Helder Mendonça e sua família estão trabalhando no resgate da reputação da marca após recomprarem empresa

Família criadora da Forno de Minas encararam o desafio de recomprar marca e recuperar reputação (Foto: Divulgação)

Empreendedor em série, Helder Mendonça, fundador da Forno de Minas, conseguiu transformar um negócio tradicional em uma história de 25 anos com direito a muitas reviravoltas e surpresas.

Helder, até seus 6 anos, morou em uma fazenda, no interior de Minas Gerais. Como todo bom mineiro, sempre foi apaixonado por pão de queijo, ainda mais pelo que sua mãe preparava, com toda dedicação e ingredientes que ela mesma pegava da fazenda.

Na verdade, foi dessa lembrança afetiva que, anos depois, Helder teve a ideia de abrir a Forno de Minas. Mas não vamos pular etapas, para entender a história, temos que voltar no tempo até 1970.

Em 1971, a família de Helder se mudou para BH. Tudo andava bem até que, em 73, o pai de Helder sofreu um acidente de carro e faleceu. A perda fez com a rotina da família se alterasse completamente. Se antes a mãe conseguia estar presente e ajudar no dia a dia dos filhos, depois do acidente ela voltou a trabalhar e estudar, ficando cada vez menos em casa.

Quando isso aconteceu, Helder e seus irmão deixaram de ter o pão de queijo que já era tão familiar e fazia falta no dia a dia. Eles até tentaram reproduzir a receita da mãe, mas não sabiam onde comprar ingredientes de qualidade na cidade e, além disso, a falta de tempo também não os favorecia.

Foi aí que a mãe de Helder começou a fazer bolinhas de pão de queijo congeladas para que seus filhos pudessem apenas aquecê-las depois. Guarde esse pedaço da história, ele vai fazer a diferença daqui a alguns anos na trajetória do empreendedor.

Helder acreditava tanto no pão de queijo da mãe que comprou uma pequena lanchonete e, com a ajuda da mãe, treinou 2 funcionárias e começou a vender essa comida que todo bom mineiro é apaixonado. Com o dinheiro que juntou, fez suas malas e foi estudar fora. Foi em suas andanças pelo mundo que Helder conheceu mais a fundo o mundo dos congelados e a praticidade desse tipo de comida que é tão frequente no mercado americano.

Com essas informações na cabeça, voltou para BH decidido: ia abrir uma empresa e vender pão de queijo. A jornada foi longa e cheia de aprendizados, mas separamos aqui 3 deles. Se quiser conferir toda a história, não deixei de assistir o bate papo completo que aconteceu durante o CEO Summit MG.

1. Ninguém conhece seu produto melhor do que você
A história da Forno de Minas pode ser contada em duas fases: de 91 a 99 e depois de 2001 até agora. E por que essa divisão? A gente explica:

Em 99, Helder e sua família venderam a empresa para uma multinacional. Na época, o negócio vivia uma situação muito delicada, com um faturamento muito abaixo do desejado. A oferta de venda chegou para eles como uma oportunidade perfeita.  Então, com os papeis assinados, Helder e sua família tiraram 10 anos “de férias” do negócio, até que, em 2001, recompraram a empresa.

E por que a família comprou o mesmo desafio 2 vezes? Quando aquela multinacional comprou a Forno de Minas, eles mudaram a receita daquele tão amado pão de queijo. O produto que antes era referência em qualidade, começou a cair em sua categoria e parecia não ter mais forças para se reposicionar. Nesses 10 anos, a Forno de Minas perdeu a confiança de grande parte do mercado e de seus consumidores finais.

Mas Helder e sua família, melhor do que ninguém, sabiam onde a empresa tinha errado e qual seria o melhor caminho para que o negócio pudesse se reerguer. Por isso, quando retornaram, em 2001, a empresa passou por um grande reposicionamento de marca. A reconstrução foi difícil, eles tiveram que voltar a vender os projetos e prometer que dali em diante seria diferente. Foi uma batalha difícil, mas muito recompensadora, e é dela que tiramos nossa segunda lição:

2. Paciência faz a diferença
Quando retomaram a empresa, 10 anos depois, o mercado tinha modificado muito. O número de concorrentes quase triplicou e a tecnologia tinha criado novas oportunidades de atuação. Tudo isso fez com que Helder e sua família percebessem que plano de negócio da empresa já não poderia ser o mesmo. Por mais que o pão de queijo ainda fosse o carro chefe do negócio, eles precisavam expandir o portfólio e aumentar a velocidade das operações.

A paciência, durante essa fase, foi fundamental. Demorou 3 anos, até que a empresa conseguisse um equilíbrio de ebitda. Foram noites sem dormir, uma preocupação com o que seria o futuro do negócio, já que, de um dia para o outro, as operações passaram de 15 funcionários para 100 colaboradores.

Essa mudança foi feita com tal maestria que, atualmente, a Forno de Minas está planejando a sua internacionalização. E como eles pensam em trabalhar um produto tão típico em um mercado que não tem os mesmos costumes que o nosso? É aqui que temos nossa terceira e última lição:

3. Deixe o gigantismo de lado
Algumas empresas, por conta do seu gigantismo, não conseguem ver sentido em explorar as ideias que alguns negócios menores estão investindo. Empresas não só nacionais com também as internacionais, afinal, elas estão inseridas em um mercado muito mais maduro que o nosso e são grandes fontes de aprendizado. Esse gigantismo cega muitos negócios e é um grande erro.

A Forno de Minas, por exemplo, lançou, há 3 anos, um Waffle congelado. Foi difícil no começo, a empresa teve que criar um hábito de consumo nos seus clientes, mas a experiência rendeu muitos insights para Helder. O produto agora está se posicionando muito bem e tudo isso porque eles conseguiram enxergar uma tendência no mercado de fora.

Expandir os horizontes e ver o que seus concorrentes estão fazendo só traz boas ideias para a sua empresa. Helder conta que, ao olhar para outros mercados, ele sempre consegue enxergar pontos que ainda não foram explorados no Brasil ou até mesmo na indústria alimentícia. É essa vontade de fazer a mudança que move a Forno de Minas a crescer mais e mais todos os dias.

A empresa familiar já é uma das mais reconhecidas em Minas Gerais. Aquela ideia que parecia uma loucura no começo, se mostrou um verdadeiro sonho grande que só cresce.

Fonte: Pequenas Empresas e Grande Negócios

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