O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas (Facebook/Reprodução)

© Facebook/Reprodução O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas

Companhia responsável por seriados como Orange is the New Black opera em múltiplos de mais de 100 vezes e já faz gestores como David Einhorn torcerem o nariz

O gestor da Greenlight Capital, David Einhorn, não está nada contente com o Netflix. Dona de uma ascensão meteórica na Nasdaq, a empresa que vende planos de assinatura para ver filmes e séries online entregou um lucro decepcionante no primeiro trimestre de 2015 (os números do segundo trimestre serão divulgados hoje depois do pregão) e, portanto, deveria ter caído, mas não o fez porque atualmente “as ações de melhor desempenho são aquelas com histórias excitantes nas quais a prestação de contas pertence a um futuro distante”, afirmou Einhorn, em carta para investidores.

O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas. Mesmo assim, a ação subiu 12% no dia seguinte, com analistas cortando expectativas para os três próximos anos. Detalhe que o papel negocia atualmente em um múltiplo P/L (preço da ação dividido pelo lucro por ação) maior do que 100 vezes, o que, a rigor, significa que empresa precisa de mais de 100 anos para entregar a rentabilidade que seu valor de mercado sugere.

“Se você tivesse nos dito antes que os números seriam estes, teríamos chutado que o dia seguinte ia ser ruim para os acionistas da Netflix, mas aparentemente, ‘Red Ink is the New Black’”, disse em referência a um dos mais aclamados seriados originais da empresa, Orange is the New Black, e ao logotipo da empresa, que é vermelho.

O descontentamento se estendeu mesmo às séries produzidas pela companhia. Segundo Einhorn, a terceira temporada de House of Cards “parece ter sido roteirizada para competir com o Ambien [um popular remédio para dormir dos EUA]”, opinou. Ou seja, a série de sucesso daria “sono”.

Enquanto isso, logo após fazer um desdobramento de 7 para 1, saindo de um patamar próximo a US$ 700 por ação para US$ 100, os papéis caem 2,28% hoje, US$ 98,18. Isso causa estranhamento, porque se espera que, com esta operação, as ações ganhem mais liquidez – investidores passam a não ter que desembolsar quantias astronômicas para se tornarem acionistas da empresa. Além disso, o mercado segue na expectativa pela divulgação de resultados do segundo trimestre. A expectativa é de que haja um crescimento na base de assinantes; contudo, a margem das operações internacionais deve seguir negativa.

Fonte: Gestor “detona” Netflix em carta a investidores e diz que House of Cards dá sono – MSN

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