De janeiro a março a importação no ramo de automóveis alcançou a cifra de US$ 116,83 milhões no município08/05/2019 – 08h30

Fábrica da General Motors Mercosul é uma das principais do segmento em Joinville
Fábrica da General Motors Mercosul é uma das principais do segmento em Joinville

As importações da indústria automobilística tiveram acréscimo de 4.339% no primeiro trimestre de 2019 em Joinville, no comparativo com o mesmo período no ano passado. De janeiro a março a importação no ramo de automóveis alcançou a cifra de US$ 116,83 milhões. O valor é amplamente superior ao registrado nos mesmos meses de 2018, quando atingiu US$ 2,63 milhões.

A alta do segmento – que envolve principalmente os automóveis projetados para o transporte de pessoas – também alterou a posição dos mercados importadores de Joinville. Há um ano, o setor tinha 0,52% de participação no total de importações joinvilenses e, hoje, lidera o ranking municipal com 18%. Esse crescimento deixou para segundo plano as importações de cobre refinado (7,7% de participação) e de aquecedores elétricos (6,2%), costumeiros líderes de importação.

Para o presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), João Martinelli, é difícil dizer as razões que fazem com que o crescimento das importações de automóveis seja tão significativa. Ele destaca que o setor representa 3,6% de todas as importações catarinenses, o que se caracteriza em um movimento padrão. No entanto, lembra que tanto os manufaturados quanto os carros são itens de importação que não se revertem na geração de empregos e isso preocupa.

— O que chama a atenção é que são bens de consumo, então esse é o tipo de importação que não é investimento e não gera empregos na indústria, justamente porque são importados que geralmente vem prontos — sinaliza.

Martinelli acredita que essa tendência deve seguir até pelo menos o final do ano, sem grandes alterações, e a balança comercial – atualmente US$ 397 milhões no negativo – tende a permanecer em déficit em Joinville.As importações dos manufaturados e carros devem continuar significativas, mas se é para haver déficit eu preferia que fosse por meio da importação de bens de capital (itens utilizados para a produção de outros bens ou serviços), que geram empregosexpandir texto da mensagem

Mercado aquecido

O resultado também evidencia o panorama do setor automotivo brasileiro, que vem em crescente e no ano passado teve balanço positivo de 13,74% no País. Segundo avaliação de Feres Assaad Nabhan, presidente do Núcleo de Concessionárias de Veículos da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), a tendência é de manutenção de crescimento no setor neste ano, em especial no segmento de SUVs. Ainda segundo avaliação dele, o mercado de importação automobilística se fortalece muito em decorrência de ações comerciais e incentivos.

— Acredito que o trabalho feito junto com a Acij, os nucleados de concessionárias e as ações comerciais que a gente fez, está proporcionando para o mercado um produto importado mais em conta e, consequentemente mais competitivo. E essas ações comerciais, como o juro zero, torna esses produtos de custo médio mais elevado, e que geram um faturamento maior, num produto mais atraente — avalia.

— Essas ações comerciais movimentaram e animaram o mercado, então hoje há bastante carro importado, por exemplo, com preços especiais e taxas de juros muito em conta, alguns até maiores que os nacionais — opina.

Joinville demonstra força comercial

Neste ano, até março, Joinville somou 213 importadores entre pessoas físicas ou jurídicas, conforme dados do Ministério da Economia e o Observatório Fiesc. Juntos, eles importaram US$ 640,49 milhões, quantia 27,15% superior ao acumulado entre janeiro e março de 2018. O montante coloca a cidade catarinense como a 10ª maior força importadora do País.

Em contrapartida, no ramo das exportações a cidade ocupa a 44ª posição nacional no ranking e pouco se altera com relação a mercado. São os principais itens de exportação joinvilenses as partes de motor (36%), as bombas de ar (23%) e os acessórios para veículos (7,5%). O município mantém ainda 132 exportadores, que encaminharam ao mercado externo US$ 243,08 milhões no trimestre (queda de 13,21%).

Os números colocam Joinville, respectivamente, na 2ª e na 3ª posição como maior importador e exportador do Estado. A participação do município chega a 15,8% dos cerca de US$ 4,07 bilhões importados por Santa Catarina neste ano, ante 8,1% no saldo de exportações, hoje de US$ 1,92 bilhão. A maior economia catarinense mantém como principais compradores de seus produtos os Estados Unidos (32%) e o México (11%), enquanto entre os fornecedores se destacam a China (35%) e a Argentina (20%).

BALANÇA COMERCIAL DE JOINVILLE

Primeiro trimestre de 2019 (1ª de janeiro a 31 de março)

Exportações: US$ 243,08 milhões

Importações: US$ 640,49 milhões

Saldo: US$ -397,41 milhões

Ranking de Exportações (participação (%) por produto):

1º Partes de motor: 36%

2º Bombas de ar e compressores: 23%

3º Partes e acessórios para veículos: 7,5%

4º Ferro Fundido Bruto: 7,2%

5º Frigoríficos: 4,2%

Ranking de Importações (participação (%) por produto):

1º Carros: 18,2%

2º Cobre refinado: 7,7%

3º Aquecedores elétricos: 6,2%

4º Cevada: 3,1%

5º Polímeros de cloreto de vinilo: 2,7%

Primeiro trimestre de 2018 (1ª de janeiro a 31 de março)

Exportações: US$ 280,09 milhões

Importações: US$ 503,73 milhões

Saldo: US$ -223,65 milhões

Ranking de Exportações (participação (%) por produto):

1º Partes de motor: 38%

2º Bombas de ar: 28%

3º Partes e acessórios para veículos: 7,3%

4º Frigoríficos: 4%

5º Acessórios para tubos de ferros fundidos: 1,6%

Ranking de Importações (participação (%) por produto):

1º Cobre refinado: 7,9%

2º aquecedores elétricos: 6,1%

3º Polímeros de cloreto de vinilo: 4,8%

4º Alumínio em formas brutas: 3,8%

5º Máquinas de processamento de metais: 2,8%

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