Energia fotovoltaica deve movimentar R$ 100 bilhões até 2030

Empresa Fronius, que importa 90% da sua produção anual e está entre os top 10 fabricantes do mundo no segmento, fala sobre este mercado em ascensão

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) até 2024 cerca de 1,2 milhões de geradores de energia solar ou mais deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil, representando 15% da matriz energética brasileira e até o 2030 o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões.O país possui um grande potencial para movimentar este segmento. A radiação solar na região menos ensolarada é 40% maior do que na região mais ensolarada da Alemanha, por exemplo, que é um dos líderes no uso de energia fotovoltaica. Para aproveitar este potencial o preço do kWp – medida de potência energética associada com células fotovoltaicas – está reduzindo e nos próximos anos o desafio será abrir novas linhas de crédito e financiamento. A tendência é de que surjam mais programas do governo e modelos de negócios, tornando o processo mais acessível.A população brasileira tem pago altas taxas de energia elétrica e sempre está na “berlinda” quando o assunto é água. Estes fatores têm impulsionado o número de instalações do sistema fotovoltaico. Os estados que mais instalam energia solar são Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, sendo MG um dos pioneiros e com mais instalações e o RJ com melhor potencial e mais instalações por m². Na área empresarial, os estados que mais tem adotado e instalado sistema fotovoltaico são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.Com quase quatro anos de atuação no Brasil – a partir da resolução 482/2012 – o sistema garante a todos – públicos residencial, comercial ou industrial – que optarem pela energia solar, descontos na conta de luz. “Ou seja, se o sistema gerar mais energia do que o consumido, a energia excedente será injetada na rede pública. Esta medição é realizada através de um medidor de energia bidirecional – fornecido pela concessionária local – que quantificará os quilowatts-horas injetados de energia solar. Este excedente será analisado e calculado, para que o consumidor receba um desconto em sua conta de luz”, explica Roman Huemer, diretor geral da Fronius, empresa com 25 anos de experiência na produção de inversores solares.A energia solar fotovoltaica é agora, depois de hidráulica e eólica, a terceira mais importante fonte de energia renovável em termos de capacidade instalada no mundo. Mais de 100 países utilizam energia solar fotovoltaica. A China, Japão e Estados Unidos, atualmente, são os mercados de energia fotovoltaica, contribuindo com quase 6% de sua demanda de eletricidade. A Alemanha é o maior produtor, mas estima-se que em breve será superado pela China.“O Brasil dispõe de um potencial gigantesco. A Europa possui 88GW de energia fotovoltaica enquanto o Brasil está com menos de 1GW instalado, ou seja, representa apenas 0,02% do potencial da matriz energética brasileira. Mas este sistema está cada vez mais acessível no Brasil. De acordo com a ANEEL até 2024 cerca 1,2 milhões de geradores de energia solar devem ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil”, alerta Roman.É importante que o consumidor fique atento ao escolher os produtos para fazer a instalação, pois é um sistema com duração de pelo menos 20 anos. “A energia fotovoltaica é uma tecnologia extremamente nova no território brasileiro, porém sua instalação é fácil e rápida. O sistema pode ser instalado em telhados residenciais ou comerciais, próximos ou diretamente no local onde é necessária a energia. Ou seja, este sistema independe daquela energia gerada em grandes instalações centrais – hidrelétrica – ou em grandes parques eólicos. Para instalar um sistema fotovoltaico em uma residência, o valor de investimento está em torno de R$ 18 a 22 mil. Com retorno previsto em sete ou oito anos”, afirma Roman.É um mercado em ascensão que tem dado oportunidades para empreendedores investirem num negócio rentável. Diante deste cenário, a Fronius já vendeu mais de 3000 inversores no Brasil e espera que este número duplique nos próximos anos.Fonte: Empreendedor

Este site quer que você conheça de verdade quem produz sua comida

A Raízs é um marketplace de agricultores familiares com uma grande missão: retomar o relacionamento dos consumidores com os produtores

Os micro e pequenos negócios respondem por boa parte da produção nacional: eles são os responsáveis por mais de um quarto do Produto Interno Bruto do Brasil, segundo o último estudo do Sebrae sobre o tema. E, quando se fala no setor de agricultura e pecuária, a situação não é diferente.Enquanto muitas grandes empresas estão mais focadas na exportação, a agricultura familiar produz 70% dos alimentos que os brasileiros comem, de acordo com os últimos dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário.Em uma época de várias polêmicas envolvendo a fabricação de alimentos, conhecer de verdade quem produz sua comida pode dar mais segurança ao consumidor, fomentar o empreendedorismo e resgatar a antiga relação de proximidade com quem vende o que comemos.É o que defendem os empreendedores Bruno Rebouças e Tomás Abrahão. Por isso, lançaram no ano passado a plataforma Raízs: um marketplace que agrega os produtos de diversos agricultores familiares.O negócio social já vende três toneladas de produtos por mês, para 400 usuários, e participa da plataforma de inovação Red Bull Amaphiko.“As pessoas que produzem o que você come, querendo ou não, estão na sua vida. A gente se propõe, acima de tudo, a criar laços cada vez mais afetivos”, diz Abrahão.

Viagem de negócios (sociais)

Abrahão enfrentava um dilema comum a muitos empreendedores: não conseguia achar aquilo que o faria feliz. O então consultor de sustentabilidade pediu demissão e fez uma viagem para Bangladesh, em busca de novas ideias.Lá, foi trabalhar no Grameen Bank, fundado pelo Nobel da Paz e “banqueiro dos pobres” Muhammad Yunus. E conheceu o conceito de “negócio social”: empreendimentos que também possuem um compromisso com a sociedade e seu desenvolvimento.Após essa experiência, o futuro empreendedor viajou pela Ásia e pela América Latina por quase um ano, observando a maneira como as pessoas se relacionavam e se alimentavam. Também pensou em como, na própria infância, sua mãe já estimulava a consciência de saber mais sobre o que se come.Ao voltar para o Brasil, em 2014, Tomás já tinha em mente o seu propósito. “Juntei a questão de valorizar o outro, de ter esse desejo de empatia e de caminhar junto, com a consciência alimentar. Então, pensei: por que não valorizar o pequeno produtor?”, conta.Abrahão idealizou o que viria a ser a Raízs em 2014 e 2015: visitou pessoalmente pequenos produtores no interior do estado de São Paulo, mapeou as histórias das famílias produtoras de alimentos orgânicos e fez um mínimo produto viável (MVP).
Tomás Abrahão, da Raízs

Tomás Abrahão, da Raízs (Fabio Piva/Red Bull Content Pool/Divulgação)

Um crowdfunding, feito no final de 2015, gerou uma doação de 25 mil reais por 204 doadores; um investidor-anjo aportou outros 25 mil reais e os 50 mil reais totais foram usados para as primeiras despesas de estoque da plataforma.A plataforma só foi aberta ao público em maio de 2016, já com a união do sócio Bruno Rebouças, mais focado em marketing e vendas.

Como funciona?

A Raízs é uma plataforma de produtos orgânicos e agroecológicos, com foco em valorizar o pequeno produtor.O usuário pode entrar, olhar os produtos disponíveis de 39 agricultores familiares e fazer sua própria cesta; ou, então, assinar um dos três planos disponíveis de entrega semanal (com preços que variam de 60 a 100 reais por cesta).O estoque disponível é atualizado todo dia, e a colheita só é feita depois da confirmação de compra. As entregas são feitas pela plataforma de terça a sábado e, para compras feitas até 11h, a entrega já é feita no dia seguinte. Por enquanto, a Raízs só entrega no estado de São Paulo (mas pretende ir ao Paraná e ao Rio de Janeiro ainda este ano).“É um modelo que beira a zero desperdício, além de gerar muito mais frescor e qualidade ao alimento”, diz o empreendedor.Mas o grande diferencial da Raízs não está apenas em colocar os agricultores familiares na internet: os consumidores também podem ver suas fotos e ler suas histórias. Abrahão também diz organizar visitas para que alguns usuários colham, cozinhem e conversem com esses produtores.Cerca de 10% do resultado da Raízs vai para um fundo voltado ao pequeno produtor. “É uma reserva que criamos, e os produtos mesmo decidem o que será feito com o valor. É um espaço colaborativo, nesse sentido”, explica.
Alguns dos produtores que estão na plataforma da Raízs

Alguns dos produtores que estão na plataforma da Raízs (Raízs/Divulgação)

Ao todo, o marketplace concentra mais de 500 produtos: de frutas, legumes e verduras de pequenos produtores rurais até geleias e granola de pequenos produtores urbanos.Abrahão afirma que o custo para o consumidor é menor do que o de produtos similares em supermercados tradicionais. Ao mesmo tempo, o repasse para os produtores é maior e há o custo de logística envolvido. Portanto, a Raízs opera com pouca margem de lucro. “Nosso foco está mais em promover equidade na cadeia, valorizando o agricultor e dando mais acesso ao consumidor.”São vendidas em média três toneladas de produtos por mês, para 400 pessoas, que costumam comprar de três a quatro vezes por mês. O ticket médio é de 140 reais.

Fomento à inovação

Antes mesmo de a Raízs ser lançada, o negócio foi selecionado para participar da plataforma Red Bull Amaphiko, que impulsiona projetos sociais e jovens empreendedores.“Ter a Amaphiko como parceira foi fundamental para a gente se construir como negócio social. Eles olharam além dos números e nos ajudaram a olhar os problemas. Fizemos a construção de marca, a formatação de processos e, principalmente, o autoconhecimento da própria empresa”, conta Abrahão.O programa da Red Bull Amaphiko do qual a Raízs participou começou em janeiro de 2016 e irá terminar em junho de 2017. As inscrições para a próxima seleção vão até 31 de março, pelo site da plataforma (amaphiko.redbull.com).Fonte: Exame

Dono da Mormaii dá partes da empresa a funcionários

Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, transformou a Mormaii na maior marca de surfe do país, com vendas de meio bilhão de reais por ano. Agora, está dando partes do negócio a funcionários – E essa estratégia só o torna mais rico

O empresário, em Garopaba (SC):  uma fórmula para ganhar mais e trabalhar menos   (Foto: Caio Cezar)
Um helicóptero da marca italiana AgustaWestland pousa no gramado da fábrica da Mormaii, em Garopaba (SC), a maior marca de surfe do Brasil, cujos produtos devem vender R$ 600 milhões neste ano. Da nave, desembarcam quatro executivos do banco BTG Pactual.
Eles formam um conjunto de ternos bem cortados que avança até o escritório de Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, o fundador da empresa. Após os cumprimentos de praxe, revelam o motivo da visita: querem propor a venda da companhia, avaliada em quase R$ 1 bilhão, para um grupo internacional. Morongo bate a mão na mesa e sobe o tom: “Vocês sabem que estão me fazendo perder um tempo que eu poderia ter dedicado aos meus netos? Acham que eu quero esse dinheiro para quê? Olha, vocês vão me dar licença”. O empresário se levanta, mira a porta e grita para o filho: “Flavius, você pode atender estes caras?”. Budista, com jeitão de quem vive na praia, Flavius nem sequer trabalha na Mormaii. Naquele dia, estava por ali, meio por acaso – e de chinelos. Ainda assim, ele se senta à mesa, encara o grupo e abre um sorriso: “Do que a gente ia falar, mesmo?”.Existem jeitos e jeitos de lidar com negócios. E existe também o jeito do Morongo. (O apelido, aliás, vem da infância. Marco Aurélio trazia umas pintinhas no rosto, semelhantes às existentes no morango. Daí, a alcunha pegou.) O BTG, observe-se, não foi o único banco de investimento a ouvir uma resposta rude para uma oferta de venda. A lista de negativas inclui, entre outras, uma dada em Nova York para a turma do J.P.Morgan. Para todos os efeitos, Morongo não está interessado em vender a Mormaii. Ocorre que, paradoxalmente, ele não vê problema em doar partes da companhia para funcionários e para pessoas de sua confiança – e, em um futuro não muito distante, quem sabe abrir mão dela toda.Parece maluco, mas essa “generosidade” tem feito dele um homem mais rico. E não se trata de riqueza espiritual. É dinheiro, mesmo. Três anos atrás, por exemplo, ele doou a fábrica de roupas de neoprene, aquelas que os surfistas usam no inverno, coladas ao corpo. A confecção vendia R$ 10,5 milhões e dava prejuízo. Os processos estavam desorganizados. Uma primeira tentativa de doá-la a seis funcionários mixou. Morongo decidiu, então, ter uma conversa com Carlos Casagrande, de 38 anos, um galego de Criciúma, que detinha as licenças para fabricar protetores solares e aparelhos ortopédicos com a marca Mormaii.Surfista apaixonado desde os 10 anos, Casagrande tinha bons resultados com esses produtos. Por isso, no início de 2012, Morongo disparou: “Tu queres a fábrica?”, disse, em um notório gauchês (ele nasceu em Barra do Ribeiro). Surpreso, Casagrande respondeu que não teria dinheiro para comprá-la. “Eu não quero que tu pagues”, replicou Morongo. “Quero que organize aquilo, porque não estou conseguindo. Quero que a produção dobre, triplique, só isso.” Foi o que aconteceu. No fim de 2014, dois anos e meio após a mudança, o negócio vendia R$ 24,5 milhões e dava lucro. Somente nos últimos 12 meses, período difícil para quem vende o que quer que seja no Brasil, o faturamento saltou 22%. “Qual foi o ganho do Morongo? A Mormaii está vendendo muito mais roupas de borracha. Assim, ele lucra mais com os royalties da marca”, diz Casagrande. “E não precisa se preocupar com a produção, tem mais tempo para os netos.”
Ao lado, uma prancha com superfície de cortiça, que dispensa parafina: Morongo cria boa parte das inovações da empresa  (Foto: Caio Cezar)
Morongo confecciona as primeiras roupas de neoprene da marca, nos anos 70  (Foto: Arquivo Pessoal)
Um negócio de royalties Os royalties são o grande negócio atual da empresa. Em Garopaba, a única coisa que se fabrica são as roupas de borracha, sob a batuta de Casagrande – que combinou pagar somente o estoque de matéria-prima recebido na doação, e “conforme fosse possível”. Todos os outros 2,5 mil itens que levam o logotipo da Mormaii – de skates a guarda-sóis, de bolsas a capacetes – são produzidos por 46 fabricantes. Elas pagam, em média, 6,5% do valor das vendas para Morongo. Os artigos com os quais mais lucra são, pela ordem, chinelos (feitos por Grandene e Amazonas), relógios (Technos), óculos (JR-Adamver), bicicletas (Free Action) e roupas (Incobras). Seu maior ativo é a marca. E os contratos de licenciamento que ela atrai.Nem sempre foi assim. Até o fim dos anos 80, a Mormaii fabricava tudo que vendia. Eram macacões e camisas de neoprene, acessórios de surfe, roupas e outros produtos. A transformação começou quando a Mesbla quebrou e um de seus principais fornecedores, desamparado, chamou Morongo para uma parceria. O empresário cederia a marca e eles fariam as roupas. Desde então, ele entendeu as vantagens da fórmula do licenciamento. Com o tempo, passou adiante a fabricação de todos os itens, um por um, até ficar só com aquilo que havia sido a pedra fundamental da Mormaii: as roupas de neoprene.Na primeira vez em que viu o material (ou policloropreno, já que o nome neoprene é uma marca registrada da Dupont), Morongo era um adolescente hiponga e viajava de carona pela Patagônia argentina. Mergulhador, praticava o esporte na Península Valdés, famoso santuário de baleias, vestindo as grossas roupas impermeáveis da época, quando notou que a gola do traje era feita de um material mais fino e maleável.Anos mais tarde, ele se formou em medicina em Porto Alegre e decidiu se mudar para Garopaba, onde não havia médicos. O “doutor Morongo”, como era conhecido à época, diz que se estabeleceu ali como uma forma de ajudar um povoado carente. “Não havia água encanada, nem luz elétrica”, afirma. “Não existiam privadas, as pessoas defecavam na rua, muita gente morria de lombriga e verminoses.” Para se divertir, o médico tinha o mar. Mas havia um problemão: o frio tornava quase impossível os banhos durante o inverno. Foi aí que ele se lembrou daquela gola que conheceu na Argentina. Decidiu pegar uma Brasília (capenga, observe-se) e dirigir até Valdés, para comprar umas amostras do produto. O resto é história. Morongo começou a costurar roupas com o material, as pessoas fizeram pedidos, ele achou que ajudaria mais a cidade como empresário do que como médico e criou a marca, que já é vendida em 20 países.
“Tu queres a fábrica?”, ele perguntou ao amigo Carlos Casagrande. “Não precisa pagar. Só quero que a produção dobre, triplique.” Ele topou. Entre 2012 e 2014, as vendas quase triplicaram
Hoje, quem conhece Garopaba acha difícil acreditar nesse cenário de miséria descrito por ele. O município tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, que combina dados sobre expectativa de vida, educação e saúde) considerado alto, de 0,753, acima da média do país, de 0,744. As casas lembram subúrbios americanos, com jardins abertos, sem cercas e com acabamento de boa qualidade. Com menos de 20 mil habitantes, tem um clube de tênis moderno. No dia dos namorados, uma noite fria e chuvosa, não havia reservas disponíveis em nenhum dos vários bistrôs e restaurantes à beira-mar, com pratos a R$ 80 por pessoa e vinhos importados. “A Mormaii colocou Garopaba no mapa”, diz Fernando Ambrosio, secretário de Turismo do município. “Muitos grandes empresários moram aqui por causa da qualidade de vida, mas vão para São Paulo trabalhar durante a semana.”
O empresário, no Havaí: aos 66 anos, ele segue surfando  e em boa forma  (Foto: Arquivo Pessoal)
Dividir para multiplicar O turismo ligado ao surfe moldou o crescimento da cidade, sem grandes prédios e repleta de lojas e restaurantes identificados com esse estilo de vida. É seguro dizer que a Mormaii ajudou a forjar a face do município. Também não há risco em afirmar que Morongo é um desses empresários com faro aguçado para a inovação. Nos anos 70, época em que fazia as primeiras experiências com neoprene, essa indústria ainda engatinhava em outras partes do mundo. Na Califórnia, Jack O’Neill desenvolvia roupas parecidas para surfar nas águas geladas da região. Na França, Jacques Cousteau tentava adaptar o tecido para o mergulho. Na pequena e então miserável Garopaba, Morongo acompanhava ombro a ombro essa revolução. Ainda hoje, quase todas as inovações da marca são criadas internamente. Não raro, estão à frente da concorrência global.Morongo sugere boa parte das novidades. A garagem de sua casa é cheia de criações do empresário, como uma prancha com superfície de cortiça (na foto da página 105), que dispensa parafina. Seu carro, um Suzuki Mormaii (outra licença), tem no porta-malas um opcional insólito: um esguicho para ajudar o surfista a limpar o pé na hora de se vestir. “Foi a minha exigência para a montadora”, diz. Mas talvez sua inovação mais radical esteja no campo da gestão, na forma como está tocando – ou deixando de tocar – o negócio.Assim como abriu mão da fábrica, Morongo tem doado outras partes da empresa. O departamento de marketing, que produzia material publicitário para os produtos licenciados, foi desmembrado e resultou na criação da agência MXM, dada a dois funcionários antigos. A área que administra as franquias – a marca deve terminar o ano com 40 lojas – originou a A33, também entregue a um parceiro. O e-commerce foi cedido à funcionária que insistiu em sua criação. Até o setor de licenciamento, que gera os royalties sobre a marca, ele pensa em repartir no futuro. “Quem sabe dar uma parte para a prefeitura, ou alguma associação?”, afirma. “Acho uma boa ideia deixar algo para a comunidade.”
Tainah, filha do empresário, agora cria as estampas: os itens femininos subiram de 30% para 40% das vendas em dois anos (Foto: Caio Cezar)
Na onda dos números (Foto: Reprodução)
“Totalmente dispensável” A lógica por trás dessas doações é simples – e segue à risca o que foi descrito com a fábrica de roupas de neopreme. Cada vez que cedeu um pedaço da empresa, sempre para pessoas em cuja capacidade de gestão Morongo confiava, a área melhorou. A estratégia fez com que mais produtos Mormaii fossem vendidos, gerando mais royalties para ele. A venda total de peças subiu de R$ 520 milhões em 2013 para R$ 575 milhões em 2014. Ela deve chegar a R$ 600 milhões neste ano. Morongo hoje é proprietário de três helicópteros, casas em praias paradisíacas, um barco de 45 pés (que, no momento, viaja pelo Taiti) e está construindo um novo, de 70 pés. Não que seja gastador. Quinze anos atrás, ele ainda morava em uma casinha de costaneira, aquela beirada dos troncos de árvore que normalmente vira descarte na areia da praia. A configuração do quarto mudava de acordo com a direção do vento que batia, e as goteiras o obrigavam a trocar a posição da cama com frequência. Gerentes da Mormaii andavam em carros bacanas, enquanto ele dirigia um Fiat Elba. Foram esses mesmos funcionários que, enfim, pediram para que ele saísse daquele quase barraco. “Eles passavam vergonha quando vinha um japonês visitar a empresa”, diz Morongo.As extravagâncias materiais de hoje estão, basicamente, ligadas ao surfe, que, aos 66 anos, ele segue praticando em plena forma. Mas talvez a maior vantagem do “dividir para multiplicar” nem seja o dinheiro, e sim o tempo livre que o empresário passou a ter. “Agora, sou um bicão: dou palpites no marketing, no desenvolvimento de produtos”, afirma. “Mas sou totalmente dispensável. Fico dois meses fora surfando e ninguém sente falta.”É claro que esse desprendimento é um assunto que também interessa aos herdeiros. Dos três filhos de Morongo, apenas uma trabalha na empresa. Formada em moda, Tainah Juanuk entrou para o grupo dois anos atrás, para reformular as peças femininas. Na época, 30% das vendas eram feitas para mulheres, o que era considerado pouco. Ela criou estampas mais descoladas para as roupas de borracha das surfistas, além de novos cortes para ressaltar as silhuetas. Hoje, o público responde por 40% do faturamento.“Meu pai, com essa visão diferente, só tem feito a marca prosperar”, afirma Tainah. Ela diz que não se incomoda com as doações. Ao contrário: o desapego parece ser hereditário. “Esses dias, ele quis passar para mim e para o meu marido a participação que ainda tem na agência MXM”, diz a filha. “Não aceitamos. No fundo, é tudo nosso.” O marido, Sacha Juanuk, trabalha como gestor da MXM. Afirma ganhar menos do que os ex-funcionários que se tornaram donos. “Se a gente for entrar nessa de quem ganha mais, vamos inviabilizar a empresa”, diz Juanuk. O importante, ele afirma, é que a agência passou a dar lucro e viu o faturamento saltar em 40% após ser desmembrada da Mormaii. O mesmo se deu com a área de franquias, que tem planos agressivos de expansão nos próximos anos.Ainda que faça sentido, a estratégia costuma deixar confuso quem tem uma visão tradicional sobre negócios. “Um dia eu perguntei ao Morongo ‘por que eu?’”, diz Casagrande. “Ele falou que eu era bom em lidar com as pessoas e que as empresas nada mais são do que pessoas.” Mas levou pelo menos dois anos para Casagrande entender a filosofia, o “dividir para multiplicar” (ou “doar para multiplicar”). “Agora, sou um grande defensor dessa ideia”, afirma.Tudo isso pode sugerir que Morongo tem um jeito meio zen ou coisa do tipo, o que não é verdade. Ele é simpático, mas também tem a assertividade – quase uma agressividade – típica dos empresários, como verificou a turma do BTG (que não quis falar com a reportagem). Muitas vezes, responde a perguntas sobre números da empresa com um “sei lá, cara, eu não estou mais nessa, faz a conta e vê”. Apenas para, em seguida, sorrir e narrar uma história incrível sobre os primórdios do surfe no Havaí. “Se eu fosse só o ‘lado yin’, estaria até hoje vendendo tranqueira na praia. O ‘lado yang’ é importante”, diz. “A questão é achar o equilíbrio, o caminho do meio.”Morongo também tem uma tese sobre a Mormaii. Para ele, o poder da marca – que hoje é o verdadeiro negócio da empresa – não está no logotipo ou no marketing. Sua força está na própria história da companhia, na relevância que tem para a comunidade, na forma como o dia a dia é tocado no escritório. Essa visão, baseada no impacto do negócio na vida das pessoas, tem funcionado – e feito a empresa prosperar. Sacha, o genro, concorda com a filosofia, mas prefere ser mais específico ao identificar o motor da Mormaii. “A marca, no nosso caso, é o próprio Morongo.”
Na infância: a primeira turma de amigos surfistas (Foto: Arquivo Pessoal)
 

“A INDÚSTRIA DE CARROS VAI SE TRANSFORMAR NUMA INDÚSTRIA DE SOFTWARE”

A frase é de Bill Ford, o homem forte da fabricante de carros americana. Uma das estrelas do SXSW, ele contou para empreendedores como será o futuro da indústria automobilística

Bill Ford: "Montadoras vão se transformar em empresas de software" (Foto: Reprodução)
A Ford, uma das empresas mais tradicionais do mundo, esteve presente hoje ao SXSW, evento de inovação e cultura que acontece nos EUA.Em sua apresentação, Bill Ford, 59 anos, presidente do conselho de administração e bisneto do criador da centenária fabricante de carros, contou ao público do evento o que a empresa aprendeu com as startups e como vê o futuro das montadoras de carros. E abriu o coração em relação ao momento das montadoras.“As montadoras precisam mudar e virar fábricas de software. Esse é nosso futuro”, disse Ford, em uma declaração que deve chocar seus colegas do segmento automobilístico. Segundo o empresário, o avanço da tecnologia mudou o jeito como as pessoas se locomovem hoje.Atualmente há diversos aplicativos que podem ser usados por quem quer chamar um carro para ir de um ponto a outro. Se quiser, o motorista também pode compartilhar o próprio carro - e ganhar um dinheiro com isso. Essas inovações, todas criadas por startups, mudaram a relação das pessoas com os automóveis. Para as novas gerações, ter um carro deixou de ser uma prioridade.Na visão de Ford, a indústria automobilística deve prestar atenção nas startups e nas empresas de tecnologia. “Elas são as nossas concorrentes agora. A velha indústria automobilística vai desaparecer”, disse.O empresário disse que está preparando a companhia para essa transição. Há menos de um ano, a Ford Motor Company anunciou planos para produzir em massa uma linha de veículos autônomos. “Se eu não fabricar carros desse tipo, as gigantes do setor de tecnologia vão sair na frente”, disse. A preocupação de Ford tem fundamento. A Apple e o Google já fizeram avanços nessa área e testam, nesse momento, avançados softwares dedicados ao setor.Legislação Os novos carros não vão apenas dispensar a figura do motorista, diz Ford. Mais do que isso, ganharão recursos capazes de salvar vidas. Para o público do SXSW, ele citou duas funcionalidades com potencial para prevenir acidentes: sistemas desenhados para conter motoristas bêbados e adolescentes que gostam de pisar fundo e fazer manobras arriscadas.Apesar das boas chances de diminuir o número de mortes no trânsito, os sistemas esbarram em leis que protegem as informações individuais. “Essas tecnologias vão causar revolta e resistência, pois compartilham dados sobre a maneira como motorista dirige. Precisamos ter discussões profundas sobre essas mudanças. É fundamental que a sociedade entre nessa conversa o mais rápido possível.”Diante dos empreendedores e donos de startups que participam do SXSW, Ford deixou clara a intenção de sua empresa em fugir dos modelos tradicionais de gestão e inovação. Ele sabe que, se insistir nos antigos formatos, será devorado pelo concorrente. E aqui, não se trata de uma montadora, e sim de uma pequena empresa que pode nascer em qualquer garagem por aí.Fonte: PEGN

Nova sede da Apple na Califórnia será inaugurada em abril

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Nova sede da Apple em Cupertino, na Califórnia (EUA), visto ainda em construção em imagem aérea. 

 O novo campus da Apple, apelidado de "Apple Park", será inaugurado em abril, informou a fabricante do iPhone nesta quarta-feira (22).

Embora a primeira leva de funcionários começará a se mudar para a nova sede em Cupertino, Califórnia, na primavera do Hemisfério Norte, levará cerca de seis meses até que todos os 12 mil trabalhadores façam a transição, disse a Apple.

A Apple também disse que dará o nome do cofundador da empresa Steve Jobs ao teatro para mil lugares da nova sede futurista. Jobs ajudou a projetar o campus de 708 mil metros quadrados antes de sua morte em 2011.

"Steve investiu muito de sua energia criando e apoiando ambientes vitais e criativos", disse Jony Ive, diretor de design da Apple, em um comunicado. "Nós nos dedicamos ao projeto, à engenharia e à construção do nosso novo campus com o mesmo entusiasmo e princípios de design que caracterizam nossos produtos".

A Apple dedicou grande atenção a todos os aspectos do campus, incluindo o prédio principal de mais de 260 mil metros quadrados, examinando em detalhes até mesmo áreas escondidas como fiação elétrica e canos, informou a Reuters no início deste mês.

Os altos padrões da Apple contribuíram para atrasos no projeto, disseram ex-administradores da construção. Uma maçaneta de porta, por exemplo, levou pelo menos um ano e meio para ser projetada, de acordo com um ex-gerente de construção. A Apple revelou seus planos para a nova sede em 2011.

Fonte: G1


Moradores de Santa Catarina poderão instalar placas fotovoltaicas com 60% de desconto

A iniciativa, para geração de energia solar, é promovida pela Celesc; mil casas serão beneficiadas

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O Bônus vai acelerar a popularização da microgeração fotovoltaica no país ao investir recursos de R$ 11,3 milhões do Programa de Eficiência Energética PEE/Celesc. Os consumidores aprovados no cadastro terão acesso ao sistema fotovoltaico de 2,6kWp, pagando 40% do custo total praticado no mercado, ou seja, em torno de R$ 6.700. O benefício principal para o consumidor é a economia na conta de energia elétrica que, após a instalação dos painéis fotovoltaicos, pode chegar a R$ 2 mil por ano. Com isso, o investimento individual no sistema será recuperado em pouco mais de três anos.O presidente da Celesc, Cleverson Siewert, destacou o mérito da iniciativa: “É uma ação de eficiência energética inédita em território nacional considerando o subsídio à microgeração com sistema fotovoltaico. Santa Catarina estará na vanguarda dessa tendência. Vamos quadruplicar o número de casas no estado com esses sistemas e a potência total instalada passará dos atuais 2,8MW para 5,4 MW”. Há ainda outras vantagens: “O Bônus Fotovoltaico estimula o uso racional da energia elétrica, contribui para reduzir o carregamento do sistema elétrico e aumenta a diversificação da matriz energética brasileira, fortalecendo o uso de uma fonte de energia limpa”, disse Siewert.O investimento total do projeto é de R$ 17 milhões, somando a contrapartida de R$ 6,7 milhões de quem adquirir o sistema. Ao participar do projeto, cada contemplado terá direito ainda a receber cinco lâmpadas LED.Para participar, os interessados precisam atender aos requisitos necessários, como área mínima de 20m² disponível no telhado e consumo médio superior a 350 kWh nos últimos 12 meses (veja lista completa adiante). Serão contemplados mil consumidores que cumprirem todos os requisitos.

Instalação

O processo de instalação será realizado pela Engie Solar, uma subsidiária da Engie, maior geradora privada de energia elétrica do País, e já implantou centenas de sistemas fotovoltaicos em todo o Brasil. O CEO da Engie Solar, Rodolfo Souza Pinto, informou que a instalação dos 1.000 sistemas se realizada em doze meses: “Todas essas micro usinas fotovoltaicas serão monitoradas até janeiro de 2019. Temos experiência nesse mercado, o que garante a qualidade e segurança de nossos serviços”.Ele informou ainda que a instalação será por “ordem de cadastro”, em que os primeiros inscritos recebem antes o seu sistema, mas existe ainda um critério por região: “Assim, a ordem de instalação deve obedecer à localização de cada residência, por questões de logística”, concluiu.

Requisitos para participar do Projeto Bônus Eficiente Linha Fotovoltaica

•   Consumidor residencial deve estar adimplente com a Celesc, ou seja, não pode ter dívidas com a Empresa;•   O cadastro (ou inscrição) é realizado via internet. Caso todos os requisitos sejam atendidos, o consumidor entra para a lista de instalação, ficando passível ainda de rejeição caso sua unidade consumidora apresente problemas na inspeção prévia, antes da instalação;•   A casa deve possuir área disponível mínima de 20m² no telhado para instalação, livre de sombreamentos por árvores, prédios vizinhos etc.;•   O telhado deve estar voltado para o Norte (com desvio admitido +/- 30°);•   A inclinação do telhado pode variar de 20° a 35° em relação ao plano horizontal;•   A unidade consumidora deve ter consumo mensal de 350 kWh ou acima, nos últimos 12 meses;•   O consumidor precisa ter disponibilidade de recurso para pagar a contrapartida;•   A unidade consumidora precisa dispor de acesso à rede de internet/WiFi;•   Cada consumidor poderá se inscrever para receber somente um sistema de 2,6 kWp.Como funciona o sistema?• Um sistema de energia solar fotovoltaico, também chamado de sistema de energia solar ou ainda sistema fotovoltaico, é capaz de gerar energia elétrica por meio da captação da radiação solar. Os sistemas fotovoltaicos isolados são instalados em locais remotos ou onde o custo de se conectar a rede elétrica é elevado. Estão nesse caso casas de campo, refúgios, sistemas de iluminação, telecomunicações e de bombeio de água, entre outros. Os sistemas conectados à rede substituem ou complementam a energia elétrica convencional disponível na rede elétrica urbana;• Um sistema isolado necessita de baterias e controladores de carga, já os sistemas conectados à rede funcionam somente com painéis e inversores, pois não precisam armazenar energia;• Na instalação do sistema fotovoltaico, os medidores existentes nas unidades consumidoras serão substituídos por medidores bidirecionais, que permitem registrar a quantidade de energia gerada por meio das placas fotovoltaicas e injetada no sistema elétrico da Celesc;•Por meio do sistema fotovoltaico oferecido pelo projeto, o consumidor vai gerar energia para seu consumo próprio e a geração excedente será injetada no sistema elétrico da Celesc, sendo transformada em crédito para o consumidor. Esse crédito poderá ser usado durante um período de até cinco anos para ‘pagar’ a energia consumida na residência com o sistema fotovoltaico instalado ou em outra unidade consumidora residencial de mesma titularidade, desde que conectada ao sistema da Celesc.Serviço:O quê? Aquisição de sistemas fotovoltaicos para microgeração residencial com subsídio de 60% da CelescQuando? Cadastro inicia dia 20 de fevereiro, a partir das 10hComo? Por meio do portal do Bônus Eficiente

PRIMEIRO ÔNIBUS MOVIDO A ENERGIA SOLAR NO BRASIL

A tecnologia fotovoltaica no transporte público é resultado de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina e pode favorecer milhares de pessoas https://youtu.be/BNyn_cG0FTI 

Negócio fatura alto e ajuda o ambiente cuidando de lixo tóxico

Químico virou empreendedor com negócio que cuida de resíduos perigosos para empresas. Ele já fatura 650 mil reais e tem margem de lucro de até 70%

Quando funcionário de uma companhia de grande porte especializada em  resíduos perigosos, o químico e gestor ambiental Flávio Bragante era sempre consultado por pequenas empresas interessadas no serviço para o descarte correto de seus rejeitos, devido ao risco da fiscalização. Mas nada podia ser feito, porque o mercado só recebia esses materiais para destinação final em quantidades bem maiores.Até que um dia o químico se viu inspirado a imaginar uma solução capaz de virar negócio e começou a desenhar um caminho. Os anos se passaram e, já trabalhando em uma fábrica de cimento adquirindo resíduos para combustão nos fornos, voltou a ser questionado sobre o assunto. “Foi quando decidi arrendar o galpão de um cliente e me desligar da cimenteira, iniciando uma nova atividade para oferecer alternativa ao lixo tóxico de indústrias menores, diante do grande potencial do segmento”, conta Bragante.Formatada para micros, pequenas e médias empresas, a solução permite um fim mais nobre e ambientalmente correto para materiais poluentes que muitas vezes vinham sendo descartados sem critérios em terrenos baldios, porque não havia quem os recebesse. Em 2010, o negócio finalmente começou a operar, após investimento inicial de R$ 100 mil na compra de equipamentos e nas licenças ambientais, que demoraram três anos para serem expedidas.
Com galpão localizado em São Roque e escritório administrativo em São Bernardo do Campo, ambos na Região Metropolitana de São Paulo, a Faex tem como base um processo que abrange desde o recebimento de resíduos perigosos e sua segregação e armazenamento até o envio para o destino final, principalmente blendeiras que abastecem fornos de cimenteiras. O galpão recebe óleos contaminados, lodos industriais, pós, solventes, lâmpadas fluorescentes e outros produtos tóxicos, com destaque para os líquidos – um diferencial da empresa. Atualmente, são recebidos por mês 40 tambores de 200 litros, vindos de 50 indústrias de menor porte.A capacidade de processamento, no entanto, é dez vezes maior. Apesar do menor ritmo no último ano em consequência da queda da atividade econômica do País, o segmento apresenta expressivo potencial, devido ao impulso da lei que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a obrigação do registro no Cadastro Técnico Federal (CTF), em que o lixo das empresas e sua destinação são especificados. “A tendência é de crescimento do emprego de soluções à medida que a adesão ao cadastro aumenta”, analisa Bragante. Para ele, a maior responsabilidade ambiental e social das corporações, que disseminam regras em suas cadeias produtivas, ajuda a mobilizar pequenos fornecedores e prestadores de serviço para o tema.Além disso, a chegada de uma pequena empresa especializada na gestão de resíduos perigosos é bem-vinda para os gigantes do setor, que “precisam da gente para receber e encaminhar os resíduos, disseminando o tratamento final adequado, que é o principal serviço prestado por eles, na ponta do processo”.O negócio é atraente, com margem de lucro de 50%, podendo chegar a 70%, segundo o empreendedor, animado com a resposta do mercado à estratégia centrada nas empresas de menor porte. Entre 2010 e 2016, a Faex registrou crescimento anual médio de 20% a 30%, com faturamento de R$ 650 mil em 2015.Para melhorar a logística e ampliar a escala, o plano é instalar mais bases no ABC e outras regiões no interior paulista, além da compra de frota própria de caminhões, com investimento de R$ 2 milhões. O modelo de franquia poderá ser o caminho para atingir o restante do País, em polos econômicos de alta demanda, também pressionados pela fiscalização. Mas qualquer expansão, de acordo com Bragante, deverá priorizar a qualificação profissional, porque “a credibilidade é o principal segredo do negócio com resíduos perigosos”.FICHA: FAEX SOLUÇÕES AMBIENTAISMicroempresa Setor: Resíduos Faturamento em 2015: R$ 626 mil Funcionários: 3 Fundação: 2011Principais clientes: Fábrica de Artefatos de Latex Blowtex, Aquapolo Ambiental, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Wika do Brasil, Anchieta Serviços Educacionais, Ata Indústria e Comércio de Tensoativos.O que faz: Coleta e destinação correta de resíduos sólidos perigosos industriais, voltadas para o atendimento de pequenos volumes. O material é recebido no centro de estocagem e posteriormente enviado para o descarte final.Inovação para a sustentabilidade: Viabiliza a gestão desses resíduos para micros, pequenas e médias empresas industriais e prestadoras de serviço que têm dificuldades em destinar corretamente tais materiais, que geralmente são coletados somente a partir de uma quantidade mínima de 5 toneladas. A empresa atende também grandes corporações que geram um determinado resíduo em pequenas quantidades.Potencial: A empresa atua em nicho com alta demanda e uma escassez de empresas preparadas para o seu atendimento. Para ganhar escala, o negócio prevê a contratação de pessoal qualificado e novas sedes na Região Metropolitana de São Paulo e no interior paulista, além de maior esforço de divulgação junto aos diferentes setores produtivos.Destaques da gestão: Possui sistema de gestão de desempenho baseado em indicadores relacionados a objetivos e metas corporativas, incluindo temas socioambientais em seu planejamento estratégico. O centro de estocagem da empresa segue todas as normas legais. O consumo de energia elétrica é menor com o uso de telhas translúcidas que permitem realizar o trabalho em até 90% do período diurno apenas com luz natural. Possui, também, um sistema de captação de água pluvial.Texto publicado originalmente no Página22, no Guia de Inovação para a Sustentabilidade em MPE 2016.Fonte: EXAME

CHINA FINANCIARÁ ÔNIBUS ELÉTRICOS NO BRASIL

Banco de Fomento do país asiático abrirá uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para construir veículos e painéis solares

5 - Campinas (SP), quinta colocada com 6,83 (Foto: Reprodução/Mediacommons)
Banco de Fomento da China vai abrir em 2017 uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no Brasil na construção de ônibus elétricos e painéis solares. A linha será aberta para a BYD, chinesa líder do setor e que mantém uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas, no interior de São Paulo.Em fevereiro, a companhia asiática vai abrir na região uma planta de painéis solares. Com essa linha, a BYD vai oferecer aos empresários de transporte público um contrato de leasing. Cada ônibus elétrico custa R$ 1 milhão, enquanto um modelo comum (movido a combustível) sai por R$ 400 mil. Segundo Adalberto Maluf, vice-presidente de vendas da BYD no Brasil, essa diferença será financiada no prazo de dez anos. As parcelas, segundo ele, serão pagas com o dinheiro que será economizado com combustível e manutenção.De acordo com técnicos da BYD, cada ônibus elétrico tem vida útil de pelo menos 20 anos. Dessa forma, segundo eles, seria possível até reduzir as tarifas depois de pago o empréstimo. O assunto foi tratado em uma reunião em Shenzhen, cidade onde está a sede da BYD, entre o presidente da empresa, Wang Chuan Fu, e o prefeito reeleito de Campinas, Jonas Donizete (PSB).Donizete disse no encontro que, diante da iniciativa dos chineses, vai incluir na licitação do transporte público de Campinas em 2017 a exigência da aquisição de uma cota mínima de ônibus elétricos para as companhias que forem operar na cidade.Atualmente, já circulam em Campinas 11 ônibus elétricos da BYD, que foram comprados pela Itajaí Transporte. Além disso, cinco táxis elétricos operam na cidade do interior paulista. O ônibus tem autonomia para rodar 300 km por dia usando uma bateria de ferro-lítio, enquanto os carros andam 400 km sem precisar reabastecer.A BYD também espera, com essa linha de crédito, entrar no mercado da capital paulista, onde há a perspectiva que se aprove, em 2018, um cota semelhante à de Campinas no momento da renovação dos contratos de transporte público. Além de Campinas, Curitiba e o Distrito Federal já operam com ônibus elétricos.Considerada o Vale do Silício da China, Shenzhen será em 2017 a primeira cidade do mundo a ter 100% da frota de ônibus e táxis movida a energia elétrica.Com 20 milhões de habitantes, Shenzhen espera também inaugurar em 2017 um trem monotrilho elétrico. Executivos da BYD disseram ao Estado esperar que o governo de Michel Temer retome o Programa de Incentivo à Indústria de Nanocondutores (Padis), que foi derrubado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. No dia 20, a BYD estará no 4.° leilão de energia solar.Fonte: Empreendedor

Uber começa a operar nas ruas de Joinville nesta sexta-feira 09/12

Serviço começa a funcionar na cidade a partir das 14 horas

Uber começa a operar nas ruas de Joinville nesta sexta-feira  Reprodução/App Uber
Aplicativo já anuncia chegada do Uber na cidadeFoto: Reprodução / App Uber
O serviço de transporte privado Uber começa a operar em Joinville a partir das 14 horas desta sexta-feira, dia 9 de dezembro. Os carros a serem utilizados são emplacados no ano de 2008 em diante, têm ar-condicionado e quatro portas. O modelo a ser adotado é o Uber X, de veículos populares.  A empresa não revela quantos profissionais começam a trabalhar na cidade.O preço cobrado ao cliente parte de chamado, que custa R$ 2,00. O quilômetro rodado vale R$ 1,10, e o minuto R$ 0,20. No caso do cliente cancelar o pedido em até cinco minutos, será cobrado R$ 6,00.A Uber diz que o tempo médio de espera por um carro é de cinco minutos. Mas, admite, que nas primeiras semanas o tempo pode ser maior porque a procura deverá ser grande.  O serviço chega a Joinville e deve enfrentar resistências de taxistas. A maior queixa dos taxistas é o fato dos motoristas do Uber não pagarem as mesmas taxas e tributos, exigidos deles pela Prefeitura.Na segunda-feira, dia 5, projeto de lei que impediria a vinda da Uber para Joinville não foi votado e retornou à apreciação da comissão de Finanças.A empresa reconhece que atua sem que haja a regulamentação da atividade em diversos municípios.— A Uber opera no Brasil amparado pela lei federal 12587/2012, referente à Política Nacional de Mobilidade Urbana. Em municípios onde o serviço foi proibido pela Câmara de Vereadores ou pelo Executivo (casos de Florianópolis e Rio de Janeiro), obteve sentenças liminares (provisórias) da Justiça.— Somos uma empresa de tecnologia. Os motoristas trabalham de acordo com sua vontade e necessidade. Muitos se utilizam do Uber para complementar a renda.  Eles não têm a obrigação de trabalhar jornada fixa por dia. Estamos dispostos a ajudar na construção de regulamentação com a prefeitura e com o Legislativo. O importante é dar o direito de escolha aos consumidores argumenta a empresa, via assessoria de imprensa.O cadastramento  de pessoas interessadas em trabalhar para o Uber em Joinville começou há mais de três meses. Houve reuniões realizadas na Sustentare Escola de Negócios, onde os interessados receberam informações sobre o funcionamento. O Uber tem 50 mil motoristas cadastrados em mais de 35 municípios no Brasil. No mundo está presente em mais de 500 cidades.Comparativo de preços
 Uber: 
na chamada: R$ 2,00 o quilômetro rodado: R$ 1,10 por minuto: R$ 0,20Exemplos: Origem: Centro Destino: Zoobotânico R$ 6,00Origem: Bom Retiro Destino: Visconde de Taunay R$ 11,00Origem: Glória Destino: Garten Shopping R$ 13,00Táxis* bandeirada: R$ 5,25 bandeira 1: quilômetro rodado: R$ 2,90 bandeira 2: quilômetro rodado: R$ 3,80 hora parada: 24,00*Os valores praticados pelos táxis estão em vigor desde abril de 2016, por decreto da Prefeitura de JoinvilleFonte: A Notícia

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