realidade. Sempre se lembre de que tudo isso começou com um sonho e um rato”, disse Disney. Muitos empreendedores não sonham grande, e outros têm até medo de fazê-lo. É nesse momento em que o sonho se vai, e fica apenas o rato. “Todos os nossos sonhos poderão ser tornar realidade se houver a coragem de querer realizá-los”, afirmou o criador do Mickey. “E a forma de começar é parar de falar e começar a fazer.”2. Seja persistente “Eu acredito que não haja uma altura que não possa ser escalada por alguém que conheça o segredo de tornar sonhos realidade. Esse segredo é resumido em quatro Cs: curiosidade, coragem, confiança e constância. O mais importante é a confiança. Quando acreditar em algo, acredite com todas as suas forças!”, disse. Poucos sabem, mas a primeira empresa de Disney, a Laugh-O-Gram, faliu a ponto de ele mudar de cidade para fugir das dívidas. A falta de dinheiro era tanta que Disney procurava comida em latas de lixo, dormia de favor e tomava banho uma vez por semana na estação de trem. Mas tudo isso não o impediu de criar um novo estúdio em Los Angeles, para onde se mudou. “Todos caem. Dar a volta por cima é aprender a andar novamente.”3. Não traia o seu sonho, mesmo que vire um pesadelo Disney enfrentou muitas dificuldades. Mas nada o marcou tanto quanto a perda dos direitos do seu primeiro personagem de sucesso, Oswald, o Coelho Sortudo, e de parte da sua equipe, que o abandonou. Na viagem em que recebeu essa notícia, entre Nova York e Los Angeles, jurou para a esposa que trabalharia por conta própria e começou a dar vida a um novo personagem. Era um ratinho esperto, que ele chamou de Mortimer. Mas sua esposa disse que Mickey soava melhor... “Todas as adversidades que tive na vida, todos os problemas e obstáculos me fortaleceram. Você não entende quando isso acontece, mas um chute no dente pode ser a melhor coisa do mundo.”4. Tenha o empreendedor e o administrador Não raro, o empreendedor é a estrela que brilha na empresa. É o criativo. É o que traz resultados. Mas é preciso ter a pessoa que paga a conta da energia para a estrela brilhar. Que transforma criatividade em realidade, e garante que a realidade se torne, de fato, resultados duradouros, e não a simples explosão de uma estrela. “Eu tive a sorte de ter um grande irmão. Ele ainda está comigo. E eu ainda o amo. Eu brigo com ele. Às vezes, acho que ele é o sujeito mais burro que encontrei na vida. Mas não sei o que faria sem ele, que é o presidente da empresa. Nós começamos o negócio em 1923 e, se não fosse pelo meu irmão, eu teria sido preso várias vezes por cheques sem fundos. Eu nunca sabia o que tinha no banco. Ele me trouxe foco e disciplina.” Todos os grandes empreendedores, sem exceção, tiveram um Roy Disney, o irmão a que se refere Walt Disney nessa passagem.5. Tenha os convidados, os membros do elenco e o show Essa percepção consolidou-se com a Disneyland. Nos parques da Disney, não há clientes, consumidores ou usuários. “Os visitantes são nossos convidados.” E devem ser sempre tratados como convidados. Também não há empregados, funcionários ou colaboradores. Todos, do diretor ao pipoqueiro, passando pelos responsáveis pela limpeza, são chamados de membros do elenco. São atores que exercem um papel em um show. E o show é a única palavra de deve ilustrar a experiência vivida pelo convidado quando interage com um produto ou serviço Disney.6. Trate os clientes como seus convidados O convidado primário é a criança, e o secundário são os pais. Todo membro do elenco da Disney sabe a ordem dos valores e das prioridades: primeiro vem a segurança, em seguida, a cortesia, depois o show (qualidade do produto/ serviço) e, por fim, a eficiência. Por isso, os colaboradores têm liberdade para agir da forma que julgarem mais conveniente. “Não é difícil tomar decisões quando você sabe quais são seus valores” – dizia Roy Disney. Mas Walt Disney sabia que o seu convidado será sempre a criança: “Eu não faço filmes prioritariamente para crianças. Eu os faço para a criança que está em todos nós, não importando se estamos com 6 ou 60 anos de idade.”7. Seus colaboradores são membros de um elenco Disney sempre se preocupou com as condições de trabalho que oferecia à sua equipe. Móveis ergonomicamente pensados, construções elegantemente integradas às atividades do negócio. Mas, desde o primeiro momento como empreendedor, sabia da importância de ter os membros corretos do elenco nos papéis principais para contar uma grande estória. Roy Disney, por exemplo, cuidava da gestão dos negócios; Ub Iwerks liderava a equipe de desenho; e Herman Kamen cuidou do licenciamento da marca, tornando a Disney uma marca global. “Você pode desenhar, criar e construir o local mais maravilhoso do mundo. Mas são as pessoas que transformam os sonhos em realidade”, disse Walt Disney. “Eu tenho uma organização em que as pessoas são realmente especialistas. Elas precisam estar todas juntas, e essa é a minha função.”8. Seu produto (ou serviço) deve ser (sempre) um show Walt Disney soube sofisticar com sutileza o seu show. “Nós sempre nos guiamos pela ideia básica de que na descoberta do conhecimento deve haver uma grande diversão. Da mesma forma, em todo bom entretenimento deve haver alguma semente de sabedoria, humanidade ou iluminação a ser ganha.” Por essa razão, suas mensagens se tornaram universais e eternas e continuam a conquistar crianças de todas as idades e de todas as partes do mundo.9. O show sempre pode ser melhorado Uma das partes mais polêmicas da trajetória de Disney era sua obsessão por sempre querer fazer melhor, mesmo que isso não fosse lucrativo, que fosse arriscado demais, que todos fossem contra e que a sua equipe se esgotasse. Disney não ficava satisfeito. Quando tudo era preto e branco, ele produziu desenhos coloridos, mesmo que custassem mais caro. Quando os desenhos eram mudos, ele incluiu sons, mesmo que não houvesse uma tecnologia consolidada para isso. Quando todos produziam desenhos para crianças, Disney queria atingir pessoas de todas as idades, mesmo que os críticos achassem que era irracional uma flor cantar ou uma árvore dançar. Quando todos os parques estavam indo à falência, Disney queria criar o parque mais caro do mundo. “Mesmo quando dou um passeio, estou sempre pensando sobre o que está errado com as coisas e como poderiam ser melhoradas.” Por isso, conversava com todos para receber sugestões de melhorias. “Você nunca sabe de onde a próxima grande ideia virá.”10. Seu show começa na sua casa A preocupação em oferecer entretenimento com sabedoria para as famílias começava com suas próprias filhas e esposa. Disney sempre se orgulhou de ser um pai presente e apaixonado, que protegia suas filhas da sua enorme fama. Foi só aos 6 anos que a sua primeira filha, Diane, se deu conta de que seu pai era “o” Walt Disney. Naquele momento, ela pediu um autógrafo ao pai... “Um homem jamais deve negligenciar sua família em favor do seu negócio.”Fonte: Exame

A mulher que comprou a empresa dos chefes aos 18 anos e se tornou a 'rainha dos cereais matinais'

Quando, aos 18 anos, Carolyn Creswell ouviu que poderia perder o emprego, decidiu apostar dar um passo arrojado.A jovem então trabalhava em uma fábrica que produzia musli, um mix de aveia com frutas secas para lojas pequenas e cafeterias. Dessa forma, ela ganhava um dinheiro enquanto estudava na universidade de sua cidade, Melbourne, na Austrália.O ano era 1992 e os proprietários da pequena empresa disseram que tinham de vender o negócio, o que significava que talvez não houvesse trabalho para ela no futuro. Mas Creswell gostava do emprego e decidiu se arriscar sem pensar muito: comprou o negócio falido de seus chefes.Ela reuniu todas as suas economias e convenceu sua colega de trabalho, Manya van Aker, a se juntar à empresa. Elas conseguiram fazer uma oferta de mil dólares australianos (US$ 735), que foi aceita.Como primeiro passo, decidiram mudar o nome da empresa: se chamaria Carman, usando as três primeiras letras de seus nomes.No entanto, apesar do entusiasmo juvenil, as vendas não foram boas e Manya deixou a empresa depois de dois anos.Creswell insistiu e, em 1997, a segunda maior cadeia de supermercados na Austrália começou a comprar o cereal que ela produzia.Hoje, a Carman's Fine Food vale cerca de US$ 60 milhões, enquanto Creswell ganhou o título de "Rainha dos Cereais Matinais" nos meios de comunicação do país.O que começou com produtos para cafeterias é agora uma enorme cadeia que vende para mais de 3 mil lojas na Austrália e exporta para 32 países."Não tinha medo de trabalhar duro, mas os primeiros anos foram muito difíceis. Se pudesse desistir, eu teria desistido", disse Creswell à BBC.

Falência

Durante os três primeiros anos de atividade, ela continuou seus estudos de arte na Universidade de Monash. Entregava os pedidos de manhã, antes de assistir às aulas, e fazia a contabilidade e as vendas no período da tarde.
Divulgação
Os negócios da Carman vão além dos cereais matinais e incluem também granola
Depois de se formar, Carman ainda não era um negócio rentável para sustentar-se sozinho, por isso a empresária teve que ter empregos de meio período, incluindo um como caixa de supermercado.Foram dias difíceis. Creswell lembrou que, às vezes, pedia a seu irmão que tirasse gasolina do carro de sua mãe para poder colocar no seu."Eu estava falida. Lembro que não podia ver saída para o meu negócio", disse.No entanto, aos poucos as vendas começaram a crescer graças ao boca a boca. Sem dinheiro para a publicidade, sua mãe começou a ajudá-la de uma forma incomum, mas eficaz, fazendo uma espécie de marketing: ela ficava na entrada de lanchonetes e dizia em voz alta, de modo que as pessoas ouvissem, quão delicioso e nutritivo era o cereal de sua filha.Sua sorte mudou quando começou a vender seus produtos para Coles, uma enorme cadeia australiana de supermercados.Creswell não tinha empregados e sua única ajuda era a de seu marido, Pete.A empresa tem atualmente 25 funcionários em seu escritório em Melbourne, enquanto outros 160 são responsáveis pela fabricação do produtoAlém de criar seis tipos de cereal à base de aveia, a empresa produz granola e barras de cereais.

'Imatura'

Embora Creswell não se arrependa da decisão de levar adiante a empresa, diz que teria gostado de aproveitar experiências divertidas durante a sua juventude como ir a uma festa ou viajar com amigos.Mas, ao mesmo tempo, ela se pergunta se sua juventude poderia ter jogado contra o seu sucesso quando começou este projeto: "Talvez tivesse acontecido mais rápido se eu fosse mais madura"Ela também acredita que ser uma mulher jovem em frente a um negócio tornou os desafios mais difíceis.
Carolyn Creswell
Carolyn Creswell, dona da Carman, tem quatro filhos
"Ter 20 anos e ser mulher era um problema para que os bancos me emprestassem dinheiro. Sem contar às vezes em que fui sexualmente assediada por alguns fornecedores ou simplesmente não levada a sério.""Agora só digo 'você deve estar brincando, isso é tão inapropriado'. Mas há 20 anos ficava muito nervosa para dizer 'ei, isso não é certo'."Mas nem tudo foi rápido e fácil após a primeira entrega de Carman para a rede de supermercados Coles. Por um curto período de tempo, há oito anos, ela perdeu um contrato com o supermercado por uma queda nas vendas.Para ela, depois de recuperar o contrato, o abalo foi uma das maiores experiências de aprenziado de sua vida."Eu percebi que não poderia viver com paranoia. Eu não iria volta a isso."Nathan Coutland, analista da indústria de alimentos, disse que Carman pode cobrar preços mais elevados do que outros produtores pela qualidade de sua marca."Os consumidores veem Carman como promotora de um estilo de vida saudável, rústico, para o qual as pessoas estão se voltando", disse.Para o analista, os dois principais desafios enfrentados pela empresa no futuro são lidar com os grandes produtores de cereais - que querem fazer o que ela já faz - e expandir sem sacrificar o lado artesanal e o espírito local de seus produtos.Com um plano para entrar no mercado chinês, Creswell baseia sua estratégia em regras para testar seus produtos e medir suas chances de sucesso com grande cuidado."É como escalar o Everest: o que é necessário para chegar ao acampamento base?"Fonte: UOL

De sacoleiro do Paraguai a dono de franquia de TI que fatura R$ 17 milhões

Conheça franquia milionária de ex-sacoleiro

O empresário Marcelo Salomão começou a vida empreendedora como sacoleiro, vendendo computadores e artigos eletrônicos que comprava no Paraguai; hoje é dono da rede Gigatron, que desenvolve softwares para o varejo e prestadores de serviços e emite certificados digitais, e faturou R$ 17 milhões no ano passado; clique nas imagens acima e veja maisImagem: Divulgação
Para complementar o salário de R$ 315 que ganhava como estagiário na área de processamento de dados em um banco, aos 15 anos, Marcelo Salomão, hoje com 38, começou a comprar produtos no Paraguai e a revender em Birigui (507 km a noroeste de São Paulo). Hoje fatura R$ 17 milhões com uma empresa de tecnologia."Eu juntei entre R$ 2.000 e R$ 3.000 e comecei a viajar a cada 15 dias para o Paraguai para comprar computadores e artigos eletrônicos que as pessoas encomendavam. Eu também trazia perfumes porque sabia que venderia."Aos 17, ainda atuando como sacoleiro, Salomão abandonou o estágio e abriu uma empresa de impressão digital, a Bicola, que ele mantém até hoje, em Birigui. Ela emprega três pessoas e no ano passado faturou R$ 700 mil. O lucro não foi revelado.

Juntou R$ 80 mil como sacoleiro

Aos 19 anos e com R$ 80 mil que conseguiu guardar como sacoleiro, Salomão criou a Gigatron, empresa da área de tecnologia da informação que desenvolve softwares para o varejo e prestadores de serviços, além de emitir certificados digitais, em Birigui.A empresa, que virou franquia em 2009, faturou R$ 17 milhões no ano passado e espera fechar 2016 com um faturamento na ordem de R$ 27 milhões. O lucro não foi revelado.Atualmente a rede tem uma unidade própria em Vitória (ES), 166 franquias em 23 Estados e três fora do país, na Argentina, Portugal e Reino Unido. "Começamos com sete unidades próprias, mas, com o tempo, todas foram virando franquia. Falta apenas a unidade de Vitória virar franquia."

Crise vem atraindo franqueados

Segundo Salomão, a crise está sendo positiva para o crescimento da Gigatron, diferentemente do que vem acontecendo com outras empresas. "Muitos executivos que tinham altos salários foram demitidos, resolveram empreender e nos procuraram porque a nossa rede exige baixo investimento para adquirir uma franquia."Ele estima que, das 82 unidades comercializadas este ano, metade foi para esses executivos. A rede oferece dois tipos de franquias, um que desenvolve softwares para o varejo e prestadores de serviços e outro que emite certificados digitais. Ambos são para atuação em home office.Veja abaixo (os dados foram fornecidos pela empresa).Desenvolvedora de software
  • Investimento inicial (taxa de franquia + custo de instalação + capital de giro): R$ 13,7 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 18 mil
  • Lucro médio mensal: R$ 5,4 mil (30% do valor do faturamento)
  • Prazo de retorno do investimento: 12 meses
Certificadora digital
  • Investimento inicial (taxa de franquia + custo de instalação + capital de giro): R$ 8.000
  • Faturamento médio mensal: R$ 15 mil
  • Lucro médio mensal: R$ 2.700 (18% do valor do faturamento)
  • Prazo de retorno do investimento: 12 meses

Empresário também atua como investidor-anjo

Ele afirma que, desde 2009, também vem investindo em start-ups (empresas iniciantes de tecnologia) e, atualmente, tem dinheiro aplicado em 14 empresas, todas na área de tecnologia. Por ano ele disse que aplica R$ 1 milhão em novos modelos de negócio.Para 2017, o empresário pretende diversificar os negócios. Ele investiu R$ 1,8 milhão em um espaço gastronômico que será inaugurado em Birigui. O empreendimento terá 1.600 metros quadrados e quatro start-ups vão oferecer massas, espetos, comida de boteco e açaí.

Companhias querem soluções para reduzir custos

Para Luis Stockler, consultor especializado em franquias da BaStockler, o mercado está favorável para quem atua na área de tecnologia da informação. "As empresas querem otimizar serviços para reduzir custos e implementar sistemas para gerenciar o negócio com mais eficiência. Por isso a área de TI está em alta."
Stockler afirma, no entanto, que o empreendedor que deseja entrar nessa área deve ter em mente que vai atuar ao lado de profissionais que desempenham um papel comercial muito forte e agressivo.
"Todos que trabalham na área estão buscando clientes e ele vai precisar se adaptar ao ritmo intenso de vendas para poder trazer bons resultados ao seu negócio."

Onde encontrar:

Gigatron: https://www.gigatron.com.br/

Ex-costureira cria rede de franquias e fatura R$ 72 milhões

Ela costurava e vendia lingeries na adolescência, o que lhe trouxe o gosto por empreender. Hoje é dona de uma rede com 70 unidades.

A empreendedora Leiza Oliveira começou a trabalhar na adolescência, aos 16 anos. Ela costurava e vendia lingeries para colegas da escola e meninas do seu bairro, em Maringá (PR).
“Minha mãe é costureira e sempre fez nossas lingeries. Ela me ensinou e eu vi que era algo simples”, lembra. Leiza conta que começou fazendo peças para si própria, até que as colegas se interessaram e começaram a comprar.Foi aí que nasceu sua vontade de empreender. “Tudo começou ali. Fazer o produto, vê-lo nascer, colocar a minha etiqueta e depois sair para vender. Isso aguçou a minha vontade de empreender”, conta.O tempo passou e a jovem costureira se tornou uma empreendedora de sucesso, dona de uma rede de franquias com 70 unidades e faturamento de 72 milhões de reais.A rede criada por Leiza é a escola de idiomas Minds. Fundada em 2007, a rede promete um curso enxuto de 18 meses para quem quer aprender inglês de forma rápida. Além disso, oferece a comodidade de o aluno marcar suas aulas no horário que quiser, como se contratasse um professor particular, explica a empreendedora.A mudança da costura para as escolas de idiomas veio para Leiza após a faculdade. Ela deixou de vender lingeries aos 18 anos e foi cursar ciências contábeis. Depois de formada, começou a atuar em escolas de inglês como funcionária.“Gosto do contato com pessoas. Trabalhei principalmente na área comercial, com vendas, que é algo de que gosto desde a época das lingeries” conta. Depois de um tempo, Leiza também chegou a ser franqueada de duas redes de idiomas, até que veio a vontade de ter o seu próprio negócio.“Eu conhecia bem esse meio. Via coisas que faria diferente, pontos que eu sentia que podiam melhorar. Planejei meu negócio durante cerca de oito anos”, lembra.Em 2007, ela decidiu dar o passo decisivo. Uniu-se a um amigo que se tornou sócio e iniciou a Minds, com uma unidade em Porto Alegre. O investimento inicial foi de 700 mil reais.“O retorno foi muito positivo. Em três meses já tínhamos 120 alunos. E dois meses depois que abrimos já apareceu o primeiro em investir em franquia da marca”, conta.O sucesso inicial, Leiza atribui principalmente à proposta de horários personalizados. “Percebia que, sempre que perguntava ‘Por que você não faz um curso de inglês?’, a resposta era falta de tempo”, afirma.Um ano após a inauguração, a Minds entrou para o franchising e hoje tem 70 unidades de norte a sul do país. Leiza ressalta que a marca se preocupa em fazer sua expansão de forma responsável. Por isso, aceita um máximo de oito novos franqueados por ano.Quem quiser se tornar franqueado precisa estar preparado para desembolsar de 200 mil a 250 mil reais. O valor inclui a taxa de franquia e os gastos necessários para a montagem da escola.Fonte: Exame

Ele fatura R$ 38 milhões e dá dicas para você também chegar lá

Patrick Schilte fundou o Grupo Nutri Import em 2006, e a jornada foi longa até o sucesso da rede de suplementos.

São Paulo – Um negócio com crescimento sustentável não surge de um dia para outro: é preciso enxergar oportunidades, fazer um estudo de viabilidade, aportar recursos e estar preparado para ganhar ou perder com sua ideia de negócio.Para aqueles que persistem e sabem se adaptar aos novos tempos, o sucesso é mais visível no horizonte. Ao menos foi assim que o empreendedor Patrick Schilte levou sua empresa, o Grupo Nutri Import, a um faturamento de 38 milhões de reais no ano passado. Para este ano, a ideia é manter essa marca.Schilte consumia suplementos, mas não entendia nada do ramo – ele trabalhava na empresa de seu pai, na parte de comércio exterior. Até que conheceu o dono de uma loja de suplementos, chamado Cloves Monteiro, interessado em importar produtos.Os sócios criaram o Grupo Nutri Import em 2006, com um investimento de 30 mil dólares cada um (hoje, Monteiro não faz mais parte da empresa). A moeda estrangeira foi usada para importar os primeiros itens de suplementação alimentar.Aproveitando a moda das academias e do cuidado com o corpo, o Grupo Nutri cresceu e enfrenta um mercado com muito mais concorrência. Hoje, importa 28 marcas americanas para atacadistas e para suas sete lojas voltadas ao consumidor, chamadas de “Fast Nutri”.Você também quer que o seu negócio chegue a um faturamento milionário? Veja então as dicas de Schilte para alcançar o sucesso, mesmo nos tempos mais adversos da economia. Os conselhos são baseados em sua experiência como empreendedor. Confira:

1. Para cortar custos, busque eliminar intermediários

No primeiro ano do Grupo Nutri, o negócio comercializava as marcas de suplementos que outras empresas traziam para o Brasil – as chamadas “importadoras”. Era uma solução mais simples, mas incorria em maiores gastos para o empreendimento. Por isso, chegou um momento em que Schilke decidiu fazer uma ponte direta com as marcas.“É uma evolução natural o processo de querer cortar intermediários e fazer um contato direto. No começo, claro, a gente teve muita dificuldade. Mas ganhamos benefícios no nosso nome, e não no nome da importadora: por exemplo, incentivos fiscais ao receber a importação em certos estados, como no Espírito Santo”, conta o empreendedor.Em 2007, o Grupo Nutri Import negociou a importação com algumas marcas americanas do ramo de suplementos, como a MHP. O empreendimento passou de distribuidor para importador: isso não só gerou benefícios financeiros, mas também ajudou a estabelecer o nome da empresa no mercado.

2. Procure conhecimento técnico antes mesmo de abrir o negócio

Vale lembrar que assumir a responsabilidade da importação para si foi possível principalmente porque Schilke já havia trabalhado com exportações. Mesmo assim, ainda foi um processo burocrático e penoso, segundo o empreendedor.Eliminar seus intermediários requer um conhecimento prévio sobre o processo que eles executam. Por isso, avalie o investimento que centralizar as ações poderá incorrer antes de cortar acordos com seus parceiros de negócio.Isso poderia ser resumido em uma regra mais geral: pesquise muito bem sobre todas as burocracias que envolvem seu empreendimento antes mesmo de criá-lo. No caso do Grupo Nutri, por exemplo, todos os produtos importados tiveram de ser registrados na Anvisa – um processo que pode levar anos para um só item.

3. Construa uma relação de confiança com fornecedores e clientes

Outro ponto importante para o sucesso de um negócio é a construção de credibilidade: desde seus fornecedores, como são as marcas americanas para a Nutri, até para os consumidores no atacado e no varejo.Isso é especialmente verdade em um mercado que mexe com alimentação, como é o de suplementos. “O suplemento é um alimento, e o consumidor quer saber exatamente o que está consumindo. No Brasil, o grande influenciador é o educador físico e depois os profissionais da saúde”, explica Schilke. “Por isso, só importo marcas em que eu realmente acredito. Visito as fábricas e faço uma nova análise técnica dos produtos no Brasil.”Tendo um produto de qualidade, é hora de trabalhar exaustivamente em colocá-lo nas prateleiras. Com novas repercussões a cada venda, uma hora o reconhecimento aparece. “Foi difícil entrar no mercado, porque as marcas não eram conhecidas aqui, estavam sendo importadas pela primeira vez. A gente realmente pedia favor para o lojista, negociando para colocar o produto na prateleira da loja.”

4. Invista em marketing e saiba adaptar sua estratégia

O crescimento do Grupo Nutri só veio mesmo quando essa venda dos novos produtos foi associada a um trabalho de marketing intenso, diz Schilke. Em 2010 e 2011, o empreendimento começou a fechar contratos de divulgação com celebridades no mundo fitness – por exemplo, a modelo Juju Salimeni.O primeiro trabalho de marketing envolveu anúncios em mídia impressa e adesivos nas lojas. Foi uma iniciativa pioneira para as empresas do ramo de suplementos, segundo o empreendedor. “Foi uma visibilidade muito boa para a marca. Somos reconhecidos no mundo dos negócios mais pelo nosso marketing do que pela nossa atuação comercial, inclusive. Todo ano fazemos uma campanha nova.”Com o tempo, o negócio adaptou sua estratégia e migrou algumas ações para o digital – muitos consumidores do Grupo Nutri estão nas redes. “Cuidamos bem das nossas páginas e procuramos influenciadores digitais, como o casal Gabriela Pugliesi e Erasmo Viana e o cantor sertanejo Lucas Lucco. Também investimos em ferramentas como o Google Adwords”, conta Schilke. “O mundo digital é muito importante, dependendo do segmento do seu negócio.”Na mesma linha, a empresa inaugurou um e-commerce em março deste ano, mais focado no consumidor final. Mesmo assim, a maior parte do faturamento do negócio ainda vem dos atacadistas.
Gabriela Pugliesi e Erasmo Viana participam de lançamento de uma das lojas Fast Nutri

Gabriela Pugliesi e Erasmo Viana participam de lançamento de uma das lojas Fast Nutri (Thiago Teixeira/Grupo Nutri Import/Divulgação)

5. Procure inovações que façam sentido para o seu público-alvo

Um negócio deve sempre procurar inovar – mas de nada adianta trazer novidades que não representem um valor agregado para seus consumidores. Por isso, antes de investir em algo inovador, avalie o impacto de tal decisão.No final de 2011, o Grupo Nutri lançou no Brasil uma proteína feita à base de carne. Até então, essas proteínas eram derivadas do ovo e do leite. Além de não ter lactose ou glúten, a novidade trazia mais sabor para o suplemento, diz Schilke.“Ficamos exclusivos com esse produto durante dois anos e meio, fazendo uma campanha de marketing associada. Ressaltamos nosso pioneirismo, nossa credibilidade e o profissionalismo.”A proteína feita à base de carne continua um dos produtos mais vendidos do Grupo Nutri. O negócio também fez parcerias para elaborar produtos específicos para o gosto dos brasileiros: por exemplo, suplementos pré-treino com aminoácidos, chás diuréticos naturais e snacks, como as barrinhas de cereais.“É importante estudar o mercado: mesmo que o americano dite tendências, o brasileiro tem suas peculiaridades. Temos que criar parcerias com marcas que importamos para criar produtos específicos para o nosso mercado. Todos os anos tento ir ao menos em duas feiras internacionais, para conhecer fornecedores e seus produtos e, assim, construir relacionamentos”, conta o empreendedor.Fonte: Exame

TIVE QUE DEMITIR MEU TIME DOS SONHOS PARA NÃO QUEBRAR, DIZ EMPREENDEDOR

“Sem nunca ter demitido uma única pessoa sequer, cheguei na empresa com a missão de mandar 60 embora” — conheça a história de José Rizzo, empreendedor da Pollux

José Rizzo, da Pollux Automation (Foto: Divulgação/Pollux Automation/Endeavor)
Numa segunda-feira de manhã, um diretor apresentou a José Rizzo uma lista de dez nomes. Aquelas eram as pessoas com nível de desempenho abaixo do resto da equipe, as que estavam na mira do RH. “Vocês já deram uma 2ª chance a elas?”, Rizzo fez questão de perguntar.- Sim, até 3 chances. Elas precisam ser desligadas da empresa. - Então vamos dar uma 4ª e deixar nossa expectativa mais clara do que nunca.O empreendedor sabe que a manobra vai contra os ensinamentos de gestão. Sabe que, em tempos de incerteza econômica, não se pode perder tempo. Mas sabe, também, quão difícil é ter que demitir alguém — principalmente para o funcionário e enquanto o país passa por uma crise de emprego. Isso porque Rizzo viveu outra situação em que precisou mandar gente embora, anos atrás, em maior escala. Na época, no entanto, ele não tinha opção.Se virando na gringa “Eu nasci no Rio de Janeiro, num domingo de sol em que o Bangu deu de 3×0 no Flamengo e foi campeão estadual. Tem como imaginar um melhor início de vida?”. Rizzo torce pelo Fluminense, por isso a brincadeira e rivalidade comum entre os cariocas. Mas apesar do orgulho de sua cidade (e de seu time de futebol), Rizzo escolheu morar, trabalhar e empreender em Santa Catarina.Antes mesmo de fundar a Pollux — uma empresa que oferece soluções de automação, robótica e outros para aumentar a produtividade da indústria –, Rizzo já tinha atitudes empreendedoras. Quando chegou a hora de entrar na faculdade e seguir os passos da família de engenheiros, o garoto decidiu que queria estudar nos EUA. No dia seguinte da decisão, foi ao consulado descobrir o que era preciso. Dona Carmem, que o atendeu, explicou que o custo era alto, mas que ela poderia ajudá-lo a fazer um mestrado depois que ele se formasse no Brasil.Rizzo deu aulas de linguagem de programação durante um ano para, com ajuda da Dona Carmem, conseguir tirar o visto. Chegando lá, percebeu que seria mais difícil que imaginava. Se estudar engenharia já é um desafio, ter aulas em inglês e continuar trabalhando todos os dias para cobrir as despesas não facilitava em nada.
O então estudante foi de garçom a estagiário do departamento de energia do governo norte-americano. E não perdia nenhuma oportunidade de tirar uma graninha: chegou a organizar um carnaval para mil pessoas em um clima de -30ºC e a vender brigadeiro, entre outros “bicos”. Foi o período em que ele mais aprendeu sobre a autonomia de ser empreendedor.Uma cerveja com Patel No último ano da faculdade de engenharia mecânica com especialização em economia, na Iowa State University, Rizzo conheceu Hitendra Patel, um zambiano com quem frequentemente trocava ideias de negócios.Debatiam seus futuros empreendimentos na mesa de bar, mas nada saía do papel, até porque sabiam que precisariam se capacitar antes de assumir um risco. Adiaram os planos, mas mantiveram contato.Em 1992, Rizzo desceu de beca do avião no Brasil, para a alegria dos pais, que não puderam ir à formatura. Logo foi trabalhar na Embraco, em Joinville, onde instalou o 1º link não acadêmico para internet do país. “Trabalhei lá bastante tempo, mas sempre querendo abrir minha própria empresa e muito atento a qualquer oportunidade de aprendizado”, conta. Quatro anos depois, ele voltou aos EUA a trabalho e reencontrou Patel. Dessa vez com mais bagagem, sentiram a confiança de retomar planos antigos.De trás pra frente Ficou apenas mais 7 meses na Embraco, assumindo o chapéu de empreendedor à noite e aos finais de semana. Mais ou menos na mesma época, a empresa de seu pai faliu e o pouco que Rizzo havia economizado foi junto. Eventualmente, pediu as contas e vendeu seu carro. E se Rizzo já parecia louco de mergulhar assim de cabeça sem uma visão muito clara, mais loucos ainda foram os cinco amigos que conseguiu convencer a pedirem demissão para entrarem como sócios daquele não-negócio.No entanto, já na primeira reunião, no quarto do apartamento de Rizzo, concordaram sobre a necessidade de aumentar a produtividade nas fábricas. Com o tempo, formataram um produto e saíram para vender.Preparar, apontar, fogo Dos 5 sócios, dois não quiseram ficar sem salário e abandonaram o barco. O irmão de um dos 3 que restaram emprestava o Fiat Uno e eles rodavam São Paulo visitando potenciais clientes. Em uma dessas viagens, dessa vez para o Rio de Janeiro, o time de empreendedores fechou um contrato de 250 mil dólares com uma multinacional farmacêutica. “Esse foi o gatilho para tudo que veio logo em seguida: receita, competência e referência”, diz Rizzo.A partir dessa oportunidade, a  Pollux cresceu rapidamente e passou a atender todo o setor farmacêutico. Com 5 anos de operação, já tinham uma equipe robusta e processos bem definidos. O próximo passo seria captar investimento para inclinar ainda mais a curva de crescimento.Cortando um sonho pela metade Depois que levantaram capital, a empresa passou por um ano de muitas contratações e muita preparação. Rizzo estava montando o time dos sonhos para arrasar em campo. “Quando a gente entrou no gramado, os refletores apagaram.”O ano era 2002. Em meio a mudanças políticas, o dólar disparou, os clientes pararam de comprar e a Pollux entrou na fase mais difícil de sua história. A equipe estava pronta para um volume de vendas que não vinha. Passou-se janeiro, fevereiro, março, e a situação começou a ficar preocupante.Infelizmente, a solução era óbvia. O único gasto grande era a folha de pagamento. Rizzo precisou decidir entre reduzir significativamente o quadro de funcionários ou continuar na luta com o time completo, com risco de não dar certo e todo mundo ficar sem trabalho. “Optei por fazer um corte mais agressivo para não criar um clima de alguém ser demitido toda semana. Melhor pecar pelo excesso para ganhar fôlego e dar uma chance da empresa sobreviver”, conta Rizzo. Ele nunca havia mandado uma única pessoa embora. De repente, precisou demitir 60 — e até hoje se emociona ao lembrar do dia que teve que comunicar o corte. Apesar de ter sido um enorme desafio pessoal, foi isso que salvou a Pollux da falência.Como um astronauta A recuperação levou pelo menos mais 5 anos e exigiu uma revisão de todo o modelo de negócio da Pollux. A necessidade de gerar receita recorrente, por exemplo, levou a empresa a desenvolver um sistema de Robot as a Service, para levar mais inteligência para suprir lacunas da indústria no Brasil.Hoje, a maioria dos competidores da Pollux são de fora do país. Patel, aliás, continua sendo sócio de Rizzo, apesar de morar nos EUA, e sua atuação é somente como diretor do conselho. Com mais de 140 colaboradores, tiveram um crescimento médio de 95% nos últimos dois anos. “Sempre me perguntam ‘E aí, Rizzo, como você se sente 20 anos depois, com uma empresa sólida e segura?’. Eu respondo que eu sinto tudo, menos que a empresa é sólida e segura”, ele conta, rindo. “A tecnologia muda muito rápido, o que hoje acho que é certo, amanhã pode não fazer mais sentido.”Por isso, ele reforça também a necessidade de desbravar novas oportunidades para alcançar um objetivo. “Em 1961, os EUA estavam perdendo a corrida espacial e o ex-presidente Kennedy falou que, até o final da década, eles colocariam um homem na lua”.Em 1969, foi isso que os EUA fizeram. Recentemente em viagem, Rizzo foi conhecer a apertada cápsula na qual os astronautas se lançaram ao espaço, e se espantou com a coragem daqueles que, por um sonho, se submeteram a esse risco. E completa: “Onde há vontade, há um caminho.”Fonte: PEGNPublicado em Endeavor

Ele transformou a loja do avô numa rede de R$ 200 milhões

 
A ABC da Construção é uma rede mineira com mais de 50 lojas e faturamento anual de 200 milhões de reais. Mas nem sempre foi assim.
Comandada pelo empreendedor Tiago Moura Mendonça, a rede foi fundada por seu avô na década de 1990, no interior de Minas Gerais. Como tantos outros negócios do setor de construção civil, a ABC vendia materiais diversos para construção e reformas.Até a chegada de Tiago, a marca tinha um faturamento de 20 milhões de reais, com dez unidades espalhadas pelo território mineiro.“Minha família tinha outros negócios, então a loja ficava meio de lado, não era o nosso foco principal”, lembra o empreendedor. Em 2006, após terminar a faculdade, Tiago percebeu que havia ali um potencial não aproveitado e decidiu colocar a mão na massa. “Vi uma oportunidade de encarar um negócio que estava adormecido e fazer algo diferente.”

Modernização

A primeira providência de Tiago foi levar a empresa para um nicho dentro da área de construção. Após pesquisar o setor, o hoje presidente da ABC chegou à conclusão de que o melhor seria se especializar na venda de materiais para acabamento, como porcelanato, azulejos e louças.Outra mudança importante foi a centralização do estoque. Em vez de manter os materiais em cada uma das lojas, a empresa centralizou as entregas, que saem direto de uma base para o cliente. Com isso, o custo de cada unidade caiu consideravelmente. Resultado: ganhos maiores no final do mês e a possibilidade de expandir rapidamente.Para se ter uma ideia, de 2008 a 2010, a rede saltou de dez para vinte lojas próprias.Por fim, Tiago decidiu criar um serviço mais personalizado ao consumidor. Com isso, ele afirma que o cliente pode contar com a consultoria de um funcionário da ABC em sua obra ou utilizar os serviços disponíveis pela marca de forma online.No site, há a “especificação de ambientes 3D”, em que o usuário pode ter uma prévia de como ficará seu banheiro reformado, por exemplo.

Expansão

As mudanças rederam uma expansão significativa para a rede, que hoje tem 47 unidades próprias.O negócio também passou a chamar a atenção de investidores e recebeu duas rodadas de investimento, o que permitiu acelerar e ampliar sua expansão. Com os aportes, a ABC da Construção foi se tornando mais uma empresa com gestão profissional e menos um negócio familiar.“A vantagem disso é que as decisões ficam mais racionais, você tira um pouco a emoção do negócio. Porém, com o investidor profissional, você tem que dar satisfação das coisas, as decisões são mais lentas, mas também mais trabalhadas.”, avalia Tiago.

Franquia

No início deste ano, Tiago decidiu dar mais um passo e transformou a ABC da Construção em franquia. Com poucos meses no franchising, a empresa já tem 11 contratos assinados, sendo que quatro dessas lojas já estão operando.A intenção é focar na expansão em Minas Gerais e Rio de Janeiro, por enquanto. Além da abertura de novas unidades, uma modalidade que tem dado certo é a conversão de lojas de construção já existentes em unidades da ABC.Para os interessados em abrir uma franquia, o investimento inicial vai de 330 mil a 400 mil reais, considerando já a taxa de franquia e o capital de giro.O faturamento mínimo para que a loja se sustente é de 150 mil reais, mas, segundo Tiago, cada unidade fatura em média de 350 a 400 mil reais por mês.Se antes de entrar para o franchising a rede já tinha faturamento de 200 milhões de reais, a expectativa agora é crescer ao menos 30%. Nos próximos anos, a meta é chegar a um valor anual de 450 milhões de reais.Fonte: Exame

PARTICIPE DO PRÊMIO EMPREENDEDOR DE SUCESSO 2016

Preencha e envie o formulário de inscrições até 21 de setembro

Vencedores do Prêmio Empreendedor de Sucesso 2015 (Foto: Marcia Tavares)
A revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios está promovendo a décima edição do Prêmio Empreendedor de Sucesso.As inscrições estão abertas e podem ser realizadas até 21 de setembro pelo formulário https://goo.gl/vnjGDd. Os negócios estão divididos em cinco categorias, além do prêmio principal, de melhor empresa do ano:- Startup; - Negócio de Impacto Social; - Negócio de Alto Impacto: indústria; - Negócio de Alto Impacto: varejo; - Negócio de Alto Impacto: serviços.Para cada categoria, existem alguns requisitos obrigatórios.Startups São empresas: - fundadas a partir de 1 de janeiro de 2013; - de qualquer segmento, inclusive web/internet; - inovadoras (em produtos, serviços ou modelos de negócio); - que apresentam crescimento consistente de receitas.Negócios de impacto social São empresas: - que em 1 de janeiro de 2016 existiam formalmente há no mínimo dois (2) anos (fundadas até 1 de janeiro de 2014); - que, por meio da sua atividade principal (core business), oferecem (também) soluções para problemas sociais; e/ou - que vendem produtos ou serviços que contribuem para melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda; - que têm potencial de alcançar escala e operam de maneira eficiente; - inovadoras (lançaram novos produtos, serviços ou novos modelos de negócio nos últimos dois [2] anos).Negócios de alto impacto (Indústria, Serviços e Varejo) São empresas: - que em 1 de janeiro de 2016 existiam formalmente há no mínimo três (3) anos (fundadas até 1 de janeiro de 2013); - que apresentaram aumento no faturamento superior a 20% nos últimos dois (2) anos (ano sobre ano); - inovadoras (lançaram novos produtos, serviços ou novos modelos negócios nos últimos três [3] anos); - que têm grande potencial de crescimento.Os vencedores serão conhecidos numa cerimônia, em São Paulo, no mês de dezembro (em local e data ainda a definir). Os finalistas estarão numa reportagem especial na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios de dezembro.Para mais detalhes, consulte o edital do prêmio.Fonte: Empreendedor

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