É hora de dar um tempo nas redes sociais?

Jaron Lanier, um dos idealizadores da realidade virtual e que ajudou na expansão da internet, fala ao G1 sobre o livro 'Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais'

Durante a leitura de uma passagem de "Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais" me dominou um pensamento de milésimos de segundo que poderia ser traduzido assim: "Puxa, esse trecho vale um bom post no Twitter ou no Facebook!". Outros milésimos depois, claro, me dei conta da flagrante contradição entre esse impulso e o tema do livro. Algo como: "É, me pegaram".

O foco de "Dez argumentos" é justamente o bombardeio constante das redes sociais nas nossas vidas e como isso está mudando a nossa cabeça - para pior, na visão do autor Jaron Lanier.

O cientista da computação de 58 anos é um dos idealizadores da realidade virtual e trabalhou no aperfeiçoamento das redes da internet no final dos anos 1990, entre outras credenciais que o tornam uma lenda no Vale do Silício. O norte-americano é visto frequentemente com suas tranças rastafári na TV para falar sobre presente, futuro e tecnologia.

O livro saiu em maio nos EUA e ganhou recentemente uma edição brasileira. Essa espécie de manifesto apareceu em um momento delicado para o Facebook: 2018 foi o pior ano para a imagem da rede após uma série de escândalos de vazamento ou entrega deliberada de dados privados dos usuários, críticas a ações consideradas tímidas contra a disseminação das fake news e até a revelação de planos da empresa de investigar seus críticos.

Nas cerca de 150 páginas do livro, Lanier se interessa mais em explorar os efeitos sobre a saúde mental de quem olha as notificações várias vezes ao dia. Por exemplo, é saudável checar ansiosamente quantos corações você ganhou com aquela selfie ou se aquele textão seu teve um número decente de likes? Faz bem esse jogo de avaliar o seu sucesso pessoal pela métrica do seu perfil no Face, Twitter ou Insta?

É um vício?

A comparação das redes sociais com o potencial viciante do cigarro e o quanto pode fazer mal à saude tem ganhado espaço, e o escritor concorda com ela, até certo ponto. "Antes era permitido fumar em locais fechados e agora não é mais. De fato, muitas pessoas estão vivas por causa dessa diferença de percepção sobre os males do cigarro entre as épocas", afirmou, em entrevista por telefone ao G1.

"Mas, de um ponto de vista técnico, o uso constante de redes sociais tem mais a ver com o vício em jogos, apostas. Ambos são vícios comportamentais e é mais difícil de se livrar deles porque, para ocorrer alguma mudança, você claramente precisa confrontar o seu próprio comportamento."

Lanier também ressalta como um ajuste aqui e outro ali nos algoritmos podem alterar o humor de uma pessoa. "Pesquisas do próprio Facebook mostram que determinar quais posts aparecem na timeline tem o poder de jogar o ânimo dos usuários para baixo - e sem eles perceberem que isso está acontecendo. É consenso na ciência que você não consegue estar inteiramente a par do que essas ferramentas fazem para os seus processos mentais".

O problema é que é cumulativo, diz o autor.

"Se você ficasse triste uma vez ou outra não seria tão ruim. Mas isso acontece constantemente e, gradualmente, isso se torna o que dá cor ao seu mundo. Com o passar do tempo há um efeito que se nota. Mas muitas pessoas não estão percebendo agora o que está acontecendo com elas".

O processo

Lanier explica que a gangorra emocional (uma hora posts que te deixam feliz, outra hora, com raiva) é uma forma de aumentar o "engajamento" (ou vício) do usuário nas redes sociais.

Outro elemento no processo é a elevação dos níveis de dopamina, um neurotransmissor ligado ao prazer, por causa de likes e interações.

E aí entra a aleatoriedade: dá para fazer uma ideia, mas não se sabe exatamente quando você vai receber os likes de recompensa (o famoso "biscoito", como a internet brasileira refraseou) e em que quantidade. Seu cerébro, no entanto, tenta encontrar um padrão de funcionamento desse processo. É aí que o escritor afirma que você está tentando se ajustar a uma ilusão.

E tudo isso, descreve o cientista da computação, está a serviço de tentar descobrir em qual estado emocional o usuário tende a clicar nos anúncios nas redes. E, quem sabe, comprar.

Jaron Lanier, autor de 'Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais' — Foto: Divulgação

Jaron Lanier, autor de 'Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais'

Lanier adota um tom bem informal durante o livro, de "conversa", em que lembra diversas vezes que não quer dar lições de moral e é somente o leitor quem pode mudar a própria vida.

"Eu aponto argumentos para deletar seus perfis nas redes sociais, mas eu na verdade não digo que você deve fazer isso. Só você pode saber o que é o melhor para sua vida. Eu não estou fingindo saber isso. Não sou pai nem juiz de ninguém", escreve.

"Mas eu acho que é preciso experimentar passar um tempo fora das redes sociais para descobrir se isso faz uma diferença na sua vida. Pesquisas dizem que pessoas que apagam seus perfis se tornam mais felizes, mais produtivas, saudáveis e menos solitárias."

Faça o que eu digo...

Atualmente Lanier trabalha numa área de pesquisa da Microsoft que passa por física, matemática, economia e, claro, realidade virtual. Mas, afinal, não é suspeito alguém da Microsoft disparando contra outros gigantes do Vale do Silício, que são de alguma forma rivais?

"Quando eu atuo como um escritor diante do público eu não estou representando a Microsoft. Aliás, eu tenho uma carta deles que me permite criticar a empresa se considero apropriado. E, na verdade, falo algumas coisas que horrorizam as pessoas de lá [risos]."

Lanier, obviamente, não tem perfil no Facebook, Twitter e Instagram ou outros. E como alguém que não está no dia a dia vivendo as redes sociais pode ter uma real dimensão de seus efeitos?

"Eu conheço a maioria das pessoas que estão nessas empresas, desde quando elas estavam começando. Sou parte desse mundo. Fiz parte de tudo isso no começo [se refere ao Vale do Silício], então falo por ter uma experiência direta. Imagine alguém que trabalhou com apostas ou num cassino. Ela conhece todos os truques para deixar as pessoas viciadas e, de repente, começa a achar tudo isso terrível e resolve escrever um livro. É o relato de alguém que conhece o funcionamento de dentro."


Você conhece a Economia Compartilhada?

Você-conhece-a-Economia-Compartilhada

Modelos de negócios inovadores, sustentáveis e que guardam o princípio do consumo colaborativo são a base da chamada Economia Compartilhada. Uma tendência que existe desde que o mundo é mundo, quando os negócios e acordos eram feitos por meio de trocas, empréstimos de bens e sua garantia era estabelecida na confiança. A possibilidade de gerar conexões, promover interatividade e diminuir fronteiras e barreiras são características do uso que fazemos da internet e aplicativos. Empreendedores ao redor do mundo identificaram oportunidades de alinhar tecnologia e facilitar o intermédio de negócios, serviços e ainda movimentar bilhões.Você provavelmente já usou um Uber ou conhece alguém que se hospedou facilmente em outro país pelo Airbnb. Citamos apenas duas startups que se caracterizam como um modelo disruptivo de negócio e usam bases tecnológicas em favor da colaboração mútua. Numa entrevista a Conexão UNOPAM a professora da FGV, Rossana Pavaneli, explica mais detalhes sobre a Economia Compartilhada e suas características principais.

Economia Compartilhada tem 3 modelos distintos e complementares

Em artigo no blog Consumo Colaborativo são citados 3 tipos possíveis de sistemas na atual economia compartilhada, segundo a especialista Rachel Botsman.
  1. Mercados de redistribuição: ocorre quando um item usado passa de um local onde ele não é mais necessário para onde ele é. Baseia-se no princípio do “reduza, re-use, recicle, repare e redistribua”.
  2. Lifestyles colaborativos: baseia-se no compartilhamento de recursos, tais como dinheiro, habilidades e tempo.
  3. Sistemas de produtos e serviços: ocorre quando o consumidor paga pelo benefício do produto e não pelo produto em si.
Em todos esses modelos o compartilhamento de informação é constante e agrega mais valor a qualquer tipo de negócio. Empresas maiores como a Natura, promove rodas de negócio convidando especialistas em diversas áreas e consumidores também para juntos pensarem e até desenvolverem novas soluções para a empresa. Essa é uma atitude que vem aproximando as pessoas das grandes corporações que se adaptam as tendências de negócios da economia colaborativa e ainda a humanização das marcas nas redes sociais. Aproveitar essa visão e disposição que as pessoas tem em ajudar será uma estratégia que os gestores desenvolveram para levarem suas empresas a um patamar de rentabilidade, sustentabilidade e ainda aumentar o reconhecimento e a percepção positiva da marca aos seus possíveis clientes.

Observe a próxima geração

Não foram apenas os consumidores que mudaram seus hábitos de compra, cada dia mais as transações comerciais são feitas online, buscamos todo tipo de informação no Google, não é mesmo? A mentalidade de cada nova geração se altera e atualmente para um negócio se manter no mercado ele sabe que as pessoas com poder de compra estão conectadas e com informação a apenas um clique. Mas, o que exatamente observar a próxima geração tem a ver com a gestão da minha empresa? Basicamente tudo, considerando que além de futuros compradores serão futuros funcionários e até mesmo donos do seu próprio negócio. Os chamados Millennials são caracterizados como a geração que quer mudar o mundo, que se preocupam cada vez mais com o bem estar social e ambiental, já nasceram conectados e são extremamente questionadores.Prepare-se para aprender a conversar com eles e acostume-se a dividir a atenção com os atrativos do smartphone.Fonte: FGV

5 formas de interação ente marcas e clientes

Confira algumas possibilidades de interação criadas pelas mídias sociais que ajudam a aproximar as marcas de seus clientes

 Mais do que estar no centro das relações digitais estabelecidas entre as pessoas ao redor do mundo, pode-se afirmar, sem hesitações, que as mídias sociais mudaram para sempre a vida dos usuários da rede mundial de computadores.Além de unir, por meio de redes sociais, comunidades de pessoas que compartilham de um mesmo interesse sem estabelecer limites de fronteiras, a social media também derrubou o muro que separa empresas de pessoas, permitindo uma interação sem precedentes entre marcas e clientes. É nesse ambiente que as empresas se aproximam dos seus consumidores, conhecem seus perfis de compra e aprendem com suas preferências e reclamações.No final, essa relação traz vantagens para os dois lados: as marcas entendem melhor as necessidades dos seus consumidores, enquanto estes recebem um tratamento mais alinhado com suas expectativas.Confira abaixo cinco possibilidades de interação criadas pelas mídias sociais que ajudam a aproximar as marcas de seus clientes:1. Perfil social da marcaEstar presente nas mídias sociais é ser visto, ser encontrado e ser lembrado. Para tanto, é preciso manter um perfil próprio, que dê um rosto à pessoa. O mesmo raciocínio se aplica para as marcas. “Ter um perfil permite que a marca construa um relacionamento com os seus clientes, por meio do conteúdo, respostas e estímulo à conversa”, afirma Ana Maria Bicca, Social Media Coordinator da Cadastra, agência de marketing digital full service. Segundo ela, é na mídia social que a marca participa do cotidiano dos seus seguidores, além de contar com a vantagem de ter o feedback direto do seu público para redefinir estratégias. Mas atenção: perfil não atualizado é perfil esquecido. “Não basta estar ali, é preciso ser ativo, produzir conteúdo e interagir com o público. O conteúdo é importante para contextualizar os valores, identidade e posicionamento da marca”, conclui.2. Parceria com influenciadoresA relação com influenciadores digitais abre uma nova frente no universo de estratégias de marketing na mídia social. Com ela, as marcas se comunicam com seu público-alvo por meio de ações junto a personalidades que detêm a atenção e a credibilidade de sua audiência. “As pessoas frequentam as mídias sociais para navegar em universos que façam sentido para suas vidas, buscando conteúdos que agreguem profissionalmente e também para o dia-a-dia delas. Nesse ambiente, os influenciadores são aqueles que criam conteúdo relevante e acessível. A vantagem para uma marca usar um influenciador na sua comunicação é estar inserida dentro desse conteúdo relevante”, afirma Gian Barbera, que é sócio da iFruit, agência pioneira do ramo de digital influencers. Barbera conta que, frente à demanda de grandes marcas por parcerias em mídias sociais, a iFruit decidiu fechar seu próprio casting interno de influenciadores para oferecer para o mercado.3. Análise de comportamentoAs mídias sociais também são um verdadeiro banco de dados a céu aberto. Além das informações fornecidas para a criação de um perfil, os usuários deixam rastros por meio de postagens, curtidas, compartilhamentos e outras interações que permitem analisar seus hábitos de consumo e programar ações de marketing personalizadas. “O crescimento de aplicações Big Data abre caminho para o desenvolvimento de soluções cada vez mais inteligentes e efetivas para se aproximar do consumidor”, afirma Bruno Gianelli, sócio-diretor da Betalabs, empresa especializada em plataforma de gestão para o comércio eletrônico. Exemplo disso são as notificações de push por navegador ou aplicativo. Essa tendência tem se consolidado diante de um número crescente de sites e apps que disponibilizam o envio de notícias ou novidades sobre produtos para toda sua base de usuários, de acordo com o especialista.4. Posts patrocinadosUma estratégia de marketing fundamental para uma marca atingir seu público, e, mais que isso, atrair nova clientela, são os posts patrocinados nas mídias sociais. “O conteúdo patrocinado é fundamental para a marca alcançar um público específico para seu segmento. Através de campanhas patrocinadas, conseguimos definir o raio de alcance da divulgação, além de faixa etária, sexo, dentre outros filtros finos para geração de novas ações”, diz Thiago Regis, diretor de novos negócios da agência de marketing digital Pílula Criativa. Ele reforça que, no caso de empresas de pequeno e médio porte, é estratégico investir em publiposts, conteúdos compartilhados em outros perfis e campanhas patrocinadas.5. Relacionamento e Customer ExperienceAlém de ser um espaço para produção e divulgação de conteúdo, a mídia social também é um canal ideal de relacionamento com o cliente. Pelo conceito de Customer Experience, não basta apenas vender um bom produto para agradar o consumidor, mas oferecer uma experiência que vá além da venda para que ele se lembre da marca e siga se relacionando com ela. De acordo com a Mutant, empresa brasileira com foco em Customer Experience, para se comunicar com o cliente, a marca precisa conhecer o seus hábitos e suas necessidades, além de acompanhá-lo fora do ambiente de compras. As redes sociais criam essa oportunidade de contato que amplia a experiência do usuário. Esse relacionamento impacta no nível de satisfação do cliente, gerando engajamento e fidelidade com a marca.Fonte: Empreendedor

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