Empresa vende equipamentos de luta para praticantes de 11 artes marciais

Jiu-jitsu, luta, (Foto: Ippon Kumite / Flickr)

O Brasil é referência em artes marciais no mundo todo — principalmente quando o assunto é jiu-jitsu, modalidade em que o país possui uma versão própria da luta. “Até alguns anos atrás, isso era pouco explorado na internet”, afirma Diego Shimohirao, fundador da Meu Kimono, loja online de equipamentos para luta.

Em 2011, Shimohirao e seu sócio, Valter Miyashiro, eram colegas de faculdade. Ambos estudavam administração, e Miyashiro trabalhava em uma fábrica de quimonos. “Meu sócio sempre me falava sobre os números de vendas que a fábrica tinha, e eu fiquei impressionado com o quanto aquele mercado era ativo”, diz Shimohirao. A curiosidade sobre a área foi aumentando até que Shimohirao decidiu fazer algumas pesquisas. “Percebi que as opções de compra online eram bem limitadas e comecei a criar um interesse de entrar nesse mercado”, diz.

Durante seis meses, o empreendedor foi a academias conversar com praticantes de artes marciais e procurou as lojas que existiam para fazer compras de teste. Shimohirao fazia pequenas compras no começo e no fim do mês para, com isso, conhecer mais sobre como as lojas davam seus prazos de entrega e faziam a reposição do estoque. Quando estava com um plano de um e-commerce quase pronto, buscou Miyashiro. O amigo ficou interessado e, em março de 2012, os dois abriam a Meu Kimono.

Desde seu começo, a Meu Kimono vende produtos apenas pela internet, com entregas para o Brasil inteiro. O investimento inicial necessário para abrir a loja foi de R$ 130 mil, usados na compra de computadores, mobília, desenvolvimento do site e burocracia para regularizar a empresa.

Shimohirao conta que, durante o planejamento, os dois perceberam que a luta mais praticada no Brasil era o jiu-jitsu. Por isso, os equipamentos que eles mais compraram para montar o primeiro estoque foram dessa modalidade. “Atualmente, trabalhamos com equipamentos específicos para 11 artes marciais diferentes, mas o nosso maior volume de vendas ainda vem do jiu-jitsu”, diz.

Segundo o empreendedor, a principal reclamação dos atletas era de que os equipamentos de luta nunca eram encontrados com facilidade. Para praticar uma arte marcial são precisos quimonos, faixas e protetores, e mesmo quando o atleta encontrava o produto, tinha uma variação pequena de modelos para escolher. “Nós oferecíamos quase tudo que era necessário, e conforme as vendas aumentaram, fomos expandindo. Hoje trabalhamos com 25 marcas e mais de 2,5 mil produtos diferentes”, diz.

No primeiro mês, a loja teve um faturamento de R$ 30 mil, mas não foi fácil conseguir esse resultado. O empreendedor afirma que, como ninguém conhecia a loja, foi preciso fazer um intenso trabalho de divulgação. “Fomos em academias e investimos em AdWords, do Google, e Face Ads, do Facebook”, diz. Em seis meses, a página da Meu Kimono no Facebook chegou a 90 mil curtidas e, com a visibilidade, as marcas de equipamentos para luta começaram a procurar a loja para expor seus produtos. O investimento em marketing digital foi tão útil, que hoje 2,5% do faturamento da empresa é reinvestido em anúncios online.

Meu Kimono (Foto: Divulgação)

Desde sua abertura, a Meu Kimono cresce a cada ano em faturamento, estoque e equipe. No primeiro ano, a dupla teve que contratar uma pessoa para ajudar nas operações. No segundo ano, duas pessoas. Até chegarem à equipe de 34 pessoas que hoje compõe a Meu Kimono. “Um diferencial é que todos os nossos atendentes que tiram as dúvidas dos clientes são praticantes de artes marciais. Eles entendem como o peso do quimono intefere no treino, entre outros detalhes, e isso faz toda a diferença”, afirma Shimohirao.

Atualmente, o site conta com dois centros de distribuição e uma central de atendimento em São Paulo. Segundo Shimohirao, as expansões não exigiram muito investimento, pois o maior custo sempre foi o aluguel. “Por outro lado, tivemos que gastar muito para montar o estoque desses dois centros, que nos custou R$ 1 milhão”, diz. Hoje, o faturamento mensal é de R$ 400 mil e não há interesse da empresa em abrir uma loja física.

Fonte: PEGN

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