Por: Arthur RosaComerciantes e credenciadoras de cartões estão em lados opostos nos tribunais para discutir quem deve suportar os prejuízos gerados por fraudes no comércio eletrônico. Apesar de constar nos contratos que a conta deve ficar com os lojistas, tribunais estaduais têm entendido que as credenciadoras, que autorizam as vendas, não podem se furtar de assumir os riscos inerentes ao negócio.O grande volume de compras não reconhecidas é um dos principais motivos para o fechamento de lojas on-line no país. Só em 2014 foram R$ 500 milhões em prejuízos, de acordo com estimativa da Serasa Experian.Em recente decisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve sentença que considerou abusivas cláusulas contratuais e condenou a Redecard (atual Rede) a pagar R$ 53,7 mil a um lojista, referentes a compras não reconhecidas por um titular de cartão.O relator do caso na 11ª Câmara Extraordinária de Direito Privado, desembargador Felipe Ferreira, considerou que as vendas foram autorizadas e não havia justificativa para serem recusadas pelo lojista. “A recorrente [Redecard] não nega ter autorizado a venda, de modo que se mostra incabível a posterior recusa de pagamento e a tentativa de classificar a conduta da comerciante como desidiosa”, diz o magistrado no acórdão.Em sua defesa, a Redecard alegou que a loja tinha condições de evitar as transações irregulares. E deveria ter desconfiado de um aumento abrupto de faturamento. As compras, de quase R$ 60 mil, foram realizadas por uma única pessoa, em um curto espaço de tempo.A credenciadora argumentou ainda que as cláusulas sobre o chamado “chargeback” – procedimento adotado quando uma compra não é reconhecida pelo titular – foram estabelecidas para a proteção do mercado de cartões.Porém, para o desembargador Francisco Giaquinto, relator de um outro processo, julgado pela 13ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP, deve ser aplicado a esses casos a teoria do risco da atividade, prevista no artigo 927 do Código Civil. “Ao prestarem serviços auferindo lucros e vantagens, os fornecedores assumem o risco inerente à sua atividade”, afirma o magistrado na decisão, que negou provimento a recurso da Cielo.Para a advogada Elisa Mombelli, especialista em direito digital e sócia do Assis e Mendes, a conta deve ficar mesmo com as credenciadoras. “As atividades de concessão de crédito e de processamento de pagamentos são de risco. Portanto, os riscos envolvidos nessas operações devem ser assumidos por quem autoriza as transações, e não pelos lojistas”, diz.Há também precedentes a favor das credenciadoras. Decisões que determinam simplesmente o cumprimento dos contratos ou que levaram em consideração o fato de os lojistas terem sido negligentes, autorizando vendas com cadastros incompletos ou sem checar dados fornecidos por compradores.Em um dos casos, a 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) considerou que, mesmo diante de forte suspeita de ocorrência de fraude, o lojista “ainda assim optou por concretizar as vendas, ou seja, assumiu o risco, pois o fato de ter informado à demandada [Cielo] sobre sua suspeita, por si só, não a exime do cumprimento contratual”.“A tese das credenciadoras é exatamente essa, de que a averiguação das informações transmitidas no ambiente virtual do estabelecimento comercial deve ser feita pelo próprio lojista”, afirma o advogado Adriano Boschi Melo, do escritório Pires & Gonçalves Advogados Associados, que representa a Cielo.Por nota, a Cielo esclareceu que “segue as regras determinadas pelas bandeiras – responsáveis pela organização e pelo estabelecimento das normas que regem as operações dos participantes da indústria de meios de pagamento no mundo”. E que “investe constantemente e cada vez mais em inovação e tecnologia”.Já a Rede informou que “o mercado de credenciamento de lojistas para o recebimento de cartões é regulado por leis, contratos e normas das bandeiras”. E que “o estabelecimento é responsável pelo não reconhecimento de compras com cartões realizadas em seu site. É importante destacar que essa condição consta do contrato e é de conhecimento do lojista”.
Entre os autônomos, o crescimento foi de 5,7% e tem a participação das MPEs
José Laerte Tomaz decidiu customizar calçados e, em um ano, o volume de serviço dobrou Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS
O número de empresas que fecharam as portas em Joinville no primeiro semestre deste ano cresceu 35,5% na comparação com o mesmo período de 2014. Os dados são do setor de fiscalização de tributos da Secretaria da Fazenda do Estado e incluem comércio, serviço e indústria. Conforme o levantamento, houve 569 baixas de janeiro a junho.Contudo, entre os autônomos, o crescimento verificado foi de 5,7% e tem a participação de muitas micro e pequenas empresas, as MPEs. De acordo com Célio Valcanaia, vice-presidente de comunicação, comercial e de relacionamento da Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme), as MPEs sentem a crise econômica de forma diferente das corporações maiores.– Enquanto a maioria das grandes empresas tem reservas de caixa para se manterem em tempos de crise, muitas MPEs não possuem essa disponibilidade. Elas apresentam fragilidades, como a dependência de grandes empresas ou a dificuldade de obter financiamento – afirma.Para Valcanaia, o momento exige atenção redobrada no que se refere à administração do caixa, com cortes de gastos e prudência na tomada de decisões.A especialista em gestão de MPEs da consultoria global Hay Group, Lucimar Carvalho, destaca a importância de se investir na eficiência da gestão e não descuidar da equipe.Em pequenas empresas, especialmente as familiares, Lucimar destaca que o fluxo da comunicação tende a passar por um processo mais demorado, o que prejudica a eficiência. Segundo ela, nas corporações com estrutura mais enxuta, os processos nem sempre são bem definidos e o mesmo profissional acumula tarefas de outras áreas, por não estar claro a ele e ao gestor qual é a atribuição de cada um.Valor do profissionalQuando o assunto é remuneração, a consultora recomenda avaliar o valor que o profissional tem para aquela companhia.– Em vez de buscar informações no mercado, olhe primeiro para a estrutura organizacional e avalie quanto está valendo aquele profissional dentro de sua empresa. É uma atividade mais processual? Está na linha de frente de resultado? Pois um cargo financeiro em um banco tem peso diferente do que em uma empresa de serviços – afirma.Lucimar percebe também uma evolução na gestão das pequenas e médias empresas no Brasil após a crise mundial de 2008 e 2009, quando teve início o movimento de olhar para pessoas e processos, buscando ter áreas enxutas, funcionários de melhor desempenho, menos burocracia e indicadores voltados para a área de negócio.DICAS IMPORTANTES- Procure administrar meticulosamente o caixa.
- Corte os custos desnecessários.
- Busque fontes mais baratas e alternativas de financiamento, como as cooperativas de crédito, por exemplo.
- Tenha prudência nas tomadas de decisões.
- Construa alguns cenários.
- Lembre-se que a crise também pode trazer algumas oportunidades.
- Faça parcerias com os clientes atuais.SOCIAL EM CASALinei Pizzato se define como uma consumista nata, mas é também uma mulher determinada. A consultora em segurança tem dois filhos e percebeu que as contas estão apertadas neste ano. O jeito foi se adaptar.Ela até pensou em comprar uma bota nova para o rodeio e desistiu. Preferiu reformar a que havia comprado no ano passado e aproveitou para levar outros calçados para o conserto.Os hábitos também mudaram. Deixou para trás restaurantes e marmitas e foi para a cozinha. Corridas de táxi foram substituídas pelo ônibus, e até o lazer da filha de 15 anos se adaptou aos novos tempos.No lugar de dar dinheiro para sair com os amigos todo final de semana, agora são eles que vão para casa de Linei. A consultora oferece o refrigerante e cada um contribui com R$ 10 para pedir a pizza por telefone.– Com menos dinheiro, agora ficamos mais tempo juntos – diz Linei.SAPATOS PERSONALIZADOSCiente de que muitas profissionais trabalham em ambientes onde precisam variar o sapato de salto alto, Nair Tomaz, 65 anos, fez um estoque de enfeites com brilho e detalhes que dão sofisticação ao calçado, parecendo que nem são os mesmos. Ela também pinta, muda a forração, tudo que envolve a customização. E tem clientela para isso. Afinal, a pintura pode mudar completamente o sapato por cerca de R$ 30.– A crise é a melhor coisa para reciclar – diz Nair, com bom humor e disposição.Ela e o marido, José Laerte Tomaz, 58, trabalham juntos há três décadas e, nos últimos seis anos, os dois mantêm a Sapataria Cegonha, no bairro Iririú. José Laerte diz que nem pensa em crise, pois ele e a mulher trabalham diariamente das 8 às 22 horas e estão lotados de serviço por duas semanas seguidas. Neste inverno, o volume de serviço dobrou em relação a 2014, e eles sabem que é por causa da crise.– Até capa de botijão de gás o pessoal está reformando – revela Nair.HORA DE VIRAR O JOGONo ano passado, o empresário do ramo de confecção de moda praia Rodrigo João Serafim percebeu a aproximação da crise e decidiu fortalecer o negócio. Investiu perto de R$ 15 mil em consultoria para desenvolver uma nova identidade visual para a indústria de pequeno porte.Também fortaleceu a área comercial da empresa, além de melhorar a gestão financeira e identificar um novo nicho de atuação, passando a fornecer para indústrias como Malwee e Marisol. O resultado foi garantido. Neste primeiro semestre, o faturamento subiu 25%.A empresa Maria Luiza Beach Wear existe há 20 anos, fundada pelos pais de Rodrigo. Ele está no negócio há 11 anos. Durante todo esse tempo, admite que boa parte do conhecimento de gestão foi adquirida na prática. Ao mudar o jogo, Rodrigo está conseguindo fazer a empresa crescer mesmo em meio à crise.
SEM MEDO DE EMPREENDER
Há quatro anos, Rodolpho Menezes Malta prepara o projeto de se tornar um empreendedor. O sonho começou a se transformar em realidade em maio último, quando ele deixou o emprego e passou a viver da consultoria contábil, ao mesmo tempo em que conclui as últimas etapas do plano de negócio.O projeto solo foi dividido em três partes: a técnica, a de networking e a financeira. Com formação na área contábil e 15 anos de experiência, Rodolpho sente-se seguro para oferecer seus serviços de consultoria focada em pequenas e médias empresas. Para o fortalecimento do networking, cultivou relacionamentos ao longo da carreira.A última, considerada a mais difícil para muitos, exigiu de Rodolpho muita disciplina. Para levantar o capital necessário, adequou os gastos a um patamar de consumo menor e conseguiu economizar mês a mês 40% do salário.– Não tenho dívidas – afirma o empreendedor que, aos 32 anos, começa uma nova vida ao lado da esposa e da carreira que construiu um pouco todos os dias.
Qual é o seu objetivo? Quer trabalhar na Amazon? Apple? Ou montar seu próprio negócio
Com em torno de 13 mil escolas de pós-graduação de negócios em todo o mundo, o MBA tornou-se claramente uma mercadoria. Então como você faz para escolher o melhor curso? Qual a diferença entre as instituições classificadas em sexta e sétima posição nos rankings da The Economist, Businessweek ou Financial Times? Quais as universidades preferidas dos recrutadores?A fim de resolver essas dúvidas, o jornal The New York Times entrevistou recrutadores das empresas mais desejadas para se trabalhar para descobrir quais são as melhores empresas para cada setor e objetivo de carreira.Veja as oito instituições de ensino citadas:Se você quer: trabalhar na Amazon
Instituição: Ross School of Business (Universidade de Michigan)
A empresa contrata regularmente mais pessoas das 10 melhores escolas de negócios do que as grandes empresas de Wall Street. E sua demanda está crescendo: em 2014, a Amazon contratou 40% mais de MBAs do que em 2013.O grande destaque vai para a Ross School of Business. O gigante do e-commerce contratou 27 alunos de Michigan no ano passado e 37 nos dois anos anteriores. Segundo o e vice-presidente da Amazon Marketplace, Peter Faricy, formado em Ross em 1995, que enquanto os graduados Ross tem traços comuns à maioria dos MBAs, como capacidade analítica e habilidades de resolução de problemas, algumas ofertas relacionadas ao currículo são particularmente adequadas para a empresa.O curso, por exemplo, leva os alunos a campo para resolver um problema de uma empresa patrocinadora. No ano passado, a Amazon foi usada como case para três grupos.Se você quiser: trabalhar na McKinsey & Company
Instituição: Kellogg School of Management (Northwestern)
Conseguir uma vaga na concorrida empresa de consultoria McKinsey é algo bem difícil, mas os graduados na Kellogg School of Management já estão um passo à frente. No ano passado, 35% dos contratados eram da instituição, contra 23% de Harvard e 16% de Stanford. Ao longo dos últimos cinco anos, 215 graduados da Kellogg passaram pela McKinsey & Company.Elizabeth Ziegler, diretora associado de programas de MBA na Kellogg e ex-sócia da McKinsey, diz que as empresas de consultoria olhar para duas coisas específicas dos graduados: um dom natural para a construção de relações de confiança e habilidades para resolver problemas.Se você quer: trabalhar na Apple
Instituição: Fuqua School of Business (Duke)
O Vale do Silício não é repleto de empresários com diploma de MBA, afinal de contas, não é preciso um diploma de pós-graduação para ter uma brilhante ideia na sua garagem. O fundador da Apple, Steve Jobs, por exemplo, não terminou a faculdade e era conhecido por desprezar consultores de gestão e investimentos.No entanto, a empresa, que uma vez foi símbolo da contracultura tecnológica, passou por uma revolução. Dois dos 10 principais executivos da Apple vêm de Fuqua School of Business: o CEO, Tim Cook, e o vice-presidente sênior de operações, Jeff Williams.Além disso, a empresa contratou 32 graduados Fuqua ao longo dos últimos cinco anos, além de fornecer 42 estágios para estudantes de Duke.Se você quer: trabalhar na Procter & Gamble
Instituição: Kelley School of Business (Universidade de Indiana)
Se quem faz MBA pensa em trabalhar empresas de consultoria, gigantes da tecnologia ou private equity, os alunos da Kelley podem encontrar no futuro uma vaga na centenária Procter & Gamble.A P&G e a universidade têm uma forte ligação. A escola é a maior fonte de gerentes de marca: 172 pessoas; um deles é o GBO (Global Brand Officer) da marca, Marc S. Pritchard.A conexão entre as duas começou quando a empresa formou um projeto de pesquisa conjunta com o Dr. Joseph Mühler na Universidade de Indiana para desenvolver e testar uma nova pasta de dentes com flúor.Se você quer: abrir a sua própria empresa
Instituição: Harvard Business School
Os recursos que a Harvard tem dedicado às suas ofertas empresariais nos últimos anos estão começando a mostrar resultados reais. A escola oferece 33 cursos de graduação de nível de empreendedorismo, com o segundo maior número de professores dedicados a finanças.Mas seu esforço vai muito além da sala de aula. A universidade faz competições anuais para premiar New Ventures e auxilia os graduados que estão buscando novos empreendimentos com reduções de empréstimo de US$ 10 mil a US$ 20 mil. Só no ano passado, 21 estudantes empreendedores receberam mais de US$ 325 mil por meio do programa.Se você quer: trabalhar em Private Equity
Instituição: Stanford Graduate School of Business
As empresas de private equity têm os trabalhos mais lucrativos para MBAs, mas ainda assim, as vagas são concorridas. Enquanto as escolas da Costa Leste pareçam uma escolha óbvia, dada a sua proximidade com Wall Street, o private equity não está vinculado a Nova York na forma de banco de investimento.Por contra disso, a Universidade de Stanford conseguiu se destacar na área. O sucesso dos seus diplomados em empregos cobiçados de private equity provou que a instituição é mais do que apenas um campo de recrutamento para a indústria de tecnologia da Califórnia.Em 2014, Stanford colocou 12% dos seus diplomados em trabalhos de private equity, uma porcentagem maior do que Wharton da Universidade da Pensilvânia (8,5%), Booth, da Universidade de Chicago (5,1%) e Columbia (2,4%), ficando atrás somente de Harvard (13%).Segundo Madhav V. Rajan, o reitor em exercício, a longa herança de Stanford em ensinar aos estudantes como dimensionar empresas pequenas e de crescimento rápido se encaixa perfeitamente com seus demais cursos de finanças analíticos para preparar os estudantes para o setor.Se você quer: trabalhar com artigos de luxo
Instituição: HEC Paris
A HEC Paris não é apenas sobre luxo. No ano passado, o The Economist classificou a instituição como a melhor escola de negócios superior da Europa e a quarta melhor do mundo.Sua proximidade com Paris é claramente crucial. Os alunos têm a oportunidade de visitar lojas, oficinas e sede dos ícones de luxo, incluindo a gigante Kering, proprietária das marcas Alexander McQueen, Balenciaga, Brioni, Gucci e Puma, além de Cartier, Chanel e Hermès.O programa sobre o setor de luxo é restrito a apenas 50 alunos por ano, e os 50 encontram postos de trabalho em algumas das maiores marcas. Os principais executivos da Kering, Balenciaga, L'Oréal e Louis Vuitton estudaram lá.Se você quer: ter educação global
Instituição: Yale School of Management
Edward A. Snyder está reinventando a escola de negócios da Universidade de Yale. Logo após sua chegada como reitor em 2011, a escola criou a Rede Global de Gestão Avançada, que gerou uma adesão impressionante de 27 escolas dos cinco continentes, incluindo nomes bem conhecidos, como a INSEAD e London School of Economics.O consórcio tem produzido estudos de caso e do corpo docente conjunta, e criou cursos online disponíveis apenas para alunos de escolas da rede. Os alunos também têm a oportunidade de prosseguir estudos em outras escolas parceiras.Desde a sua criação em 1976, a Escola de Administração de Yale tem insistido em que empresas, governos e líderes precisam entender melhor um ao outro. Dr. Snyder deixa claro: “Não estamos abandonando a missão de longa data da escola. Sustentabilidade ambiental, por exemplo, não vai ser resolvido pelo governo, mercado ou por organizações sem fins lucrativos. Estamos continuando dentro do quadro, mas um pouco mais moderno e mais global”.Se você quer: mudar o mundo
Instituição: Presidio Graduate School
A escola mais jovem na lista, Presidio, tem apenas 12 anos e foi criada por um advogado e um ex-executivo de publicidade que acreditavam que as escolas não estavam produzindo o tipo de diplomados socialmente conscientes que o mundo precisa.Os seus graduados fundam empresas voltadas para a sustentabilidade, como a Muir Data Systems (gerenciamento de dados para a indústria de turbinas eólicas) e Mission Motors (sistemas de veículos elétricos).
O SIM card está morrendo, e sua falta provavelmente não será sentida. Depois de anos diminuindo progressivamente de tamanho, Apple e Samsung, as duas maiores fabricantes de smartphones no mundo, estão discutindo com a indústria de telecomunicações o fim do tradicional chip, que dará lugar a uma solução virtual.Segundo o Financial Times, as empresas conversam com a GSMA, associação que controla o sistema telefônico GSM, usado pela maioria das operadoras de telefonia no mundo. O objetivo é a criação do E-SIM, que, de forma resumida, permite que o usuário troque a operadora do celular sem precisar trocar o chip do seu aparelho.A sigla E-SIM se refere a “embedded SIM”, cuja tradução seria “SIM incorporado”. O nome dá a entender que o usuário não teria mais acesso ao chip do celular. No entanto, isso também não seria necessário, já que você pode trocar de operadora sem precisar mexer no seu smartphone.O primeiro passo já foi dado pela Apple há pouco tempo, com o iPad Air 2. Nos EUA, é possível optar pelo Apple SIM, uma solução própria para o cartão SIM virtual. No entanto, o impacto na indústria não foi muito grande, e as operadoras não abraçaram a ideia.O E-SIM não deve ser um padrão imediato, e o chip tradicional deve continuar sendo dominante por algum tempo, porque ele ainda é muito usado no mundo todo. No entanto, várias grandes operadoras já estão no barco, como AT&T, Deutsche Telekom, Etisalat, Hutchison Whampoa, Orange, Telefónica, Vodafone. Se mais fabricantes e operadoras decidirem apoiar o padrão, o chip SIM como conhecemos hoje deve morrer em alguns anos.Via The Next Web e Financial Times
É cada vez maior o número de idosos que abrem seus próprios negócios depois de “pendurar as chuteiras” no antigo emprego
Seja para complementar a renda da aposentadoria, seja para buscar realização profissional, o número de empreendedores da terceira idade vem aumentando nos últimos anos no Brasil. De acordo com dados da edição de 2014 do Global Entrepreneurship Monitor – levantamento mundial que mede o nível de empreendedorismo em cada país – 8% dos empreendedores iniciais (cujos negócios têm menos de 3,5 anos de existência) no Brasil estão na faixa de 55 a 64, totalizando 1,376 milhão de pessoas. Em 2002 este percentual era 6%.
A terceira idade é um momento propício para começar a empreender, pois o idoso conta com algumas vantagens que podem contribuir para o sucesso no negócio, afirma o gerente do Sebrae-SP Paulo Marcelo Tavares Ribeiro. “Em primeiro lugar, a pessoa já construiu um patrimônio e terá recursos próprios para investir. Além disso, ele tem muito mais bagagem e sabe analisar bem os cenários, que são importantes diferenciais competitivos”, diz.
Experiência de sobra
Os conhecimentos acumulados ao longo de toda uma vida de trabalho são um grande diferencial dos aposentados empreendedores. Ribeiro diz que, depois de trabalhar muitos anos como funcionário, alguns idosos aproveitam esta experiência acumulada para abrir um negócio na mesma área, e chegam até a concorrer com seu antigo empregador.
Esta é a história de Edi Luiz Deitos. Ele trabalhou durante 43 anos em um frigorífico na cidade de Serafina Corrêa (RS), chegando ao cargo de diretor da área industrial. Quando o negócio foi adquirido pela Perdigão, no fim dos anos 1990, ele descobriu que logo teria de se aposentar e optou por investir em uma área semelhante à que atuava. “Eu não queria ficar parado e comecei a viajar para ver o que iria fazer. Em uma visita a uma feira de alimentos na Europa, descobri o mercado de vegetais congelados, que ainda era desconhecido no Brasil”, conta.
Assim, no ano 2000, aos 62 anos, Edi fundou sua própria empresa de vegetais congelados, a Grano, na mesma cidade onde trabalhava, pois já conhecia os fornecedores da região. Atualmente, a empresa trabalha com 120 pequenos produtores, produz mil toneladas de vegetais congelados por mês e espera fechar o ano com um faturamento de R$ 72 milhões. “Quando trabalhei no frigorífico, sempre administrei como se fosse meu. Aprendi a planejar, fazer orçamentos, e essa experiência me ajuda demais hoje”, afirma o aposentado empreendedor.
Uma manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU), prevista para o dia 23 de julho, irá decidir sobre a legalidade de uma possível extensão do contrato de arrendamento da APM Terminals, que opera o Porto de Itajaí. O parecer positivo é fundamental para o porto receber novos investimentos que o modernizem, diante da perda de cargas para o terminal privado de Navegantes. Sem o aporte financeiro, o estrago deve ser queda brusca no PIB da cidade, além de desemprego e outros problemas sociais.A análise jurídica foi solicitada pela Advocacia Geral da União, onde o Fórum Parlamentar Catarinense reuniu-se nessa quinta-feira, dia 16, em Brasília, para tentar buscar um entendimento para o impasse.A Bancada Catarinense ainda reuniu-se ainda, no mesmo dia, com o ministro-chefe da Secretaria Especial dos Portos, Edinho Araújo, que se mostrou sensível à crise vivida pelo Porto de Itajaí. “Esperamos o parecer positivo do TCU, pois a renovação antecipada do contrato da empresa significará também investimentos antecipados”, frisou o ministro.Coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado federal Mauro Mariani (PMDB) está otimista. “Se depender do ministro o porto retomará a competitividade com os novos investimentos. Ele defende a extensão do contrato, que deve invejar cerca de R$ 165 milhões no porto. Mas agora nos resta aguardar este parecer do TCU”, disse ele.A APM Terminals deve perder, a partir de agosto, 50% da movimentação de navios. A falta de condições estruturais e contratuais para competir em condições de igualdade com os terminais privados é apontada como uma das principais causas da crise.
Evento ocorreu nesta quinta-feira à noite, no auditório da Fiesc, em Florianópolis, e reuniu representantes de 57 marcas no Estado
Presidente da WEG, Harry Schmelzer Jr., e presidente do conselho de administração, Décio da Silva (D), estiveram na premiação
Foto: Felipe Carneiro / Agencia RBS
O auditório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) foi palco, nesta quinta-feira à noite (16), da entrega do mais importante prêmio de valorização e reconhecimento de marcas do Estado.A 21ª edição do Top of Mind, uma realização do jornal “A Notícia” em parceria com o Instituto Mapa, homenageou 57 marcas – entre empresas, cidades e personalidades – que receberam o atestado de referência dos catarinenses por meio de uma pesquisa espontânea realizada em abril deste ano.O evento realizado na Capital reuniu executivos de ponta do Estado, além de autoridades políticas. O público acompanhou a consagração de marcas que se destacam pela qualidade dos produtos que fazem e dos serviços que prestam, além de serem diferenciadas por apostarem continuamente em inovação e melhorias de processos.– Em um mercado multiplataforma como o de hoje, ser lembrado e obter o envolvimento do consumidor é um desafio enorme. Justamente por isso, capturar e manter a atenção do público à mensagem é um ativo muito precioso. O Grupo RBS e seus profissionais acreditam em marcas fortes. E naquelas empresas que trabalham diariamente para levar produtos e serviços que fazem diferença na vida do público a partir de marcas de excelência – disse o diretor-geral de Jornais e Internet do Grupo RBS em SC, Gabriel Casara.Para o diretor regional do Grupo RBS em Joinville, Adriano Araldi, a presença de personalidades do empresariado catarinense na cerimônia é uma prova da relevância e da credibilidade do Top of Mind.– As marcas vencedoras são símbolo de qualidade, dinamismo e credibilidade. Não se chega a esse estágio de um dia para o outro. É preciso muita dedicação. O Top of Mind é uma das formas de valorizar o esforço das empresas catarinenses na busca constante pela qualidade de suas práticas – destacou.José Nazareno Vieira, presidente do Instituto Mapa, responsável pela elaboração do levantamento, avalia que ao longo desses 21 anos o evento vem se inovando. Ele lembra que, além de reconhecer as marcas campeãs junto à população, o Top of Mind deu um outro salto de qualificação ao passar a realizar também, nas últimas edições, uma pesquisa junto a executivos de médias e grandes empresas.– Construímos a missão de, mediante pesquisa de mercado, identificar e certificar marcas, empresas e personalidades que conquistam o primeiro lugar na gôndola mental da população catarinense – afirmou.Além da entrega dos troféus aos vencedores, um dos destaques da noite foi o talk-show de Daniel Alencar, CEO da FutureBrand. Ele destacou que, em períodos de recessão, as empresas precisam se tornar ainda mais relevantes para seus públicos e entregar o produto certo do jeito certo, da maneira mais eficiente possível.Confira a lista dos vencedores do Top Of Mind 2015
Isabel Doering Muxfeldt adaptou técnicas de artesanato típicas do Pantanal para o mundo da joalheria e criou peças vendidas nos EUA e Europa
Toda mulher sonha em ter uma linda joia de ouro, diamante, esmeralda, prata, safira ou rubi. Mas você compraria uma peça feita com chifre de boi? Foi justamente esta a aposta que Isabel Doering Muxfeldt fez em 2003, quando criou a Joias do Pantanal. Passados 12 anos, os produtos desenhados por ela já renderam prêmios à empresa e são exportados para países como Estados Unidos, Portugal e Suíça.
Moradora de Campo Grande e descendente de alemães, Isabel conta que aprendeu a fazer artesanato com a família quando ainda era criança. “Sempre gostei de criar minhas peças. Mas eu trabalhei durante muito tempo na empresa de construção civil do meu marido, e o artesanato era apenas um hobby para mim”, diz.
A Joias do Pantanal inovou ao criar colares, pulseiras, chaveiros, brincos, anéis, presentes e brindes a partir de chifres de boi
Foto: Divulgação
Porém, o que era apenas diversão começou a ser olhado de outra maneira em 2000, quando Isabel se separou de seu marido. “Nesta época, decidi fazer o que sempre amei, e fui estudar as técnicas do Pantanal para encontrar uma maneira de produzir algo único”, recorda.
Durante a pesquisa, ela se interessou pelos chifres bovinos, bastante usados para a produção de berrantes e cuias de tererê na região do Pantanal. “É um material natural, bonito e versátil, que lembra a madrepérola. Ele conta com tons únicos e não tem como você fazer duas peças iguais. Sempre vai sair algo diferente e exclusivo”, argumenta a empresária.
Hoje a empresa exporta para países como Estados Unidos, Portugal e Suíça
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De berrante a colar
Isabel, então, firmou parcerias com artesãos que já trabalhavam com chifres bovinos para, juntos, começarem a produzir joias. Seu primeiro grande desafio foi convencer seus parceiros a produzir peças voltadas ao público feminino. “Eles estavam acostumados a fazer peças masculinas, como berrantes, e foi difícil para eles entender que eu não estava brincando, não era um hobby”, revela.
Vencida esta resistência, ela passou a desenhar colares, pulseiras, chaveiros, brincos, anéis, presentes e brindes para que os artesãos parceiros fabricassem as peças. Porém, ela afirma que no começo as pessoas compravam apenas para dar de presente, e não para usar.
“Foi difícil a aceitação, pois a gente queria dar uma conotação de joia. Mas é preciso ter uma qualidade muito boa, senão a mulher não vai usar. Aos poucos, fomos pegando experiência e sofisticando o produto, criando coleções”, conta Isabel.
Após se separar do marido, Isabel (ao centro) resolveu transformar seu hobby em uma empresa
Foto: Divulgação
Com isso, as vendas engrenaram não apenas no Mato Grosso do Sul, mas também em outros estados do Brasil, como Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Além disso, a empresa conquistou o prêmio Mulher Empreendedora 2007, oferecido pelo Sebrae, e ficou entre as três finalistas brasileiras do prêmio Empretec Women in Business Award 2011, organizado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
“As ecojoias são um produto com uma aceitação muito boa, inclusive fora do país. Mas não temos o objetivo de aumentar a produção e crescer rapidamente. Fazemos artesanato, então o mais importante é manter o nosso padrão de qualidade”, conclui Isabel.