Doce, cachaça e chips são produzidos com a fruta de Corupá
Indústria familiar de Corupá nasceu há três gerações e hoje vende para cinco Estados brasileirosFoto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBSA família Langer descobriu há quase 70 anos que a banana poderia ser comercializada de diferentes formas. O carro-chefe da empresa são os pacotes de bananas passas de dez quilos que são vendidas para cinco Estados do Brasil. A sócia-administradora, Gisleini Martins, conta que o avô do seu marido, Alfredo Langer, comprou a fábrica logo que ela foi montada. Desde então, passou a ser o ganha-pão da família.
Sob comando da terceira geração, a indústria Langer faz bananas passas, bala de banana, banana com chocolate, cachaça de banana e outros.
– É enxergar em uma fruta tão comum na região uma forma de negócio. Temos orgulho de ouvir elogio dos nossos clientes que comprar para exportar ou para fazer barrinhas de cereais. Hoje, estamos com 17 funcionários – diz Gisleini.
A empresa utiliza por dia seis toneladas de banana que compra de 25 produtores. Gisleini destaca ainda que não compra banana de outra região, pois a fruta corupaense é adocicada acima da média. Para fazer 600 gramas da fruta seca, se utiliza um quilo de banana.
– O processo é todo manual. Temos quatro funcionários para descascar bananas. Quando estamos com muitos pedidos, aumentamos o número. As frutas ficam por 48 horas em um forno a uma temperatura de 80 graus. Depois é só embalar – explica.
Quando a fruta se transforma em obra de arteUm universo de possibilidades surgiu para a agricultora Elfi Minatti Mokwa, de Corupá. Ela descobriu sua profissão ainda menina com os ensinamentos dos pais e dedicou mais de meio século da sua vida ao cultivo da banana. Há quase dez anos, Elfi decidiu fazer um curso da Epagri. Lá, ela descobriu que a fibra da banana se transformava em arte.
– Sou daquela época em que as pessoas faziam seus pertences. Não tinha essa de ir à loja, minha família aproveitava os retalhos para fazer algo – conta.
Os produtos de artesanato viraram uma renda extra para a família, que sobrevive da agricultura. Elfi conta que continua ajudando na lavoura e, quando sobra um tempinho, corre fazer artesanato.
– Eu faço flores, cachepô, tapetes e vou inventando. Como ajudo na plantação, eu faço quando me sobra tempo ou quando tenho encomendas – afirma Elfi.
Atualmente, apenas duas artesãs trabalham com fibra de banana em Corupá. Elfi acredita que muitas desistem porque continuam trabalhando na roça e o serviço de artesanato toma tempo. Primeiro, é necessário retirar a fibra do caule e colocar para secar com o calor do Sol. Sem unidade, o processo de secagem demora três dias. Cada artesanato tem sua peculiaridade: as flores são pintadas antes de serem prensadas em moldes quentes para ganhar o formato das pétalas. Os tapetes são feitos em um tear que exige concentração e paciência, revela Elfi.
– Não é um trabalho fácil, mas relaxo quando estou fazendo. Todas as peças são manuais e demoram a serem feitas. Fiz nome na região e as pessoas me procuram mesmo sem uma loja ou ponto de venda – afirma.
Fonte: Empresas da região fazem delícias a partir da banana – A Notícia