Histórias que deram origem a duas marcas de sucesso
Líderes da empresa de utensílios domésticos Tramontina e da rede de restaurantes Madero contaram como conseguiram romper fronteiras e se destacar no mundo empresarial
Tramontina está à frente da Tramontina há 25 anos Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Lideranças genuinamente brasileiras e responsáveis por gerir os negócios de empresas que romperam fronteiras e ganharam o mundo. Assim são Clóvis Tramontina e Júnior Durski, os dois painelistas que participaram da sessão Inspiração Empreendedora da Expogestão 2017, que ocorre em Joinville.Na tarde desta quarta-feira, eles compartilharam as histórias que deram origem as marcas de sucesso Tramontina, criada pelo avô de Clóvis e presente em 120 países, e Madero, fundada por Júnior há pouco mais de uma década e com 85 unidades franqueadas no Brasil e nos Estados Unidos.À frente da empresa da família desde 1992, Clóvis Tramontina trouxe dados que reforçam a palavra "inspiração" para empreendedores consolidados ou que desejam empreender com as dicas deixadas por ele durante o painel. Fundada há 106 anos, a Tramontina emprega mais de sete mil funcionários e tem em seu portfólio 18 mil utensílios.No ano passado, um ranking feito com empresas de todo o País mostrou que a Tramontina cresceu 50 posições entre as marcas com maior reputação no mercado: passou da 86ª para a 36ª colocação. A chave para o sucesso, segundo ele, envolve simplicidade:— Procuramos tornar o assunto, por mais complexo que ele seja, em algo objetivo e simples e a simplicidade é por si só uma atitude humana — apontou.Outra marca da empresa é a valorização dos profissionais, que segundo ele, "não é uma empresa de panelas, facas e ferramentas, mas uma empresa de pessoas". O empresário apontou ainda investimentos em comunicação da marca e uma gestão descentralizada entre as dez unidades fabris mantidas pela empresa como determinantes para o crescimento e fortalecimento do nome da Tramontina no mundo. A forma de empreender também foi destacada.— Ser empreendedor não é fácil, imagina ser empreendedor hoje no Brasil? É um desafio muito grande, mas é possível unindo quatro pontos chave: capacidade de criar algo novo, ser criativo, ter paixão e introduzir um novo serviço. Tendo essas características você já é um empreendedor – ressaltou.
Durski é o idealizador da rede de restaurantes Madero Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Para Júnior Durski, idealizador do Madero, empreender também exige persistência. Nascido em Prudentópolis, no Paraná, ele aprendeu a apreciar bons pratos ainda na infância quando morou com os avós em uma fazenda. Chegou a se formar em Direito, passou pela política e foi madeireiro por 15 anos no Norte do País, entre as décadas de 1980 e 1990.Foi nesse período que descobriu a paixão por cozinhar e, em 1999, quando desembarcou em Curitiba, deu início a uma história de empreendedorismo que só deu certo depois de muito persistir.Seu primeiro restaurante, Durski, especializado em comida polonesa e ucraniana, não deu certo.Em 2005, após passar um mês nos Estados Unidos e visitar mais de 70 restaurantes, resolveu criar o Madero próximo do seu outro restaurante. A ideia mais uma vez não vingou, apesar de elogios e o sabor do hambúrguer já ser reconhecido. Foram 11 anos e seis restaurantes em cidades diferentes, todos sem dar lucro. Mas ele insistiu e, desta vez, reduzindo o preço e mantendo a qualidade dos produtos, o resultado foi além do esperado.Hoje, a franquia conta com 85 restaurantes e estão sendo projetados outros 40 ainda este ano. A alteração no preço dos produtos foi apenas um dos motivos para o crescimento da rede nos últimos anos. Os maiores destaques para manter o sucesso do empreendimento são processo e procedimento, gostar do que faz e muito trabalho.— Foi o que eu fiz no Madero. Temos uma central que fabricamos tudo ou quase tudo que vendemos. A logística é nossa, não sou adepto à terceirização. Quando a gente faz, a gente faz bem feito. Tenho paixão pelo que faço e busco passar isso para os meus funcionários. Gostar do que faz é a grande sacada.O empresário citou ainda a humildade para reconhecer erros, as oportunidades de carreira e fazer o bem como determinantes para alavancar resultados.– Se sua empresa está fazendo o bem, pode levantar as mãos e agradecer por isso. Quanto mais eu ganho, mais bem eu posso fazer e mais serei recompensado. Acredito nisso.Neste ano, a rede de restaurantes Madero projeta realizar mais de R$ 2 milhões em doações para instituições de caridade do Brasil. Durante a Expogestão, o empresário anunciou que essa política da empresa também será estampada no slogan da marca. A famosa frase "O Madero faz o melhor hambúrguer do mundo" dará lugar às mesmas palavras, mas colocadas de forma diferente: "O hambúrguer do Madero faz o mundo melhor."Fonte: A Notícia
Palestrante americano disse que a criação de ideias inovadoras e os caminhos para elas serem executadas são o segredo para a expansão
Patel disse que a Colômbia é um dos países segue o seu método Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Realizar uma palestra para quem pensa grande e deseja fazer acontecer. Foi com esse espírito que o pesquisador e líder global em inovação, Hitendra Patel, abriu nesta quarta-feira a sessão de Crescimento de Negócios da Expogestão 2017. O americano compartilhou os princípios de um método criado por ele e que promete aumentar, em um curto espaço de tempo, o crescimento de uma empresa em dez vezes.Líder do IXL Center (Cambridge), uma das 20 melhores consultorias americanas em inovação, crescimento e modelagem de negócios, Hitendra apontou que a criação de ideias inovadoras e os caminhos que levam essas empresas a executá-las são o segredo para quem busca crescer. Esse percurso, segundo ele, não segue um modelo padrão e a persistência é essencial para que as organizações alcancem melhores resultados.— A jornada real da inovação não é uma receita, ninguém chega e diz: "é isso". A mentalidade não deve ser a de que vai acertar da primeira vez, mas a de que se errou, tenta de novo até conseguir. Deve ser uma jornada feita por exploradores em que os líderes devem pensar em como montar uma equipe capaz de alcançar esse objetivo – disse.A estratégia está sendo utilizada simultaneamente, neste ano, por mais de 230 empresas e organizações de todo o mundo, com taxa de sucesso superior a 80%. A Colômbia é um dos países que seguem o método apresentado pelo especialista. Desde 2005, o país investe nas estratégias com foco no desenvolvimento em micro e pequenas empresas e, segundo ele, alcança resultados satisfatórios.– O governo da Colômbia seguiu nosso conselho e apostou em investir em pequenas e médias empresas. Elas têm resultados melhores do que iniciantes por que já tem um empregador que sabe contratar, vender. Já tem know-how e sabe colocar a mão na massa, então o resultado acaba sendo espetacular.Hitendra explicou que com a aplicação da técnica, o governo colombiano vem aumentando receitas tributárias, gerando mais empregos e isso deve impactar positivamente na imagem e força do país na América Latina. Para ele, o Brasil tem capacidade de crescer mais e gerar um impacto global a partir das estratégias aplicadas pelas empresas instaladas no país.Para tanto, ele lista lições que fazem parte do método de crescimento: primeiro a empresa precisa querer crescer e definir metas. Depois, é preciso formar equipes exploradoras, formadas por grupos de 4 a 5 pessoas persistentes, apaixonadas e pacientes. A equipe deve se dar bem e trabalhar em prol da realização de ideias inovadoras que estejam alinhadas a atividade da empresa. É preciso ter impulso e interesse, além de foco no cliente.— Uma das principais dicas para o líder que tem o objetivo de crescer dez vezes, é definir uma meta e colocá-la na pauta das reuniões. A ideia que é explorada e aprimorada tem maior probabilidade de ser implementada e bem sucedida – explicou.Fonte: A Notícia
Discretamente a Dudalina completou nesta semana 60 anos de história. Foi no dia 3 de maio de 1957 que Dona Adelina Hess de Souza costurou as primeiras camisas com tecido que estava encalhado na loja da família em Luiz Alves. O produto teve boa aceitação e dali para frente ninguém segurou o crescimento da empresa que chegou a ser a maior produtora de camisas do Brasil e uma das maiores da América Latina.Para marcar a data, uma homenagem foi prestada ao espírito empreendedor de Adelina na prefeitura de Luiz Alves. No evento esteve a maior parte dos 16 filhos do casal, entre eles a última presidente que representou a família na empresa, Sônia Regina Hess de Souza.Assista ao vídeo produzido pela Pacto Comunicação em homenagem a Adelina Hess de Souza
O mercado de jogos no Brasil e no exterior, um mercado de 100 bilhões de reais. Veja como está o andamento do processo de legalização dos jogos de azar no Brasil.https://youtu.be/p8MagiecA4wFonte: Mundo SA
O serviço de “cashback” Méliuz foi criado em 2011. Hoje, a startup já devolveu cerca de 28 milhões de reais aos seus mais de dois milhões de usuários
Maquininha de cartão da startup Méliuz: negócio devolve parte do valor que o usuário gastou ao adquirir um produto (Méliuz)
Como você avaliaria os programas de fidelização que suas lojas preferidas praticam? Se você é como os empreendedores Israel Salmen e Ofli Guimarães, provavelmente está muito insatisfeito com os benefícios prometidos.“Nós juntávamos vários pontos. No fim, ou eles expiravam ou não conseguíamos trocar por nada de bom”, conta Salmen. Então, veio a ideia de criar um programa de fidelização melhor. Como? Devolvendo dinheiropara o próprio comprador.Saiba mais:conheça com a Mandaê um poderoso meio de aquisição de clientesPatrocinadoAssim nasceu o Méliuz, em Belo Horizonte: um serviço que devolve uma parte do dinheiro gasto em compras. A startup de cashback foi criada em 2011 e passou por uma aceleração no conhecido Start-Up Chile. Também recebeu investimento de pessoas como Fabrice Grinda, fundador da OLX, e de fundos como Lumia Capital e Monashees.O negócio informa já ter devolvido mais de 28 milhões de reais para seus mais de dois milhões de usuários cadastrados. E, agora, acaba de chegar ao estado de São Paulo.
Como funciona?
No começo, a Méliuz estava focada apenas na devolução de dinheiro em compras online, por meio de parcerias com e-commerces.O usuário se cadastra, busca lojas virtuais de sua preferência e ofertas, ativa a opção de cashback e realiza a compra. Assim que o pedido for confirmado pelo e-commerce, o usuário pode acompanhar seu extrato de dinheiro a receber pelo aplicativo ou site do Méliuz. Quando juntar 20 reais ou mais, é possível pedir o depósito gratuito em uma conta bancária de escolha.O cashback oferecido pelo Méliuz não é desconto nem crédito, mas sim dinheiro devolvido diretamente ao consumidor, para gastar em qualquer finalidade. O benefício não possui prazo de expiração.Depois da experiência no mundo virtual, a startup rodou pilotos físicos em cidades pequenas do estado de Minas Gerais. “Com clientes satisfeitos, começamos a lançar em outras praças, como Belo Horizonte. Agora, chegamos a São Paulo. O plano é, no próximo mês, lançarmos em locais como Brasília, Goiânia, Porto Alegre e Rio de Janeiro.”Nas lojas físicas, o procedimento é diferente: o usuário deve pedir a máquina de débito e crédito do Méliuz ao fazer o pagamento. O pagamento é feito normalmente e, ao final do procedimento, é preciso digitar o número de celular. Com isso, o saldo de dinheiro a ser devolvido vai direto para o extrato do usuário, no app e no site. Novamente, será possível pedir o depósito ao acumular no mínimo 20 reais em créditos.Para o usuário, todo o processo é gratuito – não são cobradas taxas de transferência do dinheiro, por exemplo. É preciso ter uma conta no banco para realizar o depósito.O valor que o usuário receberá de cashback depende da empresa da qual ele comprou os produtos. Hoje, há duas mil lojas parceiras no e-commerce, como Azul, GOL, Netshoes, Submarino e Walmart. No mundo físico, há outros dois mil estabelecimentos.“Temos várias categorias diferentes de parceiros, então não há uma porcentagem de devolução fixa. Na maioria das lojas online, ela é de 5%; nas físicas, de 10 a 15%. Temos grandes campanhas em que algumas lojas até dão 100% de cashback, como estratégia para o cliente conhecer o negócio”, diz Salmen. O usuário pode ver no aplicativo e no site a porcentagem de dinheiro devolvida em cada parceiro e as promoções de cashback em evidência.As lojas pagam para anunciarem na startup, por meio da cobrança de uma porcentagem sobre cada compra feita por meio do Méliuz (no site ou na maquininha). Metade do valor fica com a startup, enquanto a outra é repartida com os usuários que realizaram compras em cada estabelecimento, na porcentagem de cashback definida por cada anunciante.“O Méliuz tem uma escala nacional hoje, com grande volume de vendas. A loja virtual enxerga o Méliuz como um grande canal de vendas, até com mais usuários do que alguns marketplaces. É uma estratégia para tanto buscar clientes novos quanto para fidelizar clientes velhos”, diz Salmen. “No mundo físico, o estabelecimento tem como benefício encher a loja em dias menos movimentados, por meio do cashback.”
Ofli Guimarães e Israel Salmen, do Méliuz: startup nasceu em 2011, em Belo Horizonte (MG) (Méliuz)
Planos
O Méliuz pretende fazer tanto sucesso no mundo físico quanto o obtido online. Para isso, irá investir mais de 80 milhões de reais na expansão do negócio em 2017.O plano é finalizar a implantação do sistema de cashback em mais de 10 mil parceiros até o fim do primeiro semestre do ano.Fonte: Exame
A Schornstein foi fundada em 2006 por três descendentes de alemão na cidade de Pomerode, interior de Santa Catarina
A cidade de Pomerode, no interior de Santa Catarina, é conhecida como a cidade mais alemã do Brasil. Para fazer jus a esse título, Adalberto Roeder, Gilmar Sprung e Luís Fernando Selke decidiram criar uma cervejaria na cidade. Assim, em 2006, nasceu a Schornstein. O nome significa chaminé de pedra e faz alusão ao local onde a cervejaria foi fundada.“A coisa começou como um hobby. A ideia era pra ser um bar que servia apenas 5 mil litros no balcão”, disse Adilson Altrão, diretor-executivo e sócio da Schornstein. Altrão, de 50 anos, foi trazido como sócio para a operação pouco depois do nascimento da cervejaria. “Começamos então produzindo apenas chope. Depois começamos a mandar alguns barris para Florianópoli. E daí em diante não paramos de crescer”.O diretor aproveitou a oportunidade de adquirir uma fábrica em Holambra, interior de São Paulo, para expandir a área de atuação da empresa. “No começo de 2009 montamos a filial de produção em Holambra que nos ajudou no processo de expansão”, disse Altrão, paranaense de Terra Boa.
O aumento da demanda exigiu que a Schornstein começasse a trabalhar com garrafas. “Em 2013, resolvemos levar a coisa mais a sério. Entramos no mercado de cerveja de garrafa. O chope possui uma certa limitação geográfica. Esse foi o nosso ‘boom!’ de crescimento” disse o diretor executivo.Até 2012, a Schornstein produzia em torno de 25 mil litros de cerveja por mês. Depois de um investimento de R$ 5 milhões em uma nova planta na própria cidade de Pomerode, a produção da empresa subiu para 150 mil litro por mês. “Vendemos a planta de Holambra em meados de 2016 e inauguramos nossa nova fábrica em Pomerode. Ela foi projetada para produzir até 300 mil litros de cerveja”, disse Altrão. A empresa espera ultrapassar o patamar de 200 mil litros em 2018 e depois alcançar a capacidade máxima de produção da fábrica.Atualmente, a Schornstein conta com nove cervejas artesanais em produção. A fábrica no interior de Santa Catarina possui uma equipe de 38 pessoas para dar conta do volume. A empresa fechou 2016 com um faturamento de R$ 15 milhões e espera aumentar esse número para R$ 21 milhões neste ano. A cervejaria está em 2,7 mil pontos de venda espalhados por 24 estados brasileiros.Para alcançar a meta, a empresa começou a investir em cervejas em lata. “As cervejas artesanais em lata são uma forte tendência no exterior e está chegando ao Brasil”, disse Altrão. Além disso, a Schornstein desenvolveu um modelo de bar que oferece as suas cervejas e uma variedade de produtos oficiais da marca. O “Armazém Schornstein” vai funcionar em um modelo de franquias.“O Armazém nos surpreendeu positivamente. Para complementar, também criamos um beer truck para os nossos produtos e também estamos criando um aplicativo para treinar garçons e vendedores sobre os detalhes das cervejas artesanais”, disse o diretor executivo.Fonte: PEGN
Por que a incorporadora MRV ganha tanto dinheiro, enquanto a maioria de seus concorrentes luta para se manter
Rubens Menin, Eduardo Fischer e Rafael Menin: meta de vender 50% mais (Leandro Fonseca/Revista EXAME)
Um imenso clarão foi aberto nos últimos meses em Pirituba, bairro de classe média na zona norte de São Paulo. Nesse terreno, que tem 169 000 metros quadrados — tamanho equivalente a cerca de 20 campos de futebol —, vai ser construí-do um dos maiores empreendimentos imobiliários do país. O plano é que ele tenha 7 300 apartamentos, de 37 a 44 metros quadrados, divididos em 48 prédios, além de uma creche e uma base da Polícia Militar. Estima-se que 25 000 pessoas morarão ali quando as obras terminarem.
Quem acompanha o momento atual do mercado imobiliário, que vive uma de suas piores crises no Brasil, pode achar que começar algo desse tamanho justamente agora não faz o menor sentido. Milhares de imóveis novinhos estão encalhados nas grandes cidades do país porque faltam interessados com condições de comprá-los. Pirituba é quase uma metáfora do que acontece no setor imobiliário brasileiro — enquanto todos pisam no freio, a incorporadora mineira MRV pisa no acelerador.Fundada em 1979 pelo engenheiro Rubens Menin, a MRV se tornou, na atual crise que assola o setor, a maior incorporadora do país. Vale, na bolsa, 6,5 bilhões de reais — 1,5 bilhão a mais que a badalada Cyrela e duas vezes a Eztec, terceira da lista. Em 2016, seu lucro aumentou, chegou a 557 milhões de reais e foi, de longe, o maior do setor. No mesmo período, 11 das 17 incorporadoras de capital aberto tiveram prejuízo, segundo um levantamento da empresa de informações financeiras Economatica. Entre as empresas que estão no azul, nenhuma conseguiu aumentar seu lucro no ano passado. E, aproveitando-se da crise, a companhia gastou 41 bilhões de reais na compra de terrenos, volume recorde em sua história. É suficiente para dez anos de lançamentos se o ritmo atual for mantido.Parte dos projetos já começou. Além do megaempreendimento em Pirituba, a MRV tem três grandes obras em andamento no país — uma delas fica em Canoas, no Rio Grande do Sul, onde o plano é construir 4 160 apartamentos. “Vamos lançar aos poucos, à medida que percebermos que há demanda”, diz Eduardo Fischer, um dos copresidentes da MRV (o comando é dividido com Rafael Menin, filho de Rubens; Fischer é sobrinho do fundador). Segundo Fischer, a meta é construir 60 000 unidades por ano nos próximos anos, 50% mais do que a empresa fez em 2016.O que faz uma incorporadora ganhar dinheiro no mercado de baixa renda é, principalmente, quanto ela gasta para construir. Parece óbvio, mas foi aí que muitas empresas, especialmente as voltadas para as classes média e alta, patinaram em sua tentativa de crescer na baixa renda. No segmento de alto padrão, a localização pode determinar o sucesso ou o fracasso de um imóvel.Um prédio novo com alguma área de lazer e três vagas de garagem tem muito mais chance de ser vendido se for lançado na região dos Jardins, na zona oeste de São Paulo, onde faltam terrenos para esse tipo de empreendimento, do que no Morumbi, onde há dezenas de condomínios com essas características. Já os imóveis de baixa renda ficam nas periferias, e os interessados acabam olhando muito mais o preço do que a localização — acham que vale a pena mudar de bairro se, assim, conseguirem comprar uma casa.A MRV adotou duas estratégias para manter os custos sob controle. Uma é fazer grandes obras, como a de Pirituba, e prédios padronizados, com os mesmos acabamentos (como portas e janelas), em qualquer lugar em que construir. Com isso, a empresa ganha escala, o que lhe dá mais poder de barganha com os fornecedores.Outra é construir menos nas capitais e mais no interior do país, onde os terrenos costumam ser mais baratos e a concorrência é menor. “Também construí-mos em cidades próximas e, assim, aproveitamos os mesmos corretores e fornecedores. Até os gastos com marketing podem ser divididos”, diz Rafael Menin. Hoje, a empresa tem terrenos e obras em 144 cidades, como São Gonçalo, no Rio de Janeiro; e Araras, em São Paulo.
Um mercado de especialistas
Usando a figura imortalizada pelo filósofo Isaiah Berlin, a MRV é uma empresa “porco-espinho” — que só sabe fazer uma coisa, mas faz direito. A MRV sempre vendeu para a baixa renda. Seu alvo principal são os consumidores com renda familiar de 1 500 a 5 000 reais. No passado, esse público tinha acesso a financiamento em programas de estímulo à construção de moradias populares, como o do Banco Nacional da Habitação (BNH). A coisa mudou de patamar em 2009, quando o governo criou o Minha Casa, Minha Vida.O programa oferece juros menores, menos burocracia na contratação de crédito imobiliário e, dependendo da faixa de renda, subsídios que podem chegar a 90% do valor dos apartamentos e das casas. A amplitude do programa mudou a cara dos imóveis de baixa renda. Em vez de predinhos modestos, começaram a ser lançados condomínios com área de lazer e, em alguns casos, piscinas. No início, a maioria das grandes incorporadoras entrou nesse mercado, mas, aos poucos, ficou claro que se trata de um nicho para especialistas — e mesmo os especialistas passaram por maus bocados. A Tenda, que hoje pertence à Gafisa e só constrói para a baixa renda, enfrentou graves dificuldades financeiras entre 2011 e 2014 e só foi saneada de fato há dois anos.A MRV soube surfar a eufórica onda do mercado imobiliário dos anos 2000 sem grandes tombos. Conteve a ambição e não cresceu mais do que podia quando o mercado financeiro pedia crescimento acelerado. Não tentou competir com a Cyrela na alta renda. E fez poucos empreendimentos no segmento mais subsidiado pelo Minha Casa, Minha Vida, a chamada “faixa 1”, mais suscetível ao vaivém de Brasília e mais semelhante aos velhos programas assistencialistas do passado.Recentemente, o governo reduziu os subsídios à faixa de menor renda, o que prejudicou uma das principais concorrentes da MRV, a Direcional, especializada nesse segmento (procurada, a Direcional não deu entrevista, mas executivos do setor dizem que a empresa está mudando para vender mais para quem ganha acima de 1 800 reais por mês). “A MRV continuou fazendo o que sabia e soube ser agressiva quando houve a oportunidade de expansão”, afirma Luiz Mauricio, analista do setor de construção civil do Bradesco.Hoje, o maior risco para as incorporadoras que constroem para a baixa renda é haver mudanças nas regras de uso do FGTS, de onde saem os recursos para os financiamentos do Minha Casa, Minha Vida. Na verdade, as regras já vêm mudando. Os executivos da MRV criticaram, por exemplo, a decisão de permitir o saque, sem um teto de valor, de contas inativas do FGTS. “Pessoas de renda mais alta vão usar esses recursos para investir, e isso não beneficia o setor de construção, que é o objetivo do FGTS”, diz Rubens Menin.Além disso, a concorrência já começa a aumentar. As incorporadoras Cury, que tem a Cyrela como sócia, e o Grupo Rezek pretendem lançar no segundo semestre um empreendimento com 15 600 unidades na zona sul de São Paulo. A Tenda, hoje revigorada, fez 41 lançamentos em 2016 em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Para o comando da MRV, porém, há espaço para todo mundo, especialmente quando a economia se recuperar de fato e o desemprego cair. Se o país e o setor imobiliário saírem do atoleiro em que se enfiaram, haverá muitos clarões como o de Pirituba espalhados pelo país.Fonte: Exame
O Pegcar realiza 200 aluguéis por mês e movimentou R$ 300 mil em 2016
Muitas pessoas não têm carro, mas gostariam de ter em alguns dias. Por outro lado, outras pessoas têm carro e o veículo acaba parado na garagem o tempo todo. Foi para satisfazer essas duas parcelas que surgiu o Pegcar, um serviço que permite a locação de carros. O proprietário do veículo pode anunciá-lo; e, quem estiver interessado em alugá-lo por determinado período, pode realizar por meio do site.Com apenas 26 anos, Conrado Ramires e Bruno Hacad são as cabeças por trás da empresa. Depois de terem se formado juntos em Administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, os dois trabalharam por três anos no mercado financeiro antes de abrirem seu próprio negócio. “Sempre achamos que a tendência ia ser economia compartilhada e resolvemos investir nisso”, diz Conrado.A ideia surgiu no final de 2014 e foi só outubro de 2015 que o negócio começou a funcionar. Isso aconteceu porque existiam muitos obstáculos que impediam o funcionamento do Pegcar. O maior deles era a relação com as seguradoras. A apólice de seguro comum não cobre carros que são usados para fins comerciais. “Tivemos que montar um seguro especial para o usuário. Fizemos um acordo com a Mapfre [empresa de seguros] e, no período de locação, o carro está automaticamente segurado pela empresa”, explica o empresário.Para começar a funcionar, Conrado e Bruno investiram R$ 40 mil e contaram com o apoio de investidores anjos. No total, foram mais de R$ 1 milhão para o Pegcar entrar no ar. No início, os amigos resolveram gerar oferta ao invés de demanda. “Fomos na rua mesmo! De carro em carro pedindo para os proprietários cadastrarem”, conta Conrado. Segundo ele, os 50 primeiros carros da plataforma foram assim. Hoje, o Pegcar conta com mais de 400 carros anunciados, 200 alugueis por mês e movimentou R$ 300 mil em 2016 sendo que a empresa fica com menos de 30% do valor anunciado.A plataforma tem uma logística simples. Para o proprietário anunciar seu carro, ele deve ter abaixo de 100 mil quilômetros rodados, um seguro ativo. Além disso, o veículo não pode ter seu valor acima de R$ 90 mil. Feito o anúncio, basta esperar alguém se interessar pela proposta. “É uma ótima opção de renda extra. Já temos muito usuários que conseguem um bom dinheiro no final do mês”, afirma o empreendedor.Do outro lado, o comprador só precisa entrar na plataforma, realizar um cadastro e escolher qual veículo deseja. Na maioria dos casos, o aluguel é para um final de semana ou um curto período de viagem. O valor é contado por diárias e o pagamento é realizado via cartão de crédito pelo próprio sistema. Quando o comprador solicita o aluguel, o proprietário tem a opção de aceitar ou não. Se for um bom negócio para ambos, basta combinar o melhor lugar para pegar as chaves.O Pegcar tem um escritório em São Paulo (SP) e carros espalhados pela Grande São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). O maior desafio da empresa, no momento, é superar a falta de credibilidade. Para Conrado, o brasileiro tem uma dificuldade cultural de acreditar em negócios onlines. “Precisamos desmistificar o setor para chegar em nossa meta que é 1 mil alugueis por mês”, planeja.Fonte: PEGN
Google Primer leva inovação e conhecimento para mais de 760 mil empreendedores brasileiros
Um ano após o lançamento da versão em português, o Brasil já é o segundo no mundo em número de downloads do Google Primer, guia gratuito que reúne lições de marketing digital para empreendedores. Mais de 760 mil brasileiros já baixaram o aplicativo, colocando o país a frente de mercados como México e Estados Unidos e atrás somente da Índia, que ocupa o primeiro lugar.Primer foi pensado para ser usado em qualquer lugar e hora para quem quer aprender mais sobre marketing digital, sem se descuidar do negócio em si. As lições são curtas, com duração de até cinco minutos, e podem ser baixadas quando se está no wi-fi e feitas off-line, economizando o plano de dados.As lições são elaboradas por profissionais do Google, em parceria com especialistas em marketing e business, e divididas em categorias como publicidade, conteúdo, métricas e estratégia. Hoje, o Primer conta com 90 lições (20 a mais que em 2016). As cinco aulas mais prestigiadas pelos usuários brasileiros são: “Atraia seus consumidores com uma boa história”, “Os primeiros passos com SEO”, “Como o remarketing mantém os clientes sempre voltando”, “Como sua marca pessoal pode ajudar seu negócio” e “Crie anúncios na rede de display que se conectam com os consumidores”.“Os empreendedores têm nessa ferramenta os recursos necessários para aplicar tudo o que aprendem diretamente em seus negócios, como planejar as ações para atingir o público-alvo e medir o retorno das campanhas realizadas. Após um ano de lançamento, o aplicativo é um sucesso no mercado”, afirma Susana Ayarza, diretora global do Primer.Na prática, Primer está ajudando a mudar a história de vida de muitas pessoas. O farmacêutico André Marques dos Santos trabalhava na área de saúde, mas sempre quis se aventurar no mundo dos negócios. “Ao entrar em um programa de trainee, no SEBRAE, mesmo sem prática, usei Primer para desenvolver cinco projetos, o conteúdo me trouxe conceitos básicos, mostrou caminhos e insights, com isso fiquei entre os 15 selecionados e mudei minha carreira”, diz o analista de negócios sênior no Sebrae-SP.Lições sobre temas sensíveis, como o preconceito, também foram inseridas no aplicativo. A “Como evitar o viés inconsciente no trabalho” foi inspirada em um treinamento que é feito pelos próprios funcionários do Google. “Todo mundo tem um tipo de preconceito e é importante saber como lidar com certas situações inconscientes, nossa lição apresenta dados de várias pesquisas realizadas por diversas universidades e institutos para mostrar como o preconceito pode afetar as decisões, avaliações e relações entre as pessoas”, diz Guilherme Brandão, gerente de marketing e produto do Google. O Primer está disponível tanto Android e IOS.Fonte: Empreendedor
Leilane Sabatini negociava ações no ramo de energia elétrica – até que uma olhada em seu armário fez com que ela largasse a carreira para empreender
Leilane Sabatini, do Cansei Vendi: ela trocou a mesa de operações pela venda de itens de luxo de segunda mão (Cansei Vendi/Divulgação)
Há poucos anos, Leilane Sabatini estava em um ponto da carreira que daria inveja em muitos: ela era trader do setor de energia elétrica, negociando operações de curto prazo no mercado financeiro.
“Eu era a diretora da mesa de energia, e já havia conquistado uma certa estabilidade. Não tinha a intenção de abandonar a carreira, porque é um mercado que paga muito bem, mas sentia que faltavam novos desafios”, conta.Uma olhada no seu armário, porém, mudaria a vida da empreendedora. Percebendo que havia comprado peças de estilistas famosos que mal tinham sido usadas, Sabatini decidiu vendê-las.Ela tentou em marketplaces populares, como o Mercado Livre – mas não conseguia procurar interessados em produtos tão luxuosos.“Então, criei uma conta no Instagram com o nome que pensei na hora: ‘Cansei Vendi’. Foi quando a rede social estava em alta e todo mundo postava, inclusive lojas. Em uma semana, vendi praticamente todos os itens”, conta.Depois, vieram os pedidos de parentes para que Sabatini também vendesse as peças delas. “Percebi que era um nicho de grande potencial e que não havia sido explorado profissionalmente no Brasil. Enquanto isso, nos Estados Unidos e na Europa, o ‘second hand’ de luxo já era consolidado.”Esse foi o começo do Cansei Vendi, em 2013: um brechó de luxo que, hoje, já fatura em média 50 mil reais por mês. E as metas para o ano são ambiciosas.
Decisão de carreira e profissionalização
Ainda que o Cansei Vendi tenha surgido há três anos e meio, foi apenas em maio de 2016 que Sabatini finalmente tomou a decisão de largar sua carreira no mercado financeiro para se dedicar inteiramente ao negócio.Até então, o negócio operava apenas pela página do Instagram e por um site bem simples: não havia processos automatizados para processar as compras, algo comum em lojas virtuais.Mesmo assim, o Cansei Vendi cresceu rápido: a empreendedora passou a receber vários e-mails de gente querendo comprar e vender peças.Em 2016, com a dedicação integral à marca, Sabatini estruturou a empresa e passou a buscar investidores. Entraram também duas novas sócias: Ana Carolina Darde e Carol Leonhardt.
Ana Carolina Darde, Leilane Sabatini e Carol Leonhardt, do Cansei, Vendi (Cansei, Vendi/Divulgação)
Em dezembro do ano passado, o empreendimento recebeu um investimento-anjo no valor de 400 mil reais.“Falei com gente que eu já conhecia, que sabia como eu trabalhava e tinha dinheiro para investir. Os investidores-anjo que aportaram no fim do ano passado são ex-chefes meus, que nunca investiram em startups, mas acreditaram no meu potencial e nas informações que eu dei sobre o mercado.”Com esse aporte, a plataforma própria do Cansei, Vendi começou a ser desenvolvida. O site foi lançado após três meses de programação. “Queríamos passar credibilidade e, assim, sair na frente dos concorrentes”, explica.O Instagram assumiu um novo papel: hoje, ele funciona mais como um grande canal de divulgação do site, que é por onde realmente acontecem as transações. O grande objetivo do perfil é dar informações adicionais para os consumidores e convidá-los a conhecer a plataforma.Além disso, a empreendedora faz testes de demanda de produtos. “A gente posta lá produtos que já confirmamos a venda, mas que ainda não fizemos as fotos e subimos no site. Isso acaba sendo um termômetro para a gente do potencial de liquidez de cada item”, conta.“Temos um público-alvo de mulheres entre 25 e 40 anos, de média e alta renda, que nos associam muito com o Instagram”, diz. Até hoje, 60% das vendas vem dessa rede social.Em 2017, a média de faturamento mensal do Cansei, Vendi girou entre 40 e 60 mil reais. Em 2016, a média era de 25 mil reais. “Com as mudanças que tivemos, dobramos nosso faturamento”, diz Sabatini.“Há pouco tempo, começamos a investir no Google. O foco, agora, será nas mulheres de 50 ou 60 anos, que também podem se tornar nossas clientes. Quando estivermos bem calibrados, acho que a maior fonte de receita virá do Google.”
Como funciona?
No marketplace Cansei Vendi, é possível comprar e vender peças de luxo de segunda mão. Para comprar, o funcionamento é parecido ao de qualquer e-commerce.Já para vender, o usuário deve entrar no site, cadastrar informações do seu produto e mandar fotos para triagem pelo negócio.“Cada marca tem um checklist de itens que comprovam sua originalidade, e eu que assumi principalmente esse estudo. Vi os critérios em contatos com empresas americanas que fazem tal avaliação, diversos sites e vídeos. Se a peça não passa em um item, devolvemos”, diz Sabatini.Se o item for aprovado, o Cansei Vendi entrará em contato e um termo deve ser assinado. As peças então são entregues à plataforma e ela fica responsável por enviá-la ao comprador. O objetivo é garantir a segurança da peça e a qualidade na entrega.“O contato do comprador é conosco, e não com o vendedor. A comissão é de 35% do valor de venda: ou seja, o vendedor fica com 65% do valor anunciado da peça. Nos Estados Unidos, essa comissão costuma ser de 40%”, defende a empreendedora.Hoje, cerca de 300 peças estão cadastradas no site, com ticket médio de venda em 2,5 mil reais. Cerca de 20 itens são vendidos pelo martketplace. A campeã de vendas é a bolsa Neverfull, da marca Louis Vuitton.A média de descontos sobre o valor do produto novo é de 50%, segundo Sabatini. O preço anunciado varia de acordo com sinais de uso, pressa em vender o produto e, claro, preço de mercado. A grande maioria dos vendedores pede para o Cansei, Vendi uma sugestão de preço a anunciar, baseado na avaliação feita pelo marketplace da peça.
Planos
Além da consolidação da nova plataforma após a aporte, o Cansei Vendi está investindo em novos recursos para seus consumidores.“Criamos uma calculadora de revenda pela qual o cliente consegue estimar o valor de venda do seu item no mercado de revenda de produtos de luxo. Ainda estamos na fase de piloto dessa calculadora, com as marcas e produtos mais comercializados”, conta Sabatini.O investimento-anjo também será usado para conquistar participação de mercado, focando em ações de marketing e em estruturas operacionais para suportar tal crescimento (por exemplo, mais gestão de estoque e de processos). Sabatini também pretende vender outros itens dentro do nicho de luxo, diversificando o mix de produtos.Com isso, o Cansei Vendi já projeta metas agressivas para este ano. Até dezembro de 2017, a marca que chegar a um faturamento mensal de cerca de 120 mil reais – quatro vezes mais do que o obtido em dezembro de 2016, que foi de 30 mil reais. Hoje, o negócio fatura entre 40 e 60 mil reais no mês.Fonte: Exame