Advogado foi reconduzido a mais um ano à frente da entidade empresarial em evento que lotou a Harmonia-Lyra

Elogios aos governos municipal e de SC e críticas a Brasília marcam discurso de João Martinelli Leo Munhoz/Agencia RBS

Martinelli também fez um balanço das reivindicações da associação

O discurso de posse de João Martinelli, reeleito presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij) em evento que lotou a Sociedade Harmonia-Lyra, na noite desta segunda-feira, foi marcado por dois momentos distintos: na primeira parte, duras e ferrenhas críticas ao governo federal. Na segunda, agradecimentos aos esforços da Prefeitura e do governo do Estado em atender as reivindicações da entidade.

Logo no início, Martinelli destacou que, na posse anterior, ele se queixava do cenário turbulento, com juros e inflação em alta, muita burocracia e aumento do desemprego. Na avaliação dele, a situação piorou. O presidente da Acij ainda reiterou que a corrupção no País é estimulada e que a lei protege os corruptores “mas não nos protege deles”.

À plateia, formada predominantemente por empresários, pediu maior participação na política e que eles continuem investindo. Ressaltou, como já havia feito em outras solenidades, a necessidade de se ter uma agenda positiva, discurso repetido pelo presidente da Fiesc, Glauco Côrte, que o antecedeu.

Martinelli também elogiou a postura dos governos municipal e do Estado na questão das câmeras de segurança. O líder empresarial citou importantes avanços conquistados na gestão, como a retomada das obras da avenida Santos Dumont e a elaboração do projeto de duplicação da rua Dona Francisca.

Também anunciou que a empresa responsável pelo estudo de duplicação das rodovias Hans Dieter Schmidt e Edgar Nelson Meister, no Distrito Industrial, será homologada na semana que vem. O presidente da Acij reforçou a necessidade de se construir um novo hospital em Joinville e de se ter um campus da UFSC na cidade vinculado à Brasília – não uma extensão universitária.

Confira a seguir os principais trechos do discurso:

CENÁRIO ECONÔMICO
— Há um ano, reclamávamos que os juros estavam em 11%, da alta da inflação, dos tributos elevados, da burocracia e do nível de desemprego. Não achávamos que iria piorar.

EMPRESAS
— Vemos a boa iniciativa do governo em buscar novas empresas ao Estado. Mas não podemos esquecer das mais antigas. Já perdemos Busscar e Duque. Elas precisam de mais apoio.

CORRUPÇÃO
— A corrupção é estimulada. A lei protege os corruptos e não nos protege deles. O Congresso não vota o que interessa ao povo, vota a favor de pequenos grupos.

PROGRAMAS SOCIAIS
— Hoje, 45 milhões de pessoas dependem de programas sociais no Brasil. Estamos criando pessoas sem ambição.

AJUSTE FISCAL
— O ajuste está sendo pago por nós, a quem chamam de elite branca. Eu não me importo em ser da elite. Mas eu queria ver quem pensa assim montar uma empresa, gerar emprego, pagar impostos e direitos trabalhistas e ainda assim manter o negócio.

CÂMERAS DE SEGURANÇA
— Pedimos 300 câmeras de videomonitoramento. Em 15 dias, serão instaladas as 100 primeiras. A Acij vai cobrar do governo do Estado as outras 200.

RODOVIAS
— A obra da Santos Dumont já recomeçou e deve ficar pronta em junho ou julho de 2016. A rua Dona Francisca, hoje, tem projeto. E a homologação da empresa que vai fazer o projeto de duplicação da Hans Dieter Schmidt e da Edgar Nelson Meister deve ocorrer na semana que vem. Ela terá 150 dias para fazer o projeto. As obras devem começar no ano que vem.

UFSC
— A discussão não andou. Esperamos o resultado da eleição, o ministro foi demitido. Queremos retomá-la com mais força agora. Queremos um campus dissociado de Florianópolis, vinculado à Brasília. Joinville não merece apenas uma extensão universitária.

ICMS E ISS
— A isenção do ICMS sobre o diesel foi encarregada à Facisc. Este é outro assunto que vamos continuar cobrando. A isenção do ISS das empresas do transporte público depende dessa questão do ICMS.

NOVO HOSPITAL

— Joinville precisa de um novo hospital, administrado pela sociedade civil. A reforma do regional ficou bonita e atende à necessidade imediata. Mas temos que pensar em sete, oito anos para frente.

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
— Os bombeiros voluntários ajudam o Estado e a Previdência. Eles têm custo zero. Se chamássemos os militares para cobrirem as cidades atendidas pelos voluntários, haveria um gasto de R$ 100 milhões a mais.

BANCO SOCIAL
— A Acij vai criar o Banco Social, uma estrutura que vai concentrar todos os projetos sociais de Joinville, e estimular os empresários a contribuírem com eles.

NOVO ACESSO
— Vi que o DNIT vai liberar dinheiro para um novo acesso a Florianópolis. Eu me sinto no direito de pedir também. Precisamos de um novo acesso da BR-101 para o Centro de Joinville. Os atuais não condizem com a pujança da cidade.

QUARTEL E NOVA PRAÇA
— Uma hora, o quartel (62º BI) vai ter sair do Centro da cidade. Nós queremos que aquela área seja doada para a cidade, para a construção de um parque.

CRISE
— Muito se fala em crise. Eu não estou em crise. Duvido que alguém aqui esteja. O mundo precisa do Brasil e nós não precisamos de um plano mirabolante. Precisamos ter homens motivados.

Fonte: Elogios aos governos municipal e de SC e críticas a Brasília marcam discurso de João Martinelli – A Notícia

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