Carioca apaixonada pelo estado nordestino quer tornar a tiquira, bebida feita de mandioca, conhecida em todo o Brasil

A Guaaja é produzida em Santo Amaro do Maranhão (Foto: Divulgação)

A cachaça é normalmente reconhecida como a bebida alcoólica nacional do Brasil. No entanto, para uma empreendedora carioca, outro destilado – que poucos conhecem, vale dizer – deveria ocupar este posto: a tiquira, uma aguardente feita de mandioca.

Margot Stinglwagner, 55 anos, lançou, em maio do ano passado, a Guaaja, sua marca própria de tiquira.

Margot nasceu e viveu a maior parte da sua vida na cidade do Rio de Janeiro. Até que, em 2011, em busca de um lugar mais tranquilo, foi convidada por um amigo para abrir uma pousada em Santo Amaro do Maranhão, cidade na região turística dos Lençóis Maranhenses.

Quando viajou à cidade pela primeira vez para avaliar a possibilidade de empreender por lá, encantou-se com a beleza da região. Na mesma ocasião, provou a tiquira pela primeira vez.  Apaixonou-se. No fim, a ideia da pousada não avançou. A viagem, no entanto, não foi totalmente infrutífera: surgiu ali a ideia de produzir e vender a aguardente de mandioca para o Brasil e o mundo.

Bebida brasileira
Por mais que a cana-de-açúcar seja bastante cultivada no Brasil e a cachaça, um de seus derivados alcoólicos, seja considerada a bebida nacional, engana-se quem pensa que a planta tem origem local. Na verdade, a cana vem da Ásia.

Por outro lado, a mandioca que dá origem à tiquira é brasileira de nascença. Antes mesmo do Descobrimento, índios de Maranhão, Piauí e Ceará apreciavam o cauim, uma bebida fermentada feita a partir da raiz. Depois da chegada dos portugueses, que dominavam a técnica da destilação, que separa o álcool de outras substâncias e deixa a bebida mais forte, surgiu a tiquira.

Apesar de genuinamente nacional, a tiquira só é realmente conhecida no Maranhão. E mesmo no estado não há empresas que produzam a bebida em escala industrial – ela é feita em pequenos alambiques. Analisando este cenário, Margot concluiu que poderia ser a pessoa que profissionalizaria o processo de fabricação da tiquira e a faria conhecida pelos brasileiros.

Respeito à tradição
Do momento em que decidiu fabricar tiquira até meados de 2015, a carioca foi aperfeiçoando o processo de fabricação da sua aguardente.

Recebeu propostas para sublocar alambiques de cachaça do Rio e fazer a tiquira na sua terra natal, mas decidiu empreender no Maranhão. “É a bebida do estado e faz parte da cultura maranhense. Não seria ético fabricar a tiquira em outro lugar”, afirma.

Em maio de 2015, Margot lançou a tiquira Guaaja, nome de uma tribo maranhense. Traz em seu rótulo aves guarás, típicas do estado. De acordo com a empreendedora, a Guaaja tem um gosto diferente de outros destilados, é aveludada e seca.

Atualmente, a Guaaja está disponível em supermercados do Maranhão e em alguns hotéis do Rio. Mais recentemente, firmou parceria com um e-commerce, que entrega a bebida em todo o país. Pela internet, uma garrafa de 500 ml custa R$ 82.

Margot prefere não divulgar números de faturamento, mas diz que dá “um passo de cada vez” rumo às suas grandes metas: levar a Guaaja a outros supermercados do país e exportar a bebida. “Queremos apresentar a tiquira para os brasileiros e depois ganhar o mundo.”

Fonte: PEGN

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