Gratuita, ferramenta “Google Teste Meu Site” analisa a página da empresa e diz o que precisa ser feito para ela funcionar bem nos celulares e tablets
Uma pessoa interage com seu celular quase 100 vezes ao dia. E grande parte dessas interações é para buscar informações sobre serviços e produtos na web. Segundo o Google, hoje, mais de 50% das buscas feitas em suas ferramentas são feitas via celular. Os empreendedores, portanto, devem estar atentos a este novo hábito dos consumidores: afinal, se a empresa tem um site que funciona bem nos dispositivos móveis, tem mais chance de ser encontrada e acessada.O serviço, acessível pelo endereço testmysite.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br, é gratuito e analisa se a página da empresa funciona bem nos dispositivos móveis, explica Fabiana Fregonesi, gerente do time de soluções para PMEs do Google.Segundo Luís Benini, especialista em soluções mobile do Google, a ferramenta analisa três quesitos: se a página web é feita para smartphones, qual é a velocidade que ela é carregada no celular e, também, no desktop. Para cada um dos itens, é dada uma nota de zero a 100. As notas, inclusive, são indicadas em três cores (se é verde, o site é bom, se é amarelo, é razoável; e se é vermelho, a sua página na web é ruim para as telas dos celulares). Além das notas, o serviço oferece ainda um relatório técnico detalhado sobre onde o site vai bem e onde está mal.
A ferramenta é bem simples de usar. Basta colocar o endereço do site no campo indicado na página do “Teste Meu Site”. As notas também são fáceis de interpretar. O relatório, contudo, é mais complexo de interpretar: ele exibe informações técnicas, compreensíveis apenas para empreendedores que dominam programação web e especialistas em desenvolvimento de site.“A nossa ideia é dar uma dimensão exata dos problemas do site. Assim, o empreendedor pode fazer as correções. Ou passar para o gestor do seu website fazer as alterações no site para deixá-lo acessível via smartphone”, diz Benini.Segundo Fabiana, estudos indicam que a demora no carregamento de uma página web no celular impacta na queda de 11% em pageviews, 16% na satisfação do cliente e 7% de declínio em conversões de vendas, por exemplo. Em uma recente pesquisa do Google, 46% das pessoas disseram que o tempo de carregamento dos sites em dispositivos móveis é um incômodo.“Antes, as empresas precisavam ter um site. Hoje, elas precisam que esse site funcione no celular. Pois é lá que o cliente está”, afirma Fabiana.O lançamento acontece num momento em que o Google foca seus negócios nos dispositivos móveis. A empresa, recentemente, anunciou que os sites com páginas otimizadas para as telas de smartphones, por exemplo, ganhariam pontos para aparecer com mais relevância nos sistemas de buscas.Fonte: Pequenas empresas e grandes negócios
A coordenadora da carteira de e-commerce do Sebrae, Karen Sitta, apresentou a 3ª Pesquisa Nacional de Varejo On Line. Segundo o estudo, realizado em parceria com o E-commerce Brasil, 90% das empresas que atuam somente no e-commerce – sem lojas físicas – são pequenos negócios, sendo que 45% são MEI, e a tributação é, hoje, a principal preocupação dos empresários do setor, superando a logística.
Um dos pontos da pesquisa destacados pela coordenadora foi a necessidade de as empresas investirem na fidelização dos clientes. “O estudo apontou que 43% das empresas não possuem estratégia de fidelização, o que é um número preocupante. Afinal, é muito mais barato você investir para manter o seu cliente do que buscar um novo”, observou Karen Sitta.Ao todo, 27% das empresas que fecharam suas portas alegaram como motivo principal a falta de planejamento e conhecimento do negócio, perdendo somente para o baixo faturamento. “Antes de abrir um e-commerce, é essencial que o empresário procure se planejar, estudando o modelo de negócio em que pretende atuar.”Já a principal tendência atualmente é o mobile. “Todo mundo está sempre com o telefone na mão. As lojas virtuais estão cada vez mais se ajustando a essa mobilidade e as compras estão crescendo via esses aparelhos, incluindo os smartphones e os tablets, impulsionadas especialmente pela geração Y.” Os marketplaces, usados por grandes varejistas para vender produtos de outras empresas, também estão mudando o cenário do e-commerce no mundo, “porque coloca o consumidor no centro da sua experiência de compra, oferecendo o acesso a uma diversidade de produtos com estoque ampliado em um mesmo lugar”. A plataforma já é um canal de vendas para 24% das empresas.Os dados mostraram, ainda, que a maioria dos negócios do setor foi aberta nos últimos três anos. Do total de e-commerce no país, 58% deles começaram suas atividades na rede a partir de 2013. Os principais produtos vendidos estão relacionados à moda, casa e decoração, informática e beleza. As empresas atuam principalmente no comércio (73%), seguidas por serviços (18%) e indústria (8%). Apenas 1% é do setor de agronegócio.Fonte: Empreendedor
Documento prevê carência de até 10 anos para início do pagamento a credores
Foto: Diego Vara / Agencia RBS
A companhia Oi prevê a venda das operações de telefonia móvel da companhia em seu plano de restruturação entregue à Justiça. O objetivo da empresa é a partir de agora se concentrar na divisão fixa, em especial na banda larga fixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.O documento com a proposta de recuperação judicial foi entregue nesta segunda-feira, à Justiça e traz um leque de opções para os credores sem garantia real, a maior parte do total. O documento prevê carência entre cinco e 10 anos para início do pagamento a esse grupo, sendo a dívida quitada em até 19 anos após a homologação do plano.Com dívidas de cerca de R$ 65 bilhões, a empresa criada para ser a 'supertele nacional' - e concorrer com gigantes como a espanhola Telefônica/Vivo, a italiana Tim e a mexicana América Móvil (Claro e da Embratel) - virou a protagonista do maior processo de recuperação judicial já feito no Brasil.
Para créditos trabalhistas, o pagamento ocorrerá em cinco parcelas mensais iguais, com seis meses de carência após a homologação do plano.A situação da empresa se agravou depois que sua sócia Portugal Telecom levou um calote de 897 milhões de euros em 2014 da holding Rioforte, braço não financeiro do Banco Espírito Santo (BES), que acabou dissolvido. Depois disso, a Oi viu seus resultados piorarem e passou por trocas de executivos.Fonte: Zero Hora
Empresa, que nasceu de um projeto de intraempreendedorismo, vence crise econômica do país e faz Positivo crescer no mercado nacional
Quando Marcelo Reis, gerente-geral da Quantum, é instigado a falar sobre o desempenho da empresa, “alívio” é a primeira coisa que ele diz. Nas entrelinhas, o que Reis quer dizer é que a startup, um projeto de intraempreendedorismo da Positivo para construir smartphones sofisticados, vingou: a unidade não só aumentou as vendas da empresa de tecnologia como passou incólume ao cenário de incerteza político-econômica e do dólar alto.
Com o bom desempenho, a Quantum, criada há um ano por Reis, Vinicius Grein e Thiago Miashiro (conheça a história aqui), sai do período de “provação” e, agora, entra numa nova fase: a de consolidação. E a empresa começou essa nova etapa pelo portfólio. Em julho, foi lançado o Quantum Müv, um celular com tecnologia intermediária; e, na semana passada, o Quantum Fly, smartphone cuja configuração compete com os chamados “top de linha”, como iPhone, Samsumg Galaxy S7 e Moto X. A expectativa é que os modelos repitam o sucesso do Quantum Go, o primeiro aparelho da marca.
“Não revelamos o desempenho de vendas dos nossos produtos, mas a unidade ajudou a Positivo a pular da sexta para a quarta colocação no concorrido mercado brasileiro de smartphones. O grupo tinha 2,3% de market share; agora tem 6,1% e vai crescer mais”, diz. Reis aposta que o Fly, modelo com configuração de ponta e concorrente do iPhone e Galaxy S7, por exemplo, vai ganhar espaço no mercado por conta de preço. “Ele entrega mais recursos que os rivais, e custa R$ 1.299 à vista; menos da metade dos concorrentes”, diz.Hélio Bruck Rotenberg, presidente do Grupo Positivo, prestigiou o lançamento do aparelho na semana passada, em São Paulo. À Pequenas Empresas & Grandes Negócios, ele disse que a Quantum tem levado a Positivo para um grupo de consumidores novos. “A gente sempre trabalhou bem com a classe popular na venda de celulares e computadores. Agora, entregamos um bom produto para quem gasta mais de R$ 1,3 mil num aparelho”, diz.Confiança
Rotenberg conta que o sucesso da Quantum também o aliviou. “Ela faz sucesso num momento em que o mercado de smartphones vende pouco, o dólar está alto e as pessoas, desempregadas, pensam muito antes de comprar qualquer coisa. E se a marca vende, é porque o trio à frente do projeto está fazendo algo diferente e encantando o mercado”, diz. “Se não desse certo, o projeto não se sustentaria. É a realidade.”Mas qual é a fórmula para o sucesso do primeiro ano? De acordo com Reis, ele está na cultura de startup que a Quantum tem.“Como uma startup, falamos com os clientes, participamos em grupos de discussão dos usuários, acessamos as redes sociais para ler o que falam da gente, e, ainda, fazemos conversas em vídeo com alguns grupos”, diz. Com essa estratégia, Reis pegou todo tipo de opinião negativa e positiva sobre a empresa e seu primeiro aparelho. “Com base no que aprendemos com os clientes, a gente conserta o que dá, como o software”, diz.A interação do dia a dia rende ainda uma base de dados rica para a Quantum, como uma lista do que os consumidores mais querem num celular. “O preço baixo é, claro, uma exigência. Mas o brasileiro gosta mesmo é de tela grande, design e bateria que dure o dia inteiro”, diz.
Foram esses dados que Vinicius Grein, o responsável pelo design dos smartphones da Quantum, levou à China, no começo deste ano, para desenhar o novo Fly. “Eu falava para os engenheiros e designers: o aparelho tem que encantar e deixar todo mundo chocado, no bom sentido, com o estilo e o preço”, diz.
O Fly (foto acima) foi o resultado dessa série de encontros com os parceiros. O aparelho tem 3GB de memória RAM, 32 GB de armazenamento e um processador de 10 núcleos – uma configuração que roda todos os tipos de games e aplicativos do momento e tem espaço para guardar milhares de fotos e vídeos.Com recurso para chips 4G de duas operadoras, o aparelho tem uma tela com 5,2 polegadas e duas câmeras: uma para selfie com 8 megapixels e a principal com 16 megapixels. Leve e fino, com 140 gramas e 7,5 mm de espessura, o Fly é feito com alumínio fosco e roda o sistema Android 6.0. Além disso, é equipado com sensores de proximidade, luminosidade, giroscópio, magnetômetro, bússola eletrônica e um leitor de impressão digital.“Se o celular fizer sucesso, vamos ser um rival incômodo para os grandes, pois vamos estabelecer novos padrões de preço e qualidade no mercado”, diz Reis. “Ou seja, fazer o que startups devem fazer”.Fonte: Pequenas empresas e grandes negócios
Veja como empreendedoras e investidoras se firmam no mercado de startups
A diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho assusta. Eles recebem até 30% mais para realizar as mesmas tarefas. Segundo o Fórum Econômico Mundial, as mulheres só terão igualdade neste campo em 2095. Algo parecido ainda acontece no mundo das startups. As mulheres fundam menos empresas, ocupam poucas posições de liderança e recebem menos investimentos.
Um estudo recente feito pela firma de investimento Female Founders Fund mostrou que apenas 8% das startups que receberam investimento no Vale do Silício no ano passado eram lideradas por mulheres. O percentual está 30% abaixo dos resultados do ano anterior.
Outro estudo, da Catalyst, mostra o fato mais contraditório: elas conseguem mais sucesso para as empresas: uma mulher fundadora aumenta em 50% a possibilidade de sucesso de uma startup. “Isso acontece porque as mulheres trazem pontos de vista diversos, que ajudam os negócios a crescer mais rápido. Ter mais mulheres empreendedoras e investidoras faz diferença”, diz Maria Rita Spina, diretora executiva da Anjos do Brasil, organização que reúne investidores-anjo.
Aos poucos, no entanto, as mulheres vão ocupando espaço no mercado de startups, como empreendedoras e investidoras, e provando que tecnologia é, sim, coisa de menina. “Elas estão cada vez mais se unindo para terem grupos com os mesmos interesses e aumentar suas motivações. Por isso, como investidora, eu faço um esforço para atrair mais mulheres para essa área”, diz Camila Farani, presidente do Gávea Angels e co-fundadora do grupo Mulheres Investidoras Anjo (MIA).Um dos resultados concretos dessa união de mulheres foi o investimento do grupo na startup 33/34, especializada em sapatos para mulheres com pés pequenos. Segundo Tania Luz, fundadora da startup, a aproximação com as investidoras facilitou o aporte. “Eu particularmente não vejo diferença entre receber investimento de homens ou mulheres. Eles, de modo geral, são mais voltados para resultado final e as investidoras entendem mais o caminho. Neste caso, foi mais simples porque as mulheres entenderam mais rapidamente meu modelo de negócio”, diz Tania, que tem também investidores na plataforma.O bom relacionamento com investidores homens também ajudou a consolidar a Trustvox, fundada por Tatiana Pezoa. “Tenho um board de investidores-anjo e todos são homens. E, por incrível que pareça, sempre tive muita facilidade com eles. Mas, o preconceito a gente sempre sente. A gente tem que estar sempre se provando. Todo santo dia. Meu pai me dizia que, pelo fato de ser mulher, as pessoas me avaliariam mais do que a um menino”, diz.O que foi simples para Tania e Tatiana não funcionou para Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, startup que auxilia na gestão de fazendas. Durante uma viagem ao Vale do Silício, Mariana participou de um evento de startups em que era a única mulher durante uma rodada de negócios. “Os investidores não paravam na minha mesa. Eles simplesmente pulavam para a próxima”, conta.Formada em administração, Mariana, 25 anos, é filha de produtores rurais e empreende desde 2011. No ano passado, ela foi selecionada entre mais de 500 pessoas para representar o Brasil como bolsista na Singularity University, centro de estudos da Nasa, no Vale do Silício.A empresa, que tem como sócios Raphael Pizzi e Thales Nicoleti, foi escolhida pelo Google para receber um investimento e participar do programa Launchpad Accelerator. “Eu já sofri muito com preconceito, principalmente no começo. É muito comum ser a única mulher nos eventos. E isso faz com que a gente sempre fique um pouco isolada. Não podemos deixar isso nos parar”, diz.Para ela, o caminho está em criar mais modelos femininos no ambiente de negócios. “É preciso que as mulheres que estão à frente de startups apareçam, contem suas histórias e que tenham mais eventos sobre o assunto. Isso começa com a gente mesmo, não podemos esperar que os outros mudem”, afirma Mariana.Criar modelos e escancarar o tema é a missão de Camila Achutti, fundadora e CTO da Ponte 21 e do curso de programação MasterTech. Formada em Ciências da Computação, Camila, 24 anos, assumiu a bandeira de convencer mulheres e crianças de que a programação não é um bicho de sete cabeças. “Mais de 60% das pessoas que participam do MasterTech são mulheres. A grande mudança foi simplesmente mudar o discurso. Não trabalhar a tecnologia como fim, mas como um meio de transformação”, diz Camila.Para ela, é hora de tratar meninas e meninos como iguais desde a escola. “A escola não trata igual meninas e meninos na aula de matemática, por exemplo. Acho incrível ter mulheres empreendedoras, mas se não tiver trabalho de base, no colégio e na graduação, não teremos o desenvolvimento que queremos”, afirma Camila.Fonte: Pequenas empresas e grandes negócios
Marcos Guglielmi também afirma que a prosperidade nos negócios independe da crise econômica
O empresário brasileiro tem a seu favor o famoso “jogo de cintura”, que muitas vezes é fundamental para a superação de impasses e seguir adiante com o negócio. Só que não basta ser flexível, mas acabar perdendo o foco. De acordo com o consultor Marcos Guglielmi, que vem dando palestras a empresários pelo país, pelo menos um terço do tempo útil de um empreendedor brasileiro é perdido com coisas irrelevantes, que acabam em improdutividade.
Para o consultor, que já exerceu os mais altos postos em gestão de negócios, atuando como executivo em multinacionais norte-americanas e europeias, “não adianta ter a melhor estratégia do mundo se você não a usa, mede, analisa e melhora”. A seguir, ele fala sobre os impasses de gestão entre os empreendedores nacionais e mostra como transformar em solução os problemas que vão surgindo no meio do caminho.Tem se tornado um lugar comum nos dias de hoje culpar a “crise” por uma série de problemas que muitas vezes poderiam ser solucionados com uma gestão mais eficiente. Como o senhor vê o atual momento da economia brasileira e até que ponto pode ser debitado à “crise” um desempenho negativo dos negócios?Marcos Guglielmi – A economia mais fraca é um fato que não podemos negar, pois os números não mentem e estão aí para mostrar que existe uma desaceleração brusca. Apesar disso, a crise não é a causa da maioria dos problemas enfrentados pelos empresários, principalmente o pequeno e o médio, que compõem a maioria das empresas no Brasil. Em palestra recente a vários destes empresários, muitos queriam culpar a crise. Perguntei então quantos deles estavam ganhando, de verdade, dinheiro antes da crise. Ninguém levantou a mão. Isso quer dizer algo muito comum: que de modo geral o empresário não está preparado para gerir seu próprio negócio e isso independe da economia. A mortalidade nos primeiros cinco anos das empresas sempre foi alta, não importando o período. É claro que a economia fraca piora o cenário, mas as causas sempre estiveram lá.Como o seu trabalho na Action CoacH pode ser definido, no sentido de estimular os empresários a um melhor desempenho?Guglielmi – Existem duas vertentes que são usadas na metodologia exclusiva da Action Coach para que haja melhor desempenho. A primeira é a parte de conhecimento em gestão. Por exemplo, detectamos que 93% (isso mesmo, noventa e três) das empresas com quem temos contato não sabem qual o seu lucro líquido. Isso é algo básico na gestão de qualquer negócio e precisa ser detectado e analisado, caso contrário erros graves de gestão poderão ser cometidos. Então numa parte atuamos no conhecimento em gestão. A segunda vertente é a do comportamento, que é trabalhado pela metodologia de Coaching Empresarial, já que conhecimento sem as atitudes corretas não levam o empresário ao desempenho necessário para atingir os resultados almejados. Em vários casos, o empresário até já tem conhecimentos bons em gestão, mas não os aplica. Muitas vezes a “crise” os paralisa como líderes, empreendedores e gestores. Isso tudo está ligado ao comportamento e precisa ser tratado. Só que isso é algo que não ocorre apenas na crise, mas sempre. Nós tratamos o empresário nesta questão também, que é até regularmente mais prioritária que a outra.O brasileiro é realmente um empreendedor nato?Guglielmi – Acredito que é natural do brasileiro ter um ótimo “jogo de cintura” que não tenho visto em outros países e isso ajuda muito a empreender. A nossa cultura ajuda desde cedo esse tipo de comportamento. Vejo também que somos flexíveis e isso contribui para encontrar soluções fáceis e rápidas para os desafios que aparecem. Só que tudo isso acaba indo na contramão de algo importante também para manter bem uma empresa, que é o foco. Muitas vezes temos que tratar a falta de foco e direcionamento. Só para se ter uma ideia, o empresário joga fora, todos os dias, em média, 33% de seu tempo em coisas irrelevantes. É uma improdutividade muito alta.Quais são os gargalos que o empresário brasileiro deve superar para obter mais rendimento e sucesso na gestão das empresas?Guglielmi – Existem três desafios principais em que o empresário (não apenas o brasileiro) esbarra quando busca obter melhor rendimento e sucesso. São eles: Tempo, Dinheiro e Equipe. Normalmente o empresário trabalha muitas horas e nem sempre vê o retorno financeiro proporcional ao trabalho realizado. Muitas vezes ele acaba se tornando escravo de sua própria empresa, porque tem mais um “trabalho” do que um negócio. Isso ocorre, na maioria dos casos, porque a equipe não tem alto desempenho, mas ele tem e acaba trabalhando pelos outros.Até que ponto a política econômica afeta a gestão das empresas no país?Guglielmi – A política econômica afeta a demanda das empresas de modo geral, mas a gestão não deveria ser tão afetada assim. Se a empresa tiver uma boa equipe de gestão, ela saberá contornar as questões econômicas. É como um capitão de um navio. Ele tem que saber navegar por mares calmos e na tempestade também.Como as ferramentas de coaching, mentoring e consultoria em gestão podem mudar o rumo de um negócio?Guglielmi – Tente imaginar um atleta olímpico sem um treinador (coach), mentor e consultor. É quase que impossível ele chegar ao seu máximo potencial sem este apoio. Da mesma forma, um empresário pode mudar e melhorar o rumo de sua empresa obtendo, através do coaching, motivação, foco, conhecimento, técnicas em gestão e alguns bons “puxões de orelha”. Nós os apoiamos tanto no conhecimento como no comportamento para chegar ao seu máximo desempenho.O que o empreendedor que pretenda abrir o primeiro negócio nos dias de hoje precisa saber para não fechar as portas com poucos meses de mercado?Guglielmi – Um mínimo de planejamento é necessário para iniciar um negócio. O ideal é fazer um plano de negócios. Infelizmente o brasileiro não tem o hábito de planejar, justamente porque tem muito “jogo de cintura”, que ajuda, mas não resolve. Planejar Vendas, Finanças, Marketing, Operações e Equipe são importantes para construir uma base sólida. Se a base não é sólida, qualquer vendaval derruba a “casa”.O franchising é uma boa opção de negócio em tempos difíceis?Guglielmi – O franchising sempre vai ser uma boa alternativa de negócio independentemente da época. Mas é preciso saber se você tem perfil para uma determinada rede de franquia. O fato de ser uma boa alternativa não quer dizer que é bom para você. Entenda bem o modelo de franquia e o que o franqueador oferece.A definição de uma estratégia de ação a médio e longo prazo é fundamental no planejamento empresarial?Guglielmi – Certamente. As estratégias fazem parte de qualquer bom planejamento, mas tão importante quanto uma boa estratégia é uma boa execução. Não adianta ter a melhor estratégia do mundo se você não a usa, mede, analisa e melhora. Nós temos no nosso nome a palavra “ação” (de action) justamente por causa disso. Ter boas estratégias não traz resultados. Ações concretas trazem. Outro ponto importante é que muitos empresários têm dúvidas em que ordem colocar as estratégias e as ações. Aí nós entramos para apoiá-lo e mostrar o caminho mais curto. O que o país precisa fazer para vencer as dificuldades econômicas e proporcionar um ambiente de crescimento empresarial?Guglielmi – O Brasil precisa equilibrar suas contas. Como numa empresa, ou numa família, ele não pode gastar mais do que arrecada, que é o que ocorre hoje. Nossos governantes precisam parar de jogar a sujeira para debaixo do tapete. Parar de culpar os outros por algo que é de responsabilidade deles em primeira instância, que é gerir bem a nossa economia. Quando isso ocorre, gera-se algo chamado credibilidade. Credibilidade gera segurança, que gera investimentos, que gera negócios. Somos um país privilegiado pela natureza. Não temos furacão, terremoto, maremoto, vulcão, etc. como vários outros. Só precisamos saber usar a maravilha que temos nas mãos.Fonte: Empreendedor
A fortuna de Jorge Paulo Lemann ultrapassou os R$ 100 bi, segundo a 'Forbes Brasil'
Jorge Paulo Lemann, 76, é o homem mais rico do Brasil pelo quarto ano seguido e também o que mais ganhou dinheiro no último ano.Segundo a revista "Forbes Brasil", seu patrimônio cresceu 23,76%: passou de R$ 83,7 bilhões, em 2015, para R$ 103,59 bilhões, em 2016 --um salto de R$ 19,89 bilhões. Até então, nenhum brasileiro havia rompido a marca dos R$ 100 bilhões, de acordo com a revista.O enriquecimento de Lemann representa um ganho de R$ 54,34 milhões por dia, ou R$ 2,26 milhões por hora em um ano, considerando um dia a mais em fevereiro. A revista calculou a variação do patrimônio no período de 12 meses anteriores a 15 de julho de 2016.Ex-jogador profissional de tênis, Lemann é sócio da empresa de investimentos 3G Capital Partners, que possui marcas como Budweiser, Burger King e Heinz. No Brasil, ele tem participação na Ambev, fabricante de cervejas como Brahma, Skol e Antarctica.
A maior parte de sua fortuna vem da participação na AB Inbev, maior grupo cervejeiro do mundo. Em outubro do ano passado, a empresa anunciou a compra da rival e vice-líder no mercado de cervejas SABMiller, por mais de US$ 100 bilhões. A conclusão do negócio ainda depende da aprovação de órgãos de concorrência pelo mundo.
Os sócios de Lemann na 3G Capital, Marcel Herrmann Telles, 66, e Carlos Alberto Sicupira, 66, também viram suas fortunas crescer em um ano, segundo a revista.
Telles, o terceiro mais rico do Brasil, aumentou seu patrimônio em R$ 6,43 bilhões, passando de R$ 42,26 bilhões, no ano passado, para R$ 48,69 bilhões, neste ano.Sicupira, o quarto no ranking dos bilionários brasileiros, ganhou R$ 6,23 bilhões. Sua fortuna, estimada em R$ 36,93 bilhões em 2014, subiu para R$ 43,16 bilhões em 2015.Fonte: UOL
Queda no faturamento faz rede de restaurante investir para exportar.
Especialistas, no entanto, alertam empreendedores sobre a iniciativa.
Unidade da Ofner em São Paulo (Foto: Divulgação)
Em meio à recessão da economia brasileira, que registrou seu sexto trimestre seguido de queda, empresas nacionais estão vendo – com carinho – no exterior uma chance de continuar faturando sem depender do mercado interno, saturado diante das altas taxas de desemprego e da crescente queda do poder de compra dos consumidores.Depois de ver suas vendas caírem e seu faturamento minguar mais de 20% de um ano para o outro, o empresário Fernando Perri, dono da rede Vivenda do Camarão, começou a diversificar suas receitas e levou seus restaurantes para Portugal.“Estamos fazendo projetos para driblar a crise interna de interna. Houve uma queda generalizada do consumo, com inflação e desemprego. É uma crise muito intensa e prolongada. Por mais que a gente faça promoções, marketing... o brasileiro está no limite do consumo. A crise tirou dinheiro do mercado. Nos últimos meses, minimizou, mas continua caindo.”
Daniel Miglorancia, diretor da Nutty Bavarian, e André Novaes, gerente de operações, nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)
Para internacionalizar seu negócio, cuja previsão é chegar a outros países europeus no próximo ano, foram investidos US$ 2 milhões na adaptação da linha de produção – uma exigência dos órgãos de saúde e vigilância sanitária do exterior para que os produtos possam ser vendidos legalmente.Segundo Perri, todos os restaurantes têm o mesmo visual do encontrado no Brasil, bem como os mesmos pratos. Tirando o nome, que mudou para “Shrimp House”, o empresário garante que o sabor é o mesmo, já que todos os restaurantes são abastecidos pela importação das refeições prontas.Os planos de expansão também incluem a Ásia, mais especificamente a China, que despertou interesse pelo “poder aquisitivo até 20 vezes maior do que o dos consumidores brasileiros”. “Estamos fechando parceria com a China. Só de expandir lá dentro, já ficamos muitos felizes. Ainda deve ser inaugurada neste ano”, disse. Nesse caso, segundo o empresário, os sabores dos pratos terão de ser adaptados à culinária asiática.Para Thierry Barrat, especialista em comércio exterior, a própria saturação do mercado brasileiro também é um dos motivos pela busca por novos horizontes. “Creio que o motivo principal é a mudança de mentalidade do empresário brasileiro, vendo a concorrência como global e não mais apenas local e principalmente, vendo o sucesso de algumas marcas fora”, disse Barrat, que também é CEO da empresa de consultoria Akangatu Internacional.Ainda que as vendas não tenham sido afetadas pela crise, algumas empresas optam pela internacionalização como uma saída para não depender das oscilações do mercado interno.
A confeitaria paulista Ofner, por exemplo, tem planos de chegar a Nova York em 2018. Os primeiros passos da marca serão a exportação de panetones e o desenvolvimento de parcerias com chefs internacionais.“Com a receita apoiada em diferentes economias, os riscos são minimizados em momentos adversos. Além disso, temos parte dos nossos custos atuais em dólares. Importamos matérias-primas e embalagens. A internacionalização também é um mecanismo para equilibrarmos a flutuação do câmbio”, disse Mário Costa Junior, diretor-executivo da marca.
Fernando Perri, presidente e fundador da Vivenda do Camarão (Foto: Divulgação)
A estratégia de internacionalização da marca começará pelos Estados Unidos. Neste ano, a meta da rede é analisar a reação do consumidor estrangeiro à receita brasileira e à marca do produto. “Em 2017, o plano é estender as exportações para outras categorias-ícones da Ofner. Com o mix difundido e consolidado, estaremos prontos para abertura da primeira loja internacional da Ofner em 2018”, afirmou.Segundo o diretor da rede de confeitarias, o foco da empresa será em cidades como Boston, Miami, Orlando e Los Angeles, porque concentram grande quantidade de brasileiros. “Muito em breve, nossa coxinha, pão de queijo e brigadeiro também estarão à disposição destes clientes”, disse o executivo.Outra empresa que está em processo de expansão internacional – nesse caso mesmo antes da crise – é a rede Nutty Bavarian, especializada em grãos torrados e glaceados. Neste ano, a empresa afirma que vai inaugurar mais três unidades nos Estados Unidos.De acordo Daniel Miglorancia, diretor da empresa e responsável pelo projeto de internacionalização, há planos para o futuro de franquear a marca para brasileiros que moram nos Estados Unidos e pensam em abrir um negócio próprio.Em 2015, de acordo com dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior, empresas de médio porte venderam para fora do país o volume de US$ 8,427 bilhões. Enquanto isso, as pequenas chegaram a exportar R$ 1,8 bilhão e as grandes, US$ 180 bilhões.Você está preparado?
A procura de empresários por mercados fora do país vem aumentando a cada ano, principalmente nos últimos meses, segundo o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). O número de acessos à ferramenta de diagnóstico que avalia o que falta para o empresário internacionalizar seu negócio, oferecida pelo Sebrae, aumentou 80% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior.“Falar de internacionalização há quatro anos seria quase chamar o empresário de louco, sair de um mercado interno aquecido...mas hoje vemos isso com bons olhos, é preciso diversificar os investimentos, a ‘cesta de ovos’”, disse o gerente do Sebrae São Paulo Gustavo Marques.A valorização do dólar em relação ao real também estimula o empreendedor a mirar em outros países, mas, conforme alerta o especialista, essa tendência tem de ser vista como oportunidade de negócio, não como o fator decisivo para quem quer ir para o exterior.
CautelaA internacionalização de empresas já pode ser considerada uma tendência, na avaliação dos especialistas, no entanto, a iniciativa nem sempre é uma certeza de sucesso. “Creio que veremos muitas marcas brasileiras desbravando mercados mundo afora, mas isso não significa que terão sucesso. Entrar em um mercado novo requer muito estudo, muita cautela e, principalmente, bons parceiros locais que possam ajudar no desenvolvimento dos negócios”, alertou Thierry Barrat.Entre os motivos que podem levar a empreitada ao fracasso, Barrat cita a falta de conhecimento do mercado local. “Conhecer bem o mercado é fundamental e, por esse motivo, muitos empresários focam em ter um sócio que entenda bem do mercado ou algum fraqueado máster já com experiência naquele mercado.Apesar dos entraves, o especialista lembra da questão legal, que pode beneficiar o empreendedor. “Muitos países já possuem leis bem claras para a regulamentação de franquias e em muitos casos essa lei protege muito o franqueado que acaba tendo garantias do retorno do investimento para determinado negócio, como nos EUA por exemplo que garante indenização caso o franqueado não atinja o faturamento esperado. Esse tipo de regulação em mercados já maduros facilita bastante o fluxo de negócios tornando o ambiente favorável.”Fonte: G1
O empresário Alexandre Dias Generoso, dono da oficina mecânica High Torque, em Belo Horizonte (MG), aumentou o faturamento do negócio em 40% depois que seus vídeos com dicas para manutenção de carros ficaram famosos no YouTube.
Depois de fazer fama na internet com os vídeos dos consertos de carros realizados em sua oficina mecânica, a High Torque, em Belo Horizonte (MG), o empresário Alexandre Dias Generoso, ou ADG, como é conhecido por seus seguidores, agora lança franquias da sua marca que custam a partir de R$ 420 mil.O valor inclui custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 90 mil, com lucro médio de R$ 18 mil. O retorno do investimento é previsto em até 36 meses. Os dados foram fornecidos pela empresa.As primeiras unidades franqueadas serão em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Natal e Londrina."O pessoal que acompanha os vídeos sempre perguntava sobre franquias, mas eu tinha medo de arriscar a reputação que consegui para a minha marca", diz ele.Sua opinião mudou no final de 2015, quando leu uma reportagem que falava sobre a falta de incentivo ao empreendedorismo no Brasil. "Resolvi pesquisar sobre franquias e vi que era possível estabelecer um padrão e manter a qualidade", afirma. Ele contratou uma consultoria para criar o novo modelo de negócio.Os primeiros franqueados são pessoas que acompanham seu programa "Por Dentro da Oficina", no canal High Torque, no YouTube. São quase 400 mil inscritos e cerca de 2,2 milhões de visualizações mensais. São entre dois e três vídeos por semana, que superam 50 mil acessos cada, segundo Generoso.
Espera para atendimento é de dois meses
A empresa foi fundada em 2005. Para virar franquia, passou por algumas mudanças: Generoso deixou de se dedicar à operação para cuidar da expansão, e o foco agora são consertos rápidos e revisões, para que os veículos não fiquem muito tempo parados na oficina."Adotei o novo modelo assim que a franquia foi estruturada, no começo do ano, e os resultados foram muito satisfatórios", declara. Hoje, há uma fila de espera de dois meses para ser atendido na High Torque, segundo o empresário."Os vídeos passam confiança, mostram a transparência do nosso trabalho. As pessoas não querem ser enganadas por mecânicos."Ele diz que, após as inaugurações, os vídeos serão gravados nas franquias. "Vai ser uma forma de divulgação", declara.
Há oportunidades no setor, mas qualidade é essencial
O segmento de oficinas mecânicas é pulverizado e não tem marcas fortes, de abrangência nacional, segundo o consultor especializado em franquias Luis Stockler, da BaStockler. "As pessoas têm receio de levar nas concessionárias por achar que vai ser mais caro", diz.O setor cresce mesmo na crise pois as pessoas querem manter seu patrimônio, afirma Stockler.Ele acha positivo o empresário se dedicar à expansão do negócio, desde que o serviço seja padronizado. "Ele é muito didático nos vídeos, o que cria uma boa reputação e ajuda a estabelecer um padrão de serviço e de atendimento."É possível ter bom lucro no segmento com a prestação de serviços, de acordo com Stockler, mas é necessário ter controle de custos, eficiência e qualidade na mão de obra, para não danificar os veículos "Se isso acontecer, pode comprometer a rentabilidade."Fonte: UOL
A Spacecom monitora cerca de 20 mil infratores, alguns deles presos pela Operação Lava-Jato
O sistema carcerário brasileiro permite que seus infratores não fiquem em presídios, por estarem em regime aberto, semiaberto, prisão domiciliar ou contemplados com saídas periódicas. Dependendo do caso, o criminoso não pode ultrapassar uma área determinada ou sair de casa à noite. Mas como saber se tais regras estão sendo cumpridas?
O uso da tornozeleira eletrônica é uma alternativa. A maior fabricante destes dispositivos no Brasil é uma empresa de Curitiba (PR): a Spacecom, que atualmente é responsável por 90% dos monitoramentos de presos realizados no país.
A Spacecom existe desde 2003. Foi criada pelo engenheiro de produção Sávio Bloomfield, 55 anos, e nasceu para criar soluções para operadoras de telefonia, como a criação de serviços de VoIP, que permite fazer ligações usando a internet, e atendentes eletrônicas.Em 2008, a empresa entrou oficialmente no mercado de tornozeleiras. “Percebemos que o produto poderia contribuir para a melhora do sistema prisional brasileiro. Com ele, evitamos a superlotação. Também fazemos com que autores de crimes leves não se misturem com criminosos graves e sejam influenciados por eles”, diz Bloomfield. A empresa foi uma das primeiras a oferecer o serviço no país.Por dois anos, a Spacecom apresentou a tecnologia a secretarias estaduais de segurança de todo o país. Enfrentou certa resistência a princípio. “As pessoas não conheciam a solução e duvidavam dela. Então fazíamos várias apresentações para mostrar a tornozeleira funcionando e provar que o dispositivo era eficaz”, afirma o criador da empresa. O primeiro estado a contratar a Spacecom foi São Paulo, em 2010.As tornozeleiras da empresa são conectadas a um centro de monitoramento em Curitiba. Caso o prisioneiro ultrapasse o perímetro em que deve ficar ou esteja fora de casa em um determinado horário – ou a qualquer momento, em caso de prisão domiciliar – a Spacecom é notificada e informa as autoridades competentes.Segundo Bloomfield, as tornozeleiras também informam a central de monitoramento em caso de rompimento do dispositivo. O mesmo acontece se o equipamento desligar por alguma razão. Além disso, retirar a tornozeleira sem abri-la é impossível. “Nunca houve nenhuma fuga causada por uma falha da tornozeleira ou da nossa central.”Atualmente, a Spacecom monitora 20 mil presos em 16 estados. Todas as vendas da Spacecom são feitas por meio de licitações, sendo que a maioria é realizada na esfera estadual. A exceção é o acordo que a empresa tem com a Polícia Federal da região Sul do país – exatamente o órgão responsável pela Operação Lava-Jato, responsável pela investigação e prisão de envolvidos em casos de corrupção.Desde que a Lava-Jato começou a atuar, alguns detentos usaram as tornozeleiras. O usuário mais recente da tecnologia foi o pecuarista José Carlos Bumlai, que, por motivos de saúde, está em prisão domiciliar desde março. No entanto, quando perguntado sobre o número de prisioneiros da Lava-Jato que usam suas tornozeleiras, Bloomfield afirma que não sabe quem são os usuários. “Não sei o nome de ninguém, seja dos presos da Polícia Federal ou seja de qualquer estado que use a nossa tecnologia.”De acordo com o empreendedor, a Lava-Jato não fez com que a receita da Spacecom disparasse, mas deu mais visibilidade à empresa. “Nós negociamos com vários estados desde 2008. Somos conhecidos por eles desde antes da operação. Mas conforme a operação da Polícia Federal foi avançando, o nome da empresa se tornou mais conhecido das pessoas”, afirma Bloomfield.A Spacecom não revela seu faturamento. No entanto, Bloomfield diz que as metas são oferecer seus serviços a mais estados brasileiros e firmar contratos no exterior. “Estamos em fase de negociação com países da América Latina.”Fonte: Pequenas empresas e grandes negócios