Segundo dados vazados pelo The Guardian, 95% dos pedidos recebidos pela gigante de buscas eram relacionados a remoção de dados pessoais e particulares da web.
Números recém-vazados revelam que a grande maioria das pessoas que exerceram seu direito de serem “esquecidas” pelos serviços do Google na Europa são pessoas comuns, com apenas 5% dos pedidos vindo de criminosos, políticos e figuras públicas conhecidas.
O tribunal mais alto da Europa decidiu no ano passado que as pessoas tem o direito de pedirem ao Google para remover determinados resultados da sua ferramenta de buscas, com base no fato de que a informação pode estar desatualizada ou ter sido publicada de maneira injusta com um foco negativo.
O Google protestou da decisão, argumentando que remover links exige “julgamentos de valor difíceis” e que isso pode ir contra o interesse público. A gigante ainda apontou que apontou para “ex-políticos querendo a remoção de posts que criticavam suas políticas; criminosos violentos pedindo que fossem apagadas reportagens sobre seus crimes; reviews negativos para profissionais como arquitetos e professores; comentários que as pessoas escreveram por conta própria (e sobre os quais agora se arrependiam)”.
Os números sugerem que os pedidos das duas primeiras categorias, pelo menos – políticos e criminosos violentos – foram mínimos.
O jornal britânico The Guardian descobriu os números escondidos no código fonte de uma versão arquivada do relatório de transparência do Google. Desde então, as inforamções foram retiradas do ar.
O relatório original do Google fornecia os números de pedidos rebebidos e concedidos, mas sem descrever em detalhes a natureza desses pedidos.
De acordo com o The Guardian, dos quase 220 mil pedidos recebidos em março, mais de 95% vieram de cidadãos comuns da Europa querendo a remoção de links para informações pessoais e privadas.
Os pedidos incluíam uma mulher cujo nome aparecia em várias reportagens sobre a morte do marido, enquanto outra pedia a retirada do seu endereço da web, aponta o jornal. Outro pedido tinha sido feito por uma pessoa que tinha contraído HIV há uma década.
A recente decisão da justiça europeia afirmava que o Google e outras ferramentas de busca deveriam considerar com cuidado se as informações que as pessoas queriam removidas eram irrelevantes ou desatualizadas, e remover os links, a não ser que existissem razões para fazer isso, como quando a informação pode ser de interesse público.
Os números vazados sugerem que o Google está seguindo esses princípios. A empresa concedeu os pedidos dos cidadãos comuns a uma frequência maior do que os feitos por celebridades, políticos ou criminosos. O Google concedeu quase metade dos pedidos de remoção pessoais e particulares, enquanto que atendeu a menos de um quarto dos pedidos feitos por figuras públicas e políticas.
No total, o Google recebeu mais de 280 mil pedidos para remover links desde que a justiça da Europa exigiu que a empresa e outros fornecedores de buscas fizessem isso no último mês de maio.
Um porta-voz do Google disse, por meio de um comunicado que a empresa tenta ser o mais transparente possível sobre suas decisões quanto ao direito de ser esquecido.
“Os dados que o The Guardian descobriu no código fonte dos Relatórios de Transparência vem obviamente do Google, mas eram parte de um teste para descobrir como poderíamos categorizar melhor os pedidos”, afirmou.
De acordo com ele, o teste foi descontinuado em março porque os dados não eram confiáveis o bastante para publicação, mas a empresa já trabalha em maneiras para melhorar seus relatórios de transparência.
Fonte: Cidadãos comuns são maioria em pedidos para ser esquecido pelo Google – IDG Now!