Programa identifica negócios inovadores e com alto potencial de crescimento, capacita, dá visibilidade e conecta com investidores
Álvaro afirma que o programa do BID permitiu modelar o negócio de forma a apresentar aos investidores. “Uma coisa é vender o produto. Outra é mostrar que o negócio é estruturado em forma de empresa de fato. Tenho certeza que a AlvoEduca cresceu muito neste aspecto”. Para o futuro, o economista espera se divertir cada vez mais com seu negócio e torná-lo sustentável.
Com formação de tecnóloga em redes de computadores e cursos de sistemas de informação na UFSC, além de MBA em gerenciamento de projetos na FGV, Queila Nunes, 36 anos, também começa a colher frutos do programa. A ideia de criar a Bendita, uma plataforma digital que oferece serviços domésticos, surgiu quando realizava uma consultoria em uma agência de empregadas domésticas. “Lá pude conhecer como funciona uma empresa que atua nesse mercado e percebi que a tecnologia poderia ajudar a resolver muitos problemas. Foi então que iniciei o projeto de desenvolvimento da plataforma digital”, explica. Para ela, o reconhecimento do BID valida seus propósitos e a motiva a evoluir sempre para realizar seus sonhos. “O programa me deu a oportunidade de mostrar a Bendita para o Brasil e me fez subir outro degrau nessa caminhada empreendedora”, diz Queila Nunes, que pretende levar a Bendita para todos os estados do Brasil.
O BID investirá R$ 500 mil até 2017 no Inova Capital – Programa de Apoio a Empreendedores Afro-Brasileiros.“Esta é uma temática estratégica para o BID porque os negros do Brasil somam 68 milhões de consumidores, conforme Estudos Data Popular, e 11 milhões de empreendedores, segundo relatório do Sebrae. Entretanto, somente 900 mil são empregadores. Além disso, os negros brasileiros representam 70% dos afrodescendentes da América Latina. Constatamos também que o acesso a financiamento e as capacidades de gerir um negócio sem dúvida persistem como importantes barreiras ao crescimento de todas empresas, contudo os empreendedores afrodescendentes muitas vezes enfrentam barreiras adicionais em decorrência de arranjos discriminatórios históricos. Diante desses desafios, resolvemos implementar o Inova Capital, que contempla ações de capacitação, mentoria, coaching e de aproximação entre afro-empreendedores e o mercado investimento”, afirma Luana Marques Garcia, especialista em Desenvolvimento Social da Divisão de Gênero e Diversidade do BID.
O objetivo é aumentar a participação de negros e de negras entre as maiores empresas do Brasil, por meio de ‘empreendedores embaixadores’, para mostrar aos mercados que é possível ter muito retorno investindo em negócios e ideias de afrodescendentes, “os quais desenvolvem produtos e serviços com efetivos impactos social e ambiental, e beneficiando muito além dos segmentos predominantemente negros”, sinaliza Luana, salientando que “há vantagens na diversidade de investimentos”.
Em julho, o programa realizou uma rodada de pitches inédita na América Latina – a primeira competição de negócios de empreendedores afrodescendentes para investidores brasileiros, junto com a Anjos do Brasil.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento também está conduzindo um levantamento no país sobre o mercado afro-brasileiro, envolvendo preferências de marcas, comportamento do consumidor e publicidade nas redes sociais. E, em 10 de novembro, realizará, com o apoio do Itaú, o evento internacional “O Ecossistema para a Promoção do Crescimento de Negócios de Alto Impacto Social | Conexão Estados Unidos – Brasil”, em São Paulo (SP).
O site www.inovacapital.net.br traz detalhes desta iniciativa e o perfil dos 30 afro-empreendedores participantes.
Fonte: Empreendedor