BR Charge usa uma tecnologia americana para ajudar quem não vive sem o smartphone
No fim do ano de 2013, André La Motta estava em um bar de São Paulo com alguns amigos quando a bateria do seu celular descarregou. Ele foi até o balcão a procura de uma tomada e lá encontrou um carregador universal plugado, disponível para o uso dos clientes. Mas com medo de ser roubado, La Motta ficou aguardando seu aparelho carregar bem ao lado, enquanto seus amigos bebiam e se divertiam.
Frustrado com isso, o jovem administrador teve uma ideia: e se as pessoas pudessem deixar seus celulares carregando em compartimentos fechados? “O conceito é semelhante ao utilizado nos guarda-volumes de grandes agências bancárias”, diz La Motta.
Motivado por considerar um serviço original e cheio de vontade de empreender, La Motta logo foi pesquisar meios para tirar o projeto do papel.
Apesar do entusiasmo, ele descobriu que um produto similar ao que havia imaginado já estava sendo fabricado na China e nos Estados Unidos. “Existiam alguns modelos no mundo, mas ainda era muito novo. No Brasil a tecnologia não existia ainda”, diz La Motta. Mesmo assim, o paulistano achou positivo não ter que criar um produto do zero. “Encontrei um fornecedor chinês e de cara comprei quatro maquinas”
O custo das máquinas foi de R$ 100 mil. Após comprá-las, La Motta criou a BRCharge e, logo depois, foi contratado para o primeiro evento, em fevereiro de 2014. Durante o trabalho, contudo, a tecnologia não funcionou direito. “Ali percebi que o projeto precisava ser mais planejado e cuidadoso”, afirma.
Novo parceiro
Depois do lançamento, La Motta e seus três sócios decidiram procurar outro fornecedor em um país diferente e encontraram a startup americana Brightbox. Mas fechar a parceria não foi fácil, garante o CEO da BRCharge. “Tivemos que apresentar o nosso projeto para eles e um investidor aqui no Brasil”.
Depois de um pitch para ambos, o grupo fechou uma parceria com a fornecedora americana e ainda arrecadou R$ 1 milhão para investir no projeto. “O mercado de recarga de bateria está aquecido e muitas empresas têm demonstrado interesse neste setor”, afirma.
Com o valor, a BRCharge comprou mais de 50 ilhas com gavetas individuais e cartões de tarja magnética. Elas estão espalhadas por shoppings, aeroportos e bares do país – e mais 40 devem ser instaladas até o fim de 2015. “Foi um processo gradual. Começamos a expandir nossa operação em São Paulo e depois para os outros estados.”
Serviço gratuito – e lucrativo
Os usuários finais da BRCharge não pagam pelas gavetas e carregadores. “Optamos por outro planejamento. Nos Estados Unidos as pessoas pagam para carregar. Para isso não ser necessário aqui, decidimos alugar os totens para as empresas”, diz.
A empresa oferece dois planos àqueles que quiserem contratar o serviço: locação e patrocínio. Quem optar pela primeira opção paga R$ 3 mil por mês de serviço. No segundo modelo, os contratantes negociam um valor pelos totens, que podem ser usados para publicidade.
E o esquema parece ter dado certo. Segundo La Motta, os últimos seis meses da empresa geraram um lucro de R$ 500 mil e o plano da BRCharge é fechar 2015 com mais R$ 700 mil em caixa.
Fonte: Empresa fatura alto com recarga de celular em shoppings e eventos – PEGN