Como o Marketing Digital pode ajudar você a construir uma empresa de alto crescimento
Esse post é um pequeno trecho do eBook “Marketing Digital para empreendedores”, um eBook feito em parceria com a Endeavor com tudo o que você precisa saber para crescer tendo o Marketing Digital como base. Para ler o material completo, acesse este link.O Marketing Digital pode gerar muitos benefícios para as empresas, e um deles é o crescimento. Não há dúvidas de que investir nessa estratégia é essencial. Afinal, cada vez mais, os consumidores estão na internet – seja para buscar por informações, seja para ir atrás de um produto ou serviço que queiram.Por isso, é preciso se adaptar aos pilares do empreendedorismo no mundo digital, pois ele propõe muitas mudanças, principalmente no que se refere à comunicação com sua audiência. O famoso marketing boca a boca ainda funciona, mas para entrar no jogo é preciso investir em as ações digitais personalizadas para seu negócio.Mas como fazer isso? Como trabalhar essas estratégias para fazer sua empresa crescer?O segredo é apostar na inteligência: ter um crescimento organizado, mensurando as ações, conhecendo os clientes e planejando as próximas estratégias para prosseguir na ascensão do negócio.A seguir, falaremos um pouco mais sobre os pilares desse crescimento organizado, e como o Marketing Digital faz parte dele. Acompanhe!
Crescendo de forma organizada
Atualmente, é difícil falar em crescimento no Brasil, pois muitas empresas enfrentam uma crise. Mas, por incrível que pareça, mesmo nesse cenário é possível crescer. A questão é olhar para essa situação sob outro ponto de vista.Segundo a Pesquisa de Desafios dos Empreendedores, a maioria das empresas que não está crescendo acredita que a crise influencia em 60% dos resultados, enquanto a competência da empresa seria a responsável pelos outros 40%. Quando se olha para os empreendedores que estão crescendo muito, no entanto, o discurso muda: 57% acreditam o que seus resultados são obtidos majoritariamente pelo esforço da companhia.Ou seja, empresas que se propõem a crescer conseguem fazê-lo independentemente da situação do país. Uma pesquisa feita pela Endeavor com o IBGE aponta que, no Brasil, somente 1% das empresas empregadoras são de alto crescimento – isto é, aquelas que crescem 20% ao ano durante três anos seguidos. Mas, apesar de representarem uma pequena fatia do mercado, foram essas empresas que geraram quase 50% dos novos empregos no país entre 2011 e 2014.Contudo, é preciso ter em mente que nem todo crescimento é bom – ele pode ser saudável ou não. Para que ele seja algo positivo para a empresa, precisa estar apoiado nestes pilares: ser previsível, escalável e lucrativo. Veja como garantir cada um deles:
Crescimento previsível
Crescer de forma previsível significa conhecer como a máquina de crescimento funciona: saber onde e quando deverão ser feitos investimentos e qual a previsão de resultado e de crescimento para os próximos meses.Uma visualização clássica da máquina de aquisição de clientes é o funil de vendas. Nele é possível entender, por exemplo, quais as metas de Leads, Leads qualificados e vendas a serem alcançadas; quais os pontos de melhoria do funil (atração de visitantes, melhoria no processo de vendas etc.); e quais os pontos de alavancagem dos resultados com ações táticas, como CRO (conversion rate optimization ou otimização da taxa de conversão), growth hacking e um novo processo de vendas.Assim, pode-se priorizar iniciativas e fazer planos – “o que eu preciso investir agora para chegar ao crescimento que estou imaginando?”. Conhecer esse e outros pontos de alavancagem do negócio é essencial para alcançar um crescimento previsível.Uma vez que, no Marketing Digital, quase tudo é mensurável, fica muito mais fácil traçar as previsões de crescimento da empresa. Por exemplo, é possível mensurar cada interação que um Lead teve com seu conteúdo e o site da sua empresa.Assim, é possível saber com mais precisão o quão engajados estão seus Leads e, com isso, criar uma estimativa de vendas, compará-la à meta e, caso as ações não sejam suficientes para alcançar os resultados esperados, trabalhar para melhorá-las.
Crescimento escalável
Uma máquina de crescimento escalável se apoia em bases que vão crescendo ao longo do tempo. Um exemplo clássico disso, no Marketing Digital, é quando uma empresa tem como principal base de atração de tráfego a mídia paga, especificamente por meio da compra de uma palavra-chave relacionada ao seu produto.Mesmo que o interesse do mercado aumente ao longo do tempo, a entrada de novos concorrentes faz com que o custo por clique da palavra-chave aumente, pois esses serviços funcionam como um leilão, no qual seu lance e o dos seus concorrentes influencia o custo, o que faz o canal não ser mais atrativo.Ou seja, após um tempo, haverá um ponto de saturação em que não será mais possível crescer contando com esse canal. Em outras palavras, a máquina não é escalável.Então, é preciso basear-se em estratégias e canais de aquisição diversificados e que melhorem com o tempo. Por exemplo, em vez de investir apenas na compra de mídia, você poderia adicionar as seguintes estratégias ao seu planejamento, que são muito mais escaláveis:
No caso da Resultados Digitais, o gráfico abaixo mostra a evolução de visitantes no site e no blog ao longo de um período. Note que há diversas fontes de tráfego que crescem juntas e formam um efeito composto crescente. No caso, se uma fonte tem mal desempenho, as outras conseguem, de certa forma, segurar o resultado para ele não ser tão afetado.Além disso, o Marketing Digital ajuda a criar uma barreira competitiva, uma vez que é possível investir na produção de conteúdo e canais escaláveis de atração de tráfego para esses conteúdos, se posicionando como referência no mercado.No início da RD, quando ela ainda estava iniciando o desenvolvimento do seu software, o RD Station, já existia uma estratégia Marketing de Conteúdo para educar o mercado sobre Marketing Digital. Ao longo do tempo, a empresa foi construindo uma comunidade que passou a ter a marca como referência no assunto e, quando pôde oferecer seu produto como solução para automação de marketing e gestão de Leads, já havia conquistado uma confiança inicial no mercado.
Crescimento lucrativo
De nada adianta conseguir criar uma máquina previsível e escalável se ela não for lucrativa. Em muitos modelos de negócio, principalmente os mais clássicos, a conta costuma ser mais clara: de forma muito simplificada, o lucro será a receita menos os custos e despesas – incluindo aqui o CAC (custo de aquisição de clientes, dado pelo custo total com marketing e vendas).Em outros modelos – e aqui entra, por exemplo, o modelo de assinatura recorrente de softwares e serviços – a conta não costuma ser tão simplificada, pois haverá o custo para atrair um novo cliente e a receita que esse cliente traz para a empresa não irá compensar o custo no curto prazo.Por exemplo, excluindo custos e despesas administrativas, financeiras e de infraestrutura, vamos dizer que uma empresa possui um CAC de R$ 200 para vender um produto de R$ 50/mês. Para atingir um ponto de equilíbrio, o cliente precisa ficar, pelo menos, 4 meses pagando a assinatura para que a empresa comece a obter retorno financeiro a partir daquele cliente.Essa relação é representada pelo gráfico custo de aquisição (CAC) vs. lifetime value (LTV).Em ambos os casos, com recorrência ou sem, é importante ter essa relação em mente para entender que não basta apenas realizar uma venda para gerar lucro. Na verdade, existem muitas pesquisas que apontam que é mais barato manter um cliente ativo e realizando novas compras do que adquirir um novo.Seja no mercado de assinatura ou de venda de produtos, existem diversas técnicas que ajudam nesse objetivo de manter um cliente no longo prazo. Algumas delas são: precificação, vendas (cross-selling, upselling etc.), atendimento e pós-vendas. Atualmente também se ouve bastante sobre Customer Success ou Sucesso do Cliente.Assim, uma boa máquina de crescimento deve atuar em três frentes:
Diminuir o CAC, investindo em estratégias de aquisição que permitam a escalabilidade e a previsibilidade no médio e longo prazo, como o Inbound Marketing e estratégias e processos de vendas mais eficientes;
Reduzir o tempo para chegar ao break even point (ponto de equilíbrio, momento em que o investimento que o cliente fez supera o custo de atraí-lo), principalmente por meio da redução do CAC;
Aumentar o lifetime value, investindo em práticas de retenção, Sucesso do Cliente e outras estratégias para manter o cliente por mais tempo.
Nesse caso, o Marketing Digital tem grande potencial no sentido em que pode ajudar a reduzir drasticamente o CAC, uma vez que a atração e educação do público já não precisam ser feitas individualmente pelo vendedor.Por meio da produção e divulgação de conteúdo e do relacionamento automatizado com o Lead, pode-se fazer isso de forma muito mais rápida e escalável, reduzindo os custos de aquisição, já que é possível abordar muito mais Leads sem a necessidade de crescer o time de vendas.
Conclusão
Cada vez mais, o Marketing Digital tem um papel estratégico no crescimento das empresas. Não apenas ele aumenta a possibilidade de contato delas com seu público, mas também amplia as oportunidades de mercado, criando novas demandas a serem supridas.Mas entender a relação do Marketing Digital com o crescimento de uma empresa é apenas o primeiro passo para conseguir utilizar essa estratégia a favor do seu negócio.Então, se quiser entender mais sobre o assunto, baixe aqui a segunda edição do eBook Marketing Digital para empreendedores.Fonte: Resultados Digitais
Marketing de Influência, Growth Hacking e a Era do Mobile First são alguns dos temas abordados por especialistas
No dia 19 de abril, a cidade de Florianópolis recebe o Fórum de Marketing Digital, que é promovido pelo Digitalks. O evento já entrou para a grade oficial do segmento por reunir profissionais de todo o país, que participam de palestras e debates sobre o que há de mais atual no setor, como investimentos da área, tecnologia, tendências, estratégias e outros assuntos que envolvem a realidade do digital.
Durante todo o dia, das 9h às 18h, profissionais com interesse em alavancar negócios, fazer networking e trocar experiências sobre o setor terão contato com um time de especialistas composto por representantes das principais agências e empresas que atuam no segmento em todo o país.Uma das novidades desta edição é a apresentação de uma pesquisa com ‘Dados inéditos do setor e Hacks para tornar o seu E-mail Marketing o Benchmark do mercado’. Este trabalho foi realizado pela Opinion Box, em parceria com o Digitalks.Entre os temas abordados no Fórum estão Marketing de Influência: fazendo mídia na era dos youtubers e influenciadores digitais, Growth Hacking: como o SEO se encaixa nessa história?, além de um Talk Show sobre A Era do Mobile First: apps, chatbots, inteligência artificial e os próximos passos.“Escolhemos Florianópolis para sediar este Fórum na região Sul por ser um dos principais polos de inovação digital do país e atrair tantos profissionais do segmento. Encontros como o Fórum ocupam um espaço de destaque no mercado por unirem a realidade dos principais players do mercado com cases atuais e que servem de inspiração, além da possibilidade de networking e relacionamento, grandes ferramentas do mercado”, declara Flavio Horta, diretor do Digitalks.O Fórum de Marketing Digital acontece no Centro Sul – Centro de Eventos, que fica na Avenida Gustavo Richard, 850, Centro, das 9h às 18h, e tem lotes de desconto para inscrições antecipadas. A inscrição deve ser feita no site da Digitalks, através do link https://digitalks.com.br/eventos/forum-de-marketing-digital-florianopolis-2017/. Informações através do e-mail [email protected] ou do telefone (11) 3159-1458.Fonte: Empreendedor
Tendência no mundo tecnológico, o modelo Software como Serviço (SaaS, na sigla em inglês) está substituindo a forma tradicional de comercialização e distribuição de softwares. Ele oferece serviços on line na nuvem, ou seja, diversos programas, que antes funcionavam somente quando instalados em um computador, podem agora ser acessados de qualquer lugar. Para ajudar empreendedores a entender as características e desafios do SaaS, o Sebrae lança nesta terça-feira (4), em parceria com a Endeavor, o ebook Guia Saas: uma nuvem de oportunidades para empreendedores.
O material tratará de temas como as características do modelo Saas, as fases de maturidade das empresas de SaaS (vendas e marketing), precificação e escalabilidade métricas e metas, entre outros. Um exemplo é a agilidade do modelo se comparado com o tradicional: a implementação das soluções é muito mais rápida, já que são realizados testes que permitem às empresas do setor responder a uma demanda imediata dos consumidores.Foram entrevistados diversos especialistas no assunto para a criação do conteúdo, como: Daniel Hoe, Head de Marketing do Salesforce; Edson Rigonatti, sócio da Astella Investimentos; João Zaratine, responsável pela área de Sales and Marketing da ContaAzul. Para trazer os aprendizados de quem viveu esses desafios na prática, também foram entrevistados três empreendedores: Eric Santos, da Resultados Digitais; Fernando Steler, da Direct One; e Henrique Mengue, CEO da EZCommerce.Fonte: Empreendedor
Alex Pinhol começou a empreender desde cedo, em casa. Uma ideia transformou o bico em um negócio que faturou R$ 3 milhões em 2016
Alex Pinhol e o time da Webfoco: ele criou a empresa com 16 anos de idade (Webfoco/Divulgação)
Alex Pinhol não esperou acumular anos de experiência para abrir sua própria empresa. Ainda adolescente, o futuro empreendedor percebeu uma oportunidade de negócio e, então, fez o que muitos não fariam: resolveu largar a estabilidade de um emprego para investir na sua ideia de levar o marketing digital para empresas que nem site tinham.O risco valeu a pena: o empreendimento criado em 2009, chamado Webfoco, conseguiu centenas de clientes e se tornou um distribuidor oficial dos produtos publicitários da gigante de tecnologia Google. Em 2016, faturou três milhões de reais – e quer ganhar ainda mais este ano.
História de negócio
Pinhol começou a trabalhar cedo, aos 13 anos de idade: ele perdeu o pai e era o mais de velho de quatro filhos. “Morávamos em uma casa que tinha apenas um cômodo. Eu trabalhei em vários lugares para ajudar a minha mãe”, conta.Um desses empregos, em uma agência de publicidade, abriu seus olhos para uma nova carreira: o empreendedorismo. “Quando eu trabalhava nessa empresa, comecei a perceber que havia muitas falhas ao atender o cliente, vender os projetos publicitários e fazer a entrega deles. Por exemplo, a agência e os funcionários não se atualizavam e usavam tecnologias obsoletas.”Então, menos de um ano depois, Pinhol teve a ideia de abrir seu próprio negócio. ”É claro que toda empresa tem problemas, mas eu vi que havia muitos clientes que foram perdidos por conta dessas falhas. Pensei que poderia adotar um processo diferente e trazer mais qualidade.”Porém, aos dezesseis anos de idade, o futuro empreendedor não poderia se formalizar como MEI: é preciso ter 18 anos ou, então, ser emancipado pelos pais. Então, Pinhol passou um tempo trabalhando de casa, fazendo sites para alguns clientes.Esse foi o começo da Webfoco, em 2008. “O negócio começou com zero investimento: eu mesmo atendia, vendia e produzia. Com o passar do tempo, mesmo sem CNPJ, consegui reinvestir o que havia ganhado e aluguei um escritório. Comecei a crescer mais, e pude contratar um funcionário para a produção, enquanto eu só ficava nas vendas.”
Crescimento e metas
Para Pinhol, a Webfoco cresceu porque aproveitou uma época diferente de hoje, na qual muitas empresas não tinham nem um site, e assumiu a dianteira ao pivotar do desenvolvimento para a publicidade digital.“Tínhamos de convencê-lo de que o site era o futuro e de que, ao investir para atrair os clientes a esse site, ele teria mais vendas. Ou seja, mostrar a importância do marketing digital”, diz Pinhol. “Há clientes que estão comigo desde o início da empresa.”A empresa conseguiu convencer seus clientes não só a entrar na internet, mas passar a investir em um tipo de publicidade que se tornaria comum no futuro: anúncios no Google.Em 2010, a Webfoco se tornou uma “Google Partner” e recebe até hoje treinamentos sobre as ferramentas de anúncio da plataforma, como AdWords.Cinco anos depois, a empresa virou uma distribuidora oficial do Google. “É um grupo de apenas 18 negócios brasileiros, e isso dá direito a um atendimento diferenciado pelo time deles. A principal exigência é trabalhar suas contas com qualidade, além de um certo investimento em mídia do Google”, afirma. Segundo Pinhol, a Webfoco administra hoje cerca de 10 milhões de reais de seus clientes apenas em mídia do Google.Com o tempo, porém, mais negócios focados em marketing digital surgiram – e a Webfoco teve de investir mais para atrair e manter clientes. Por isso, em 2012, criou uma plataforma própria, que mostra aos clientes os resultados em tempo real de suas campanhas de marketing digital.“Ela mostra online quantas pessoas procuraram o produto vendido pelo cliente, viram o anúncio e clicaram, ligaram ou mandaram e-mail para a empresa. Consigo também saber palavras-chave, dia, horário e região de pesquisa. Um relatório muitas vezes é complexo, então fizemos um site fácil de acessar e de entender para nosso cliente”, explica o empreendedor.A plataforma gera indicadores de como é o comportamento do público-alvo de cada negócio atendido. Assim, a Webfoco investe o dinheiro do consumidor apenas no formato que dará mais resultado.
Escritório da Webfoco (Webfoco/Divulgação)
“Era algo novo no Brasil, mas que já existia nos EUA. Tínhamos feito três viagens ao país e trouxemos muitas ideias de fora para nossa plataforma. Quando lançamos, o sucesso foi gigantesco.”Nove anos depois de sua fundação, a Webfoco possui mais de 30 funcionários e atende mais de 800 clientes – como, por exemplo, a Faber Castell. Em 2016, o negócio faturou três milhões de reais.“Como meta para 2017, queremos crescer em 40% nosso número de clientes. A ideia é faturar cinco milhões de reais no ano”, resume Pinhol.Fonte: Exame
Um projeto de faculdade que se transformou em um negócio de tecnologia disruptiva: conheça a história da In Loco Media
André Ferraz, CEO da In Loco Media: startup já impacta mais de 50 milhões de usuários com publicidade mobile (In Loco Media/Divulgação)
Seis amigos estavam na batcaverna, localizada embaixo da escada do centro de informática da Universidade Federal de Pernambuco, discutindo um trabalho. André Ferraz estava sentado em cima da mesa assobiando quando, de repente, soltou uma ideia: e se a gente criasse uma plataforma ubíqua de informação?André falava em dar vida a um conceito muito estudado por seu pai: o da computação ubíqua, que acredita que a computação estará em todos os lugares ao nosso redor, sem que a gente nem se dê conta. O que hoje a energia elétrica é para nós, a computação seria para o futuro.A pessoa entra no banco e o aplicativo do internet banking abre automaticamente. Entra no shopping e já recebe o mapa das lojas. Ou entra no restaurante e o cardápio abre automaticamente.Assim, nessa plataforma, seria possível capturar a geolocalização das pessoas e, a partir dela, servir por meio do celular o melhor conteúdo ou serviço para aquele local onde ela está.Os cinco amigos olharam para ele embasbacados. Mas decidiram apostar na ideia.Aquela ideia evoluiu e deu origem à In Loco Media, empresa de Recife que desenvolveu uma tecnologia inédita no mundo para localização em ambientes fechados — onde passamos 80% do nosso tempo.A partir dessa tecnologia, é possível determinar a intenção do consumidor, os locais que ele visitou e as marcas com quem se relacionou para, então, oferecer a publicidade mais assertiva para o seu momento de compra — e identificar se ele chegou a entrar na loja anunciada, por exemplo.Hoje, sete anos depois daquela conversa na batcaverna, a In Loco já impacta mais de 50 milhões de usuários com publicidade mobile.Como essa história se desenrolou de um trabalho teórico para um negócio de alto crescimento? Vamos do início!
As inspirações de André
André cresceu ouvindo seu pai falar de um futuro em que a tecnologia é tão avançada que chega a ser proativa, enquanto via, na história de sua mãe, a referência de trabalho e dedicação, de uma mulher que já enfrentou uma situação de pobreza, trabalhou como feirante e que hoje é gerente de uma empresa de tecnologia.Viver uma infância com a presença de duas figuras tão fortes e inspiradoras é um bom jeito de começar sonhando grande desde pequeno. Principalmente quando você passa os dias assistindo ao “Laboratório de Dexter”, em que um pequeno cientista criava invenções malucas dentro do quarto.A soma dessas inspirações fez de André uma criança muito agitada e inquieta, que já sabia desde pequena que não conseguiria viver dentro das regras e dos padrões que existem por aí. Mas, como ainda não tinha uma visão clara do que faria, do que seria o seu rompimento e a sua grande contribuição para o mundo, decidiu seguir o caminho esperado e fazer faculdade.Lá, conheceu cinco dos seus futuros sócios.
Os oito cientistas
Airton Sampaio e Gabriel Falcone sempre foram do tipo que não para nunca, escrevendo quilômetros de linhas de código em um único dia. No caso de Airton, vale até usar o mouse com o pé para ganhar tempo na digitação.Alan Gomes é o engenheiro que carrega a combinação única entre o pragmatismo e o bom relacionamento com as pessoas, responsável pela área de tecnologia da In Loco e pelas disrupções que estão por vir. Já Lucas Queiroz é o Megamente do time, tão versátil que já fez parte dos times de tecnologia, administrativo e financeiro — como CFO da empresa — para agora partir para um novo desafio: cuidar da segurança dos dados dos usuários.Denyson Messias tem a visão de negócio, o único do grupo com experiência profissional — 4 meses de estágio na Motorola. Hoje, é o COO da In Loco.Em 2012, dois novos cofundadores entraram para a sociedade: Júlio Rangel e Eduardo Martins, que tinham acabado de concluir uma pós-graduação em design. Os dois toparam largar seus empregos para apostar no sonho dos seis universitários e foram os responsáveis pela criação de toda a interface do aplicativo.
Sócios da In Loco Media (Endeavor/Reprodução)
Da computação ubíqua ao aplicativo para shoppings
Quando os empreendedores chegaram ao quinto semestre da faculdade, aquele trabalho apenas teórico — o conceito de computação ubíqua de que falavam na batcaverna — teria que descer das nuvens para o chão e se transformar em um negócio viável no Projetão, a cadeira de empreendedorismo da UFPE.Decidiram, então, focar nos shoppings. De um lado, ofereciam um aplicativo com mapa e promoções das lojas e, do outro, monetizavam o negócio com a venda de relatórios com dados de uso para a administração do shopping. Eles também ofereciam espaços publicitários para os lojistas no aplicativo.A grande sacada surgiu quando eles foram atrás de uma tecnologia capaz de capturar com precisão a localização de uma pessoa em ambientes fechados. Mas, adivinha? Não encontraram nada parecido com isso no mercado. Foi aí que os seis descobriram uma oportunidade.
O quarto de Dexter e os oito CPFs
Se na história do Laboratório de Dexter as maiores invenções aconteciam dentro do quarto dele, com a In Loco não foi diferente. Mas a história é menos romântica do que parece. No quarto de Alan, em um espaço de 25 metros quadrados, os seis passaram dias e noites trabalhando, de segunda a segunda, para desenvolver a tecnologia que tanto sonhavam. Na época, não tinham nem CNPJ: eram apenas seis CPFs.“A vantagem de ter seis sócios em uma startup é que você tem seis pessoas trabalhando continuamente com muita garra e determinação sem receber nada por meses.”Mesmo sem ter o produto validado, nem receita ou cliente pago, mas com uma ideia muito ambiciosa e uma tecnologia disruptiva nas mãos, era hora da In Loco buscar investimento.Nesse período, entre 2011 e 2012, os meninos empreendedores já participavam de uma série de competições de startups. Essas aparições abriram para André uma porta na Universidade Stanford, para realizar um bootcamp em 2012. Foi ele mesmo quem escreveu o release para os jornalistas contando a história, até que a notícia saiu no site Startupi.Quem viu a matéria foi um investidor conhecido que chamou os seis para conversar e propor uma parceria com o fundo de investimentos que ele administrava.No papo, veio a pergunta sobre o valor da startup. André não fazia a menor ideia. Mandou uma proposta. O pessoal do fundo tinha imaginado dez vezes menos o valor que André pediu. Mas é como dizem: mire na Lua porque, se você errar, ainda assim acertará as estrelas.O investidor que entrou em contato com eles sabia do potencial da tecnologia de geolocalização e viu a oportunidade de criar algo muito grande e estratégico para o fundo.Negociações feitas. Os empreendedores acabaram saindo de lá com uma proposta de investimento fechada, e a startup valendo um pouco menos do que André propôs, mas ainda sim sete vezes mais do que a proposta inicial do fundo.Inacreditável, não é? O pessoal da Junta Comercial de Recife também achou. Tanto que questionaram o valor do investimento várias vezes, sem aceitar que um grupo de oito universitários tivesse uma empresa nesse valor. O impasse foi tanto que o investimento só caiu na conta em fevereiro de 2013.
Os horizontes se ampliaram
Com o primeiro investimento, começava uma nova fase da In Loco. Conversando com várias startups, eles perceberam que se conseguissem inserir a tecnologia da In Loco dentro de aplicativos, em vez de ter um próprio, seria possível coletar um volume maior de dados e vender esses relatórios para os shoppings.Eles já tinham tudo nas mãos: um fundo que apoiava e cuidava da retaguarda, aplicativos com potencial de parceria e a tecnologia cada vez mais precisa.Mas, mais uma vez, assim que o produto foi lançado, nada aconteceu. Não conseguiram vender para ninguém. Aliás, para não dizer que não conseguiram nem um real, tinham sim um cliente. Um shopping que pagava R$ 150 por mês para obter os relatórios.
Mudando a perspectiva e o modelo de negócio
Nesse momento, o fundo ajudou mais uma vez. O relacionamento com os outros empreendedores investidos fez os sócios conhecerem mais o mercado de e-commerce.O que eles perceberam é que a maior vantagem do comércio eletrônico em relação ao varejo físico é a capacidade de analisar o usuário. Que sites ele visitou, quanto tempo passou visitando, em que itens clicou, etc. É isso que faz com que as lojas online sejam mais assertivas em seus anúncios, com itens relacionados ao que o usuário já buscou.Essa possibilidade de rastreio não existe no ambiente físico. Mesmo que o varejo offline seja dez vezes maior que o online, não existia até então um jeito de saber se a publicidade levava, de fato, a pessoa para a loja.Foi aí que eles tiveram a grande sacada: criar uma inteligência em cima da geolocalização de ambientes fechados. Eles podem gerar anúncios em aplicativos mobile e rastrear se a pessoa que viu o anúncio no celular, foi visitar a loja.Agora sim parecia certo: esse era o caminho para a In Loco virar um negócio rentável. Mas, para isso, primeiro eles teriam que jogar tudo o que já tinha sido criado fora e começar do zero.
Prova de fogo: o time sob pressão e o CEO na fogueira
Lá se foram outros meses de trabalho durante o ano de 2014, escrevendo o código de uma tecnologia completamente nova, que ainda não existia em nenhum lugar do mundo, e que seria lançada em setembro do mesmo ano. Se o desafio do time parecia grande, a batalha que André enfrentava era ainda maior.Nesse período, aumentou a pressão do fundo por geração de receita e lucro. Muitas startups foram fechadas, e André acompanhou de perto esse processo com os outros empreendedores, sabendo que — mais cedo ou mais tarde — isso também atingiria a In Loco.Os investidores acabaram exigindo que o salário de todos os fundadores fosse cortado, o time envolvido no projeto, demitido, e o escritório da empresa, devolvido.Mas André não aceitou e negociou até o fim com os investidores. Ele sabia que os resultados viriam assim que o novo produto fosse lançado em setembro, mas até lá, não mexeria em nada que pudesse afetar o trabalho do time. Para o empreendedor, esse foi um dos momentos mais difíceis na história da empresa, mas que, com certeza, definiu os pilares da cultura de apoio e colaboração entre os sócios e todo time.
O ovo ou a galinha
Além de lidar com essa crise, André tinha mais uma preocupação: o famoso dilema do ovo ou da galinha. Ele sabia que só conseguiria vender publicidade se tivesse um aplicativo parceiro com espaços para anúncios. Ao mesmo tempo, um aplicativo só seria seu parceiro se ele já tivesse anunciantes disponíveis.Para resolver esse impasse, foi procurar ajuda. Começou a copiar e colar a mesma mensagem em grupos de desenvolvimento mobile no LinkedIn, Facebook e diversos fóruns, até que um conhecido indicou o dono de um aplicativo com dois milhões de usuários. André conversou com ele, mas o empreendedor parecia desconfiado. Ele decidiu ir até lá. Pegou um voo para Brasília e levou o empreendedor para almoçar.No papo, o empreendedor vendeu a empresa como se estivesse falando com um investidor. Prometeu crescimento e retorno, principalmente por ele ter um aplicativo tão grande e formas restritas de monetizá-lo. Negócio fechado.Com o aplicativo parceiro e o primeiro cliente conquistado — uma escola de inglês — os resultados foram imediatos: os anúncios com geolocalização tinham dez vezes mais taxa de abertura do que os anúncios de Google e Facebook. No segundo mês, a empresa que dava prejuízos começou a lucrar — pela primeira vez.
Um prêmio em Cannes e a certeza de que a tecnologia tem futuro
Apesar do pouco tempo de operação, a empresa já começa a colecionar boas histórias. Em um trabalho para a Mondelez, dona das marcas Oreo, Trident e Lacta, a conversão na gôndola dos supermercados aumentou 30% entre os consumidores impactados pelos anúncios da In Loco.Já para a Hyundai, a tecnologia da In Loco mapeou as pessoas que entravam nas concessionárias de concorrentes e oferecia a elas um test drive gratuito na concessionária da Hyundai.
Sonho grande, visão de futuro e planos para o novo laboratório
Hoje, sete anos depois do projeto de faculdade, eles têm acesso a uma base com mais de 50 milhões de usuários e geram um volume de dados valiosíssimos sobre onde essas pessoas estão, que locais frequentam e que caminhos fazem.As oportunidades que se abrem são tão infinitas que os empreendedores decidiram criar uma plataforma colaborativa em que outras empresas podem usar esses dados para criar novos negócios. Está aí o efeito multiplicador.Por trás desse sonho, existe uma vontade bem forte compartilhada pelos oito de criar a maior empresa de tecnologia do Recife, do Brasil e — por que não? — do mundo.
Ou a gente cria um negócio grande, de impacto, ou a gente morre tentando
A história de desenvolvimento da tecnologia se confunde com a da própria empresa. Começou com a vontade de criar algo que não existia, sem nem mesmo saber como. Agora, o objetivo é construir uma empresa global.Por serem detentores de uma tecnologia tão disruptiva e única no mundo, além de serem um exemplo tão forte para a próxima geração de empreendedores; André, Alan, Denyson e Lucas acabaram de se tornar os mais novos Empreendedores Endeavor!Eles passaram por um rigoroso processo seletivo e foram avaliados pelos maiores especialistas em negócios do mundo até serem aprovados no dia 24/02, no Painel Internacional de Seleção (ISP) da Endeavor em Kuala Lumpur, Malásia.Além de toda a rede de apoio de mentores e outros Empreendedores Endeavor, eles contam com uma equipe muito capacitada para ampliar o impacto do negócio e se tornar uma empresa global.Saiba mais:Como programas de incentivo podem engajar o time e otimizar custos?PatrocinadoO cientista-chefe, primeiro funcionário da In Loco, por exemplo, era uma grande referência em Recife e tinha feito sua carreira no Google, trabalhando na Califórnia. Cansado dessa rotina, decidiu voltar para a cidade para escrever romances. Mas foi em um almoço com André que ele topou se juntar aos oito cientistas. Talvez porque quisesse mesmo saber o que é trabalhar dentro do Laboratório de Dexter.Texto publicado originalmente no site da Endeavor.Fonte: Exame
Conheça as novidades e os segmentos com maior potencial de sucesso em 2017
O mercado de aplicativos é um dos mais atraentes para empreendedores iniciantes. Afinal, somente no Brasil, há 168 milhões de smartphones, de acordo com dados de 2016 da Fundação Getulio Vargas (FGV).Para Cláudio Carvajal, coordenador dos cursos de gestão de TI e de administração da Fiap, o setor de aplicativos tem oportunidades interessantes para empreendedores. “É possível oferecer soluções para consumidores, para outras empresas e para o poder público”, afirma o professor. Conheça as tendências do mercado de apps.1. Vendas omnichannel
Segundo Carvajal, a experiência de compra de usuários de smartphones se caracteriza por uma mescla entre o mundo físico e o mundo virtual. Um consumidor pode, por exemplo, reservar um produto pela internet e buscá-lo na loja. Essa experiência omnichannel (multicanal) surge como oportunidade de negócio para empreendedores. “É possível levar etapas de uma compra para o aplicativo ou até mesmo antecipar a compra pelo smartphone. Uma boa ideia é oferecer soluções do tipo a empresas que já existem”, afirma Carvajal.2. Inteligência artificial
Outra novidade é a inteligência artificial, mais exatamente os softwares de atendimento ao cliente e assistente pessoais. “O uso desses robôs deve se tornar mais frequente nos próximos anos”, diz o professor.3. Internet das coisas
Produtos do dia a dia, como eletrodomésticos e meio de transporte, que podem ser conectados à internet são outra tendência. Ainda que a internet das coisas não esteja diretamente relacionada aos smartphones, a transformação desses itens em dispositivos inteligentes deve estar no radar de empreendedores da tecnologia, de acordo com o professor.4. Realidade virtual e aumentada
As duas novidades, ainda que mais relacionadas ao setor dos games, podem ser interessantes para mercados como o varejo. É possível, por exemplo, usar o smartphone para visualizar como um móvel ficaria em um determinado ambiente. “Tanto a realidade virtual quanto a realidade aumentada podem mudar a experiência de compra dos usuários. Vale a pena criar produtos com base nessas tecnologias”, diz Carvajal.6. Empreendedorismo social
Outro segmento que ganha força é o de aplicativos que resolvem problemas sociais. Há plataformas que informam onde estão os ônibus ou que servem para relatar problemas de uma cidade, por exemplo. Carvajal afirma que tais aplicativos têm um desafio de monetização maior, pois a população tem uma maior resistência em pagar por eles. “No entanto, o poder público pode se interessar pela solução e pagar por ela”, diz.6. Plataformas de desenvolvimento
Uma dica do professor a quem deseja desenvolver um aplicativo, mas não tem conhecimentos de programação, é o uso de sites de desenvolvimento. Carvajal recomenda dois serviços: a Fábrica de Aplicativos e o Microsoft PowerApp. “As plataformas estão cada vez mais sofisticadas. Além disso, passam uma mensagem de empoderamento, de que todos podem criar um aplicativo.”7. Mercados aquecidos
De acordo com Carvajal, há alguns setores da economia que têm mais potencial de crescimento para empreendedores do mercado de aplicativos. “As áreas da saúde, transporte, educação, varejo e finanças têm boas perspectivas”, afirma o professor.Fonte: PEGN
Especialistas listam para EXAME.com alguns negócios inovadores brasileiros que se destacaram neste ano.
Nubank: as startups ficaram mais populares - ainda que muitos nem saibam o que o termo significa (Nubank/Facebook/Reprodução)
São Paulo – A recessão econômica que marcou o ano de 2016 trouxe dificuldades para muitas empresas – incluindo os pequenos e médios empreendimentos. Porém, alguns negócios conseguiram crescer justamente quando os mais tradicionais passavam por uma reflexão de estratégia: as startups.
Segundo quatro especialistas consultados por EXAME.com, é fato que o ecossistema de empreendimentos inovadores cresceu neste ano. Ainda que o tamanho dessa ampliação não seja um consenso – para alguns ela é tímida, enquanto para outros foi significativa -, há alguns movimentos que apontam uma melhora para o ambiente de startups.
A primeira grande tendência foi o interesse das grandes corporações nos pequenos negócios inovadores. “A entrada das gigantes no ecossistema de startups ajudou os negócios a captarem mais recursos e a se financiarem, seja por meio de acelerações e investimentos ou pela compra de projetos”, afirma Bruno Rondani, do Movimento 100 Open Startups. “Por outro lado, o governo ficou de fora desse movimento. Faltou investimento público em 2016.”Ana Fontes, idealizadora da Rede Mulher Empreendedora, também destacou a entrada de grandes empresas no ecossistema. “Isso ajuda o ambiente de startups a evoluir, mesmo em um ano instável como esse. Por exemplo, a Visa fechou uma parceria com o Startup Farm; a Telefônica está dando apoio por sua aceleradora, a Wayra; e o Bradesco fez sua segunda edição do programa Inovabra.”Outra tendência de 2016 é a descentralização: há mais empresas inovadoras surgindo fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. “Isso é muito importante para o desenvolvimento da economia do país como um todo. Vimos isso acontecer principalmente em cidades como Belo Horizonte, Florianópolis e Recife neste ano”, explica Caíque Pegurier, mentor Endeavor, coordenador de MBA na Inova Business School e CEO da Wide Desenvolvimento Humano.“Também vimos startups com reais inovações tecnológicas, e não apenas negócios com mudanças marginais em relação a empreendimentos já existentes. Estamos entrando para valer no desenvolvimento de tecnologia, com negócios disruptivos.”A última tendência destacada pelos especialistas é a popularização dos negócios inovadores – mesmo que a maioria ainda não os conheça como “startups.”“Vimos startups brasileiras se destacando e saindo do grupinho dos especialistas no tema. Hoje, vemos pessoas falando de negócios como o Nubank com naturalidade, sem nem saber que ele é uma startup. Para mim, é um sinal de maturidade do mercado”, explica Pedro Waengertner, da aceleradora ACE.Quais foram as startups que souberam aproveitar melhor os movimentos trazidos por 2016? Veja, a seguir, 15 negócios brasileiros inovadores, que fizeram a diferença:
1. Contabilizei
Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei (Divulgação)
A Contabilizei é uma plataforma de contabilidade para micro e pequenas empresas, administrada de forma completamente online e com simplicidade, por meio da computação em nuvem.“A startup está dentro do movimento das fintechs e provavelmente já é a maior empresa de contabilidade do país, em número de clientes”, explica Pegurier. “Em apenas três anos de atividade, esse é um resultado surpreendente.”A startup, diz o mentor, representa um dos negócios inovadores de destaque que se desenvolveu fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo: ela é do Paraná. Além disso, ajudou seus clientes a economizarem 25 milhões de reais neste ano, apenas pela maior eficiência contábil.A Contabilizei já havia atraído grandes investidores no passado – como o fundo KaszeK Ventures. Este ano, recebeu um novo aporte, liderado pelo e.Bricks Ventures. Outros participantes do investimento foram novamente a KaszeK e o fundo internacional Endeavor Catalyst.
2. Dr. Cuco
Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco (Reprodução)
O Dr. Cuco é um aplicativo que funciona como uma “enfermeira digital”: por meio da ferramenta, é possível receber lembretes de medicamentos para doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão, por exemplo. Além de poder criar manualmente seus alarmes, o app permite receber automaticamente a prescrição feita por seu médico, já convertida em lembretes (peça ao seu médico para integrar-se ao Dr. CUCO).Em breve, os usuários poderão compartilhar seu tratamento com familiares e cuidadores, além de receber benefícios pelo tratamento realizado de maneira correta.“Essa solução tem o potencial de reduzir muito a taxa de desistência de tratamentos, o que reduz os custos do setor de saúde também”, explica Rondani. “É um negócio que tomará ainda mais força com o progressivo envelhecimento da população.”O criador do 100 Open Startups destaca que a empresa fechou este ano parcerias com grandes players do mercado de saúde, como o HCor (Hospital do Coração).O Dr. Cuco também foi escolhido como uma das dez startups mais sexy no evento de Rondani, a partir da opinião de 50 grandes empresas e dezenas de investidores. Por fim, a startup foi vencedora do Concurso de Planos de Negócios para Universitários do SEBRAE/SC, na categoria Negócios Digitais.O Dr. Cuco já recebeu um investimento-anjo e hoje está no Cubo, espaço para startups do banco Itaú Unibanco.
3. Me Passa Aí
Tela do site Me Passa Aí (Reprodução)
A Me Passa Aí se autodescreve como uma espécie de “Netflix dos estudos universitários”: os estudantes assinam o serviço e acessam videoaulas produzidas por alunos que se destacam, com posterior certificação por professores. O negócio começou em 2014 e tem 25 mil usuários cadastrados.Rondani destaca que o negócio passou este ano por um processo de investimento que pode se popularizar nos próximos anos: o equity crowdfunding. Por meio dele, pessoas físicas podem dar dinheiro a uma startup em troca de participação do negócio. No caso da Me Passa Aí, 250 mil reais foram arrecadados em troca de 12,5% de participação societária, diluída em 54 investimentos.
4. Exact Sales
Smartphone com informações sobre a Exact Sales (Reprodução)
A Exact Sales é uma startup que desenvolveu uma metodologia e um software para gerar eficiência especificamente em vendas complexas.Com um ano e meio de vida, o negócio já atende mais de 500 clientes e faturou 2,1 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.Neste ano, o negócio conquistou sua segunda rodada de investimentos. O aporte foi realizado pelo fundo CVentures, no valor de 4 milhões de reais. O valuation é seis vezes maior do que o do primeiro investimento, feito no ano passado.“O que me impressiona é eles chegarem tão rápido neste porte de negócio. Eles conseguem esse resultado atingindo um grande problema das empresas brasileiras: as vendas”, diz Waengertner, da ACE. “Em 2016, eles provaram que já saíram do estágio de startup iniciante, entrando em uma faixa de maior peso.”Vale lembrar que a Exact Sales também está fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, como a Contabilizei: ela foi fundada em Santa Catarina.
5. GuiaBolso
Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso (Divulgação)
O GuiaBolso é um aplicativo que promete melhorar a saúde financeira do brasileiro. A startup aposta na simplicidade da experiência do usuário como diferencial: além de ser gratuito, o app exporta e categoriza automaticamente todos as receitas e despesas da conta bancária do cliente.“O negócio já tem três milhões de usuários e diz que ajudaram seus usuários a economizarem mais de 200 milhões de reais este ano”, afirma Pegurier. “Eles resolveram uma dor enorme, por meio do desenvolvimento tecnológico de uma boa UX [experiência do usuário]. Isso gerou o boca a boca, que se transformou em sucesso para a startup.”A ideia chamou a atenção até mesmo do Banco Mundial em 2016. Em maio, a International Finance Corporation (IFC), ligada ao banco, e outros investidores dos fundos Kaszek Ventures, Ribbit Capital e QED Investors aportaram 60 milhões de reais no negócio.Pegurier analisa que o próximo passo do GuiaBolso será o oferecimento de serviços financeiros, o que poderá dar trabalho até para os grandes bancos – algo em que as fintechs já são especialistas.
6. In Loco Media
André Ferraz, CEO da In Loco Media (Divulgação)
A startup pernambucana In Loco Media é um exemplo de inovação disruptiva, segundo Pegurier. O negócio, lançado dentro de uma universidade de Recife, desenvolveu uma tecnologia de geolocalização mais preciso que o GPS – útil principalmente em ambientes internos.O negócio está presente na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa e já rastreou mais de 15 milhões de estabelecimentos, diz o mentor. Seu foco é oferecer um serviço de publicidade digital hipersegmentada para empresas.“Uma montadora de veículos pode fazer publicidade específica para pessoas que já estão dentro de suas concessionárias, ou uma universidade consegue lançar publicidade para quem está perto da instituição, por exemplo.”O negócio tem hoje 50 milhões de usuários ativos e trabalha com grandes empresas, como Claro, Coca-Cola, Fiat, LG, Lojas Americanas, Natura e Nestlé.
7. Love Mondays
Luciana Caletti, do Love Mondays (Fabiano Accorsi/VOCÊ S/A)
O Love Mondays, lançado em 2014, ajuda profissionais a conhecer 75.000 empresas e candidatar-se a vagas. Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, destaca que é uma startup liderada por uma mulher – Luciana Caletti – e que conseguiu obter êxito com pouco tempo de vida.O principal marco da empresa neste ano foi sua venda para o negócio que os inspirou: o portal Glassdoor. O valor da transação não foi divulgado. “O exit foi um marco importante principalmente no modelo que foi feito: a Luciana continua na operação e na liderança.”
8. Méliuz
Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz (Divulgação)
Fabricio Bloisi, presidente da Movile (Forbes Brasil/Divulgação)
A Movile é uma das maiores startups do Brasil. A empresa paulista de conteúdo para celulares responsável por aplicativos como iFood e PlayKids é o negócio mais cotado para se tornar o primeiro unicórnio brasileiro – negócios avaliados em um bilhão de dólares (ou mais).“O FabrIcio Bloisi, da Movile, é um empreendedor de primeira linha. A Movile entra em setores muito competitivos – o iFood disputa agora com negócios como o UberEats, por exemplo – e se destaca, mesmo fora do país”, explica Waengertner, da ACE. “Essa agressividade e essa urgência torna a Movile um grande exemplo brasileiro de empreendedorismo.”
10. Nubank
Aplicativo do Nubank no celular (Nubank/Divulgação)
O Nubank é provavelmente a startup mais popular de 2016: seu nome não saiu da boca dos brasileiros, o que gerou uma fila de sete milhões de pessoais querendo o cartão de crédito da marca – administrado totalmente online e sem taxa de administração.A ameaça de fechamento por conta de uma medida do Banco Central, divulgada há poucos dias, só confirmou o interesse dos brasileiros pelo “roxinho”, apelido do cartão da fintech.“O Nubank se destaca por estar lutando contra gigante e por estar trazendo um nível de qualidade Vale do Silício ao Brasil: a gente sente isso quando visita o negócio, quando conversa com os clientes e com os funcionários e quando colocam o Brasil no alvo de muitos investidores que nunca investiriam em negócios do país antes”, explica Pedro Waengertner, da ACE.“É uma startup de um setor que anda muito popular – as fintechs – e são o exemplo de maior sucesso nesse mercado, cheio de grandes players e super regulamentado”, completa Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora. “Não deixo de destacar que uma mulher compõe a liderança: a Cristina Junqueira.”Em 2016, o negócio conseguiu o maior investimento da sua história, de série D. Desta vez, o valor do investimento foi de US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 276 milhões, pela cotação atual). Até hoje, o Nubank já arrecadou mais de 600 milhões de reais nas cinco rodadas de investimentos acumuladas. Muitos colocam a startup no mesmo grupo da Movile: o de futuros unicórnios brasileiros.
11. Resultados Digitais
Escritório da Resultados Digitais (Mar Santos/Divulgação)
A Resultados Digitais foi criada em 2011, explorando um mercado que ainda não existia no Brasil: o de automação de marketing digital.Para obter sucesso, trabalhou para convencer os brasileiros de que era preciso investir na atração de consumidores pela internet. Seu evento de marketing digital, o RD Summit, recebeu em 2016 mais de cinco mil visitantes.“Eles dominam um setor que eles mesmo criaram, estão exportando e seus criadores viraram mentores da Endeavor. É uma startup para ficar de olho”, diz Ana Fontes.Ela também destaca o aporte recebido pela RD neste ano: um investimento série C, no valor de 62 milhões de reais. A injeção de capital foi capitaneada pelo fundo TPG Growth, que já investiu em empresas como Airbnb, Uber e Spotify. Outros investidores foram Redpoint eventures, Endeavor Catalyst e DGF Investimentos.Já Pedro Waengertnet, da ACE, destaca a gestão do negócio. “A equipe tem um nível de execução próximo das empresas do Vale – especialmente na maneira como eles pensam o desenvolvimento do produto e a área comercial. Além de atraírem os principais investidores brasileiros, atraíram fundos americanos neste ano. São um exemplo de empresa de tecnologia no Brasil.”Ao todo, a Resultados Digitais já recebeu R$ 83 milhões em aportes e possui 380 funcionários na sua equipe.
12. Sympla
Equipe da startup Sympla (Divulgação)
Fundada em 2012, a Sympla é uma plataforma inteligente para venda e gestão de ingressos e inscrições. O negócio é voltado para produtores de eventos de pequeno e médio porte e já totalizou mais de 75 mil eventos feitos pela plataforma.A Sympla foi considerada melhor startup do ano de 2015 pelo Spark Awards. Neste ano, o negócio recebeu um aporte de 13 milhões de reais, liderado pela Movile.“É uma startup bem mineira. Sem fazer muito alarde, mas trabalhando muito e de forma focada, está crescendo muito. Em 2017, pretende faturar 250 milhões”, ressalta Fontes.“A Sympla teve uma trajetória muita agressiva, cercada de mentores bons e parceiros bons, como a Movile. Eles crescem de forma sólida e logo sairão do patamar de pequena e média empresa”, analisa Waengertner. “O negócio também acabou de comprar uma startup acelerada por nós e que era concorrente deles, a Eventick.”
13. VivaReal
Brian Requarth, criador do VivaReal (Germano Lüders/Revista EXAME)
O VivaReal é uma startup criada em 2009 para bater de frente com outros portais de imóveis do país: o marketplace conecta compradores com vendedores e alugadores de residências.Hoje, são mais de 4,5 milhões de casas ou apartamentos dentro do site. O negócio também já acumulou 245 milhões de reais em investimento.Junto com as startups GuiaBolso e Nubank, o VivaReal foi considerado uma das empresas brasileiras mais inovadoras ao transformar a relação das pessoas com o dinheiro, segundo a consultoria KPMG e a investidora em fintechs H2 Ventures.“É um negócio feito por um empreendedor americano que veio ao Brasil sem conhecer ninguém e criou uma empresa que desafia portais de imóveis já estabelecidos há anos”, explica Waengertner, da ACE. “Ele encara esses concorrentes de forma eficiente e atraiu grandes investidores ao Brasil. É muito parecido com o Nubank, nesse sentido.”Fonte: PEGN
Diante do comportamento mais tímido do consumidor ocasionado pela crítica situação econômica no país, o mercado brasileiro que já é bem competitivo lutou entre seus semelhantes por visibilidade e preferência de clientes. Nessa competição, as empresas buscaram diferenciais no atendimento, priorizando questões importantes para o consumidor como: conveniência, flexibilidade e agilidade.
A Loja das Torcidas (rede de franquias especializada em artigos esportivos), em 2016, reestruturou seu plano estratégico e adotou algumas táticas simples, porém, assertivas. “O consumidor gosta de ser bem atendido, de ser lembrando. Em junho de 2016 adotamos o cartão de 20% para próxima compra. Isso fez com que o cliente retornasse à nossa loja. Adotamos o cadastro do cliente completo em nosso sistema, que, de 15% passou a ser 80%. Hoje o nosso consumidor quer variedade, por isso, trouxemos para a marca um mix de produtos e de modalidades esportivas. Entendemos esse é o ponto principal para ter sucesso, por isso procuramos entender as necessidades e gostos do nosso consumidor”, falou.A tecnologia se tornou aliada nessa busca pelo atendimento perfeito, ou mais próximo possível disso, já que o comportamento do consumidor tem sofrido grandes mudanças devido à inclusão digital, o uso massivo da internet e todas as ferramentas de interatividade que ela proporciona. Por esse motivo, a marca adotou medidas modernas e com impacto direto no consumidor. Redes sociais e marketing digital entraram na jogada. “E conseguimos nos aproximar dos nossos consumidores. O grande sucesso do ano foi o Palpite Campeão. Este é um aplicativo onde as pessoas se cadastraram e participaram palpitando sobre os jogos do Campeonato Brasileiro de 2016. A cada rodada o maior pontuador ganhou uma bola e no final do campeonato o maior pontuador ganhará uma TV 32 polegadas. E o maior pontuador do time campeão, no caso, o Palmeiras, também ganhará uma TV. O resultado foi muito bacana! Muita gente se interessou, principalmente após a segunda rodada, período em que começamos a divulgar os vencedores. Tivemos uma visibilidade da marca muito bacana”, disse o Mazzoni.De acordo com o diretor, mais novidades estão sendo lançadas neste universo virtual – mais especificamente, agora, em dezembro. “Lançamos o da APP da Loja das Torcidas. Por meio do aplicativo o consumidor pode encontrar as unidades, receber promoções, conhecer produtos e também participar da roleta da sorte (nova campanha de Natal da marca) em que ele ganhará o valor de desconto na compra atual do mesmo”, explicou.Condutas que garantiram bons resultados para Loja das Torcidas. “A somatória de tudo que realizamos fez com quem tivéssemos um bom 2016. Prevemos um crescimento acima de 60%”, explicou Junior, dizendo ainda que a implantação dessas práticas será repassada a todos os franqueados da rede. “São investimentos em produtos de giro, camisa oficial, com ganhos de produtividade, facilidade de uso, redução de desperdícios e retrabalhos que geram aumento de eficácia. Diante disso, insistiremos nessa tecla: excelência no atendimento aos clientes. E, para isso, pretendemos acompanhar sempre as novas tendências e tecnologias que atendam as solicitações deste público”, finalizou.Fonte: Empreendedor
A filosofia de Lemann pode ser replicada em vários tipo de negócios
Nenhum investimento do empresário Jorge Paulo Lemann, sócio do fundo 3G, controlador de um império de importantes empresas globais, como AB InBev, Burger King e Heinz/Kraft, é feito da noite para o dia. Assim como ocorre nos grandes negócios, a tomada de decisão para entrar em empresas de menor porte e consideradas "fora da curva" é muito bem planejada, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
Com estilo marcado sobretudo pela meritocracia, corte de custos e planos de longo prazo, a filosofia de Lemann (que tem Marcel Telles e Beto Sicupira como sócios no fundo 3G), pode ser replicada em vários tipo de negócios, segundo fontes.
No caso do aplicativo de mensagens instantâneas Snapchat, o fundo Innova Capital, no qual Lemann é investidor, avaliou que a companhia, com sede na Califórnia, tem grande potencial que crescimento no Brasil. Com perfil ativista, o fundo não se dá por satisfeito em participar de suas apostas apenas com dinheiro. Gosta de influenciar na gestão e participar das decisões, mesmo não sendo o sócio controlador do empreendimento.Não à toa, em maio, Lemann fez um curso na Singularity University, instalada no centro de pesquisa da Nasa, no Vale do Silício (Califórnia), para se informar sobre inovação e entender melhor sobre a lógica das empresas deste setor.O investimento em tecnologia, porém, começou já há alguns anos. O Innova investiu na empresa de aplicativos Movile em 2014, por acreditar no potencial da desenvolvedora brasileira, fundada em 1998 e hoje controlada pela empresa sul-africana Naspers a mesma que possui participação no Buscapé.Nos últimos anos, a Movile foi fazendo aquisições e hoje é dona de apps importantes, como iFood e Playkids, que já têm atuação fora do Brasil.Das oito companhias investidas pelo Innova, outras três atuam no setor de tecnologia, como a Accera, empresa nacional especializada em soluções de gestão da cadeia de suprimentos, que tem fatia minoritária na Visor, de inteligência de mercado; e a TradeForce, de gestão e trade marketing.No entanto, o fundo também investe em negócios da "economia real", de pequeno porte, mas com forte potencial de expansão. São os casos da rede de padarias Benjamin, com 12 unidades; da Diletto (fabricante de picolés) e da Dauper (que produz ingredientes alimentícios e cookies).Na Benjamin, a Innova entrou em agosto de 2015, em parceria com a gestora Península, do empresário Abilio Diniz, ex-dono do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e acionista do Carrefour global e da BRF. Os dois megainvestidores acreditam que a rede pode se tornar uma das maiores do País, uma vez que esse mercado é pulverizado.Para entender como esse segmento funciona, Abilio, Lemann e gestores da Innova fizeram, juntos, visitas a grandes redes de padarias na Califórnia. "Agora, as pessoas brincam sobre quando a rede de padaria vai atingir 5 mil unidades, uma cobrança de Abilio, e quando atingirá seu primeiro US$ 1 bilhão, uma meta de Lemann", disse um empresário à reportagem.Na trajetória de sucesso de Lemann, nem todos os investimentos foram bem sucedidos. Um desses casos é o da maior ferrovia do País, ALL (hoje Rumo-ALL), onde a "trinca" do 3G investiu quando ainda fazia parte da GP Investments.A mesma lógica de gestão foi usada no negócio, mas não deu os mesmos resultados, segundo fontes. Nos EUA, o 3G chegou a aplicar na CSX, do mesmo ramo, em 2007, mas acabou desistindo da empreitada em 2011, após não conseguir comprar o controle da empresa.DesafioQuando o investimento do Innova no Snapchat veio a público, em maio, o mercado se surpreendeu com a ousadia de Lemann. "O desafio de Lemann é transpor a filosofia de meritocracia e de corte de custos a uma empresa de inovação", diz a jornalista Cristiane Correa, autora de 'Sonho Grande', que conta a trajetória do trio Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.Para Sérgio Lazzarini, professor do Insper, o corte de custos é mais empregado em empresas maduras da economia real. "Já a meritocracia se aplica perfeitamente a uma empresa como a Snapchat. Nesses casos, o incentivo a quem traz inovação e novas ideias são participações na própria empresa." Procurados, Lemann e Innova não quiserem se pronunciar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Fonte: Pequenas empresa e grandes negócios