“O EMPREENDEDORISMO VIROU MEU JOGO”

Um dos principais jogadores da história do futebol mundial, Ronaldo Nazário, o Fenômeno, conta como trocou as chuteiras pelo mundo dos negócios

Ronaldo Nazário: ex-jogador virou empreendedor  (Foto: Anna Carolina Negri )
Por onde anda, Ronaldo Nazário, o Fenômeno, é incentivado por torcedores a voltar aos campos de futebol. Vontade, diz o jogador, não falta. Mas, aos 40 anos, ele prefere ajudar o esporte mais popular do país de outra forma: empreendendo. Sua primeira iniciativa depois de deixar os campos foi a 9ine, uma agência de publicidade especializada em esporte, mas o negócio não durou muito tempo.
Há pouco mais de um ano, Ronaldo se uniu a Carlos Wizard na criação da Ronaldo Academy, rede de franquias que treina e educa jovens promissores no futebol. Já são mais de 70 unidades espalhadas por China, Suíça, México, Colômbia, Estados Unidos e Brasil. “Eu sou a cara do futebol e o Wizard sabe tudo de franquias. Montamos uma máquina de gerar jogadores em todas as partes do mundo”, afirma. Em um evento realizado em novembro, em Águas de Lindoia, no interior paulista, o jogador recebeu PEGN para falar sobre empreendedorismo — o caminho que escolheu para sua vida após se aposentar dos gramados, em 2011.
Quando e por qual razão você decidiu empreender? Eu conheci muita gente importante durante a minha carreira como jogador de futebol, entre 1993 e 2011. O esporte abre portas, oferece muitos contatos. Com alguns empresários, fiz contratos para usar minha imagem em publicidade; com outros, fiz amizades. Depois que encerrei minha carreira, no Corinthians, o empreendedorismo foi a saída para não ficar parado. Usei a experiência que acumulei negociando contratos e criei a 9ine, uma pequena agência de publicidade feita em parceria com a WPP. Com a crise, fechamos o negócio. Mas eu decidi continuar em frente com outras empresas.Quais são seus negócios hoje? Sou sócio de duas empresas: a Liv Drinks, que fabrica sucos e água de coco, e a Ronaldo Academy. A escolinha é um projeto com que eu sempre sonhei para ajudar crianças e jovens a encontrar um caminho na vida por meio do esporte. Além da questão social, é um bom negócio: o futebol é jogado praticamente em todos os países do mundo, por isso temos oportunidades em todas as partes. Só na China, um país que começa a investir pesado no futebol, vendemos 30 unidades da rede.Como você se prepara para administrar seus negócios? Apesar de ter tido experiência com alguns negócios, eu sei que ainda estou no começo da minha jornada empreendedora. Estou aberto ao aprendizado no dia a dia. Mas eu tenho o necessário para ser um empreendedor: bom senso e coragem para tocar um negócio.Numa negociação difícil, como você  escolhe a melhor alternativa para a sua empresa? Eu gostaria de ter me especializado em negócios, sei que isso seria bom para mim. Mas não vejo problema. Veja bem, eu lido com dinheiro desde os 16 anos, fiz muitos contratos de altas cifras com patrocinadores e clubes. Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, empresários do ramo do esporte, também me ensinaram muito. Além desse aprendizado que tive, conto com uma equipe muito próxima para me ajudar nas decisões. E tem outra coisa: sei que um negócio é bom quando a soma dá positivo.Quem são essas pessoas que te ajudam nos negócios? Eu tenho uma estrutura para me ajudar em vários assuntos. Em negócios, são três advogados, dois na Espanha e um aqui no Brasil. Eles recebem as propostas de sociedade, fazem uma análise e eu decido se vou investir. Um economista nos auxilia no processo para ver se o acordo é vantajoso.Quais empreendedores te inspiram? O Carlos Wizard [Mundo Verde, BR Sports e Taco Bell] é um deles e sinto que é um privilégio ser parceiro dele. Outro é o Jorge Paulo Lemann [3G Capital], que me empresta a quadra de sua casa no Rio de Janeiro para jogar tênis. E também tenho muita admiração pelos sócios dele, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que já me chamaram para fazer publicidade da Brahma.Você está ao lado de lendas do mundo dos negócios. Conversa com eles sobre empreendedorismo? Eu tento pegar o máximo possível de dicas. Houve uma situação engraçada em 2013. Eu estava na casa do Jorge Paulo Lemann jogando e ele apareceu e perguntou: ‘Ronaldo, você tem ações?’. Disse que tinha uma carteira pequena. Ele desconversou e se foi. Dois dias depois ele anunciou a compra da H.J. Heinz. Mas é bom registrar: ele não me disse absolutamente nada sobre a compra.Como é a sua rotina? Como moro em Madri, tento vir ao Brasil pelo menos uma vez por mês. Quando pouso aqui, tenho uma agenda bem extensa e tento ajustá-la para duas coisas: ficar com meus filhos e tocar os negócios, o que inclui reuniões societárias, de contratos de imagem e ações de marketing. É bem corrido porque eu viajo o mundo em nome do futebol. Saindo dessa entrevista, vou para o México inaugurar um museu e me encontrar com o Carlos Slim, dono da Telmex. Vou pedir dicas de negócios para ele.Como seu amigo Lemann, você sonha em ser um bilionário? Eu não estou no empreendedorismo por esse motivo. A minha grande batalha é para que a academia vingue. É claro que, se  o negócio der certo, será legal ter mais dinheiro. Mas não precisa ser bilhão.Fonte: PEGN

PLATAFORMA CONECTA PESSOAS QUE PRECISAM DO SERVIÇO DE UM DIARISTA E FATURA R$ 13 MILHÕES

A Parafuzo foi fundada por Eduardo Campos e conta com mais de mil profissionais credenciados

Eduardo Campos, Parafuzo, empreendedor (Foto: Divulgação)
Segundo o Sebrae, nesse momento da economia, o empreendedor que investe em prestação de serviços deve apostar no digital para atingir uma grande fatia de mercado. Foi sentindo essa tendência que Eduardo Campos fundou a Parafuzo em março de 2014. A empresa é uma plataforma que conta com uma base de mais de mil diaristas e faz a mediação entre o usuário e as profissionais de limpeza.Para contratar uma faxineira, basta acessar o site ou o aplicativo da empresa, responder quantos cômodos possui a sua casa, selecionar o melhor dia e horário e o próprio sistema já te promove um orçamento. “Calculado esse preço, o sistema procura a profissional disponível para ir até a sua casa ou empresa”, explica Eduardo Campos, 30 anos.Eduardo teve a ideia de criar a Parafuzo com base na própria experiência em não conseguir uma profissional de qualidade. Nascido em Recife, Eduardo se mudou para São Paulo para trabalhar em uma empresa de consultoria e sentiu na pele essa dificuldade. “Todo mundo quer contratar um profissional com mais segurança. A ideia era apenas fazer isso em grande escala e com garantia para o cliente”, explica.Formado em música, ele nunca trabalhou na área e sempre se interessou por tecnologia. “Passei dois anos no mercado financeiro, convivi com startups e, mesmo gostando do meu emprego na época, me demiti para criar a Parafuzo”, conta. No entanto, Eduardo não entrou com tudo no negócio. Foram dois ou três meses em fase de teste para sentir o mercado e não pisar em falso.Batendo de porta em porta, Eduardo conseguiu filiar 10 diaristas. No início, foi criado um site bem básico que continha apenas um número de telefone. “Os interessados ligavam e fazíamos o trabalho de mediação manualmente entre as pessoas e as diaristas”, explica. As solicitações começaram a crescer, outras diaristas se interessaram em ser parceiras. Tinha chegado a hora de criar uma plataforma mais completa para a marca. Com a ajuda de um especialista em tecnologia, foi criado um sistema que funciona tanto na web quanto no app e que faz todo o trabalho de seleção.Apesar de ter sido o autor da ideia, Eduardo não investiuno negócio sozinho. Ele conta com um sócio, Felipe Brasileiro. Juntos, fizeram um investimento inicial de R$ 300 mil . Depois de um ano de funcionamento, conseguiram um grande investidor que colaborou para que a empresa crescesse no mercado.O faturamento da empresa foi de R$ 13 milhões em 2016, mas os sócios pretendem triplicar esse número em 2017. “Só em janeiro já fizemos mais de R$ 1,5 milhão então estamos confiantes para o ano”, prevê o empresário. Atualmente, o ticket médio da empresa é de R$ 130. Em relação a porcentagem, a empresa fica com 15% do valor pago pelo usuário enquanto a diarista fica com os outros 85%.Com sede em São Paulo (SP), a Parafuzo completa três anos em março e possui 22 funcionários. Na plataforma, existem cinco modalidades de serviço: faxina comum, faxina pré-mudança, faxina pós-obra, passar roupa e limpeza de escritório. “Além disso, têm os extras: limpeza de área externa, janelas, geladeira... Com base em todos os critérios, o sistema define quanto tempo durará a visita da diarista”, adiciona o fundador.O orçamento é feito no mesmo momento pela plataforma e o próprio pagamento pode ser feito online por cartão de crédito. Depois de definido o dia e horário da visita, o usuário recebe todas as informações da diarista pelo e-mail e, no dia agendado, a profissional realizará seu trabalho uniformizada e no tempo definido.Uma dificuldade muito grande para a Parafuzo é o fato de não existir um local de encontro com clientes e nem mesmo uma padronização do serviço. Contudo, os sócios procuram resolver esse problema tendo um contato muito próximo com as profissionais de limpeza. “Nós fazemos uma integração com todas as profissionais. Damos cartilha de dicas e explicamos o funcionamento da empresa”, conta Eduardo.Atualmente, a Parafuzo atua em 20 cidades do Brasil sendo elas localizadas em cinco regiões metropolitanas: Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba e Belo Horizonte. E não importa onde essa profissional esteja localizada, a Parafuzo vai até elas para promover essa integração. Hoje, contam com mais de mil profissionais e, na média, entram 200 novas diaristas por mês.Fonte: PEGN

Mercadinhos e empórios voltam a fidelizar clientes

O charme e a proximidade proporcionados pelos mercadinhos de antigamente, mas com a eficiência da arquitetura moderna. Assim são os empórios, estabelecimentos que são tendência no mercado
A arquiteta Simone Rocha executou um projeto exatamente neste molde. A profissional planejou e decorou o Empório Du Carmo, onde o proprietário buscava uma atmosfera acolhedora e amigável para o seu estabelecimento. “O pedido principal do cliente era também nosso maior desafio: o aproveitamento do espaço. Como a loja possui dimensões bem reduzidas e um pé direito extremamente baixo, tivemos que buscar soluções para conseguir expor um número significativo de produtos, tornando a loja viável do ponto de vista comercial, e ao mesmo tempo, garantir uma circulação confortável, para propiciar sensação de bem-estar dentro da loja, e evitar a impressão de confinamento”, explica.Para conduzir o projeto, a arquiteta trabalhou com três pontos principais: ambiente aconchegante, tratamento personalizado e oferta de produtos diferenciados. Desta forma, o empreendimento ganhou ares de mercadinho do interior e conseguiu se destacar no comércio local. “Uma decoração isolada, seguindo determinado ‘estilo’ que não seja condizente com o público ou com o produto oferecido, terá sido feita em vão e não conseguirá alcançar a meta do sucesso comercial. Da mesma forma, trabalhar corretamente o atendimento e a gama de produtos, deixando de lado a aparência e funcionalidade da loja – intrínsecas a um projeto arquitetônico bem feito – é sinônimo de montar uma loja com baixo movimento, uma vez que ela não consegue atrair os clientes que passam pela rua. O visual da loja é o primeiro aspecto capaz de convidar um cliente a entrar e deve ser complementado por uma boa experiência no momento da compra, para garantir o sucesso da venda e o retorno do cliente”, avalia.O administrador de empresas Marcelo Jácome, proprietário do Empório Du Carmo, ratifica a importância da presença de um profissional para conseguir concretizar o que desejava para o seu comércio. “O Empório está aberto há quatro meses e decidi fazer o investimento há sete meses. Foram três meses de análise de mercado, desenvolvimento do projeto e obra. Tudo o que eu faço, faço bem feito e então contratei a Simone Rocha para fazer o projeto e discutimos bastante sobre ele. Focamos em um estilo vintage e no melhor aproveitamento do espaço, pois a loja tem somente 25m2. O projeto foi tão bem feito, que eu consegui aproveitar um espaço mínimo e, hoje, para se ter uma ideia, estou com 960 itens diferentes na loja, ativos”, conta.Para Marcelo, esta forma de voltar ao estilo dos mercados antigos, onde se vende biscoito a granel, por exemplo, é, certamente, um atrativo a mais para a clientela, o que vem sendo motivo de elogios ao seu empreendimento. “A comunicação visual e o mobiliário do Empório, indiscutivelmente, são um diferencial da loja. O atendimento também, claro, pois criamos uma maneira de cativar o cliente onde ele se sente bem recebido, apesar do espaço físico ser pequeno, porém, é aconchegante. Até o dia de hoje, nunca recebi uma crítica sequer que desabonasse a loja”, exalta.De acordo com a arquiteta Estela Netto, existem serviços e produtos que resgatam outras épocas e, portanto, estimulam a criação de estabelecimentos como os empórios e as barbearias, que também voltaram com tudo. “Quando fazemos este tipo de projeto, de alguma maneira, fazemos uma alusão a outra época para que as pessoas reconheçam com mais rapidez. E, por mais que a gente não tenha vivido na época dos empórios, das compras a granel, que aconteceu com nossos pais e nossos avós, nós temos a referência no nosso imaginário. Quando vemos um saco de farinha, com uma canequinha, vamos imediatamente compreender que aquilo veio do artesanal e faço uma leitura, inconsciente, pois aquilo é um ícone do sentido imagético, um ícone que conheço como antigo, do universo artesanal e, que possui qualidade”, afirma.A arquiteta, porém, ressalta a importância de se adequar este arquétipo do passado aos dias de hoje. “Nossas demandas hoje são diferentes das que tínhamos nas décadas de 40, 50. Inclusive, o tempo que temos para fazer a compra, o tipo de iluminação, o concorrente ao lado. Temos, na verdade, uma lógica totalmente contemporânea de projeto que se apropria de alguns elementos estéticos daquele universo que a gente está reprisando”, esclarece.Para Estela, este tipo de comércio é uma tendência devido ao momento em que estamos. “As pessoas voltaram a cozinhar e receber em casa e o anfitrião quer ter uma experiência de compra mais agradável do que apenas encher o carrinho de coisas. Ele quer produtos mais exclusivos, marcas melhores para poder testar as receitas. Vemos isso acontecendo com azeite, cerveja, vinho. As pessoas querem comprar produtos melhores e os empórios podem te vender produtos mais exclusivos e de um jeito que possibilita o comprador a curtir mais o momento, descobrindo outras possibilidades. Você se distrai, se envolve com a compra”, afirma.Simone Rocha concorda que os empórios têm tudo a ver com o que os consumidores vêm buscando atualmente. “A atmosfera de mercadinho faz toda a diferença. Uma decoração que remete aos antigos armazéns e uma abordagem pessoal totalmente distinta, propicia uma experiência de compra muito mais agradável. Os biscoitos vendidos a granel, a possibilidade de degustar um café enquanto faz suas compras e o bom papo com o proprietário da loja – muitas vezes presente e recebendo pessoalmente os clientes – são detalhes que conquistam”, encerra.Fonte: Empreendedor

Sistemas gratuitos de gestão auxiliam no crescimento de pequenas empresas

Softwares como o ERP Lite Free Plus integram operações de estoque, vendas, faturamento e finanças

Para microempresas, empresas de pequeno porte e microempreendedores individuais, nem sempre é viável aplicar uma verba em informatização, mesmo que ela seja essencial no dia a dia de trabalho. Porém, a solução pode ser encontrada gratuitamente na internet. Recentemente, a WK Sistemas, empresa de desenvolvimento em softwares de gestão, lançou o ERP Lite Free Plus, uma atualização do software ERP Lite Free, desenvolvido em 2007, que conta com mais de 70 mil empresas registradas. Em poucos meses, a nova versão já atingiu cerca de dois mil cadastros.O sistema foi projetado para apoiar o crescimento dos pequenos negócios. Ele é gratuito e atende empresas de qualquer tipo de tributação. Além disso, foi desenvolvido com a mesma tecnologia dos softwares pagos. “O ERP Lite Free Plus é completo. Integra operações de estoque, vendas, faturamento e finanças. Não existe prazo de validade para sua utilização”, explica o gestor de Canais da WK Sistemas, Marcio Tomelin. Para instalar, basta acessar o site e clicar no link “comece agora”. No canal da WK no Youtube, os usuários também podem assistir tutoriais sobre a instalação e funcionamento do software.Segundo o diretor de Marketing, Estanislau Mário Balzan, a decisão de desenvolver uma solução eficiente e econômica para a gestão de pequenos negócios tem como base a estratégia da empresa catarinense em atuar como parceiros dos microempresários. “O ERP Lite Free Plus veio pra ser o primeiro sistema de gestão integrado de uma pequena empresa, sem necessidade de investimentos. Queremos que elas cresçam e se tornem competitivas no mercado”, afirma.Fonte: Empreendedor

Lenço umedecido para pets e com repelente é aposta de empresa catarinense

Grupo FW também comercializa o primeiro lenço umedecido com repelente para toda família

Grupo FW, empresa especializada em lenços umedecidos, lança neste começo de ano duas novidades que prometem movimentar o mercado. A primeira são os lenços umedecidos Feelclean repelente de insetos. Segundo o diretor de marketing, Rodrigo Flor, o produto é inédito no mercado brasileiro e pode ser usado por toda a família, inclusive em crianças acima dos seis meses.
A fórmula, sem álcool, não é oleosa e não resseca a pele. Também é livre de DEET, um ingrediente ativo encontrado nas fórmulas de muitos repelentes. “O primeiro lenço umedecido com repelente do Brasil foi dermatologicamente testado. Oferece proteção por até quatro horas e pode ser reaplicado até três vezes ao dia. Repele mosquitos, pernilongos e outros insetos, inclusive o mosquito que pode transmitir o zika vírus, a dengue, a chikungunya e a febre amarela”, ressalta. A eficácia foi comprovada em testes laboratoriais contra as espécies Aedes aegypti, Anopheles albimanus e Culex quinquefasciatus.Outro lançamento são os lenços umedecidos Feelclean PET, para limpeza das patas, pelos, orelhas, focinho e região dos olhos de cães ou gatos. São formulados com ingredientes suaves e enriquecidos com aloe vera, pantenol e vitamina E. “Vimos no setor Pet um espaço promissor para nossos produtos. Afinal, os animais há tempos são considerados membros da família e os cuidados com eles só aumentam”, afirma Rodrigo Flor.Fonte: Empreendedor

Franquia de massas lança espaguete de pupunha para atrair público fitness

A Spaziale Italiana, de São José do Rio Preto (SP), virou franquia há dois meses e lançou uma linha de massas saudáveis, como o espaguete de pupunha (foto), para atrair o público fitness

O restaurante Spaziale Italiana, de São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo), lançou uma linha de produtos saudáveis, há 15 dias, para atrair o público fitness. A empresa também virou franquia, há dois meses, e quer expandir a marca para todo o país.A linha saudável tem o espaguete de pupunha (espécie de palmito), o penne integral e sem glúten e a lasanha integral, além do espaguete de pupunha."A culinária italiana carrega o peso de oferecer muito carboidrato em seus pratos, por isso pensamos em dar mais opções para o cliente ao criar versões de massa integral, sem glúten e o espaguete de pupunha", diz William Pirolla, um dos sócios da empresa.

Preço vai de R$ 22 a R$ 27

O preço do prato médio de massas é R$ 21,99 (pesa de 450g a 550, dependendo da quantidade de ingredientes) e do grande é R$ 26,99 (pesa a partir de 700 g).O espaguete é o único prato servido com a receita pronta: alho, cebola, manjericão, queijo minas, tomate, brócolis, ervilha, milho, frango, cheiro verde e molho ao sugo. Ele custa R$ 26,99.Há, ainda, a lasanha e a pizza brotinho, que são montadas na hora e podem ter até quatro acompanhamentos, além do queijo mozarela. A pizza brotinho sai por R$ 17,99, e a lasanha por R$ 29,99.O restaurante é conhecido na região por pratos de massas com até 30 ingredientes -como calabresa, bacon, peito de peru, presunto, tomate seco, brócolis, frango, ervilha, milho, azeitona e queijos.

Dentista cuida da expansão da rede

Criado em novembro de 2015 pela família Pirolla -Luiz, 51, Leonilda, 48, e William, 27-, o estabelecimento faturou R$ 1 milhão no ano passado. Segundo William, 40% desse total (R$ 400 mil) é o lucro do negócio.O empresário, responsável por cuidar do processo de expansão da empresa, divide suas atividades corporativas com os atendimentos que faz como dentista. Os pais atuam exclusivamente no restaurante.

Investimento para abrir uma loja é de R$ 164.498

William afirma que a empresa já iniciou as negociações para a abertura de unidades nos Estados do Rio Grande do Norte e Minas Gerais, mas que nenhum contrato ainda foi fechado. "Nós testamos o modelo durante um ano para avaliarmos todo o negócio antes de iniciarmos a comercialização." Confira os dados da franquia, fornecidos pela empresa:
  • Investimento inicial: R$ 164.498, com  taxa de franquia, custo de instalação e capital de giro
  • Faturamento mensal: a partir de R$ 63.382
  • Lucro médio mensal: a partir de R$ 25.352 (40% do valor do faturamento)
  • Retorno do investimento: em até 22 meses

Consumidor quer variedade

Para Luis Stockler, consultor especializado em franquias da BaStockler, o fato de a rede estar seguindo na contramão das concorrentes e oferecer uma boa variedade de ingredientes em seus pratos, é um grande chamariz para o consumidor, que quer sempre mais opções."Com a crise, muitas redes começaram a enxugar suas operações e reduziram a oferta de  ingredientes para manter sua margem de lucro. Quando o consumidor souber que tem mais opções em uma rede do que em outra, ele vai optar por comer onde terá mais vantagens."Stockler afirma que a opção por criar uma linha saudável também é positiva. "O consumo de comida saudável vem crescendo em torno de 40% ao ano. Seja em supermercados ou em restaurantes, o potencial de mercado é muito grande."

Rede precisa provar que tem diferenciais

O especialista diz, no entanto, que o processo de expansão da rede não será fácil. "A empresa terá de provar para os shopping centers que oferece algo a mais do que as suas concorrentes para conseguir entrar nas praças de alimentação."Por esse motivo, segundo ele, não dá para prometer uma expansão agressiva, antes de o mercado de shoppings entender o seu diferencial. "Talvez uma alternativa seja iniciar a expansão com lojas de rua, mas é preciso avaliar se a operação está preparada para atender esse nicho."

Onde encontrar:

Spaziale Italiana - https://www.spazialeitaliana.com.br/Fonte: UOL

Quer empreender nos EUA? Veja os passos e histórias de sucesso

EXAME.com conversou com especialistas e seis brasileiros que foram abrir negócios nos Estados Unidos para formular um guia de como empreender no país.

Você provavelmente ouviu esta história há alguns anos: um conhecido comprou um imóvel nos Estados Unidos, talvez no estado da Flórida, como uma forma de investimento para o futuro. O ano era 2011; uma época de dólar valia pouco mais do que o real. Com o passar dos anos, você viu a moeda americana se valorizar cada vez mais – e aquele conhecido lucrou muito ao vender o imóvel de antes.Agora, a situação é diferente. Não só a alta do dólar freia o investimento imobiliário, mas o perfil de brasileiro que coloca dinheiro nos Estados Unidos mudou: esse empreendedor não quer apenas investir, mas sim fazer as malas e se mudar, junto com o negócio, para os EUA.Segundo dados do consulado americano em São Paulo, o investimento brasileiro nos Estados Unidos aumentou 89% nos últimos cinco anos – e a tendência é que os aportes continuem a crescer.
Nos últimos anos, o aporte dos criadores de negócios brasileiros cresceu especialmente por conta do quadro de crise econômica: eles perceberam que precisam diversificar seus mercados.
“É fundamental para qualquer governo fomentar a produtividade econômica – e uma parte importante de tal fomento é atrair investimentos internacionais, sejam eles simplesmente capital ou boas ideias de negócio”, afirma Ricardo Zuniga, cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, em entrevista para EXAME.com na Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham).Nos últimos anos, o aporte dos criadores de negócios brasileiros cresceu especialmente por conta do quadro de crise econômica: eles perceberam que precisam diversificar seus mercados. “Ao entrar nos Estados Unidos, eles ganham tanto um enorme mercado quanto uma receita em dólares – o que é um hedge natural para a recessão brasileira”, analisa Pedro Drummond, da consultoria Drummond Advisors.Mas só a fuga da crise não justifica a decisão de se mudar completamente – incluindo todo o processo de imigração do Brasil. Manuel Mendes, especialista em estratégia pela Universidade Harvard e executivo da consultoria Boston Innovation Gateway, elenca diversos outros motivos empresariais para apostar no país.“Do ponto de vista da empresa, temos o fato de os Estados Unidos serem um país claro e estável quanto à legislação de investidores e negócios. Também são um polo de atração de mentes brilhantes e de transferência tecnológica, o que é uma vantagem na hora de contratar”, explica Mendes.“Além disso, os EUA são um país com grande potencial de mercado: investir em um nicho pode significar atender praticamente um país, pensando em números de consumo. Quando o negócio consegue vencer nessas condições, ele automaticamente valoriza sua marca no Brasil. Isso é especialmente notado em alguns setores, como moda.”Não há como descartar também fatores ligados à própria vida do empreendedor: é comum ouvir histórias de quem se mudou buscando uma melhor educação profissional ou melhores condições de vida para sua família. Ou, simplesmente, identifica-se mais com a cultura dos Estados Unidos, inclusive ao fazer negócios.

O passo a passo para abrir um negócio nos Estados Unidos

1 — Procure ajuda especializadaAssim como existem casos de brasileiros que fizeram sucesso em terras estadunidenses, existem casos de fracasso retumbante. Se você realmente quer empreender nos Estados Unidos, o primeiro passo é procurar programas especializados de apoio à imigração.Felizmente, há diversas iniciativas federais, estaduais e municipais de apoio a quem quer abrir um negócio no país. O SelectUSA, por exemplo, é o maior programa nesse sentido: feito por iniciativa governamental, é um agregador de consultorias e contatos de mercado de diversas regiões e setores estadunidenses, públicos e privados.“O SelectUSA é o primeiro ponto de contato para que os empresários identifiquem em qual mercado irão atuar. A partir daí, indicamos programas, agências e câmaras de comércio correspondentes ao tipo de negócio”, diz o cônsul-geral Ricardo Zuniga.As legislações de cada estado variam muito: algum deles pode ser um polo de atração do seu futuro mercado ou, por outro lado, pode oferecer incentivos fiscais para que você seja pioneiro na região.Enquanto os Estados Unidos oferecem programas de atração de investimentos, o governo brasileiro possui programas de expansão internacional. Segundo Drummond, o principal órgão nesse sentido é a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).2 — Tenha a ideia de negócioO primeiro cuidado que o futuro empreendedor deve ter é justamente identificar uma ideia de negócio e ter uma estratégia clara de como será sua entrada no mercado. Isso envolve entender claramente quais são suas vantagens competitivas, em relação aos negócios já estabelecidos nos Estados Unidos.“Lembre-se de que um diferencial no curto prazo, como preços baixos por conta de a matéria-prima ser cotada em reais, é algo de curto prazo. Invista em outros aspectos, como um bom pós-venda, capacidade de inovação ou produto de qualidade”, ressalta Mendes.Segundo o consultor, muitos recorrem a empreendimentos já testados, como as franquias, para reduzir o tempo dessa curva de aprendizagem.3 — Faça um plano de negócios convincenteSegundo o cônsul-geral Ricardo Zuniga, é importante ter um plano de negócios estruturado antes de começar negociações e fazer as malas para os Estados Unidos. É preciso mostrar que você possui a capacidade, estrutural e financeira, de arcar com essa operação internacional.“O primeiro passo é fazer um planejamento tributário: entenda qual o custo de fazer negócios lá. O sistema de impostos dos Estados Unidos pode, por exemplo, alterar a margem de lucratividade que você possui hoje no Brasil”, explica Drummond.Depois, vem o planejamento societário: um gestor será responsável apenas pela operação americana ou todos irão administrá-la? Como será a divisão das participações?4 — Entenda as especificações de vistoNo aspecto migratório, entra uma questão que costuma gerar dúvidas: dá para empreendedor com o mesmo visto que se usa para viajar para negócios ou para lazer?Antes, é preciso saber que os vistos americanos se dividem por categorias. Os vistos mais importantes para empreendedores são os de categoria B, que servem para visitas de negócio e de lazer; e os de categoria L, para transferência de executivos com conhecimento especializado.O principal visto das empresas que expandem é o L1, que é o de transferência de empresário – é preciso que ele esteja na empresa brasileira há mais de um ano, alerta Drummond.Mas dá para empreender com o mesmo visto que você usa para viajar ou para fazer reuniões executivas, por exemplo? Apenas se o seu negócio estiver no plano das ideias.“Há atividades que se podem ser feitas através de um visto comum, o B1 ou o B2, como reuniões. Mas, para estabelecer a presença de uma pessoa física nos Estados Unidos e levar à cabo o negócio, é preciso obter outros vistos. Temos várias formas de fazer isso, então é importante consultar especialistas. Essa é a parte inicial para o estabelecimento de uma empresa”, diz Zuniga.Essas formas podem ir desde o visto L1 até a obtenção do desejado “green card”: a residência permanente em solo americano. Além de familiares, pedidos de asilo e sorteios aleatórios entre solicitantes, é possível consegui-lo por meio da comprovação de trabalho ou atividade produtiva nos Estados Unidos.Para essa categoria, chamada de EB-5, é necessário investir 500 mil dólares (cerca de 1,5 milhão de reais, pela cotação atual) em áreas prioritárias pré-estabelecidas ou 1 milhão de dólares (cerca de 3 milhões de reais) em qualquer região, além de criar ao menos 10 empregos diretos no prazo de dois anos. Segundo Mendes, esse é um dos vistos menos buscados – compreensivelmente, diante do tamanho do investimento necessário.5 — Vá ao mercado!Uma dica simples: depois de todo esse processo, que pode levar vários meses, é a hora do famoso “go to Market”.Caso você ainda não tenha feito seu mínimo produto viável na etapa do plano de negócio, contate seu público-alvo e faça uma pesquisa prévia de aceitação do produto ou serviço.Então, fale com parceiros comerciais e lance o MVP. Caso a aceitação seja novamente positiva, é hora de investir na implantação do empreendimento nos Estados Unidos (o que pode incluir aportes vultosos, como a construção de uma fábrica, por exemplo).Achou tudo isso muito complicado? Então, inspire-se com as histórias de quem está no caminho ou já conseguiu ser bem sucedido em solos estadunidenses:

Franquias e licenciamentos made in Brazil

Como comentamos anteriormente, apostar em negócios franqueados ou licenciados pode ser uma forma de empreender nos Estados Unidos com maior segurança, por ter incluída a experiência de um sucesso anterior – o do franqueador ou licenciador da marca.Mas e quando empreendedores brasileiros fazem tanto sucesso que fundam tais modelos para outros aspirantes – inclusive americanos? Veja alguns casos:Adapte-se (de verdade) ao mercado estadunidensePillar Desouza conhece bem os Estados Unidos: sua família foi ao país quando ela tinha seis anos de idade, nos anos 2000. Seus pais eram empreendedores e queriam dar mais oportunidades e segurança para a família.Na hora de criar um negócio, inspirou-se nos sabores das frutas europeias (e, depois, brasileiras).“Fiz uma viagem com meus pais para a Europa em 2010, e sempre fui apaixonada por milk-shakes. Provamos muitos deles lá, especialmente na Itália. Já de volta, tomei um milkshake em Nova York e percebi como os sabores eram ruins e sem variedade, em comparação. Então, abri minha própria loja, em Boston”, conta.A I Love Milkshakes abriu em novembro de 2013, enquanto Desouza estava no segundo ano da faculdade de administração. Ela investiu entre 80 e 100 mil dólares, com a ajuda dos pais empreendedores (entre 240 mil e 300 mil reais, aproximadamente).O diferencial do empreendimento, segundo Desouza, é o foco na qualidade de vida e nos sabores únicos: o cliente pode customizar o milkshake do jeito que quiser, com as frutas batidas na hora. “Isso veio muito do Brasil. Lá, os sucos e sorvetes costumam ser feitos com a polpa. Aqui é tudo muito à base de caldas industrializadas”, explica.O maior desafio da empreendedora foi a elaboração de um cardápio adaptado aos estadunidenses – manter seu diferencial, mas sem simplesmente copiar o que ela viu em outros países.“A marca e o produto passarão por um procedimento demorado de adaptação: é preciso entender exatamente quais as demandas e oferecer itens condizentes. Nessa hora, é importante contatar uma empresa de consultoria do estado em que você vai atuar”, recomenda.Na I Love Milkshakes, há hoje sabores típicos do Brasil, como açaí e maracujá. Outros são misturas brasileiras e estadunidenses, como o milkshake de banana com Nutella.O sucesso foi tanto que Desouza abriu uma unidade da I Love Milkshakes em Vitória, no Espírito Santo. A filial brasileira é administrada pelo tio da empreendedora.O negócio também começou a planejar a expansão por franqueamento, no ano de 2015. “Eu vi que tinha um grande potencial de crescimento na área de milkshakes, além de a operação ser simples.”O primeiro quiosque irá abrir este mês, também em Boston. “Iremos avaliar os resultados da primeira unidade antes de atender os outros pedidos de franqueamento. Talvez, no meio do ano, comecemos a vender outras franquias”, diz Desouza.O investimento de uma unidade franqueada fica entre 150 e 250 mil dólares (entre 450 mil e 750 mil reais), variando entre os formatos quiosque e loja, e o prazo de retorno é de 24 meses.A I Love Milkshakes faturou 400 mil dólares (cerca de 1,2 milhão de reais) em 2016. Para 2017, o empreendimento pretende atingir um faturamento de 500 mil dólares (1,5 milhão de reais), no mínimo.
I Love Milkshakes

Loja da I Love Milkshakes, nos Estados Unidos

Inove ou feche as portasÉ o caso do italiano naturalizado brasileiro Federico di Franco, por exemplo. Em 2014, ele se mudou com a família para os Estados Unidos. “Fomos de São Paulo para Miami e montamos um negócio em cerca de cinco meses: a Bianco Gelato, que produz sorvetes artesanais tanto para lojas próprias quanto outros pontos de venda”, explica di Franco.O empresário conta que queria dar uma experiência diferente da vivida no Brasil para sua família. Mesmo assim, houve também uma razão empresarial para entrar no mercado americano.“Entendi que o mercado de sorvetes saudáveis estava em expansão lá. Também não havia no Brasil a matéria-prima para o meu negócio em quantidades escaláveis e preços viáveis, como o leite de amêndoa orgânico, por exemplo. Aqui, nosso negócio consegue ser democrático e não de elite, como seria no Brasil.”80% dos produtos da Bianco Gelato estão no ramo de sorvetes orgânicos, enquanto os outros 20% são produtos panificados orgânicos, veganos e sem transgênicos. A esposa de di Franco, Carla, inventa as receitas e cuida da marca. Ele gerencia os aspectos administrativos do negócio.O empreendedor conta que empreender nos Estados Unidos é mais divertido – e, mesmo assim, mais difícil. “O americano está acostumado a ver de tudo, enquanto tudo parece novidade no brasil. Aqui, você deve fazer algo realmente inovativo; se fizer o de sempre, fechará as portas. Nesses dois anos e meio, vi dez sorveterias encerrarem as atividades.”O esforço se reflete na rotina da Bianco Gelato: di Franco afirma que trabalha das 7h da manhã até a meia-noite, vendendo sorvetes na loja e fora delas. “A produção começa às 8h. A loja fica aberta entre 11h da manhã e 11h da noite. Depois disso, ainda tem o fechamento da sorveteria.”Agora, a Bianco Gelato está começando seu franqueamento e irá aumentar sua capacidade de produção, com a inauguração de um laboratório maior na metade de 2017. Quatro unidades franqueadas estão em fase de abertura e irão inaugurar este ano, também no estado da Flórida. O investimento inicial de uma loja é de 150 mil dólares (cerca de 450 mil reais).Com tudo isso, a expectativa é que o faturamento total da Bianco Gelato passe de 550 mil dólares (cerca de 1,7 milhão de reais) para cerca de 700 mil dólares (cerca de 2,1 milhões de reais), em comparação anual.
Federico e Carla di Franco, da Bianco Gelato

Federico e Carla di Franco, da Bianco Gelato (Divulgação)

Não tente dar um jeitinho nos contratos (mesmo)Gina Alencar possui anos de experiência no mundo do empreendedorismo. Seu negócio, a Boxmania, foi criado em 1998 no Brasil. A empresa tentou expandir para a Colômbia e para o México – mas não obteve sucesso, e aprendeu com a lição.“A gente percebeu que, especialmente no começo da expansão, precisamos morar algum tempo no país de destino e ficar em cima da implantação”, conta.Segundo Alencar, a expansão é uma opção de investimento internacional, diante de momentos complicados no país-sede. “Não podíamos ficar esperando para ver como iria ficar a situação econômica do Brasil. Eu tinha interesse no mercado dos Estados Unidos e resolvemos expandir.”A empreendedora ressalta como o processo de obter um visto não é simples – ela possui um de categoria L. “Não é apenas chegar e fazer. É preciso mostrar como seu projeto está empregando americanos, qual o seu vínculo com o país. Eles pedem muitos documentos e comprovações do que você está fazendo, separando quem é empresário de quem apenas quer morar nos Estados Unidos”, conta.No fim, ela conseguiu fundar a Boxmania USA. Enquanto a empresa brasileira foca mais em itens de organização para residências, a americana resolveu focar em um mercado que está em ascensão lá, segundo Alencar: as malas.“Criamos uma marca de licenciamento, chamada Perfect Travel Bag, como um novo conceito de organização para viagens. Dentro das malas você encontra diversas soluções – nécessaires e sacos plásticos para roupas íntimas e molhadas, por exemplo. Parece frescura, mas você percebe a diferença ao montar e desmontar a mala”, afirma.A Perfect Travel Bag foi idealizada em 2014, mas só começou a operar em fevereiro de 2016, na Flórida. O investimento inicial foi de 400 mil dólares (cerca de 1,2 milhão de reais) e, hoje, há uma loja e um quiosque próprios.No meio do caminho, Alencar conta que teve novamente de se adaptar aos processos do país. “O fechamento de aluguéis, contratos, negócios e seguros são feitos de forma diferente: são acordos mais frios, sem muita amizade e jeitinho. São aspectos que só se aprendem com adaptação e experiência prática, e isso leva pode levar de seis meses a um ano de vivência local sobre como os sistemas funcionam”, diz Alencar.A Perfect Travel Bag trabalha por meio de licenciamento, com pontos de venda que comercializam os produtos da marca. “Nosso plano é trabalhar também com a venda dentro de grandes redes, mas mantendo a ideia de que a mala possa ser divulgada como conceito e marca, e não no meio de outros vários produtos.”Hoje, são três licenciados, sendo que um é brasileiro. “Estamos lançando novos itens para 2017 e negociando algumas expansões, inclusive para interessados em licenciamento no Panamá e no Equador.”Um quiosque licenciado da Perfect Travel Bag custa cerca de 50 mil dólares (cerca de 150 mil reais), enquanto uma loja pequena sai por 100 mil dólares (cerca de 300 mil reais). A perspectiva de retorno do investimento fica entre 18 e 24 meses. O negócio espera chegar a 20 licenciados este ano.
Gina Alencar, da marca Pefect Travel Bag

Gina Alencar, da marca Pefect Travel Bag

Startups brasileiras competindo com as do Vale

Mas nem só de negócios em setores mais tradicionais vivem os brasileiros que foram empreender nos EUA: alguns estão querendo competir com as famosas startups do Vale do Silício.EXAME.com entrevistou três startups brasileiras, cada uma com sua história: uma startup que expandiu para os EUA após anos de atuação; uma startup relativamente nova, que entrou no país há poucos meses; e, por fim, uma startup que ainda planeja sua chegada a solo americano.Abandone um pouco a idealização e coloque os pés na realidadeÉ o caso da UPX Technologies, uma startup brasileira de soluções de segurança e performance na internet. O negócio surgiu em 2002 e atende desde grandes empresas, como o Bradesco, até pequenas emissoras de rádio.A chegada aos Estados Unidos só ocorreu 12 anos depois, em janeiro de 2014.“A expansão se deu a partir do momento que detectamos que o que fazíamos no Brasil já estava sofisticado o suficiente para nos tornarmos globais”, explica Bruno Prado, CEO da UPX. “Nós pensamos que o nosso produto pode ser vendido em qualquer parte do mundo, por ser uma solução tecnológica. Se a economia de um país está ruim, outro pode colaborar com nossos resultados.”A UPX começou seu planejamento com um teste de mercado, por meio da venda terceirizada em um marketplace americano: o negócio anunciava em um site que reúne vários serviços, e os clientes poderiam optar pela solução da UPX. Isso provou que havia demanda, e a startup brasileira resolveu investir mais pesado em 2014.Esse foi o início de um longo processo de estruturação, que levou um ano e meio. Primeiro, a UPX adaptou sua plataforma para espanhol e inglês e contratou pessoas fluentes no idioma. Depois, falou com um advogado local e com uma consultoria para entender como funcionam os contratos de contabilidade, de contratação de funcionários e do mundo jurídico dos Estados Unidos.“Com isso, reestruturamos nosso plano de negócios para estabelecer toda a operação fora do Brasil. Também contratamos um profissional local de canais de venda, que conhece bem o mercado e tem aberto diversos canais de negociação abertos”, diz Prado.A UPX assinará seu primeiro canal de vendas próprio neste mês, e pretende captar 50 clientes americanos até o fim de 2017. O negócio fechou 2016 com um faturamento de 36 milhões, e pretende recuperar o valor investido na expansão internacional em até seis meses.Como conselho a quem também que chegar aos Estados Unidos, Prado recomenda não se deixar levar apenas pelos sonhos. “Quando você tem uma startup e recebe um aporte de capital, o seu aspecto emocional costuma ficar na frente do racional. Eu já vi vários negócios que foram aos EUA e alugaram o melhor escritório da cidade, investiram em mobília e contrataram profissionais caros. Todo o dinheiro foi embora, e eles não duraram nem um ano. É preciso agir com cautela.”
Bruno Prado, CEO da UPX Technologies

Bruno Prado, CEO da UPX Technologies

Construa um produto realmente de qualidade, sabendo ouvirO negócio dos empreendedores Fernando Pavani e Stefano Milo também começou com perspectivas globais: em 2014, eles inauguraram uma plataforma de compra de moeda estrangeira online, chamada BeeCâmbio.Hoje, a BeeTech se transformou em uma startup de soluções financeiras tecnológicas – incluindo tanto a BeeCâmbio quanto a Remessa Online, um serviço para mandar dinheiro a outros países.Segundo os empreendedores, a startup pratica um spread (diferença entre taxa cobrada e taxa de captação do valor) menor do que os bancos tradicionais para esse tipo de transferência, além de oferecer uma plataforma mais fácil de se usar. O spread médio da plataforma é de 1,6% ao mês.Hoje, a BeeTech possui 20 mil clientes, sendo que 5 mil usam a Remessa Online. A maioria dos consumidores é de classe alta, e envia dinheiro para contas no exterior e para pagar a educação internacional dos filhos, por exemplo.“Como somos um serviço que atravessa fronteiras, ter um alcance global é fundamental. Vemos que muito do capital que entra no Brasil vem dos Estados Unidos, e lá há muitas corretas tecnológicas com as quais podemos fazer integrações e parcerias”, explica Milo.A BeeTech chegou aos EUA há dois meses, e está justamente procurando parceiros americanos que possam indicar a startup aos seus clientes que enviam dinheiro internacionalmente.Há atualmente duas corretoras parceiras da BeeTech em solo americano. “A opção de mandar e receber dinheiro pelos Estados Unidos, no site dessas corretoras, funciona com a Remessa Online. Os clientes delas já fazem um cadastro simplificado na nossa plataforma, com dados preenchidos automaticamente.”A BeeTech, hoje, está desenvolvendo uma ferramenta para centralização não apenas o envio de dinheiro, mas o recebimento – hoje, o recebimento é vinculado a corretoras parceiras.Como dica a futuros empreendedores nos Estados Unidos, Milo recomenda ter uma abordagem muito profissional, com foco em detalhes. “A diferença entre o regular e o excepcional é a atenção dada ao produto. Você tem que mostrar que realmente algo de qualidade. Pode parecer besteira, mas assim seus clientes e parceiros percebem que você tem um time de qualidade por trás do negócio, e isso faz toda a diferença para um imigrante.”
Fernando Pavani e Stefano Milo, da BeeTech

Fernando Pavani e Stefano Milo, da BeeTech

Não queira dominar os Estados Unidos de uma vez: ataque nichosA MidiaMobi, plataforma brasileira de gestão de conteúdo para o marketing e para as redes sociais de empresas, foi criada em 2014 pelos empreendedores João Gonzalez e Martius Haberfeld.O negócio atende 100 clientes hoje: desde pequenas empresas até grandes clientes, como o grupo Hypermarcas. Ao todo, cerca de mil usuários usam a plataforma.Assim como a UPX, a MidiaMobi também tinha pretensões globais em seu planejamento. “Já na nossa pesquisa de mercado, pensamos em como nossa solução se encaixaria em outros países. Olhamos para empresas que fizeram sucesso lá fora sem terem surgido de grandes potências econômicas, como Mercado Livre [argentina] e Spotify [Suécia]. Como a gente é uma empresa de software, nosso foco é o mercado global”, explica Gonzalez.No momento, a MidiaMobi está estudando a burocracia para se estabelecer nos Estados Unidos e em países da América Latina e procurando parceiros locais para a venda online do serviço. “Buscamos empreendimentos complementares, porque assim podemos distribuir melhor nossa solução em um mercado tão grande quanto o dos Estados Unidos. Por exemplo: empresas como MailChimp e Zendesk atendem o mesmo público que nós, mas possuem serviços que não competem com o nosso.”O empreendimento ainda está estruturando sua expansão para os EUA: a ideia é ter o planejamento pronto no fim de 2017, para começar a operar as parcerias em 2018.É algo que leva tempo. “Temos de buscar contatos no mercado, ainda que já tenhamos alguns, e elaborar um plano de negócios contundente. A maior dificuldade é elaborar uma estratégia diante de variáveis tão específicas em cada estado americano, como o perfil de consumidor. Antes de tomar ações específicas, estudaremos bastante”, diz Gonzalez.As regiões desejadas são Nova York, por ter um forte mercado de comunicação; Califórnia, por concentrar fundos de investimento, uma opção de alavancagem futura; e Boston, por também ser um hub de startups.Mesmo atuando em locais tão conhecidos, a estratégia que a MidiaMobi tomará é achar pequenos nichos para se tornar relevante. “Por exemplo, queremos ser relevantes para os designers de Los Angeles, e então tentar expandir. É um trabalho de formiguinha mesmo: ter como meta dominar metade do mercado americano é uma loucura, por exemplo.”Para este ano, a MidiaMobi pretende aumentar sua base de clientes para 400 empresas e 3000 usuários ativos.
João Gonzalez e Martius Haberfeld, da MidiaMobi

João Gonzalez e Martius Haberfeld, da MidiaMobi

Futuro: Donald Trump pode mudar seus sonhos de empreender?

Donald Trump provocou muitas polêmicas durante o processo das eleições americanas. Uma das mais conhecidas diz respeito à imigração: ele afirmou que retomaria os projetos de construção de um muro que separaria os Estados Unidos do México. Há poucas semanas, assinou o projeto e oficializou sua promessa.Com tal posicionamento, surgem muitas dúvidas sobre como será a relação de Trump com os imigrantes ao país. Será que os brasileiros que querem abrir negócios nos Estados Unidos serão afetados?Os empreendedores consultados por EXAME.com deram análises mistas: há quem diga que Donald Trump será melhor para a economia americana do que o último governo. Também há aqueles que afirmam não ter visto grandes alterações no seu mercado de atuação.Por fim, há os que defendem que o maior controle sobre os imigrantes pode afetar a operação de muitos negócios para pior – pode haver menor diversidade na hora de contratar funcionários brilhantes e em atrair consumidores, como ressalta o governador do estado de Delaware, por exemplo.“Quais CEOs responsáveis e inovadores alienariam grandes fontes de talentos e consumidores? Nenhum, porque seus quadros administrativos os demitiriam na hora. Mas Trump alienou latinos (o poder de compra deles nos Estados Unidos: mais de um trilhão de dólares) e muçulmanos (mais de 125 bilhões de dólares”, analisou Jack Markell, que também é empresário, à Forbes.Já segundo os especialistas ouvidos por EXAME.com, o brasileiro pessoa física que entra nos Estados Unidos pode enfrentar agora mais problemas do que antigamente – o que é um obstáculo para quem ainda está na fase de ideação do empreendimento.“O governo americano é muito bem aparelhado, e já estamos vendo mais fiscalização e prazos mais longos na hora de conceder os vistos. Vários clientes têm sido parados e questionados na imigração, o que antes não acontecia. Os EUA sabem que o volume de pedidos brasileiros já cresceu muito e vai crescer ainda mais, o que acende um alerta”, afirma o especialista Manual Mendes.Donald Trump assinou recentemente algumas mudanças no controle migratório que reforçam tal fiscalização. A concessão de vistos para brasileiros mudou: agora, todos os solicitantes deverão passar por entrevista pessoal. Antes, quem renovasse seu visto na mesma categoria, em até 48 meses após o vencimento, não precisaria refazer essa etapa.Mesmo com esse obstáculo na pessoa física, Pedro Drummond analisa que os empreendedores já legalizados não sofrerão o mesmo impacto.“As mudanças imigratórias mais significativas, até o momento, estão voltadas para estrangeiros de outros países, não o Brasil. Não há nada que indique que, no futuro, teremos maior dificuldade para o processo de visto de executivos brasileiros transferidos para cuidar do empreendimento a ser estabelecido nos Estados Unidos.”
“A empresa que quer realmente criar raízes vai ser beneficiada”, explica o consultor Manuel Mendes. “Agora, quem quer somente exportar seus produtos para os Estados Unidos pode enfrentar obstáculos, como mudanças tarifárias e protecionismo.”
Mendes concorda com a análise: para quem já se preparou para abrir um empreendimento que traga investimentos para os Estados Unidos, a tendência é que as portas estejam abertas.“Baseado no que existe no plano de governo e no que a gente escuta, há uma política de incentivo forte à captação de investimento e do fortalecimento do pequeno negócio americano. A empresa que quer realmente criar raízes vai ser beneficiada”, explica. “Agora, quem quer somente exportar seus produtos para os Estados Unidos pode enfrentar obstáculos, como mudanças tarifárias e protecionismo.”Fonte: Exame

PRIMEIRO ÔNIBUS MOVIDO A ENERGIA SOLAR NO BRASIL

A tecnologia fotovoltaica no transporte público é resultado de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina e pode favorecer milhares de pessoas https://youtu.be/BNyn_cG0FTI 

Após 55 anos no setor, dono da Cyrela vai partir para outra

Depois de dedicar mais de meio século ao setor de construção, Elie Horn quer partir para novos negócios — e vai começar pelo segmento de saúde

Horn comprometeu 60% da sua, estimada em 1,3 bilhão de dólares. Também tem estudado mais filosofia e lidera um projeto para combater o abuso e a prostituição de meninas menores de idade no Brasil. Tudo muito bom, tudo muito bem — mas, depois desses três anos pensando em outras coisas, o empresário decidiu voltar a investir.Horn reuniu recursos da família em um fundo que busca negócios em diversos setores — exceto o imobiliário. A primeira aquisição, já se sabe, será uma empresa do segmento de saúde. “O Brasil é um país grande e, à medida que ficar mais rico, o negócio de saúde vai crescer muito”, disse Horn a EXAME. O empresário também vê sinergias entre a área de saúde e a de construção. “Vários negócios em saúde precisam de imóveis. Poderemos aproveitar essa coligação dos dois lados, só por isso já vale.”O projeto lembra, embora em escala ainda embrionária, a Península, fundo criado pelo empresário Abilio Diniz para administrar sua fortuna e investir em empresas influenciando na gestão delas. Hoje, Diniz é sócio da varejista Carrefour, da gigante de alimentos BRF e da rede de ensino Anima.Para ficar à frente do fundo (que ainda não tem nome), Horn convidou Rogério Melzi, que deixou o comando da empresa de educação Estácio há sete meses, depois de ter sido adquirida pela concorrente Kroton. Os dois ficaram próximos dois anos atrás, quando Melzi passou a ocupar uma cadeira no conselho da Cyrela. Horn escolheu Melzi depois de acompanhar suas intervenções “bem pensadas” nas reuniões de conselho da Cyrela. “Como somos transparentes, quanto mais cutucar, melhor. Não decidi de um dia para o outro. Até porque, na minha idade, ter paixonites é perigoso”, afirma Horn.O convite já havia sido feito enquanto Melzi estava na Estácio. E Horn disse que poderia esperar pela vinda de Melzi no momento mais adequado. O executivo deixou a Estácio durante a batalha pelo controle da empresa. Melzi se diz agora satisfeito porque nesse projeto está alinhado ao controlador.O primeiro investimento do novo fundo está prestes a ser fechado e, segundo EXAME apurou, deverá ser na área hospitalar. Mas os dois já estão de olho em outras possibilidades, como clínicas populares. Além de escolher os alvos de aquisição, Melzi vai tocar as empresas compradas. “Nessa primeira aquisição, devo ocupar a presidência da empresa. E, a partir do momento que vierem outras, estarei no conselho ou indicarei a gestão”, afirma Melzi.O tamanho do fundo não é revelado, mas já larga com centenas de milhões de reais e pode receber mais recursos à medida que novas oportunidades apareçam. Os investimentos poderão ser fechados em conjunto com outros fundos de private equity ou com dinheiro de outras famílias. Segundo EXAME apurou, já na primeira aquisição Horn deverá ter um sócio financeiro. “Gosto de ter sócios. Sem preconceitos”, diz Horn. Apesar das parcerias, a intenção deles é sempre manter a gestão das empresas investidas. Conservando o chapéu de filantropo, 60% dos ganhos que Horn obtiver também com esses negócios serão destinados à caridade — ou “justiça”, como ele gosta de dizer.O empresário voltou a investir porque vê o país entrar numa nova fase. “Eu nasci otimista. Não sei se é defeito ou qualidade, só sei que não posso ficar parado”, diz. O sonho de repetir o sucesso que teve na construção em outros setores é antigo, mas esbarrava na falta de capacidade de gestão. Investimentos em outros ramos, como frutas, couro e ouro, não deram certo. “Agora tem de dar certo. Decidi que só faria esse fundo quando tivesse um bom gestor”, afirma.A gestão da Cyrela continuará a cargo de seus filhos, Efraim e Raphael. Horn é presidente do conselho de administração. “Vivemos um período muito negativo em todos os ramos da construção”, diz. A Cyrela vale, hoje, 5 bilhões de reais, metade do que valia em seu auge, há seis anos. A empresa e o setor sofrem com a retração econômica e com o elevado número de clientes que não conseguiram pagar pelos imóveis que adquiriram. No ano passado, a queda nas vendas da Cyrela foi de 18%. Mas o ciclo de queda dos juros iniciado pelo Banco Central anima Elie Horn. “Acho que estamos na hora da virada.”Fonte: Exame

11 TENDÊNCIAS PARA SEGUIR E VENDER MAIS EM 2017

Conheça novidades que farão sua empresa aumentar o faturamento no ano que vem

O uso de novas tecnologias é uma tendência que será ainda mais forte em 2017 (Foto: Endeavor Brasil)
O ano está chegando ao fim. Para muitos empreendedores, 2016 não foi do mais fáceis. Porém as dificuldades podem ser um ótimo incentivo para pensar em caminhos alternativos. Não dá para deixar a inovação de lado e ignorar as demandas que surgem dos clientes.
Para quem trabalha no varejo, há sempre muitas novidades no mercado. Quais delas você precisa considerar? E quais as tendências para 2017? Contamos com a ajuda de Carlos Zilli, conselheiro da Imaginarium, e de Fernando Lucena, sócio-diretor da GS&Friedman, para reunir dicas relevantes. Ligue seus radares e não perca tempo: confira nossa lista e saiba no que ficar de olho.Varejo híbrido Segundo Zilli, é um desafio cada vez maior reter os consumidores nos pontos de venda. Por isso, as lojas estão criando ambientes onde é possível encontrar produtos de segmentos diferentes.No mesmo local onde se vendem objetos há também roupas e serviços, por exemplo –todos atendendo o mesmo perfil de consumidor. Fazer essa mistura é um desafio, mas é uma tendência já é observada em lugares como Berlim, onde um café pode ser também loja de roupa e de discos para um público específico, que aprecia determinado estilo de visual, música e alimentação.Outro bom exemplo é a norte-americana Urban Outfitters, que vende roupas, sapatos, acessórios, itens de decoração e produtos de beleza, focada em um público jovem.Canais alinhados De acordo com Lucena, o que existe hoje é um omniconsumidor, um consumidor altamente seletivo, que usa bem a tecnologia para tomar a decisão de compra, que pode ser realizada por inúmeros canais. Já não é mais possível separar o mundo físico do digital — as pessoas transitam entre eles com naturalidade –, e os canais não podem ser vistos como concorrentes.Pode ser que a pessoa esteja dentro da sua loja física pesquisando o seu site para comparar preços e ver mais opções de um mesmo produto – como cores e tamanhos, no caso de vestuário. Isso acontece porque as lojas têm limitações de espaço. Já a internet é uma prateleira sem fim.Também pode ser que o cliente esteja na sua loja por querer testar o produto ao vivo, mesmo que depois ele feche a compra pelo site. Quem não percebeu isso está ficando para trás.A Nike, por exemplo, leva para a loja o seu canal digital e, caso o tênis desejado não esteja em estoque, a compra pode ser feita mesmo assim. “A pessoa compra com a marca. Precisa haver uma consistência nos canais e a boa experiência precisa ser replicada em todos. Tem que ser gostoso comprar na loja e comprar no site”, afirma Lucena. “Para ter um site mal feito, melhor não ter, para não prejudicar a imagem da marca.”Mudanças no ponto de venda O ponto de venda está mudando de função para ser um ponto de relacionamento. A compra pode ser feita ali mesmo, pela internet ou por um revendedor — ela é só uma consequência de todo um processo de relacionamento bem conduzido. Isso não significa que a loja física seja apenas um showroom.Nas lojas da Apple, por exemplo, os vendedores não são treinados para vender, mas sim para atender, explicar e tirar dúvidas. Eles atuam como facilitadores. Claro que essa mudança no perfil também precisa vir com uma redefinição de função e do sistema de remuneração.Em vez de pagar mais a quem vende mais, é possível remunerar quem traz novos clientes para a loja, quem vende mais para um mesmo cliente e quem recebe mais elogios, por exemplo.Esse tipo de vendedor precisa gostar de gente e gostar de se relacionar – as técnicas de venda são ensinadas. Um outro exemplo interessante de relacionamento em pontos de venda é do grupo de cosméticos Ikesaki, que promove cursos com seus produtos para clientes dentro das lojas.No friction O no friction se caracteriza pelo fim dos intermediários. Os representantes de vendas, por exemplo, estão sendo substituídos pelo acesso direto do cliente no canal digital ou no contato pelas redes sociais. Nos aeroportos, o uso de totens para check-in dispensa os atendentes.O Uber também é um serviço que elimina o intermediário e conecta diretamente clientes e prestadores de serviço, assim como o aplicativo de delivery iFood ou a plataforma de aluguel de casas Airbnb.Vídeo Todos nós estamos nos tornando produtores de conteúdo em vídeo. Seja pelo YouTube, Facebook, Snapchat ou Instagram, criamos e compartilhamos pequenos filmes. Todo mundo é ator, todo mundo é roteirista. É preciso ficar atento a essa nova maneira de se comunicar.Você precisará abrir esse canal com os clientes, e os clientes vão falar da sua marca por meio dessas plataformas. Assim como o fast fashion, os vídeos têm um ciclo de vida cada vez mais curto, o que requer cada vez menos uma grande produção e uma maquiagem perfeita.Cliente é rei Estender o tapete vermelho para os clientes deixou de ser iniciativa só do mercado de luxo. Hoje, toda marca precisa oferecer tratamento diferenciado para criar embaixadores. Uma boa relação com os clientes se refletirá na vida real e nas redes sociais, aumentando a interação com a marca e os comentários positivos.Empresa é uma só para quem trabalha e para quem consome Não existe mais separação entre a empresa para o cliente e a empresa para o funcionário. Em muitas situações, a mesma pessoa que compra seu produto também participa dos processos de recrutamento e seleção para trabalhar na sua empresa.Portanto, o cuidado com as relações humanas precisa existir em relação aos clientes e aos colaboradores, pois as contradições ficam cada vez mais expostas e transparentes.Não significa que todas as empresas precisam fazer como o Google, colocando rede e sala de jogos no escritório – mesmo assim, é bom lembrar que além de ambientes bonitos o Google também tem processos, meritocracia e foco em resultados.O importante é revisitar processos internos e verificar se a companhia se comporta da porta para dentro da mesma forma que se comporta da porta para fora, porque a empresa é uma só para quem trabalha e para quem consome.Sustentabilidade Produtos sustentáveis e empresas que estejam genuinamente preocupadas com o meio ambiente continuam conquistando a preferência dos clientes. Pesquisas recentes mostram que quem compra prefere opções ecológica e socialmente sustentáveis.Uma das tendências para 2017 identificadas pela consultoria TrendWatch é a chamada “captura de capacidade”, que significa encontrar novas fontes de valor ou eliminar qualquer desperdício de recursos.O Reverse Delivery, uma iniciativa brasileira, apareceu entre os exemplos. O projeto, lançado em 2016, aproveita os baús vazios dos motoboys que entregam refeições para coletar doações de comida. Os restaurantes parceiros avisam os clientes do projeto assim que fazem o pedido e quem tem alimentos pode contribuir.Mas segundo Lucena, a sustentabilidade é cada vez mais um conceito que não tem a ver apenas com a natureza e com a sociedade. É preciso buscar sustentabilidade nas relações com clientes e com fornecedores.Pensar no amanhã do planeta e dos relacionamentos. Sua empresa quer fazer apenas transações de produtos ou quer criar uma conexão perene com o cliente? Quer espremer o fornecedor o quanto possível por desconto ou quer estabelecer uma relação ganha-ganha de longo prazo?Consultoria Os consumidores hoje buscam mais soluções do que produtos. “Se você atua na área de moda, por exemplo, pode oferecer uma consultoria de como suas clientes podem se apresentar melhor, o que é diferente de apenas vender uma peça de roupa”, explica Lucena.Para oferecer um bom serviço, é fundamental ter vendedores que não estão apenas interessados em fazer uma transação de compra e venda. Para vender serviços, o elemento humano existe para o relacionamento, educando e orientando o cliente para um melhor uso do produto. “Os clientes querem sempre um pouco mais do seu produto, esgotar as possibilidades que ele oferece. Então, preciso de alguém que me oriente para usufruir.”Exigir exclusividade do cliente é cada vez mais difícil Quando falamos em fidelidade e programas de relacionamento, o que tentamos exigir dos consumidores é uma relação de exclusividade na hora da compra – faça negócio comigo e com mais ninguém.O problema é que o número de opções, de marcas ou de produtos, aumentou muito, então está cada vez mais difícil exigir essa fidelidade. O relacionamento não precisa deixar de ser cultivado, mas deve ter um sentido de “compre de outro, só não se esqueça de mim”, garantido que em momentos mais convenientes o cliente estará disposto a voltar para sua empresa.Por exemplo, quando escolhemos qual pizza comer. Para alguém que mora em São Paulo, há dezenas de opções no mesmo bairro. Se a ideia é apenas comer muito, a escolha pode ser por um rodízio. Mas se a opção for algo de mais qualidade, a escolha pode ser sempre por um restaurante especial, que se diferencie dos demais.Experiência virtual Segundo a TrendWatching, a economia da experiência vai se fortalecer ainda mais com as experiências de realidade virtual e realidade aumentada. O mundo virtual vai eliminar as barreiras de custo e acessibilidade associadas a muitas experiências no mundo real, tornando o tempo o único fator escasso.Um dos exemplos dessa nova realidade foi o lançamento do Buy+ pelo Alibaba, uma experiência de compra com realidade virtual. Usando um smartphone, os consumidores eram transportados para uma loja da Macy’s em Nova York, onde podiam passear e escolher os produtos nas prateleiras.
Fonte: PEGN

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