A transformação tecnológica significará, entre outras coisas, o fim do check in e do check out, como os conhecemos atualmente

Claudio Loetz: Hotelaria vai mudar em poucos anos, garante Paulo Roberto Caputo, diretor da rede Átrio de Hotéis /Divulgação

Paulo Roberto Caputo, gestor da maior operadora brasileira do grupo multinacional Accorhotels Foto: Divulgação

A hotelaria vai mudar em poucos anos. A transformação tecnológica significará, entre outras coisas, o fim do check in e do check out, como os conhecemos atualmente. O celular do cliente será usado como chave dos quartos. O comentário, em forma de prognóstico, é do diretor da rede Átrio de Hotéis, Paulo Roberto Caputo, gestor da maior operadora brasileira do grupo multinacional Accorhotels. Diz, ainda, que os espaços de convívio, como bares e restaurantes, ganharão importância.

A Átrio está com 12 hotéis em construção.

Em relação a Joinville, se alguém imagina que a cidade vai ganhar estabelecimento padrão 5 estrelas no curto prazo, esqueça. O empresário avisa:

– Não há mercado para este tipo de empreendimento, por enquanto.

A seguir, os trechos principais da entrevista.

A Notícia – Como enxerga a situação do mercado hoteleiro atualmente?
Paulo Roberto Caputo –
O mercado de hotelaria de negócios continua afetado pela crise, mas já mostra sinais de recuperação. Já a hotelaria de lazer vive um bom momento, com a expansão do turismo interno, motivada pela alta do dólar.

 AN – No comparativo com 2014 e 2015, o que mudou no comportamento dos clientes? O que eles procuram quando decidem se hospedar?
Caputo –
O cliente está muito mais informado, tem fácil acesso a avaliações independentes, e a diversos sites de comparação de preços. Os clientes procuram hotéis bem localizados, e com marcas reconhecidas, mas que tenham boas avaliações online e preços competitivos.

AN – A procura por hospedagem caiu? Quais são os dados de taxa de ocupação dos hotéis brasileiros, em média? Nos hotéis da rede Átrio, a situação é diferente?
Caputo –
A ocupação hoteleira, no Brasil, em 2016, está 6% inferior ao apurado no ano anterior, que já não havia sido um bom ano. Os números da Átrio são similares. Temos muitas unidades no Rio Grande do Sul, Estado que vive um momento econômico ainda mais difícil. E isso impacta negativamente.

AN – A Átrio trabalha com diferentes perfis de estabelecimentos – do econômico ao de luxo. Em razão da situação econômica ruim, há bandeiras com baixa taxa de ocupação? Como reverter essa realidade?
Caputo –
Todos os hotéis foram afetados, mas os mais econômicos sofrem menos. O fato de estarmos ligados a uma marca forte, como a Accorhotels, ajuda muito, pois contamos com uma grande equipe comercial e um programa de fidelidade com milhares de membros ativos.

AN – Em circunstâncias normais, as tarifas tendem a cair ou podem subir mais? Por quê?
Caputo –
As tarifas variam conforme a oferta e a procura. Como as tarifas já caíram desde 2014, a tendência com o fim da crise é de recuperação, mas isto pode variar conforme o mercado.

 AN – O que um hotel tem de oferecer, obrigatoriamente, hoje?
Caputo –
Os tradicionais conforto, limpeza, segurança e acesso à internet de qualidade. Nós temos investido muito nas áreas comuns, especialmente nos bares e restaurantes. A hotelaria cada vez mais envolve uma experiência. O cliente quer um ambiente moderno, de bom convívio, que facilite a interação entre as pessoas.

AN – As transformações sociais e tecnológicas devem mexer na forma de atender o cliente? Que novidades virão?
Caputo –
Atividades como check-in e check-out fazem parte do passado, logo serão totalmente automáticas. A chave do apartamento será nosso celular. Os bares e restaurantes crescerão de importância, e deverão ser cada vez mais valorizados.

AN – A Átrio tem planos de expansão significativos. Qual é o tamanho da rede em 2016? Número de hotéis, empregos, faturamento.
Caputo –
Estamos hoje com 25 hotéis em operação e mais de 800 funcionários.

AN – E quantos estabelecimentos pretende construir, e em que período? Onde se localizam (estados) os atuais estabelecimentos? E onde vai abrir unidades novas (cidades)?
Caputo –
Temos hoje 12 hotéis em construção, nos estados do Rio Grande do Sul (Erechim, Guaíba, Igrejinha, Carlos Barbosa); em Santa Catarina (Blumenau, Itajaí). Também no Paraná (Curitiba, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu); e em São Paulo, nas cidades de Itatiba, Itu, Jacareí . Destes 12 hotéis, seis abrirão nos próximo meio ano. Todos estes empreendimentos são incorporações imobiliárias, através do sistema de “condohotel”: os investidores adquirem unidades visando renda. Em alguns casos, a Átrio é apenas a operadora e, em outros, participa também da incorporação.

AN – Há projetos de crescimento em cidades de Santa Catarina? Quais e com que que bandeiras?
Caputo –
Em Santa Catarina faremos mais um hotel – em Joinville – e estamos negociando oportunidades em Florianópolis.

AN – Joinville vai ganhar novo hotel Ibis Budget, na Marquês de Olinda. Para quando está previsto? Há planos para um hotel cinco estrelas?
Caputo –
O projeto do Ibis Budget está em fase final de aprovação na Prefeitura. Sobre um hotel cinco estrelas em Joinville, acreditamos que não há mercado, por enquanto.

Fonte: A Notícia

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