COMO INVESTIR NO AQUECIDO MERCADO DAS OFICINAS MECÂNICAS

Setor contará com espaço personalizado na edição de 2017 da Feira do Empreendedor

Setor de reparação automotiva deve seguir crescendo em 2017 (Foto: Agência Sebrae/Divulgação)
 Na contramão da crise econômica, o setor de reparação automotiva viveu um ótimo ano em 2016 e segue em alta neste ano. Sem renda para investir em veículos zero-quilômetro, os clientes têm optado pelo conserto dos automóveis usados, aquecendo o segmento das oficinas mecânicas. Com essa mudança no mercado, o Sebrae-SP adicionou à Feira do Empreendedor de 2017 uma oficina-modelo, espaço voltado exclusivamente para o setor.Presente pela primeira vez na história do evento, que acontece entre os dias 18 e 21 de fevereiro, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, a oficina-modelo contará com 150 m² de área, arquibancada, quatro consultores especialistas e capacidade para atender até 50 pessoas por hora. Segundo José Paulo Albanez, coordenador estadual dos projetos de reparação automotiva, a inclusão da novidade é uma resposta não somente ao crescimento do setor, mas também às solicitações feitas por empresários parceiros, que não encontraram alternativas sobre a temática na edição de 2016.“Esse espaço é uma grande conquista para os empresários de reparação automotiva que trabalham com o Sebrae-SP. A adesão mostra a força que o setor vem ganhando dentro do mercado brasileiro. Em 2014, eram somente cem empresários parceiros em São Paulo. Hoje, já somam mais de mil”, afirma o consultor. Segundo dados do Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios), existem 16 mil oficinas mecânicas no estado.Pensando em como esses empresários podem aproveitar o crescimento da busca por reparos em veículos e nos visitantes interessados em abrir um negócio na área, Albanez separou uma lista com os principais desafios e oportunidades do setor.DESAFIOS1. Controle financeiro Segundo Albanez, muitas das oficinas do Brasil são geridas por familiares. O controle financeiro profissional ainda é pouco adotado. “O mecânico gosta da parte técnica”, diz o consultor. Para a empresa crescer, é importante que as finanças sejam organizadas. O dono da oficina precisa ter em mãos, para início de controle, o orçamento anual, o fluxo de caixa trimestral e o demonstrativo financeiro mensal do negócio. “Com esses três relatórios, o planejamento começa a ganhar eficiência”, diz Albanez. A partir daí, o empresário pode definir, por exemplo, quais são os períodos em que a empresa mais fatura e alinhar o planejamento da equipe. “Os melhores funcionários não devem sair de férias na época em que o negócio está vendendo mais serviços.”2. Contratação e retenção de funcionários Uma das maiores dificuldades dos donos de oficinas é a insegurança que eles têm em relação aos seus empregados. Muitas vezes, eles não investem na capacitação da equipe por medo de perder empregados para concorrentes ou até mesmo de que abram a sua própria oficina. Isso, na visão do consultor do Sebrae-SP, é um erro. Quanto melhor o seu funcionário, mais produtiva será a sua oficina. “Além disso, o negócio deixa de ser dependente da sua expertise. O empresário deve oferecer treinamento sem receio do que pode acontecer”, afirma. Segundo Albanez, se o negócio oferece boas condições de trabalho, é muito provável que o funcionário continue na empresa.3. Acompanhamento das tecnologias De acordo com Albanez, o dono de oficina mecânica precisa saber que não há mais como diagnosticar o problema de um carro pelo ruído. “Isso não existe mais. Não basta o ‘chutômetro’”, afirma o consultor, que destaca a importância de se atualizar com as novas tecnologias. Da mesma forma, o especialista também aponta a importância de saber que dificilmente uma oficina terá sucesso se depender do faturamento sobre as peças. O mercado mudou e agora conta com novos players, que oferecem produtos mais baratos. “É preciso entender que os ganhos devem ser em cima dos serviços.” Outra forma de manter um bom faturamento é evitando desperdícios, algo comum em oficinas mecânicas. “A desorganização gera perda de tempo, que resulta em perda de dinheiro.”4. Atendimento e fidelização Nas oficinas mecânicas, o mau atendimento é um dos responsáveis por afastar clientes. “Hoje a comunicação ainda é falha e inadequada”, diz Albanez. Muitas vezes, os donos dos carros saem com a impressão de que não receberam a devida atenção porque o mecânico estava muito ocupado. Outro fator que precisa ser compreendido pelo empresário do setor é que o público feminino está cada vez mais presente e merece o mesmo respeito e atenção que qualquer outro público. Também é importante que o mecânico seja claro e objetivo, relatando com honestidade quais são os problemas do veículo e o que ele pode fazer para mudar a situação. “O mecânico ainda é muito passivo e falho na fidelização. Ele aguarda a chegada do problema, não corre atrás do clientes.” Por isso, recomenda-se que a empresa colete dados e registre os reparos feitos nos veículos. Quando estiver na hora de fazer uma revisão, ele deve procurar o cliente, alertando sobre os riscos de não ir à oficina, por exemplo.5. O cliente busca solução Voltando à questão da honestidade, é importante saber: o cliente não está preocupado em buscar o menor preço, mas sim em resolver o seu problema. Por isso, é importante ser claro em relação ao que precisa ser feito, alertando os riscos de adiar aquele conserto, sem medo de perder o cliente por conta do valor total do trabalho. “Solucionar problemas deve ser a principal motivação de uma oficina mecânica”, afirma Albanez.OPORTUNIDADES1. Mercado em expansão Este ano deve ser importante para as oficinas mecânicas. Como a economia ainda não demonstrou força para sair da crise, os condutores continuarão sem dinheiro para comprar um zero-quilômetro. Cabe às empresas de reparação automotiva atrair os donos de carros mais antigos. “Se uma pastilha de freio deixa de funcionar, o dono do veículo precisa arrumar. É uma questão de segurança”, afirma Albanez. Quem está pensando em empreender precisa ficar atento a esse setor.2. Proximidade com o cliente   É comum, quando uma pessoa deixa o carro para arrumar em uma oficina, que ela precise de transporte público para ir ao trabalho. Por isso, a dica é instalar a empresa em um local de fácil acesso a pontos de ônibus e metrô. “Fica mais fácil deixar o carro, trabalhar e depois pegar o veículo já arrumado no fim da noite”, afirma Albanez. Também é importante tornar a empresa conhecida nas redondezas. Usar as redes sociais e até mesmo o boca a boca no bairro pode fazer toda a diferença para ganhar espaço no mercado.3. Conscientização como valor Como são muito reativas, as oficinas mecânicas perdem clientes. Uma forma de evitar isso é trabalhar a manutenção preventiva e conscientizar os consumidores em relação ao cuidado que precisam ter com seus veículos. A orientação de um bom mecânico, mostrando o risco que um carro com peças antigas pode trazer para a família do cliente, torna a venda responsável e valorosa. “Ele precisa avisar o cliente, e não deixá-lo descobrir o problema sozinho”, afirma o consultor.4. Especializações e parcerias A oferta de serviços especializados vem dando certo no mercado de reparação automotiva. Algumas empresas já se destacam no mercado por lidarem com problemas de ar-condicionado e airbags, por exemplo. “É a especialização das especializações”, diz Albanez. Aliar isso ao atendimento que você oferece pode ser uma boa saída para a oficina. Se notar que a procura por um serviço específico está crescendo, talvez seja interessante investir no treinamento de um funcionário para cumprir tal função.5. Busca por novos clientes Proatividade. Essa é uma palavra que pode fazer toda a diferença para um dono de oficina mecânica. Para o consultor do Sebrae-SP, a estratégia da constante busca por novos clientes não pode parar. “Duas horas sem reparar um carro é dinheiro perdido”, diz. O recomendado é que o empresário trabalhe com alguns brindes, como calendários, fichas e etiquetas, deixando marcado a sua empresa na memória dos clientes. “São artigos baratos que geram fidelização”, afirma Albanez.Fonte: PEGN

10 respostas às questões mais comuns de quem vai abrir um negócio

Muitos futuros empreendedores são movidos pela vontade de “não ter chefe” e pela possibilidade de ficarem ricos. É preciso ter cuidado com pré-conceitos.

Está pensando em empreender?Há nove anos, quando iniciei minha jornada no mundo dos empreendedores, a palavra empreendedorismo não era tão pop quanto é hoje; ainda não estávamos na moda. De lá pra cá, muita coisa mudou: empreender virou o sonho de milhões de brasileiros, muitos movidos pela vontade de “não ter chefe” e pela possibilidade de ficarem ricos.

1. Eu vou mesmo ser o único chefe?

Não ter chefe, infelizmente, não é 100% verdade. Você tem muito mais “chefes”: seus clientes, seus parceiros, seus funcionários, todos que dependem de você e da sua empresa. Você vai perceber que essas cobranças são muito piores.

2. Tenho chances de ficar rico?

Sim, claro que tem, se você criar um negócio que gere valor para as pessoas, que resolva problemas reais da sociedade, você tem uma grande chance de ficar rico. Qual o caminho? O que devo aprender?

3. Se já trabalhei em empresas, sei empreender?

A parte difícil: o mundo corporativo não te prepara para empreender. Acredite nisso: eu mesma senti na pele. As regras estabelecidas no ambiente corporativo mais o despreparam, porque o aprisionam numa caixa onde você é responsável pela sua área e pelos seus objetivos, e pouco se preocupa com as demais questões da empresa.Se precisa de contratação de funcionários, chame o RH; se precisa resolver uma questão jurídica, chame o departamento jurídico; e assim vai. Quando você empreende, não tem a quem chamar a não ser você: sua capacidade, seus conhecimento e suas relações.

4. Posso buscar ajuda?

A primeira coisa é deixar o orgulho de lado e não ter medo de pedir ajuda, de contar com amigos e pessoas do seu relacionamento. Se conseguir, arrume um mentor: alguém reconhecido, com mais experiência e que tenha uma boa rede de relacionamentos. Além de conselhos, vai abrir portas para você.

5. Como posso aprender mais sobre empreender sozinho?

Não conhece o mundo dos empreendedores? Busque capacitação! Existem cursos rápidos que podem ajudá-lo a entender este ambiente e lhe economizam um bom tempo. Todo investimento em conhecimento sempre vale a pena.Algumas dicas de cursos estão abaixo, mas você pode buscar capacitação também online, como os portais Endeavor, Sebrae e Rede Mulher Empreendedora:

7. E como ter ideias?

Não tem ideia de que tipo de negócio abrir? Todo mundo fala para você seguir seu sonho, é verdade, mas não adianta seguir seu sonho se ninguém quiser comprar, certo? Além de seguir o sonho, é importante estar atento aos movimentos da nossa sociedade.O que isto significa? As melhores oportunidades de negócios estão nos maiores problemas da sociedade.

7. Posso (e devo) empreender sem sócios?

Sozinho ou acompanhado? Empreender já é naturalmente muito solitário. Ter os sócios certos, com competências complementares e com mesmos valores de vida é um bom passo para o sucesso do seu negócio.

8. Dá para empreender sem dinheiro?

Com ou sem dinheiro? Dependendo do tipo de negócio, você vai precisar de menos ou mais recursos financeiros. Prepare o terreno, faça uma reserva financeira e reorganize suas despesas.No início, todo negócio exige investimento, além da sua dedicação de tempo. Essa fase varia de 18 meses a 5 anos, em alguns casos. Anjos investidores só aparecem numa fase mais a frente, quando seu negócio precisa de recurso para crescer. Até lá, você tem que se virar com o que tem ou buscar apoio de familiares e amigos.

9. Tive uma ideia. E agora?

Decidiu qual ideia vai botar de pé? Mão na massa: menos plano de negócio e mais ação. Nessa fase, o mais importante é ter uma versão simples do seu produto ou serviço e testar o processo de vendas com clientes reais. É que o chamamos de MVP (Mínimo Produto Viável), fase importante para testar o modelo, fazer ajustes, corrigir erros e, acima de tudo, gerar aprendizado para o empreendedor.

10. Está dando tudo errado. Devo desistir?

O negócio já está rodando e não está dando os resultados que você imaginava? Bem vindo ao mundo dos empreendedores: onde a rotina não faz parte do jogo, o risco é constante e ter estômago forte vai ajudá-lo a atravessar a fase mais difícil de qualquer negócio.Mas, acredite: estando no caminho certo, você tem a chance de construir algo que não só vai mudar sua vida, mas pode mudar a sociedade.Ana Fontes é fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME).Fonte: Exame

EM BUSCA DE CUSTOS MENORES, EMPRESAS BRASILEIRAS ABREM FÁBRICAS NO PARAGUAI

Empreendedores aproveitam a proximidade e incentivos fiscais para abrir operações no país vizinho

A Riachuelo é uma das empresas brasileiras que abriu filiais no Paraguai (Foto: Divulgação)
Enquanto o desemprego no Brasil se aproxima de 12% em meio a dois anos seguidos de encolhimento da economia, há indústrias brasileiras abrindo novas fábricas e criando milhares de novos empregos diretos.Esses investimentos, no entanto, são realizados no Paraguai, país que quer aproveitar a proximidade com o Brasil para ser uma plataforma de produção barata e livre de burocracia para o abastecimento do mercado de consumo brasileiro.A estratégia de atrair investimentos e empregos ao abrir mão da cobrança de impostos tem dado resultado. A lei da maquila, que garante o pagamento de apenas 1% de tributo às companhias que abrirem fábricas no Paraguai e exportarem 100% da produção, existe desde 1997.Outras vantagens incluem gastos menores com mão de obra e energia elétrica. O salto quantitativo desse programa, porém, se deu nos últimos três anos - justamente quando a economia brasileira começou a andar para trás.Embora o total de empregos gerado pelas "maquiladoras" ainda seja pequeno em comparação ao tamanho da economia brasileira, o ritmo de migração de investimentos do Brasil para o Paraguai está em aceleração. Das 124 indústrias incluídas no programa de maquilas, 78 abriram as portas desde 2014.Dos 11,3 mil empregos gerados pelo programa, 6,7 mil são fruto dos investimentos dos últimos três anos. E existem mais projetos de expansão que devem gerar milhares de vagas em 2017.Interesse O Foro Brasil-Paraguai, sediado em Assunção e dedicado exclusivamente a apresentar as oportunidades do país a brasileiros, recebe dezenas de consultas por semana. A entidade calcula que dois terços dos investimentos no Paraguai nos últimos anos sejam de empresas de capital brasileiro.Mas o País também tem um forte peso no terço restante: as montadoras estrangeiras começaram a produzir peças em solo paraguaio para abastecer as montadoras instaladas no Brasil.A transformação do Paraguai em uma "China da América do Sul" é um projeto do presidente Horacio Cartes, no poder há três anos. A prioridade de Cartes – que também é um dos empresários paraguaios mais ricos – é gerar empregos para a mão de obra paraguaia.Mais de 70% da população de 6,8 milhões de habitantes tem menos de 30 anos e boa parte ainda atua na informalidade. A estratégia é elogiada pelo setor produtivo. Cartes, porém, enfrenta críticas por ter abandonado programas sociais, em especial no interior.Durante a passagem da reportagem por Assunção houve um protesto contra o atual presidente – com direito a cartazes "Fora Cartes". Uma recente pesquisa põe o índice de popularidade do presidente em 23%, um dos mais baixos da América Latina.Além disso, o socialista Fernando Lugo, deposto em 2012, é um nome que ganha força para as eleições de 2018.O discurso do governo paraguaio é que o programa de maquilas visa a construir uma parceria com o Brasil. "A ideia é que nós venhamos a substituir os produtos que as empresas brasileiras hoje trazem da China", diz o ministro da Indústria e Comércio do país, Gustavo Leite.Porém, segundo o vice-presidente do Foro Brasil-Paraguai, Junio Dantas, é impossível saber se o investimento no Paraguai substituirá empregos no Brasil ou na China. "É uma decisão do empresário."Aceleração Entre as empresas que estão usando o Paraguai para substituir importações chinesas está a Riachuelo. Foi a rede brasileira que viabilizou a Texcin, indústria montada pelo paraguaio Andrés Gwynn.Hoje, a fábrica emprega 400 pessoas e produz 300 mil peças ao mês. Mas o contrato de dez anos com a Riachuelo prevê que, dentro de um ano e meio, a produção seja elevada a 1 milhão de unidades. Com isso, os funcionários chegarão a 1,5 mil.Gwynn conta que teve a ideia de atrair a Riachuelo ao Paraguai ao ver a foto do presidente da empresa, Flávio Rocha, em uma banca de revista no Aeroporto de Guarulhos.O empresário ligou para a secretária de Rocha e, após alguns dias de insistência, conseguiu uma reunião de cinco minutos para apresentar as vantagens do Paraguai. "Acabamos conversando o dia todo", lembra Gwynn.Indústrias que enfrentam forte concorrência de produtos baratos vindos da Ásia – como materiais plásticos, brinquedos e confecções – estão entre as mais propensas a aproveitar as vantagens da lei das maquilas.Uma das pioneiras do movimento foi a X-Plast, que fechou a unidade no interior de São Paulo e se instalou há três anos em Ciudad del Este, a 4 km da fronteira com Foz do Iguaçu. Procurada, a empresa não respondeu aos pedidos de entrevista.As marcas brasileiras Bracol e Fujiwara, de sapatos para trabalhadores industriais, decidiram aproveitar as vantagens de custo do Paraguai em 2014. Elas são sócias de Andrés Gwynn na Marseg.A empresa chegou a ter 1,5 mil empregados. Com a crise no Brasil, que afetou em cheio a indústria, cortando mais de 30 mil empregos apenas em montadoras, a Marseg reduziu os funcionários para 800. Autopeças. As companhias internacionais de autopeças também estão migrando para o Paraguai.O sócio da Riachuelo no país, que também atua como cicerone para empresários estrangeiros, já ajudou a trazer seis fornecedoras de montadoras para o Paraguai. Entre essas companhias está a alemã Leoni, que produz chicotes elétricos.O gerente da unidade da Leoni no Paraguai é o brasileiro Fábio Lopes da Silva.Ele conta que a maior parte da produção vai para montadoras instaladas no Brasil, onde a empresa mantém uma planta em Itu (SP), com 500 funcionários.Embora não haja planos para desativar a fábrica no Brasil, Silva diz que, com o tempo, a planta paraguaia se tornará mais importante. "Hoje, empregamos aqui 300 pessoas, mas o projeto é ampliar para mil colaboradores."Fonte: PEGN

13 startups brasileiras que fizeram a diferença em 2016

Especialistas listam para EXAME.com alguns negócios inovadores brasileiros que se destacaram neste ano.

São Paulo – A recessão econômica que marcou o ano de 2016 trouxe dificuldades para muitas empresas – incluindo os pequenos e médios empreendimentos. Porém, alguns negócios conseguiram crescer justamente quando os mais tradicionais passavam por uma reflexão de estratégia: as startups.
Segundo quatro especialistas consultados por EXAME.com, é fato que o ecossistema de empreendimentos inovadores cresceu neste ano. Ainda que o tamanho dessa ampliação não seja um consenso – para alguns ela é tímida, enquanto para outros foi significativa -, há alguns movimentos que apontam uma melhora para o ambiente de startups.
A primeira grande tendência foi o interesse das grandes corporações nos pequenos negócios inovadores. “A entrada das gigantes no ecossistema de startups ajudou os negócios a captarem mais recursos e a se financiarem, seja por meio de acelerações e investimentos ou pela compra de projetos”, afirma Bruno Rondani, do Movimento 100 Open Startups. “Por outro lado, o governo ficou de fora desse movimento. Faltou investimento público em 2016.”Ana Fontes, idealizadora da Rede Mulher Empreendedora, também destacou a entrada de grandes empresas no ecossistema. “Isso ajuda o ambiente de startups a evoluir, mesmo em um ano instável como esse. Por exemplo, a Visa fechou uma parceria com o Startup Farm; a Telefônica está dando apoio por sua aceleradora, a Wayra; e o Bradesco fez sua segunda edição do programa Inovabra.”Outra tendência de 2016 é a descentralização: há mais empresas inovadoras surgindo fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. “Isso é muito importante para o desenvolvimento da economia do país como um todo. Vimos isso acontecer principalmente em cidades como Belo Horizonte, Florianópolis e Recife neste ano”, explica Caíque Pegurier, mentor Endeavor, coordenador de MBA na Inova Business School e CEO da Wide Desenvolvimento Humano.“Também vimos startups com reais inovações tecnológicas, e não apenas negócios com mudanças marginais em relação a empreendimentos já existentes. Estamos entrando para valer no desenvolvimento de tecnologia, com negócios disruptivos.”A última tendência destacada pelos especialistas é a popularização dos negócios inovadores – mesmo que a maioria ainda não os conheça como “startups.”“Vimos startups brasileiras se destacando e saindo do grupinho dos especialistas no tema. Hoje, vemos pessoas falando de negócios como o Nubank com naturalidade, sem nem saber que ele é uma startup. Para mim, é um sinal de maturidade do mercado”, explica Pedro Waengertner, da aceleradora ACE.Quais foram as startups que souberam aproveitar melhor os movimentos trazidos por 2016? Veja, a seguir, 15 negócios brasileiros inovadores, que fizeram a diferença:

1. Contabilizei

Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei

Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei (Divulgação)

A Contabilizei é uma plataforma de contabilidade para micro e pequenas empresas, administrada de forma completamente online e com simplicidade, por meio da computação em nuvem.“A startup está dentro do movimento das fintechs e provavelmente já é a maior empresa de contabilidade do país, em número de clientes”, explica Pegurier. “Em apenas três anos de atividade, esse é um resultado surpreendente.”A startup, diz o mentor, representa um dos negócios inovadores de destaque que se desenvolveu fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo: ela é do Paraná. Além disso, ajudou seus clientes a economizarem 25 milhões de reais neste ano, apenas pela maior eficiência contábil.A Contabilizei já havia atraído grandes investidores no passado – como o fundo KaszeK Ventures. Este ano, recebeu um novo aporte, liderado pelo e.Bricks Ventures. Outros participantes do investimento foram novamente a KaszeK e o fundo internacional Endeavor Catalyst.

2. Dr. Cuco

Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco

Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco (Reprodução)

O Dr. Cuco é um aplicativo que funciona como uma “enfermeira digital”: por meio da ferramenta, é possível receber lembretes de medicamentos para doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão, por exemplo. Além de poder criar manualmente seus alarmes, o app permite receber automaticamente a prescrição feita por seu médico, já convertida em lembretes (peça ao seu médico para integrar-se ao Dr. CUCO).Em breve, os usuários poderão compartilhar seu tratamento com familiares e cuidadores, além de receber benefícios pelo tratamento realizado de maneira correta.“Essa solução tem o potencial de reduzir muito a taxa de desistência de tratamentos, o que reduz os custos do setor de saúde também”, explica Rondani. “É um negócio que tomará ainda mais força com o progressivo envelhecimento da população.”O criador do 100 Open Startups destaca que a empresa fechou este ano parcerias com grandes players do mercado de saúde, como o HCor (Hospital do Coração).O Dr. Cuco também foi escolhido como uma das dez startups mais sexy no evento de Rondani, a partir da opinião de 50 grandes empresas e dezenas de investidores. Por fim, a startup foi vencedora do Concurso de Planos de Negócios para Universitários do SEBRAE/SC, na categoria Negócios Digitais.O Dr. Cuco já recebeu um investimento-anjo e hoje está no Cubo, espaço para startups do banco Itaú Unibanco.

3. Me Passa Aí

Tela do site Me Passa Aí

Tela do site Me Passa Aí (Reprodução)

A Me Passa Aí se autodescreve como uma espécie de “Netflix dos estudos universitários”: os estudantes assinam o serviço e acessam videoaulas produzidas por alunos que se destacam, com posterior certificação por professores. O negócio começou em 2014 e tem 25 mil usuários cadastrados.Rondani destaca que o negócio passou este ano por um processo de investimento que pode se popularizar nos próximos anos: o equity crowdfunding. Por meio dele, pessoas físicas podem dar dinheiro a uma startup em troca de participação do negócio. No caso da Me Passa Aí, 250 mil reais foram arrecadados em troca de 12,5% de participação societária, diluída em 54 investimentos.

4. Exact Sales

Smartphone com informações sobre a Exact Sales

Smartphone com informações sobre a Exact Sales (Reprodução)

A Exact Sales é uma startup que desenvolveu uma metodologia e um software para gerar eficiência especificamente em vendas complexas.Com um ano e meio de vida, o negócio já atende mais de 500 clientes e faturou 2,1 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.Neste ano, o negócio conquistou sua segunda rodada de investimentos. O aporte foi realizado pelo fundo CVentures, no valor de 4 milhões de reais. O valuation é seis vezes maior do que o do primeiro investimento, feito no ano passado.“O que me impressiona é eles chegarem tão rápido neste porte de negócio. Eles conseguem esse resultado atingindo um grande problema das empresas brasileiras: as vendas”, diz Waengertner, da ACE. “Em 2016, eles provaram que já saíram do estágio de startup iniciante, entrando em uma faixa de maior peso.”Vale lembrar que a Exact Sales também está fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, como a Contabilizei: ela foi fundada em Santa Catarina.

5. GuiaBolso

Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso

Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso (Divulgação)

O GuiaBolso é um aplicativo que promete melhorar a saúde financeira do brasileiro. A startup aposta na simplicidade da experiência do usuário como diferencial: além de ser gratuito, o app exporta e categoriza automaticamente todos as receitas e despesas da conta bancária do cliente.“O negócio já tem três milhões de usuários e diz que ajudaram seus usuários a economizarem mais de 200 milhões de reais este ano”, afirma Pegurier. “Eles resolveram uma dor enorme, por meio do desenvolvimento tecnológico de uma boa UX [experiência do usuário]. Isso gerou o boca a boca, que se transformou em sucesso para a startup.”A ideia chamou a atenção até mesmo do Banco Mundial em 2016. Em maio, a International Finance Corporation (IFC), ligada ao banco, e outros investidores dos fundos Kaszek Ventures, Ribbit Capital e QED Investors aportaram 60 milhões de reais no negócio.Pegurier analisa que o próximo passo do GuiaBolso será o oferecimento de serviços financeiros, o que poderá dar trabalho até para os grandes bancos – algo em que as fintechs já são especialistas.

6. In Loco Media

André Ferraz, CEO da In Loco Media

André Ferraz, CEO da In Loco Media (Divulgação)

A startup pernambucana In Loco Media é um exemplo de inovação disruptiva, segundo Pegurier. O negócio, lançado dentro de uma universidade de Recife, desenvolveu uma tecnologia de geolocalização mais preciso que o GPS – útil principalmente em ambientes internos.O negócio está presente na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa e já rastreou mais de 15 milhões de estabelecimentos, diz o mentor. Seu foco é oferecer um serviço de publicidade digital hipersegmentada para empresas.“Uma montadora de veículos pode fazer publicidade específica para pessoas que já estão dentro de suas concessionárias, ou uma universidade consegue lançar publicidade para quem está perto da instituição, por exemplo.”O negócio tem hoje 50 milhões de usuários ativos e trabalha com grandes empresas, como Claro, Coca-Cola, Fiat, LG, Lojas Americanas, Natura e Nestlé.

7. Love Mondays

Luciana Caletti, do Love Mondays

Luciana Caletti, do Love Mondays (Fabiano Accorsi/VOCÊ S/A)

O Love Mondays, lançado em 2014, ajuda profissionais a conhecer 75.000 empresas e candidatar-se a vagas. Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, destaca que é uma startup liderada por uma mulher – Luciana Caletti – e que conseguiu obter êxito com pouco tempo de vida.O principal marco da empresa neste ano foi sua venda para o negócio que os inspirou: o portal Glassdoor. O valor da transação não foi divulgado. “O exit foi um marco importante principalmente no modelo que foi feito: a Luciana continua na operação e na liderança.”

8. Méliuz

Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz

Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz (Divulgação)

A Méliuz é um programa de fidelidade que, em vez de dar pontos, devolve parte do seu dinheiro direto na conta.Criada em 2011, a startup vem crescendo exponencialmente: segundo a empresa, 23 milhões de reais já foram repassados às contas bancárias de seus usuários.“Eles estão de fato fazendo diferença no seu setor, que é um mercado bastante novo ainda”, explica Ana Fontes. “Os fundadores foram selecionados como mentores da Endeavor e a Méliuz está bem cotada, com vários prêmios.”O maior deles foi o de startup do ano, no prêmio Startup Awards 2016. No final de 2015, o negócio já havia conquistado um aporte do investidor francês Fabrice Grinda, um dos criadores da OLX. O valor do investimento não foi divulgado.

9. Movile

Fabricio Bloisi, presidente da Movile, dona do iFood

Fabricio Bloisi, presidente da Movile (Forbes Brasil/Divulgação)

A Movile é uma das maiores startups do Brasil. A empresa paulista de conteúdo para celulares responsável por aplicativos como iFood e PlayKids é o negócio mais cotado para se tornar o primeiro unicórnio brasileiro – negócios avaliados em um bilhão de dólares (ou mais).“O FabrIcio Bloisi, da Movile, é um empreendedor de primeira linha. A Movile entra em setores muito competitivos – o iFood disputa agora com negócios como o UberEats, por exemplo – e se destaca, mesmo fora do país”, explica Waengertner, da ACE. “Essa agressividade e essa urgência torna a Movile um grande exemplo brasileiro de empreendedorismo.”

10. Nubank

Aplicativo do Nubank no celular

Aplicativo do Nubank no celular (Nubank/Divulgação)

O Nubank é provavelmente a startup mais popular de 2016: seu nome não saiu da boca dos brasileiros, o que gerou uma fila de sete milhões de pessoais querendo o cartão de crédito da marca – administrado totalmente online e sem taxa de administração.A ameaça de fechamento por conta de uma medida do Banco Central, divulgada há poucos dias, só confirmou o interesse dos brasileiros pelo “roxinho”, apelido do cartão da fintech.“O Nubank se destaca por estar lutando contra gigante e por estar trazendo um nível de qualidade Vale do Silício ao Brasil: a gente sente isso quando visita o negócio, quando conversa com os clientes e com os funcionários e quando colocam o Brasil no alvo de muitos investidores que nunca investiriam em negócios do país antes”, explica Pedro Waengertner, da ACE.“É uma startup de um setor que anda muito popular – as fintechs – e são o exemplo de maior sucesso nesse mercado, cheio de grandes players e super regulamentado”, completa Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora. “Não deixo de destacar que uma mulher compõe a liderança: a Cristina Junqueira.”Em 2016, o negócio conseguiu o maior investimento da sua história, de série D. Desta vez, o valor do investimento foi de US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 276 milhões, pela cotação atual). Até hoje, o Nubank já arrecadou mais de 600 milhões de reais nas cinco rodadas de investimentos acumuladas. Muitos colocam a startup no mesmo grupo da Movile: o de futuros unicórnios brasileiros.

11. Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais (Mar Santos/Divulgação)

A Resultados Digitais foi criada em 2011, explorando um mercado que ainda não existia no Brasil: o de automação de marketing digital.Para obter sucesso, trabalhou para convencer os brasileiros de que era preciso investir na atração de consumidores pela internet. Seu evento de marketing digital, o RD Summit, recebeu em 2016 mais de cinco mil visitantes.“Eles dominam um setor que eles mesmo criaram, estão exportando e seus criadores viraram mentores da Endeavor. É uma startup para ficar de olho”, diz Ana Fontes.Ela também destaca o aporte recebido pela RD neste ano: um investimento série C, no valor de 62 milhões de reais. A injeção de capital foi capitaneada pelo fundo TPG Growth, que já investiu em empresas como Airbnb, Uber e Spotify. Outros investidores foram Redpoint eventures, Endeavor Catalyst e DGF Investimentos.Já Pedro Waengertnet, da ACE, destaca a gestão do negócio. “A equipe tem um nível de execução próximo das empresas do Vale – especialmente na maneira como eles pensam o desenvolvimento do produto e a área comercial. Além de atraírem os principais investidores brasileiros, atraíram fundos americanos neste ano. São um exemplo de empresa de tecnologia no Brasil.”Ao todo, a Resultados Digitais já recebeu R$ 83 milhões em aportes e possui 380 funcionários na sua equipe.

12. Sympla

Equipe da startup Sympla, escolhida como a melhor de 2015

Equipe da startup Sympla (Divulgação)

Fundada em 2012, a Sympla é uma plataforma inteligente para venda e gestão de ingressos e inscrições. O negócio é voltado para produtores de eventos de pequeno e médio porte e já totalizou mais de 75 mil eventos feitos pela plataforma.A Sympla foi considerada melhor startup do ano de 2015 pelo Spark Awards. Neste ano, o negócio recebeu um aporte de 13 milhões de reais, liderado pela Movile.“É uma startup bem mineira. Sem fazer muito alarde, mas trabalhando muito e de forma focada, está crescendo muito. Em 2017, pretende faturar 250 milhões”, ressalta Fontes.“A Sympla teve uma trajetória muita agressiva, cercada de mentores bons e parceiros bons, como a Movile. Eles crescem de forma sólida e logo sairão do patamar de pequena e média empresa”, analisa Waengertner.  “O negócio também acabou de comprar uma startup acelerada por nós e que era concorrente deles, a Eventick.”

13. VivaReal

Brian Requarth, criador do VivaReal

Brian Requarth, criador do VivaReal (Germano Lüders/Revista EXAME)

O VivaReal é uma startup criada em 2009 para bater de frente com outros portais de imóveis do país: o marketplace conecta compradores com vendedores e alugadores de residências.Hoje, são mais de 4,5 milhões de casas ou apartamentos dentro do site. O negócio também já acumulou 245 milhões de reais em investimento.Junto com as startups GuiaBolso e Nubank, o VivaReal foi considerado uma das empresas brasileiras mais inovadoras ao transformar a relação das pessoas com o dinheiro, segundo a consultoria KPMG e a investidora em fintechs H2 Ventures.“É um negócio feito por um empreendedor americano que veio ao Brasil sem conhecer ninguém e criou uma empresa que desafia portais de imóveis já estabelecidos há anos”, explica Waengertner, da ACE. “Ele encara esses concorrentes de forma eficiente e atraiu grandes investidores ao Brasil. É muito parecido com o Nubank, nesse sentido.”Fonte: PEGN

Os planos da Lepper para 2017

Presidente da empresa, Maria Regina Loyola Rodrigues, acredita na reversão do quadro de crise e até projeta expansão com a construção de um centro comercial

Loetz: Os planos da Lepper para 2017 Maykon Lammerhirt/Agência RBS
Fundada há 109 anos em Joinville, a Companhia Fabril Lepper vive a expectativa de dobrar o faturamento no próximo ano. Conforme a presidente da empresa, Maria Regina Loyola Rodrigues, houve um recuo significativo dos resultados neste ano devido à grave crise econômica. Nesta entrevista, Maria Regina fala também sobre imóveis grandes que a empresa tem na zona Leste de Joinville e no município de Araquari e a possibilidade de empreender nestas áreas. Confira:A Notícia – Qual é o cenário dos negócios da empresa? Maria Regina Loyola Rodrigues – No ano que vem, esperamos dobrar o faturamento em relação a 2016. Que foi um ano terrível. Pior do que se esperava. Significa que o resultado é de retração em comparação ao alcançado em 2015. O recuo é de 20% de um ano para outro.AN – A Lepper trabalha para atender as classes C e D da população. Essa estratégia é adequada para o momento econômico atual? Maria Regina – Nós estamos adaptando o produto ao bolso do consumidor. Sim, fazemos produtos mais baratos. Efeito das dificuldades financeiras dos consumidores provocou recuo de 18% no nível de produção. Tivemos, em 2016, que promover redução de salários com jornada de trabalho menor.AN – Quais são seus principais mercados? Maria Regina – Naturalmente, por sua própria dimensão, São Paulo representa 30% dos nossas vendas. Santa Catarina entra com 9,2%.AN – A Lepper possui imóveis grandes na região Leste de Joinville e em Araquari. Que planos a senhora tem para lá? Maria Regina – A dona destes espaços é a Lepper Empreendimentos Imobiliários. No bairro Aventureiro, temos área de 160 mil metros quadrados. Para lá, na rua Tuiuti, há um projeto de construção de um centro comercial, um mall, com lojas âncoras.AN – Tipo um shopping center? Maria Regina – A intenção é, dos 100 mil metros quadrados aproveitáveis, utilizarmos 22 mil de área construída. O mall terá duas lojas âncoras, espaços de lazer, cinemas, lojas de bairro, praça de alimentação. O foco será em lazer e compras.AN – O projeto está aprovado pela Prefeitura? Maria Regina – Está em fase final de licenciamento.AN – Quem será o parceiro do setor de shoppings? Maria Regina – O parceiro é um operador paulista de shoppings centers, que ainda não atua em Santa Catarina. Os espaços serão alugados. O projeto começou a ser desenhado há três anos e, desde então, foi modificado. Antes, em 2010, a Lepper pensou em construir a nova fábrica lá. Depois, desistimos.AN – Obtido o licenciamento, quando devem começar as obras? Maria Regina – Não sei ainda quando vamos começar. Isso depende do mercado.AN – A futura fábrica será instalada em Araquari? Maria Regina – Possuímos uma área grande, de 1.070.000 metros quadrados, totalmente desmatada e já licenciada. Fica, sim, em Araquari. A área total ocupa 5 milhões de metros quadrados.AN – Havia o plano de erguer centro logístico? Maria Regina – Não faremos mais centro logístico. Vamos construir um condomínio industrial em 847 mil metros quadrados com 1.100 lotes residenciais. O valor do metro quadrado do lote industrial é menor do que o residencial, mas a ideia é lançarmos o projeto daqui um ano e meio ou dois anos.AN – Quando a Lepper vai mudar sua fábrica para Araquari? Há algum termo de ajustamento de conduta para sair da região central, em algum prazo definido? Maria Regina – A transferência da fábrica depende de fatores de mercado. Fazer uma nova fábrica custa R$ 600 mil. A Lepper obteve as licenças e autorizações para permanecer no endereço atual por mais quatro anos.AN – Qual é o tamanho dos negócios da empresa hoje? Maria Regina – A Lepper tem hoje 700 funcionários. Vendemos para 8 mil pontos de venda ativos em todos os Estados. Em 2015, o faturamento foi de R$ 126 milhões, e em 2016, a previsão é de R$ 110 milhões. Não haverá lucro neste ano. Para 2017, a nossa expectativa é empatar no zero a zero. Os negócios de produtos licenciados representam 45% do nosso faturamento. Somos reconhecidos no mercado infantil.Fonte: A Notícia

NUBANK RECEBE US$ 80 MILHÕES EM RODADA DE INVESTIMENTOS

Startup planeja ampliação de sua infraestrutura

O Nubank já recebeu 2 milhões de solicitações de interessados no cartão (Foto: Divulgação)
Nubank anunciou na última quarta-feira (7/12) que recebeu um aporte de US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 276 milhões) em sua quinta rodada de investimentos. Fundada em 2013, a fintech emite cartões de crédito sem anuidades e cobra taxas menores do que as praticadas pelo mercado. De lá para cá, recebeu mais de 7 milhões de pedidos de cartão - a empresa, contudo, não divulga o número de cartões emitidos.A rodada foi liderada pelo fundo de investimentos russo DST Global, em sua primeira aplicação na América do Sul. Entre as empresas na carteira de aportes do grupo estão o e-commerce chinês Alibaba e o serviço streaming de música Spotify. Redpoint eVentures e Ribbit Capital também participaram da rodada.Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o fundador do Nubank, David Vélez, afirmou que a quantia angariada deve ser suficiente para sustentar o crescimento do negócio ao longo dos próximos dois anos.  A ideia é usar os recursos para ampliar a infraestrutura, incluindo o número de funcionários (atualmente mais de 390 pessoas trabalham na startup).O Nubank já recebeu aproximadamente R$ 600 milhões em investimentos. Na rodada anterior, liderada por um dos primeiros investidores do Facebook, o Founders Found, a empresa levantou US$ 52 milhões em aportes.Fonte: PEGN

CHINA FINANCIARÁ ÔNIBUS ELÉTRICOS NO BRASIL

Banco de Fomento do país asiático abrirá uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para construir veículos e painéis solares

5 - Campinas (SP), quinta colocada com 6,83 (Foto: Reprodução/Mediacommons)
Banco de Fomento da China vai abrir em 2017 uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no Brasil na construção de ônibus elétricos e painéis solares. A linha será aberta para a BYD, chinesa líder do setor e que mantém uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas, no interior de São Paulo.Em fevereiro, a companhia asiática vai abrir na região uma planta de painéis solares. Com essa linha, a BYD vai oferecer aos empresários de transporte público um contrato de leasing. Cada ônibus elétrico custa R$ 1 milhão, enquanto um modelo comum (movido a combustível) sai por R$ 400 mil. Segundo Adalberto Maluf, vice-presidente de vendas da BYD no Brasil, essa diferença será financiada no prazo de dez anos. As parcelas, segundo ele, serão pagas com o dinheiro que será economizado com combustível e manutenção.De acordo com técnicos da BYD, cada ônibus elétrico tem vida útil de pelo menos 20 anos. Dessa forma, segundo eles, seria possível até reduzir as tarifas depois de pago o empréstimo. O assunto foi tratado em uma reunião em Shenzhen, cidade onde está a sede da BYD, entre o presidente da empresa, Wang Chuan Fu, e o prefeito reeleito de Campinas, Jonas Donizete (PSB).Donizete disse no encontro que, diante da iniciativa dos chineses, vai incluir na licitação do transporte público de Campinas em 2017 a exigência da aquisição de uma cota mínima de ônibus elétricos para as companhias que forem operar na cidade.Atualmente, já circulam em Campinas 11 ônibus elétricos da BYD, que foram comprados pela Itajaí Transporte. Além disso, cinco táxis elétricos operam na cidade do interior paulista. O ônibus tem autonomia para rodar 300 km por dia usando uma bateria de ferro-lítio, enquanto os carros andam 400 km sem precisar reabastecer.A BYD também espera, com essa linha de crédito, entrar no mercado da capital paulista, onde há a perspectiva que se aprove, em 2018, um cota semelhante à de Campinas no momento da renovação dos contratos de transporte público. Além de Campinas, Curitiba e o Distrito Federal já operam com ônibus elétricos.Considerada o Vale do Silício da China, Shenzhen será em 2017 a primeira cidade do mundo a ter 100% da frota de ônibus e táxis movida a energia elétrica.Com 20 milhões de habitantes, Shenzhen espera também inaugurar em 2017 um trem monotrilho elétrico. Executivos da BYD disseram ao Estado esperar que o governo de Michel Temer retome o Programa de Incentivo à Indústria de Nanocondutores (Padis), que foi derrubado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. No dia 20, a BYD estará no 4.° leilão de energia solar.Fonte: Empreendedor

Mercado interno vira atração para negócios

mercado
As empresas devem manter o interesse em realizar ou até mesmo elevar o nível de investimento em fusões ou aquisições nos próximos dois anos, segundo indica a “Pesquisa de Integração – Entendendo os desafios locais para maximizar o retorno de investimento em M&A” realizada pela consultoria Deloitte, mesmo num cenário econômico passando por um momento incerto e complexo.
As expectativas do mercado são de queda do Produto Interno Bruto (PIB) – com contração neste ano –, redução no grau de investimento concedido por agências de rating internacionais e taxa de juros ao maior valor em nove anos. O estudo da Deloitte aponta que, em relação ao mercado inter no, 63% dos entrevistados afirmam que irão manter ou até mesmo elevar o nível de investimento em fusões ou aquisições no Brasil nos próximos dois anos.A pesquisa contou com a participação de 87 empresas que estiveram envolvidas em transações estratégicas no Brasil nos últimos três anos, para entender melhores práticas, desafios e tendências locais em Fusões & Aquisições. A maioria dessas empresas destaca que a integração pós-fusão ou aquisição pela qual passaram nos últimos anos foi bem-sucedida, conforme a opinião de 77% dos entrevistados.Apenas 18% afirmam ter passado por uma integração aquém da expectativa de sucesso e 5% não opinam sobre o tema. A maior parte dos entrevistados – 69% – afirma ter elaborado e executado um plano formal de integração, contra 31% que não dispuseram dessa estratégia. A pesquisa apontou que o primeiro grupo teve uma grande vantagem sobre o segundo. Das empresas que contavam com um plano formal de integração, 87% afirmaram ter obtido sucesso.Entre as que não contavam com esse processo, a taxa de sucesso foi de 54%. Concretizar uma integração entre empresas é uma tarefa árdua. Sem os cuidados necessários, esse processo pode levar mais tempo, esforços e recursos do que o esperado. Isto consequentemente dificulta a captura de valor do investimento em uma operação de fusão & aquisição.De acordo com a pesquisa, apenas 27% das transações brasileiras capturam as sinergias planejadas em menos de um ano – já para empresas americanas, esse índice alcança 74%. “A chance de sucesso em uma operação de fusão ou aquisição será maior se as empresas envolvidas estiverem preparadas para lidar com: obrigações legais e regulatórias, complexidade fiscal e planejamento abrangente da integração”, destaca Renata Muramoto, sócia especialista da Deloitte em integrações e separações de empresas.Cuidados com a herança de obrigações fiscaisA incerteza, os possíveis atrasos e a necessidade de sincronizar as aprovações em diferentes Estados para concluir uma transação são desafios que precisam ser trabalhados de perto pelas equipes de integração e jurídica das empresas envolvidas. Os compradores devem entender, desde cedo, as regras que a empresa adquirida deve obedecer, uma vez que equívocos nesse processo podem corroer rapidamente o valor do negócio e a continuidade das operações.Sem um processo de due diligence apropriado, o comprador pode acabar se responsabilizando por obrigações fiscais pendentes da empresa comprada. Durante a transação, sem uma clara estratégia tributária, a integração pode desencadear altos custos relacionados a obrigações fiscais, o que pode afetar diretamente a captura de sinergias e a habilidade de uma integração que garanta os benefícios operacionais esperados da aquisição.A área mais comumente negligenciada e na qual as empresas têm maior dificuldade quando conduzem uma transação de fusão& aquisição no Brasil é a de falta de planejamento para lidar com as complexidades da integração. Integrações costumam levar mais tempo, esforços e recursos do que o esperado, o que dificulta o caminho das empresas em capturar as projeções iniciais de retornodo investimento no prazo planejado.Na pesquisa, a maioria dos entrevistados, 74%, considera o alinhamento cultural entre as duas empresas um fator muito importante para o êxito da integração. Esse processo pode ser construído por meio de pesquisas sobre a cultura da empresa adquirida ou mesmo por conversas informais entre compradores e profissionais.Mesmo diante de um ambiente econômico complexo, novas oportunidades continuarão emergindo. Embora compradores estejam mais sofisticados na execução de suas transações de fusão & aquisição, muito trabalho ainda precisa ser realizado para capturar o valor total dessas operações. “Estabelecer a governança correta, reter os talentos-chave e minimizar tempo e custos para completar a integração irão, automaticamente, maximizar o valor da transação e minimizar os riscos. Nenhuma transação é perfeita, mas todas têm a oportunidade de se tornarem bem-sucedidas se combinarmos as lições aprendidas a um propósito claro e uma equipe com experiência e dedicação”, finaliza Renata.Como evitar riscos1 Conduzir um bom processo de due diligence: engajar a liderança do negócio desde o início para questionar informações da due diligence, e estimar as metas de sinergia no tempo considerando a complexidade da integração.2 Possuir um forte patrocínio executivo: desenvolvimento de um mapa de stakeholders a serem envolvidos, com cadência específica para o planejamento da integração.3 Designar uma equipe dedicada à integração: garantir que a equipe tenha uma forte liderança para entender os impactos estratégicos da transação e os riscos de cada decisão em todo o negócio.4 Desenvolver um plano abrangente: elaborar um plano faseado, vinculado às metas de integração, com responsáveis bem definidos e levando em consideração interdependências entre equipes de trabalho.5 Criar um programa robusto de comunicação, cultura e geração de mudanças: entender as particularidades da cultura de cada empresa e criar um plano de ação para endereçar possíveis conflitos, comunicar com clareza e criar processos de feedback.Fonte: Empreendedor

Maior concessionária Scania do mundo será inaugurada nesta quarta-feira

Festa para 3,5 mil convidados embala estreia da Brasdiesel, que demandou investimento de R$ 50 milhões, na Rota do Sol

Maior concessionária Scania do mundo será inaugurada nesta quarta-feira, em Caxias Julio Soares/divulgação
Estrutura impressiona quem circula nas imediações dos pavilhões da Festa da Uva, com acesso facilitado a Flores da Cunha, Litoral e Porto AlegreFoto: Julio Soares / divulgação
O principal empreendimento do ano, possivelmente o mais portentoso, será inaugurado nesta quarta-feira à noite, em Caxias, numa concorrida festa para 3,5 mil convidados (os passaportes estão esgotados), reunindo executivos da Scania Brasil. É aguardada a presença do governador José Ivo Sartori. Já o conselho da empresa na Suécia visitará as novas instalações no dia 6 de dezembro.Em tempos de crise, o investimento de R$ 50 milhões, entre recursos próprios e financiados pelo BNDES, transforma a nova sede da Brasdiesel na cidade na maior concessionária de caminhões Scania do mundo. O status soma-se ao de ter sido a primeira revenda da marca no Brasil, fundada em 1957.A estrutura impressiona quem circula pela Rota do Sol, nas imediações dos pavilhões da Festa da Uva, com acesso facilitado a Flores da Cunha, Litoral e Porto Alegre. São 50 mil metros quadrados de terreno, sendo 16 mil metros quadrados de área construída.Uma pista de teste para caminhões fora de estrada integra o complexo, em área de 70 mil metros quadrados, uma espécie de reserva para o caso de futuras ampliações. A oficina chega com capacidade para atender 30 caminhões com implementos, ou 90 cavalos mecânicos. A reformadora poderá restaurar simultaneamente 15 caminhões acidentados.O complexo, que começou a sair do papel há quatro anos, compreende ainda showroom e áreas administrativas, num total de 110 trabalhadores na nova unidade. Foram aplicados R$ 2 milhões apenas em infraestrutura de asfaltamento para o acesso. De cada 10 caminhões pesados vendidos na Serra, cinco são comercializados pela concessionária.Percebendo que a estrutura do bairro São Ciro havia ficado pequena, a empresa optou por agregar uma gama de serviços e comodidade, explica Itamar Fernando Zanette, diretor da Brasdiesel, empresa pertencente à família Biazus:– Hoje o transportador fica mais tempo com o caminhão, e precisa revisar preventivamente seu modelo usado – pontua Zanette.A partir de segunda-feira, o atendimento migra totalmente para a nova sede, sendo desativado o ponto do bairro São Ciro. A expectativa é que o mercado reaja:– Estamos apostando na retomada da economia e no retorno do crescimento da venda de caminhões, que desacelerou nos últimos anos e hoje se mantém estável por conta dos consórcios – declara.Além da unidade em Caxias, a Brasdiesel conta com filiais em Ijuí, Garibaldi e Lajeado. Atende a 325 municípios gaúchos, incluindo Serra, Vale do Taquari e região Missioneira.Fonte: Zero Hora

Empresas do Brasil e da Itália querem se unir para investir em infraestrutura

Do Brasil, participaram representantes de 16 médias empresas, especialmente focadas nas áreas de construção e engenharia

Architectural tools
Cerca de 70 empresários brasileiros e italianos se reuniram em Brasília, nesta semana, para discutir a formação de parcerias para atuação no mercado brasileiro de infraestrutura. Esse foi o primeiro passo para posteriormente fecharem novos negócios.
O evento, realizado pelo Banco do Brasil e pela Embaixada da Itália, com parceria da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) ocorreu na sede do banco  em Brasília, e contou com a participação de empresários italianos representantes de 23 grandes grupos das áreas de engenharia e construção, finanças, concessões rodoviárias e ferroviárias, além de fabricantes de equipamentos. Do Brasil, participaram representantes de 16 médias empresas, especialmente focadas nas áreas de construção e engenharia.Segundo o Banco do Brasil, este foi o primeiro evento do gênero, em que empresários dos dois países avaliaram pilares do ambiente regulatório de concessões e possibilidades de constituir novos consórcios, para assim fazer deslanchar o Projeto Crescer, lançado recentemente pelo governo federal. A ideia é realizar eventos similares a esse com empresários de outros países.Segundo o governo, o Projeto Crescer tem como objetivo oferecer à iniciativa privada projetos técnica e economicamente factíveis, elaborados para melhorar a qualidade do serviço prestado. Também é objetivo do programa a geração de empregos e a retomada do crescimento econômico.De acordo com o banco, as agendas entre empresários brasileiros e italianos visaram reunir, de um lado, o conhecimento que empresas brasileiras têm do ambiente de negócios do Brasil, e a capacidade delas para atuar em todo o território nacional. Do lado italiano, o objetivo foi trazer conjunto relevante de grandes grupos com abrangência multinacional, governança, disponibilidade de capital e experiência nas áreas de concessões e parcerias público-privadas.Fonte: Empreendedor

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