O último ano foi bom para o
comércio eletrônico brasileiro. Enquanto o
varejo em geral amargou retrações, as vendas nas lojas online tiveram crescimento de 8% em 2016, segundo dados da Ebit. Para Diego Smorigo, consultor do Sebrae-SP, 2017 deve ser ainda melhor. “O e-commerce é um mercado sem fronteiras. Cada vez mais, as empresas estão adotando o serviço como uma alternativa de canal de vendas”, afirma. De olho nesta tendência, o Sebrae-SP estreia na
Feira do Empreendedor deste ano, que acontece entre os dias 18 e 21 de fevereiro, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, um espaço-modelo para o e-commerce. A área será voltada para todos os visitantes que estão pensando em investir neste tipo de negócio.O ambiente funcionará como um “grande notebook aberto”, onde empreendedores que atuam com e-commerce contarão suas histórias por meio de videoconferências, enquanto interagem com os consultores do Sebrae-SP. A proposta é detalhar toda a trajetória empreendedora, desde a concepção da ideia até as principais dificuldades enfrentadas pelo negócio. As apresentações devem durar de 20 a 30 minutos e o espaço tem capacidade para receber 150 visitantes por sessão. São esperadas 15 mil pessoas ao todo, durante os quatro dias de evento.A estimativa é quase quatro vezes maior do que a dos outros espaços-modelo, que esperam receber até 4 mil visitantes ao longo do evento. Para o consultor do Sebrae-SP, a novidade deve atrair mais pessoas porque o e-commerce é o único capaz de alavancar diretamente todos os setores representados na feira. “O comércio eletrônico serve para qualquer tipo de negócio, desde as oficinas mecânicas, que podem agendar serviços, até os salões de beleza, que vendem produtos por meio do seu site”, diz Smorigo.O consultor listou uma série de dicas e recomendações para quem está pensando em investir e se destacar no segmento.
1. É preciso convencer o cliente
Quem está pensando em investir em um e-commerce precisa entender que o modelo de venda, se comparado ao da loja física, é muito diferente. No ponto tradicional, o processo todo é auxiliado pelo vendedor, que é responsável por influenciar os consumidores no momento de decisão. Já no mundo virtual, o empreendedor não pode contar com essa “força” na hora da venda. Por isso, Smorigo indica: a plataforma deve ser montada para agradar o público-alvo, com layout e linguagem que tenham a ver com essas pessoas. Dessa forma, fica mais fácil conquistar quem compra online – mesmo quem usa as lojas físicas para testar os produtos. “Há quem teste o produto na loja e realize a compra na hora, pelo celular. Se a sua plataforma oferecer uma boa experiência, as chances de você conquistar aquela compra aumentam.”
2. Entrega rápida faz diferença
Outro fator que pesa contra os comércios eletrônicos é o imediatismo. Para alguns clientes, a conveniência de levar o produto para casa na hora conta mais que os descontos do e-commerce. Por isso, o consultor do Sebrae-SP indica que o site ofereça modelos de entrega rápida. Assim, será mais competitivo em relação às lojas físicas.
3. Força na capacitação
Escolher o produto, definir o cliente e desenvolver um modelo de negócio. Quem quer abrir um e-commerce precisa ter esses fatores delimitados. Além disso, não basta ter expertise somente na área de marketing, por exemplo. “O empreendedor deve identificar com antecedência as áreas em que mais falha”, diz o consultor. Por isso, ele indica que o empreendedor procure o Sebrae-SP na Feira do Empreendedor. Além do espaço-modelo, os visitantes poderão se reunir com consultores e obter capacitação em outras áreas. “A ideia é dar todo o suporte possível para quem está pensando em abrir um e-commerce”, afirma.
4. Não é tão simples quanto parece
Existem no mercado plataformas prontas de comércio eletrônico. No entanto, fazer esse tipo de negócio dar certo está longe de ser uma missão simples. “Quem começa um e-commerce sem o planejamento necessário fatalmente vai fechar em pouco tempo”, diz o consultor do Sebrae-SP. Segundo o especialista, empresários que já têm lojas físicas costumam cometer esse erro. “Ele precisa saber que o mundo virtual possui suas próprias nuances. É uma operação completamente diferente, que exige muito estudo e planejamento”, diz.
5. Cuidado na transição
Se o empreendedor possui um negócio tradicional, ele já deve ter desenvolvido uma operação logística. Talvez tenha também um software de gestão e um bom conhecimento de mercado. Essa estrutura será útil na transição da empresa para o comércio eletrônico. Segundo Smorigo, nessa hora, o empreendedor terá de investir no site, incluindo conteúdo e boas fotos dos produtos. O consultor também faz um alerta: cuidado com a gestão de estoque. Como há duas operações para o empresário gerenciar – a física e a online –, o acompanhamento do inventário fica mais complexo. Se o item acaba no estoque, não pode continuar disponível no e-commerce.
6. Procure se destacar
Os grandes players são pouco especializados. Muitos têm se transformado em grandes marketplaces, contando com a operação de diversas lojas dentro de um grande agregador. Por isso, a empresa menor ou iniciante pode focar em nichos. Quando o negócio se identifica com um público específico e o fideliza, ganha destaque no mercado. “Há quem possa achar a segmentação um limitador, mas essa estratégia se mostra mais assertiva”, diz Smorigo. Outra dica é investir em marketing digital, como AdWords do Google e Facebook. Essas ações geram engajamento entre os clientes e a sua loja. “É um esforço de mídia que, no meio online, traz muito retorno.”
7. É um setor em alta
Com o aumento da confiança das pessoas em realizar transações online, o e-commerce vem ganhando cada vez mais força. Para Diego Smorigo, é um mercado sem fronteiras, com muito a crescer no país ainda. “Antes a pessoa tinha receio de colocar os dados do seu cartão de crédito em um e-commerce, por exemplo. Isso está mudando porque as empresas têm passado segurança.” Outro fator que ajuda o comércio eletrônico é o desenvolvimento de plataformas para os smartphones. “Dessa forma, todo mundo pode andar com seu produto no bolso. Teremos um crescimento exponencial nos próximos anos”, afirma o consultor.Fonte:
PEGN