Vendas pelo aplicativo representam um quarto do faturamento da empresa, que já faz testes com o Snapchat

Adô Atelier (Foto: Divulgação)

Inovar não é, necessariamente, criar algo novo. Muitas vezes, a inovação está apenas em elaborar novas utilidades para ferramentas que estão disponíveis no mercado. É assim que pensam as designers Tatiana Azzi e Fernanda Dubal, criadoras da Adô Atelier, loja de Belo Horizonte especializada em bolsas e acessórios de couro.

Em maio de 2016, a empresa ficou em primeiro lugar na categoria Empresa Inovadora, do Prêmio Empresa Tendência, organizado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), do Governo de Minas Gerais. O reconhecimento se deu por conta da constante busca das empreendedoras em inovar na divulgação e no atendimento da loja.

Há oito anos, quando as compras online ainda eram pequenas, a empresa lançou seu primeiro e-commerce. E, desde 2013, as empreendedoras vendem seus produtos pelo WhatsApp. “Nós estamos sempre procurando novidades, tanto que hoje fazemos testes com o Snapchat. Ainda não sabemos como usar a ferramenta, mas já fizemos gravações mostrando o interior das bolsas, e também realizamos uma promoção em que mostrávamos pelo aplicativo um código de desconto exclusivo”, diz Tatiana.

As peças vendidas pela Adô são desenhadas pela dupla e fabricadas na própria empresa. Tatiana e Fernanda, que se formaram juntas em design de produtos em 2005, começaram esse trabalho dois anos após a faculdade, com vendas para amigos e familiares. “Quando começamos, nosso modelo era muito pequeno. A gente comprava o couro, desenhava o produto e contratava um profissional para produzi-los. O negócio foi crescendo e, em 2008, vendíamos 50 peças por mês. Foi nessa hora que decidimos formalizar a empresa”, explica Tatiana.

Para isso, a dupla investiu R$ 10 mil do próprio bolso no aluguel de uma pequena sala e na compra de maquinário. Segundo a empreendedora, essa foi uma fase complicada para os negócios, pois nenhuma das duas tinha experiência com gestão de lojas. “Sofremos para acertar toda a burocracia, principalmente porque, na época, não existia a categoria MEI, que teria sido muito mais útil para nós, já que nosso faturamento era baixo”, explica.

Com o aumento das vendas, a dupla decidiu contratar o profissional que era terceirizado e passou a investir na criação de uma loja online. “As vendas online estavam começando e, desde o começo da Adô, queríamos acompanhar esse nicho”, diz Tatiana.

A ideia de criar uma loja virtual hoje pode até parecer comum, mas, há oito anos, as compras online ainda eram pouco difundidas, segundo a empreendedora. “Não existiam muitas lojas virtuais de moda naquela época, então, por um lado, nós estávamos à frente, mas, por outro, era difícil encontrar um público acostumado a comprar pela internet”, explica.

Embora, no começo, o site da loja não tenha apresentado bons resultados em compras diretas, a página ao menos servia como vitrine para os produtos. “Muitos clientes nos ligavam para falar sobre os itens que viam no site. Eles queriam pegar o produto na mão, pois não sentiam segurança nas compras online”, afirma a empreendedora.

Como não dava para depender do site, as empreendedoras decidiram focar suas ações na loja física de Belo Horizonte. “Fomos crescendo devagar e, depois de dois anos, mudamos para outro espaço maior e contratamos dois funcionários”, diz Tatiana. A empreendedora diz que, para a mudança, foi preciso um investimento de R$ 30 mil, conseguido através do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Na época da mudança, em 2010, a Adô vendia, em média, 150 peças por mês, com preço médio de R$ 250. Para ajudar a melhorar os negócios, as empreendedoras decidiram contratar uma consultoria. “Foi uma grande ideia. A empresa nos aconselhou a criar uma linha de produtos utilitários, como bolsas para notebooks, estojos, carteiras e bolsas para câmeras”, diz Tatiana. Com esse novo modelo, a loja passou a atingir um público maior, que ia além do feminino. Os utilitários também eram mais baratos, com preços a partir de R$ 49, o que aumentou as possibilidades de vendas.

O crescimento da loja física foi acompanhado por um aumento nas vendas da loja online. “Com o tempo, as pessoas foram se acostumando a fazer compras na internet e as ferramentas de e-commerce melhoram bastante, o que trouxe mais confiança ao setor”, diz Tatiana. Em 2013, o site da Adô já era responsável por metade das vendas, e as empreendedoras faziam entregas para todo o Brasil. “Então, quando vimos que o site era uma plataforma consolidada, passamos a buscar outro meio de inovação, e conseguimos fazer isso com o WhatsApp”, afirma Tatiana..

Naquele ano, as empreendedoras começaram a utilizar o aplicativo de mensagens para vender suas peças. O modelo de vendas no aplicativo se baseia na confiança das clientes com a loja. Através do Instagram, a empresa divulga fotos das suas peças junto com o número do WhatsApp. A partir daí, as clientes interessadas adicionam o contato da loja no aplicativo e por lá conversam com uma atendente da Adô. Nesse bate-papo, a cliente pode tirar dúvidas e pedir mais fotos do produto. “E depois que ela decide fazer a compra, nós pedimos o endereço e os números do cartão de crédito. Esse modelo tem funcionado muito e, hoje, 25% das nossas vendas é feita pelo celular”, diz Tatiana.

No fim de 2015, a Adô mudou pela segunda vez de espaço. “Hoje, estamos em um casarão histórico de Belo Horizonte, localizado mais próximo ao centro da cidade”, diz Tatiana. Para a segunda mudança, foi preciso um investimento de R$ 100 mil, obtidos através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No ano passado, a empresa teve faturamento de R$ 800 mil e as empreendedoras preveem crescimento de 20% para 2016, que deve acontecer por conta da nova loja.

Fonte PEGN

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