Google lançou globalmente uma série de atualizações do Google Meu Negócio, um serviço que ajuda pequenas e médias empresas a fortalecer a sua presença digital.

Os empresários que têm uma conta no Google Meu Negócio podem, grosso modo, aparecer nas buscas do Google e colocar seus negócios, literalmente, no mapa, já que a empresa também aparece no Google Maps.

Para explicar melhor todas as novidades do serviço, nada melhor do que falar com seus criadores. Pequenas Empresas & Grandes Negócios foi atrás de Curtis Galloway. O gerente de engenharia do aplicativo Google Meu Negócio falou com exclusividade sobre as novas funcionalidades.

Galloway está no Google há dois anos. Antes disso, passou 14 anos na Apple e chegou a trabalhar na NeXT Software, empresa criada por Steve Jobs durante o período em que ele esteve longe da criadora dos Macs e iPhones.

O executivo vem de uma família de empreendedores. “Meu pai, meu avô e meu irmão têm pequenos negócios. Então, para mim, é uma honra trabalhar na criação de soluções para empreendedores”, diz.

As novidades do Google Meu Negócio permitem, de acordo com o americano, que o empreendedor consiga se comunicar mais facilmente com o cliente. Agora é possível, por exemplo, se comunicar com os consumidores por meio de trocas de mensagens.

Outra novidade é que é possível acompanhar com facilidade o número de pessoas que visitaram seu perfil, buscaram uma rota para chegar até você e visualizaram as fotos da sua empresa.

O empresário pode ainda criar um site para sua empresa em questão de minutos, com base em modelos prontos desenvolvidos pelo Google. “Quem estiver interessado na empresa terá a certeza que poderá se conectar à empresa da forma que eles acharem mais conveniente”, afirma Galloway.

Também será possível, de forma tão simples quanto acontece em uma rede social, atualizar o perfil do negócio com informações novas e fotos. No caso das imagens, o serviço permite que o empresário use filtros, de um jeito bem parecido com o Instagram.

Algumas das telas do novo Google Meu Negócio: interatividade e métricas (Foto: Divulgação)

O Google Meu Negócio permitirá ainda que os clientes sigam as empresas que mais os interessam e recebam notificações quando os empresários atualizem dados e postem fotos. O serviço já está disponível em alguns países chegará ao Brasil em breve, de acordo com a empresa.

Quando perguntado se o Google quer que os empresários enxerguem o Meu Negócio como uma rede social, Galloway desconversa. “Não enxergamos assim. De qualquer forma, o nosso objetivo principal é facilitar a vida do empreendedor, para que ele se dedique ao que realmente importa: a qualidade do produto ou serviço que ele oferece.”

O Google Meu Negócio pode ser acessado pelo computador e também por um aplicativo de celular. Para criar um perfil, basta fornecer informações básicas, tais como o nome e a localização da empresa. O Google também checa se os dados fornecidos pelos empresários são realmente verdadeiros. “Isso é particularmente importante se a empresa já existe e há alguém reivindicando que é dona do negócio. Mostrar informações confiáveis é algo de extrema importância para nós”, afirma Galloway.

Curtis Galloway, gerente de engenharia para o aplicativo Google Meu Negócio (Foto: Divulgação)

Galloway afirma que, em alguns casos, tal checagem é feita com o envio de cartas para o endereço informado pela empresa no Google Meu Negócio. Nesse método, a empresa envia um cartão postal com um código de verificação para o endereço da empresa cadastrada no serviço. Com isso, é possível confirmar se o endereço realmente existe. “Por mais que sejamos uma empresa de tecnologia, pode ser mais simples conseguir a verificação pela correspondência. Quanto mais simples, melhor”, diz.

A validação também pode acontecer de forma digital, por meio de códigos enviados por e-mail e SMS. Na Grande São Paulo, o Google pode enviar, presencialmente, um profissional para checar se o endereço informado realmente é de uma empresa cadastrada.

Brasil
Ao contrário do que acontece em países mais desenvolvidos, boa parte dos empreendedores não teve acesso a uma educação de qualidade – e isso faz com que uma grande parcela deles tenha pouca familiaridade com a tecnologia.

De acordo com Galloway, o desenvolvimento de soluções que consumam poucos dados e funcionem em celulares mais antigos é um caminho para a inclusão digital dessas pessoas. “Nós estimamos que haja 12 milhões de empresas no Brasil e que 40% delas não estejam na internet. Para trazer essas pessoas para o ambiente digital, é importante criar ferramentas que sejam fáceis de usar e que tragam vantagens. Esperamos que as pessoas usem nosso serviço por essas razões.”

Mas como levar internet a áreas remotas do país, em que não há nem mesmo conexões para celulares? Isso também está no radar do Google. “A empresa tem iniciativas para levar a internet para locais isolados”, afirma. Dentre elas, destaca-se aLoon, uma subsidiária que quer fornecer conexões por meio de balões localizados na estratosfera. Após anos de teste, a tecnologia começa a tomar forma e deve ser colocada em prática pela primeira vez no Quênia.

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