Cidadãos e empresas dos 27 estados do Brasil podem checar em alguns cliques se estão em situação regular nos Cartórios de Protestos de Títulos.
Para fazer a consulta, basta digitar o número do CPF ou CNPJ e selecionar o estado de origem. Um aplicativo de celular também está disponível para download, por enquanto só para os da marca Android.
Muita gente nem sabe que está protestada, por isso o objetivo é informar o cidadão se existe algum protesto em seu nome em algum tabelionato do estado.
Se tiver, aparece na hora o endereço e o telefone do cartório em que consta a ocorrência para que ele entre em contato — explica Valmir Silva, presidente do Instituto de Protestos de Títulos do Brasil (IEPTB).
O site e o aplicativo foram desenvolvidos pelo Instituto, que não tem fins lucrativos e reúne cartórios dos 27 estados brasileiro. De acordo com dados do IEPTB, cerca de 120 mil pessoas são protestadas por ano só no estado do Rio. Levantamento deste ano, feito até abril, mostra que 91 mil pessoas já foram convocadas para regularizar a situação no estado.
Os Cartórios de Protestos de Títulos são órgãos vinculados aos Tribunais de Justiça (TJs), para onde são enviadas denúncias de credores a respeito de pessoas físicas ou empresas que deixaram de pagar um cheque, uma quantia em dinheiro ou qualquer tipo de título de comércio. Em seguida, o tabelionato analisa a denúncia e intima o devedor, que, caso não compareça, pode ficar com o nome sujo na praça:
Em três dias, a pessoa é protestada, e seu nome já é levado para o rol dos devedores, para o SPC, Serasa, Boa Vista e outros órgãos de proteção ao crédito — conta o presidente do IEPTB.
Os estados que já integram o grupo são os que têm dados organizados e digitalizados. Esse processo é demorado, e há cerca de cinco anos o IEPTB vem colhendo dados para disponibilizar as informações de cada tabelionato no site. Até agora, o Rio de Janeiro é o estado com mais cadastros de cartórios, com 90% de participação entre os cerca de cem tabelionatos existentes. Em seguida, vem São Paulo, com 50% de cadastros, seguido por Minas Gerais, com 20% dos cartórios já registrados.
O gasto total até agora, com a manutenção do site e a divulgação do serviço foi de R$ 60 mil. Na cidade do Rio, equipes distribuíram folhetos informativos nas primeiras semanas, em locais como a Praça XV e a Central do Brasil, no Centro da cidade, e o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.
Queremos fazer uma divulgação em todo Brasil e a ideia é ampliar o acesso para todos os estados. É bom que fique claro que não queremos expor o devedor, a gente só mostra os dados dele, nem o nome aparece — explica Silva.
Rede disse que vai manter foco em atacado, clube de compras e varejo físico.
O Walmart Brasil informou nesta sexta-feira (10) que decidiu encerrar as vendas pela internet. Segundo a companhia, o comércio online representa uma "parcela mínima das vendas totais da companhia".
A rede disse que trabalha em uma nova estratégia de negócio, que deve ser anunciada ao mercado - a companhia não precisou uma data.
"O Walmart Brasil anuncia hoje os primeiros passos na reformulação na sua estratégia digital. Inicialmente, será descontinuada a operação de marketplace, que hoje representa uma parcela mínima das vendas totais da companhia", informou a empresa por meio de nota.
Walmart suspende vendas online no Brasil — Foto: Reprodução/Walmart
O Walmart também informou que mantém seu foco em atacado, clube de compras e varejo físico, "segmentos em que (...) enxerga enorme potencial de crescimento."
Em junho do ano passado, o fundo de private equity Advent Internacional adquiriu 80% nas operações do Walmart no Brasil.
3º maior varejista no Brasil
Segundo a Euromonitor International, provedora global de inteligência estratégica de mercado, o Walmart era o maior varejista do mundo em 2017, com 3,3% de participação no mercado global, na frente da Amazon (2,4%) e Alibaba (1,3%).
No Brasil, o Walmart era o 3º maior varejista, com 2,6% de participação de mercado em 2017, atrás do Grupo Pão de Açúcar (6,4%) e Carrefour (3,1%).
O Brasil é o 7º maior mercado do Walmart, correspondendo a cerca de 2% das vendas globais da empresa em 2017, ficando atrás dos EUA, Reino Unido, México, Canadá, China e Japão.
De janeiro a março a importação no ramo de automóveis alcançou a cifra de US$ 116,83 milhões no município08/05/2019 - 08h30
As importações da indústria automobilística tiveram acréscimo de 4.339% no primeiro trimestre de 2019 em Joinville, no comparativo com o mesmo período no ano passado. De janeiro a março a importação no ramo de automóveis alcançou a cifra de US$ 116,83 milhões. O valor é amplamente superior ao registrado nos mesmos meses de 2018, quando atingiu US$ 2,63 milhões.
A alta do segmento - que envolve principalmente os automóveis projetados para o transporte de pessoas - também alterou a posição dos mercados importadores de Joinville. Há um ano, o setor tinha 0,52% de participação no total de importações joinvilenses e, hoje, lidera o ranking municipal com 18%. Esse crescimento deixou para segundo plano as importações de cobre refinado (7,7% de participação) e de aquecedores elétricos (6,2%), costumeiros líderes de importação.
Para o presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), João Martinelli, é difícil dizer as razões que fazem com que o crescimento das importações de automóveis seja tão significativa. Ele destaca que o setor representa 3,6% de todas as importações catarinenses, o que se caracteriza em um movimento padrão. No entanto, lembra que tanto os manufaturados quanto os carros são itens de importação que não se revertem na geração de empregos e isso preocupa.
— O que chama a atenção é que são bens de consumo, então esse é o tipo de importação que não é investimento e não gera empregos na indústria, justamente porque são importados que geralmente vem prontos — sinaliza.
Martinelli acredita que essa tendência deve seguir até pelo menos o final do ano, sem grandes alterações, e a balança comercial - atualmente US$ 397 milhões no negativo - tende a permanecer em déficit em Joinville.As importações dos manufaturados e carros devem continuar significativas, mas se é para haver déficit eu preferia que fosse por meio da importação de bens de capital (itens utilizados para a produção de outros bens ou serviços), que geram empregosexpandir texto da mensagem
Mercado aquecido
O resultado também evidencia o panorama do setor automotivo brasileiro, que vem em crescente e no ano passado teve balanço positivo de 13,74% no País. Segundo avaliação de Feres Assaad Nabhan, presidente do Núcleo de Concessionárias de Veículos da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), a tendência é de manutenção de crescimento no setor neste ano, em especial no segmento de SUVs. Ainda segundo avaliação dele, o mercado de importação automobilística se fortalece muito em decorrência de ações comerciais e incentivos.
— Acredito que o trabalho feito junto com a Acij, os nucleados de concessionárias e as ações comerciais que a gente fez, está proporcionando para o mercado um produto importado mais em conta e, consequentemente mais competitivo. E essas ações comerciais, como o juro zero, torna esses produtos de custo médio mais elevado, e que geram um faturamento maior, num produto mais atraente — avalia.
— Essas ações comerciais movimentaram e animaram o mercado, então hoje há bastante carro importado, por exemplo, com preços especiais e taxas de juros muito em conta, alguns até maiores que os nacionais — opina.
Joinville demonstra força comercial
Neste ano, até março, Joinville somou 213 importadores entre pessoas físicas ou jurídicas, conforme dados do Ministério da Economia e o Observatório Fiesc. Juntos, eles importaram US$ 640,49 milhões, quantia 27,15% superior ao acumulado entre janeiro e março de 2018. O montante coloca a cidade catarinense como a 10ª maior força importadora do País.
Em contrapartida, no ramo das exportações a cidade ocupa a 44ª posição nacional no ranking e pouco se altera com relação a mercado. São os principais itens de exportação joinvilenses as partes de motor (36%), as bombas de ar (23%) e os acessórios para veículos (7,5%). O município mantém ainda 132 exportadores, que encaminharam ao mercado externo US$ 243,08 milhões no trimestre (queda de 13,21%).
Os números colocam Joinville, respectivamente, na 2ª e na 3ª posição como maior importador e exportador do Estado. A participação do município chega a 15,8% dos cerca de US$ 4,07 bilhões importados por Santa Catarina neste ano, ante 8,1% no saldo de exportações, hoje de US$ 1,92 bilhão. A maior economia catarinense mantém como principais compradores de seus produtos os Estados Unidos (32%) e o México (11%), enquanto entre os fornecedores se destacam a China (35%) e a Argentina (20%).
BALANÇA COMERCIAL DE JOINVILLE
Primeiro trimestre de 2019 (1ª de janeiro a 31 de março)
Exportações: US$ 243,08 milhões
Importações: US$ 640,49 milhões
Saldo: US$ -397,41 milhões
Ranking de Exportações (participação (%) por produto):
1º Partes de motor: 36%
2º Bombas de ar e compressores: 23%
3º Partes e acessórios para veículos: 7,5%
4º Ferro Fundido Bruto: 7,2%
5º Frigoríficos: 4,2%
Ranking de Importações (participação (%) por produto):
1º Carros: 18,2%
2º Cobre refinado: 7,7%
3º Aquecedores elétricos: 6,2%
4º Cevada: 3,1%
5º Polímeros de cloreto de vinilo: 2,7%
Primeiro trimestre de 2018 (1ª de janeiro a 31 de março)
Exportações: US$ 280,09 milhões
Importações: US$ 503,73 milhões
Saldo: US$ -223,65 milhões
Ranking de Exportações (participação (%) por produto):
1º Partes de motor: 38%
2º Bombas de ar: 28%
3º Partes e acessórios para veículos: 7,3%
4º Frigoríficos: 4%
5º Acessórios para tubos de ferros fundidos: 1,6%
Ranking de Importações (participação (%) por produto):
O escritório virtual é um importante serviço para empresas novas ou em crescimento. Esta é uma opção inovadora e economicamente interessante para muitos negócios. Como geralmente estão muito bem localizados em endereços estratégicos, proporcionando acesso fácil aos profissionais e clientes, os escritórios virtuais têm este como de seus atrativos. Além disso, possibilita o acesso a uma infraestrutura de ponta, salas de reunião, serviços administrativos, equipe de atendimento e salas privativas.
De acordo com o Censo da ANCEV (Associação Nacional de Coworking e Escritórios Virtuais), realizado em 2018, o Brasil tem 696 escritórios compartilhados com serviço de escritório virtual, dos quais 358 ficam na região Sudeste. Dessa forma é evidente o quanto as empresas têm abraçado esse serviço estrategicamente no intuito de crescer.
Mais que um simples serviço
Em um cenário onde a empresa precisa de um endereço comercial e/ou fiscal e de um telefone fixo com atendimento constante, o escritório virtual é muito mais que um serviço.
“Optar por um escritório virtual ajuda na profissionalização do negócio e proporciona credibilidade para a empresa. Além disso, quando precisar, pode marcar reunião e aproveitar a estrutura do escritório compartilhado ”, diz Paulo Severo, CEO Founder da Âncora Offices®.
Ele se torna vital para demonstrar que o negócio existe e é consistente. Em um mundo onde os consumidores estão cada vez mais exigentes e recorrem as redes sociais para extravasar suas insatisfações, o escritório virtual vem como uma oportunidade de inspirar credibilidade. Da mesma forma, a empresa passa a ter uma imagem corporativa, algo importante para alguns nichos de mercado.
Qual a diferença entre escritório compartilhado e escritório virtual?
Um escritório compartilhado oferece salas privativas com mobília e toda a infraestrutura, com telefonia e internet. Dessa forma, a equipe de colaboradores pode começar a trabalhar imediatamente. “A maior diferença é que, no caso da empresa precisar apenas de um ponto de contato e um local para reuniões, o escritório virtual se torna a melhor opção”, explica Paulo.
Em um cenário que a empresa precisa de um endereço fiscal ou comercial e um ponto de contato, o ideal é o escritório virtual. Contudo, ambas as opções oferecem redução de custos e ajudam a empresa a se desenvolver.
Vantagens de um Escritório Virtual
Empresas de qualquer porte encontram benefícios ao contratar um escritório virtual, assim como profissionais autônomos que desenvolvem grandes projetos. Ainda por cima, contam com serviços básicos, mas importantes, como atendimento telefônico e um endereço fiscal e comercial.
“Na Âncora Offices®, por exemplo, nossa equipe é orientada a receber os clientes pelo nome da empresa. Assim, ele sente que está na sede de uma grande organização”, comenta Paulo. Além disso, oferece a oportunidade de usar o endereço nos sites e materiais impressos. Para entender melhor como um escritório virtual funciona, conheça suas vantagens.
Número de telefone fixo
A empresa deve oferecer diversos canais, mas um número de telefone é primordial. Em diversos momentos e por razões diferentes, os clientes precisam entrar em contato com uma empresa. Quando um consumidor não consegue falar com ninguém começa a desconfiar.
Um escritório virtual oferece um número de telefone exclusivo com atendimento telefônico personalizado, ramais e correio de voz. Os registros das ligações recebidas são enviadas por e-mail para que nenhuma tentativa de contato se perca.
Endereço comercial
Quando o cliente quer marcar uma reunião, nada melhor do que visitar a empresa. Mas, quando você está localizado em uma região muito distante ou, até mesmo, em outro estado, torna-se complicado marcar qualquer compromisso. Ter um endereço comercial inspira credibilidade nos clientes e a empresa pode escolher um local sofisticado e bem localizado.
Além disso, quando a organização quer atender regiões diferentes é interessante ter um endereço mais próximo da clientela que pretende atingir. Um logradouro de prestígio pode ser utilizado nos sites e redes sociais, assim como em materiais de divulgação, como folders, folhetos e cartões de visita.
Endereço fiscal
Toda empresa precisa ter um CNPJ com um endereço fiscal para fins tributários e fiscais. O domicílio fiscal também tem a função de servir para transferência de empresa ou trazer o serviço a outro local. Além disso, quando há a necessidade de receber documentos o endereço fiscal também é importante.
Recebimento da correspondência
O profissionalismo é importante para construir uma boa imagem e inspirar credibilidade. As correspondências são importantes para a empresa, pois podem trazer documentos. O escritório virtual gerencia e envia alertas por e-mail para que nada se perca, o que proporciona comodidade. Dessa forma, o negócio conta com suporte e infraestrutura de uma grande organização.
Recepção e atendimento
Quando um cliente, parceiro ou fornecedor precisa visitar a empresa, nada melhor do que ir a um escritório bem organizado e em uma localização que favoreça a mobilidade. O escritório virtual conta com uma equipe para atender qualquer visitante que procurar a organização. Além disso, uma sala de reunião pode ser contratada para avançar nas negociações.
Flexibilidade e Praticidade
Por algumas razões, os horários de trabalho da empresa podem ser diferentes do convencional. Enquanto os colaboradores e dirigentes da organização se dedicam a atividades em outros lugares, no escritório virtual o público recebe o devido atendimento no horário comercial. Os clientes terão sucesso em seu contato e sentirão que falam com uma empresa sólida e estruturada.
Qualquer empresa pode contratar um escritório virtual sem burocracia e longos contratos de aluguel que atrapalham seu desenvolvimento. Conforme seu crescimento, outros serviços podem ser incluídos, como uma sala privativa para a equipe trabalhar em conjunto e fortalecer o negócio.
A Âncora Offices® oferece infraestrutura para que organizações de qualquer porte cresçam sem amarras e burocracias, pois o contrato é gerado em tempo real e o cliente já sai com o seu novo endereço pronto para abrir o seu próprio negócio ou criar a sua filia.
Agende uma visita para conhecer pessoalmente nosso serviço de escritório virtual e economize com as despesas e taxas de aluguéis convencionais.
Compra de produtos no exterior está cada vez mais acessível para empreendimentos de menor porte
Pesquisa do Sebrae estima que 1,5 milhão de pequenos negócios sejam criados este ano no Brasil. Neste cenário cada vez mais competitivo, as empresas buscam inovar para garantir seu espaço no mercado. A importação de produtos tem sido uma maneira para oferecer diferenciais aos consumidores brasileiros.
A empresária e sócia-fundadora da Ativo Soluções em Comércio Exterior, Samanta de Souza Brito, explica que há facilidades que permitem que pequenos e médios empresários apostem na compra de produtos do exterior. Ela reforça que o investidor pode estar ciente de que o tamanho da empresa não é um impeditivo para a aquisição de produtos estrangeiros.
Segundo Samanta, não há valor mínimo para se comprar um produto no exterior. “É possível trazer para o Brasil qualquer tipo de artigo desde que ele seja permitido por lei. O tratamento administrativo do processo, no entanto, deve ser muito bem analisado, respeitando sempre as licenças de importação prévias, as exigências dos órgãos anuentes, quando necessário”, completa Samanta.
Quando se fala em importação é comum associá-la à imagem de uma empresa de grande porte. No entanto, hoje o perfil dos importadores é bem mais abrangente, especialmente pelo fato de o procedimento poder ser adaptável. A carga fracionada, por exemplo, permite que vários embarcadores ocupem um mesmo contêiner. Nesta modalidade, o valor do frete é dividido proporcionalmente de acordo com o peso da mercadoria e a cubagem (volume).
“É possível importar um terço, metade e um contêiner inteiro, conforme a necessidade de cada empresa. Desta forma, mesmo que a carga seja em menor quantidade ou dependa da sazonalidade, é possível trazê-la para o Brasil em segurança”, afirma Samanta.
Vale lembrar que, para iniciar o processo de importação, o primeiro passo é buscar auxílio de uma empresa especializada em consultoria, assim, o processo se torna ainda mais pontual e econômico. De acordo com a empresária, uma assessoria pode identificar as melhores rotas tanto do ponto de vista financeiro quanto logístico, e o modal mais vantajoso (se o marítimo ou o aéreo).
Precisando de assessoria em comércio exterior? Estamos a sua disposição.
Queda da quantidade de solicitações de recursos para evitar falência de companhias nos últimos 12 meses até fevereiro no Estado é maior do que a registrada no país
O número de empresas que buscaram auxílio de tribunais para tentar reequilibrar suas contas caiu no Rio Grande do Sul nos últimos 12 meses. De março de 2018 a fevereiro deste ano, o Estado registrou 138 pedidos de recuperação judicial, baixa de 16,9% em relação a igual período anterior, indicam dados da Serasa Experian.
No mesmo intervalo, o país também teve recuo nas solicitações, embora em nível inferior à queda no Rio Grande do Sul. Nos últimos 12 meses, o número de requerimentos baixou 2,6% no Brasil, para 1.381.
A recuperação judicial é uma opção que empresas adotam para tentar renegociar dívidas e, ao mesmo tempo, manter operações e empregos. Por meio dela, busca-se evitar a falência.
Economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi avalia que a retomada da economia após a recessão, mesmo que em ritmo tímido, estimulou a trégua nos requerimentos tanto no país quanto no Estado.
Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 1,1%. Para Rabi, a queda nos pedidos de recuperação judicial foi mais intensa no Rio Grande do Sul em razão de combinação de fatores. Um dos principais, diz o analista, é o fato de bons resultados da agropecuáriarespingarem de maneira positiva nos demais setores da economia do Estado, onde o campo tem peso maior do que em outros locais do Brasil.
– A Região Sul como um todo vem apresentando dados mais favoráveis, inclusive em indicadores como inadimplência e vendas do varejo. Isso tem, em parte, relação com a agropecuária, que tem peso relevante no Rio Grande do Sul – analisa o economista.
Durante a recessão, o número de pedidos de recuperação judicial disparou. Em 2014, antes da crise, o Estado teve 67 solicitações. Ao final de 2016, o segundo ano consecutivo de desempenho negativo da economia, o número quase triplicou, para 194.
– A recuperação judicial é uma medida drástica, usada em último caso. A crise econômica fez com que mais empresas perdessem fôlego para negociar as dívidas. O estágio mais alarmante das dificuldades passou – observa a advogada Verônica Althaus, sócia do escritório Scalzilli Althaus.
No acumulado de 2018, os pedidos tiveram trégua. No Estado, houve 140 requerimentos, queda de 13,6% em relação a 2017. No Brasil, foram 1,4 mil solicitações, recuo de 0,9% frente ao ano anterior.
– O pequeno aquecimento na economia facilita a negociação entre empresas, bancos e fornecedores. Com fôlego maior, parte das companhias consegue evitar a recuperação judicial. Acredito que os pedidos terão baixa nos próximos meses – projeta Verônica.
Rabi tem opinião similar. Segundo o analista, o número de solicitações tende a cair neste ano devido à previsão de maior expansão da economia em 2019.
– O país segue com recuperação lenta, mas a projeção é de crescimento um pouco maior neste ano.
De alguma forma, isso favorece a geração de caixa nas empresas – argumenta o economista.
Os dados da Serasa Experian sobre os pedidos contemplam as solicitações feitas pelas empresas aos tribunais. Esses requerimentos passam por análise de magistrados, que podem aceitar ou não a documentação.
Tentativa de destravar processos
Mesmo com a trégua no número de solicitações, o Rio Grande do Sul reuniu casos de grandes empresas que encaminharam pedidos de recuperação judicial no ano passado e buscam destravá-los em 2019.
Uma dessas companhias é a Artecola Química, com sede em Campo Bom, no Vale do Sinos. Em fevereiro de 2018, a empresa fez o pedido judicial para tentar renegociar dívida de R$ 790 milhões. Um ano depois, busca realizar a assembleia de credores. No último dia 12, informou que, após suspensão, a reunião foi reagendada para 11 de abril. Em nota, a FXK Administração e Participações, controladora da Artecola, afirmou que seu plano "está bem alinhado às expectativas dos credores e em equilíbrio com as possibilidades da empresa".
Outra companhia com raízes gaúchas que recorreu aos tribunais para tentar sair de crise financeira em 2018 foi a Stemac, com dívida estimada em R$ 700 milhões. Em abril do ano passado, a fabricante de geradores elétricos fez seu pedido de recuperação e obteve, em maio, autorização da Justiça de Itumbiara, em Goiás, para onde havia transferido a linha de produção em 2014. "O processo de recuperação judicial está evoluindo bem. A empresa retomou o crescimento desde o ingresso da medida", disse, em nota, o advogado Renato Brandão, do escritório Felsberg Advogados, que representa a Stemac.
Em Rio Grande, no sul do Estado, a Ecovix conseguiu, em junho do ano passado, aprovar seu plano de recuperação judicial. A dona do estaleiro Rio Grande, no polo naval, apresentava dívida de cerca de R$ 7,8 bilhões, mas, na assembleia de junho, os credores aceitaram reduzir o valor para em torno de R$ 3,7 bilhões. O administrador judicial Laurence Medeiros, do escritório Medeiros & Medeiros, que acompanha o processo, relata que, neste momento, a Ecovix trabalha na limpeza do estaleiro, para, em seguida, buscar autorização de órgãos reguladores e diversificar atividades no local. Procurada, a empresa declarou, via assessoria de imprensa, que não se manifestaria.
Como funciona
O que é recuperação judicial?
É uma opção jurídica que empresas adotam para tentar superar crises financeiras, com a possibilidade de renegociar dívidas e, ao mesmo tempo, manter operações e empregos. Por meio dos pedidos, busca-se evitar falência.
Como é solicitada?
Depois de a empresa encaminhar o pedido à Justiça, a documentação é avaliada por juiz. Com a solicitação aceita, a companhia tem prazo de proteção de 180 dias contra execuções de credores. Em 60 dias, deve apresentar o plano de como tentará sair da crise financeira. Para seguir em frente, o documento depende de aprovação em assembleia geral de credores. Caso receba a chancela na reunião, é encaminhado para homologação.
E as dívidas?
As condições dos pagamentos devem constar no plano de recuperação. O texto deve apresentar todas as medidas – como parcelamentos e vendas de ativos – para a empresa conseguir gerar caixa e tentar superar a crise financeira.
O que acontece se a empresa não tiver o plano aprovado?
Oportunidades são para cargos de nível médio, técnico e superior
Estão abertas as inscrições para o concurso público da Celesc, com oportunidades para cargos de nível médio, técnico e superior, em diversas cidades do estado.
Os salários variam de R$ 2.285,51 a R$ 4.820,46, além de auxílio alimentação e outros benefícios como plano de saúde, auxílio creche/babá, auxílio estudante, plano de previdência, entre outros.
São, ao todo, 17 vagas disponíveis, sendo sete para cargos de nível médio e de nível técnico, e dez vagas para nível superior.
Do total, 20% das vagas serão reservadas a pessoas com deficiência (PcD).
A previsão é de que os primeiros concursados sejam chamados já a partir de julho deste ano.
Os demais aprovados irão compor Cadastro de Reserva (CR) e poderão ser convocados à medida que for identificada a necessidade, com a abertura de novas vagas.
As inscrições podem ser realizadas até o dia 3 de maio, no site clicando aqui, ao custo de R$ 100,00 para candidatos a cargos de nível médio, R$ 110,00 para cargos de nível técnico e R$ 130,00 para cargos de nível superior.
A prova está prevista para o dia 26 de maio e será aplicada nas localidades de Chapecó, Criciúma, Grande Florianópolis, Joinville e Lages.
A Natura está firme em seu plano de se consolidar pelo mundo, mas o apetite por aquisições pode trazer instabilidade para a empresa. A companhia brasileira de cosméticos confirmou que negocia a compra da concorrente Avon, mas o plano não agradou o mercado. As ações da Natura caíram 7,8% no dia 22, após o anúncio, e continuam em queda de 3% hoje, 25. Enquanto isso, os papéis da Avon negociados em Nova York subiram 10% na sexta-feira.
Os primeiros rumores da aquisição surgiram em setembro, mas na época a companhia negou as conversas. A Avon é maior que a Natura e apresentou faturamento de 5,4 bilhões de dólares em 2018, queda de 2%, enquanto a brasileira teve faturamento de 13,3 bilhões de reais em 2018, crescimento de 13,5%. Em número de revendedoras, a diferença se mantém. A brasileira tem 1,7 milhão de consultoras, enquanto a rival tem 6 milhões.
Comprar a concorrente pode ajudar a Natura a aumentar sua participação internacional e a se fortalecer nos Estados Unidos. Também pode ajudar a empresa a se consolidar no topo do mercado. Com 11,7% do mercado de cosméticos no Brasil, está à frente da Unilever e do Grupo Boticário, mas por margens pequenas.
Por outro lado, a aquisição pode adicionar dificuldades ao seu negócio. A descrença do mercado com a estratégia da Natura vem do histórico de dificuldades da Avon pelo mundo. A companhia perdeu parte de seu apelo junto ao público e a credibilidade das representantes. Assim, a Avon, que já chegou a valer 20 bilhões de dólares, hoje o valor de mercado é de cerca de 1,3 bilhão de dólares.
Depois de recusar a proposta de venda para a Coty, em 2012, que avaliava a empresa em quase 10 vezes seu valor atual, a divisão norte-americana da empresa acabou sendo vendida em 2015. O comprador é a Cerberus Capital Management LP, empresa de investimentos privados com sede em Nova York, conhecido como um fundo abutre, interessado em empresas em dificuldade.
Para a Avon, pode ser a solução para seu negócio. Até então, a companhia criava estratégias para recuperar o apelo e o público. “A equipe de gerenciamento da Avon continua focada na estratégia de recuperação que temos articulado para os investidores para gerar valor de longo prazo para nossos acionistas”, escreveu a empresa em comunicado.
Em sua apresentação de resultados do quarto trimestre de 2018, lançada em fevereiro, a companhia expõe um plano até 2021 para recuperar vendas e imagem. Para 2018, o plano era voltar ao básico e melhorar o serviço, a satisfação das representantes, melhorar a competitividade e modernizar os produtos. Para 2019, o projeto era estabilizar as receitas e buscar uma ligeira melhora nas margens, que caíram 4,2 pontos porcentuais no último ano, para 5,7%.
A Avon já tem uma relação importante com o Brasil. O país é o maior mercado para a companhia, responsável por 22% do faturamento, mesmo que as vendas por aqui tenham caído nos últimos quatro trimestres. A operação brasileira da Avon é liderada por um ex-executivo da Natura.
Estratégia internacional
Para manter o topo e ganhar mercado internacionalmente, a Natura foi às compras. A companhia adquiriu a australiana Aesop em 2012 e a britânica The Body Shop em 2017. Com as compras, conquistou um portfólio mais amplo, com produtos mais caros, e uma presença internacional forte com milhares lojas ao redor do mundo.
O mercado também reagiu negativamente com a compra da The Body Shop, que pertencia à L’Oreal. Com a notícia, as ações caíram 11% na época. Desde então, no entanto, se valorizaram 40%. As aquisições ajudaram a empresa a crescer. A The Body Shop viu as vendas crescerem 17,7% em 2018 e a Aesop aumentou as receitas em 50,6%.
Criada como uma empresa de vendas diretas, a Natura tem 45 lojas próprias, produtos em 3,8 mil farmácias e comércio eletrônico. A Aesop tem 227 lojas em 25 países e a The Body Shop está presente em 69 países com 2.935 lojas e 20 mil consultoras.
O Grupo Boticário não ficou atrás. Além da criação de novas marcas, como Quem disse, Berenice? e Eudora, comprou a Vult em março do ano passado.
Florianópolis lidera a lista, seguida por Joinville e Blumenau
Dados da Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc) apontam que o número de empresas criadas cresceu 11% em comparação com a média mensal de janeiro e fevereiro do ano passado.
O estado também foi o que mais criou vagas de emprego no país, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
A retomada da economia no é reflexo da abertura de novos negócios. Em 2017, surgiram 88.740 empresas. Em 2018, outras 110.601. Hoje são quase 134 mil.
Grande parte desse resultado positivo se deve ao trabalho desenvolvido pelo Governo de Santa Catarina, com programas coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável.
Prodec, Investe SC e o SC Bem Mais Simples, que possibilitará a abertura de empresas em até cinco dias úteis, estão entre eles.
“A diversidade cultural e produtiva, desenvolvimento territorial e humano e um extraordinário potencial de crescimento econômico são características que diferenciam nosso Estado e o colocam, por exemplo, como o segundo mais competitivo do país, já por dois anos consecutivos. Por isso, para nosso orgulho, temos em Santa Catarina os melhores indicadores sociais do Brasil”, avalia o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino.
Ranking por municípios
Conforme levantamento da Jucesc, 13 cidades despontam no ranking com maior número de empresas ativas em 2019.
Florianópolis lidera a lista, seguida pelos municípios de Joinville, Blumenau, Itajaí e São José, respectivamente.
Paulo Camargo, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados, operadora do McDonald's
OMcDonald’s não é mais aquele. Estão saindo de cena frases como a célebre “fritas acompanha?” e as linhas de produção de sanduíches. A meta agora é um atendimento mais humano e menos robotizado, além de um cardápio redesenhado para enfrentar as hamburguerias gourmet.
O arquiteto dessa mudança é um sorridente executivo de 50 anos. Paulo Camargo, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados, operadora da marca, tem um desafio imenso, proporcional ao tamanho da operação brasileira: 50 mil funcionários, 2 milhões de clientes diários, 950 lojas e 1,5 mil quiosques.
Tudo isso deverá se transformar para atingir seu objetivo: “Deixarmos de ser uma empresa centrada em processos para nos tornarmos uma empresa centrada no cliente”. Conheça o novo McDonald’s.
Você está implantando a chamada “cooltura” de serviços. O que é esse conceito?
O McDonald’s revolucionou o varejo mundial de alimentação, usando sistemas tayloristas e fordistas [técnicas de produção criadas pelos empresários Frederick Taylor e Henry Ford, associadas à fabricação em massa]. O processo de produção do Big Mac, por exemplo, foi desenhado para levar 38 segundos, o que implica uma linha de produção, algo repetitivo e robótico. Nosso processo de atendimento também não era nada personalizado. O funcionário repetia para todo mundo um conjunto de palavras, como “fritas acompanha?”.
Percebemos que isso, se antes era uma fortaleza do McDonald’s, havia se tornado alvo de críticas de uma nova geração de clientes que espera muito de nós. Fazemos mais de 1 milhão de pesquisas quantitativas por ano no Brasil para entender esse personagem que chamo de Sr. Cliente. Um dos resultados é que as pessoas diziam que gostavam de nós, mas sentiam que a relação não era pessoal.
A “cooltura” de serviços nasce disso. Brincamos com o cool, que significa legal em inglês, porque é legal mesmo você ser atendido do seu jeitão. Você é mais desencanado? Ou é mais sério? Pois é desse jeito que você será atendido. Quem gosta de abraço, vai ganhar um abraço da equipe. O segredo é ser você mesmo. Queremos que essa relação seja algo natural, autêntico.
Como treinar alguém para ser espontâneo?
Nós somos um negócio de gente, de pessoas. Não tem como fazer a transformação sem explicar a importância desse processo para as 50 mil pessoas do lado de dentro do balcão, que servem aos 2 milhões de clientes que passam por dia nos nossos restaurantes.
Deixa eu te mostrar uma coisa (abre um notebook e exibe um clipe musical protagonizado por funcionários): minha área de treinamento disse que precisava de seis meses para a preparação da “cooltura”. Eu disse “não temos seis meses”. Chamamos os próprios funcionários, explicamos o problema, perguntamos o que podíamos fazer e pronto: em 48 horas, eles mesmos fizeram coisas como esse clipe.
Paulo Camargo, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados, operadora da marca McDonald's
O envolvimento dos funcionários se reflete nos resultados da empresa. Hoje, o turnover é metade do que era há quatro anos. O absenteísmo caiu a um terço. O que chamamos de Top Box — o índice de clientes que se dizem muito satisfeitos — melhorou 16 pontos percentuais. No caso da Arcos Dorados Brasil, em 2016 registramos um Ebitda [lucro antes dos impostos] 24% maior do que no período anterior. Em 2017, ele subiu 30% frente a 2016. Em 2018, nos primeiros nove meses do ano, melhoramos outros 24%. Em meio a esse processo, achamos nosso Oceano Azul.
Foi também uma resposta à concorrência, com as novas hamburguerias gourmetizadas e os food trucks?
Essa história começa lá em 2015. Era um momento difícil para nós, uma tempestade perfeita. O sorriso todo que você está vendo aqui (aponta para a camiseta) não estava tão presente assim. Um dos primeiros passos foi o lançamento da linha Signature de sanduíches. Pegamos o cliente que estava indo para uma hamburgueria chique gastar R$ 60 e oferecemos um produto até melhor, na nossa visão, por algo em torno de R$ 30.
Foi vantajoso para esse público e para nós, que conseguimos aumentar nosso tíquete médio. Depois lançamos sabores de McFlurry nos quiosques em parceria com nomes famosos como Laka, Kopenhagen e Ovomaltine. São marcas que o consumidor muitas vezes não tem dinheiro para consumir, diretamente. Por meio do McDonald’s, ele ganhou acesso a esse luxo.
Hoje, nosso cliente não deixa de ir a uma hamburgueria mais chique, como o Madero, mas vai com uma frequência menor. Ele também vai provar coisas diferentes no Outback e mesmo nos meus concorrentes como o Burger King ou o Subway, até para poder comparar. Existe compartilhamento, mas temos o maior número de visitas.
Os concorrentes podem até ter mais restaurantes do que nós, em alguns casos, mas para chegar ao meu faturamento você tem de somar o segundo colocado, o terceiro, o quarto, o quinto e o sexto.
É o processo que chamamos de McEvolution, ou seja, uma marca que está evoluindo ao longo do tempo. Em cima desse movimento, criamos então três grandes pilares para essa estratégia: primeiro, a forma personalizada de atendimento ao cliente, e aí entra a “cooltura” de serviços. Depois, a modernização do ponto de venda e a inovação constante do cardápio.
O que está sendo alterado dentro dos restaurantes?
Costumo dizer que nada é verdade no McDonald’s até que aconteça dentro do restaurante. Então estamos passando por um processo de modernização das lojas que inclui uma nova arquitetura, novo mobiliário, autoatendimento via totens, menu digital e mesas interativas, sensíveis ao toque.
Esperamos adaptar toda a rede até o final do ano que vem. O objetivo é nos aproximarmos dos desejos do Sr. Cliente, que quer controlar muito mais a sua jornada. O nosso aplicativo, que já tem mais de 8 milhões de downloads, tem um papel importante nisso. Inclusive por permitir o delivery, algo que vai se tornar bem relevante para a gente no futuro.
E no caso do cardápio, como foi a adaptação a essa nova realidade?
A diferença do McDonald’s para os concorrentes — e eu respeito todos eles, inclusive o carrinho de cachorro-quente, o pastel do japonês, o sanduba da esquina — é que temos soluções para diferentes gostos e bolsos. Quando eu falo da linha Signature, é para quem está disposto a pagar R$ 30.
Se você quiser pagar R$ 20, só no McDonald’s você tem o legítimo Big Mac. Tem por aí o Big Xing, o Big Ling, mas só aqui é o verdadeiro. Temos produtos para a faixa dos R$ 6. A gente tem uma casquinha de sorvete que, na promoção, custa R$ 1,50. Só aqui você encontra esse equilíbrio.
Como é a pesquisa para o desenvolvimento de novos pratos aqui no Brasil?
É muito forte. Um exemplo é o Cheddar McMelt, que foi criado aqui no Brasil e faz um tremendo sucesso nos outros países, quando está disponível. Lançamos agora o McVeggie. Para esse produto, a gente testou como matéria-prima para o “hambúrguer” a quinoa, a soja, uma composição de vegetais e até grão-de-bico.
No final, o que funcionou melhor foi o queijo coalho. A gente deu uma apimentadinha com pimenta biquinho e houve uma identificação muito grande do público com o sabor. Tudo isso só vem com muita pesquisa.
Redes de fast-food são acusadas de fazer mal à saúde, uma campanha que ganhou força com o filme Super Size Me (2014). O McDonald’s ainda tenta se transformar em uma rede “saudável” ou o foco está no “gostoso”?
Eu falo em saudabilidade em minhas palestras e as pessoas costumam brincar: “Opa, esse é mesmo o McDonald’s?”. Sim, saudabilidade é o que não falta aqui. O Big Mac é o melhor exemplo disso. Ele tem várias razões para ser o sanduíche mais vendido do mundo. Uma delas é ser muito saboroso. Mas também é equilibrado: tem 500 calorias.
Lembrando que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), você deve consumir até 2 mil calorias por dia. Eu, por exemplo, como no McDonald’s pelo menos três vezes por semana. Peço meus sanduíches favoritos e, em um desses pedidos, incluo minhas McFritas. Como carboidrato nem sempre é o que quero consumir e as frituras não deveriam ser algo de todos os dias, nas outras vezes troco as batatas por uma salada.
Quem gosta de salada vai ao McDonald’s?
Acho que ninguém acorda de manhã com vontade de comer uma salada e pensa no McDonald’s como a primeira opção. Mas a gente tem salada. Aliás, temos cinco tipos de salada. A opção está lá. Tentamos estar um passo à frente nessa discussão sobre saúde. Estamos sempre diminuindo o sódio, a gordura trans não faz mais parte dos nossos produtos, assim por diante.
Fazemos isso não para atender a eventuais restrições impostas pelo governo, mas, antes disso, por uma demanda legítima da sociedade. E veja que o consumo de fast-food não tem relação com a questão da obesidade. Estudos do Ministério da Saúde mostram que o maior nível de obesidade no Brasil está no Acre. Sabe quantos restaurantes temos lá? Nenhum.
O McDonald’s é o maior empregador de jovens do Brasil. Como preparar essa turma para o mercado de trabalho?
Cerca de 90% dos nossos funcionários tem entre 18 e 25 anos. É uma tremenda responsabilidade. Muitas vezes nosso gerentes acabam fazendo uma função social, quase paternal ou maternal, porque alguma família não ensinou um desses garotos a escovar os dentes.
Então temos de oferecer treinamento adequado para isso. Celebramos até quando os funcionários saem da empresa. Explico: dizemos com orgulho que somos a segunda marca mais valiosa do varejo mundial.
A primeira é a Amazon, que foi criada por um ex-funcionário do McDonald’s. O Jeff Bezos [fundador da empresa] fala muito bem de sua experiência conosco. Diz que fomos uma grande escola, onde ele aprendeu trabalho em equipe, disciplina e processos definidos.
A empresa costuma ser alvo de ações trabalhistas devido a questões como trabalho intermitente. Até que ponto a reforma trabalhista impacta nesse quadro?
No caso da reforma, ainda não percebemos muitas alterações. Já faz alguns anos que temos uma escala de trabalho divulgada dez dias antes de começar a vigorar. A legislação brasileira era um pouco antiquada e, no meu ponto de vista, a reforma trabalhista a moderniza. O que se percebe, não só para a gente, é uma diminuição no número de processos trabalhistas.
O Brasil tinha 3% da força de trabalho mundial e 80% das ações trabalhistas. Tinha algo errado. Havia uma verdadeira indústria, que levava as pessoas a entrarem com ações mesmo quando não era o caso, porque não havia nenhum risco. A reforma vem deixar as coisas um pouco mais sérias.
Mais de 60% das lojas no Brasil são operadas pela Arcos Dorados. Como é o relacionamento com os franqueados responsáveis pelas demais unidades?
Um ponto importante é que a maior parte desses franqueados tem uma experiência enorme, de dez, 20, às vezes 30 anos à frente de suas lojas. Eu mesmo, que estou há sete anos na empresa, ligo para no mínimo três franqueados antes de tomar uma decisão estratégica. Outro fator é que hoje está ocorrendo um processo sucessório nessas unidades. Muitos franqueados estão colocando seus filhos para tocar a operação.
Será a primeira mudança de gerações de grande escala no Brasil; nos EUA, os franqueados já estão na terceira ou quarta geração. Uma das minhas maiores responsabilidades hoje é garantir que essa sucessão seja feita de modo correto. Temos um grande programa de treinamento para essa segunda geração em nossa universidade corporativa, inclusive com um MBA. São nove meses de treinamento, onde o candidato também passa por todos os cargos dentro de uma loja. E ele pode ou não ser aprovado nesse processo. Não é algo automático. Ele precisa mostrar a que veio.
Muitos interessados não conseguem virar franqueados do McDonald’s. Isso não limita a expansão?
Quando decidimos franquear alguma operação, a razão é estratégica. Em regiões remotas do país, um franqueado é mais eficiente na operação, principalmente no acesso mais barato aos fornecedores locais. Essa expansão acompanha o ritmo da economia. Infelizmente, o Brasil não teve um cenário virtuoso nos últimos anos. Por consequência, não focamos no crescimento.
Em vez de abrir centenas de restaurantes por ano, abrimos algumas dezenas. A prioridade é dada para quem já é franqueado do sistema, que são pessoas que querem crescer e estão capitalizadas. Até por isso, não existe muita necessidade da entrada de novos parceiros. Ainda assim, neste ano tivemos dois novos franqueados entrando no sistema. Era algo que não acontecia há 17 anos.
O McDonald’s é alvo frequente de fake news. Como reagir a boatos como a “carne de minhoca”?
A primeira coisa que aconteceu quando eu comecei a trabalhar no McDonald’s foi que a minha sogra, dona Dalmira, veio me perguntar se o hambúrguer era de minhoca (risos). Daí vem a importância de processos de transparência.
Criamos um programa chamado Portas Abertas, no qual convidamos os clientes a entrar nas nossas cozinhas. Mostramos nossos procedimentos, nosso cuidado com a segurança alimentar e com a origem do produto.
O cliente pode até fazer o seu próprio Big Mac. Aí ele percebe que o tomate é tomate, que o ovo é ovo, e que a carne é 100% bovina. Só em 2018, mais de 2 milhões de pessoas passaram por nossas cozinhas. Para nós, a melhor forma de enfrentar a contrainformação é dando a informação correta.
O que tira o sorriso de seu rosto?
Tem uma coisa que me deixa inconformado. No dia de hoje, deveremos receber umas 30 reclamações de clientes. Alguém poderia dizer que, comparado aos 2 milhões de clientes diários, esse seria um número muito baixo. Eu não concordo. Não se trata de percentuais.
O cliente não ficou 100% satisfeito com o McDonald’s, e é isso que me interessa. Precisamos lutar para melhorar esse número, porque não dá para ficar feliz com isso.