STARTUP BRASILEIRA CRIA APARELHO PARA FAZER “EXAME DE SANGUE” PELA INTERNET

O Hilab consegue fazer testes de dengue, glicose, gripe e zika, entre outras doenças

hilab, tecnologia, saúde, sangue (Foto: Divulgação/HiLab)

“Nossa intenção é democratizar a saúde no Brasil”. É assim que o CEO da Hi Technologies, Marcus Figueredo, de 33 anos, define o objetivo de sua empresa.

O negócio vem trazendo ao mercado brasileiro produtos inovadores na área de telemedicina desde 2004 e, agora, lança o primeiro aparelho portátil capaz de realizar exames de sangue a distância.

O Hilab, como é chamado, funciona de forma simples. Primeiro, um profissional de saúde coleta algumas gotas de sangue do paciente e as coloca em uma pequena cápsula, que é depositada dentro da máquina.

O aparelho, então, cria uma “versão digital” da amostra e a envia para um laboratório físico, localizado em Curitiba (PR), onde especialistas vão emitir um laudo em questão de minutos.

Depois, o resultado é mandado de volta para que o médico determine o diagnóstico mais apropriado. O Hilab é capaz de fazer testes para análise de glicose, dengue, chikungunya, vitamina B, entre outros.

“Toda nossa tecnologia já foi regulamentada junto à Anvisa[Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e vários médicos já testaram o aparelho antes do seu lançamento. A gente vem se preparando para isso há um bom tempo”, diz Figueredo.

A Hi Technologies já possui uma longa história na área de saúde. Figueredo fundou a empresa há quase 13 anos, com apenas R$ 2,5 mil, quando ainda era aluno do curso de engenharia da computação e estagiário em uma laboratório de telemedicina da PUC do Paraná.

Ele e seu amigo, o sócio Sérgio Rogal Júnior, de 34 anos, perceberam desde àquela época como a tecnologia podia revolucionar a área de saúde. Os dois tentaram, primeiro, desenvolver software para hospitais. Depois, passaram para a criação de hardware.

“No início queríamos desenvolver uma aparelhagem grande para laboratórios, mas depois percebemos que talvez fosse mais proveitoso construir aparelhos que atendessem um paciente por vez”, afirma Figueredo.

A empresa já desenvolveu aplicativos de monitoração de sono, medidores de oxigênio e outros sensores. Com o Hilab, porém, a companhia parece estar tomando o maior impulso de sua história. Segundo Figueredo, há pouco mais de um ano atrás a empresa tinha 15 funcionários. Hoje, ela já possui 50. A empresa não revela dados de faturamento.

“Queremos revolucionar o modo de entrega do exame laboratorial e acreditamos que com o Hilab temos essa chance. Não há nada de novo na parte bioquímica da coisa, mas a logística é muito mais prática.”

Os aparelhos estão sendo entregues de forma gratuita para médicos e clínicas dos estados de São Paulo e Curitiba. Segundo Figueredo, o dinheiro recebido provém unicamente dos laudos feitos pelo aparelho.

“Os exames são mais baratos que os principais laboratórios do país. A nossa análise de zika, por exemplo, custa de quatro a cinco vezes menos que o padrão do mercado. Nós estamos mirando ter preços mais baixos porque nosso maior objetivo agora é democratizar esse serviço”, diz o empreendedor.

Para ele, o Hilab pode ser um dos grandes responsáveis pela agilização do sistema de saúde não só do Brasil como do mundo. “Nesses primeiros seis meses, vamos mandar pilotos para serem instalados em todo o Brasil; e nossa meta é ter, em um ano, 10 mil Hilabs instalados em todo território nacional”, ele afirma.

“Depois, mais pra frente, temos o sonho de sermos o primeiro laboratório internacional baseado na internet do mundo. Acho que podemos mudar, de fato, a vida das pessoas.”

Fonte: PEGN

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