Expectativa dos economistas é pela diminuição de 0,25% da Selic na quarta-feira, após a reunião do Comitê de Política Monetária
À espera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) intensificaram as apostas para o início de um ciclo de cortes da taxa básica de juros — a Selic — possivelmente já nesta semana. O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira aponta que a mediana das projeções para a Selic no fim de 2016 caiu de 13,75% ao ano para 13,5% ao ano. Na prática, se confirmado, a mudança significará um corte de 0,75 ponto porcentual da taxa básica, atualmente em 14,25% ao ano. Há um mês, a perspectiva era que o juro fosse cortado para 13,75% ao ano.
Para o fim de 2017, a projeção permaneceu em 11% ao ano, mesmo nível de um mês atrás. Na próxima quarta-feira, o BC decide o novo nível da Selic e os ativos negociados no Brasil vêm precificando corte entre 0,25 e 0,50 ponto na taxa básica.
A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
Inflação menor
O boletim Focus também reduziu a projeção para a inflação em 2016, de 7,04% para 7,01%. Há um mês, os economistas previam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que indica a inflação oficial, encerrasse o ano em 7,34%.
Para 2017, as instituições financeiras estimam a inflação em 5,04%. A expectativa anterior era de 5,04%. Há quatro semanas, a projeção apontava uma variação do IPCA em 5,12%.
Câmbio estável
O relatório divulgado pelo Banco Central mostrou estabilidade nas estimativas para o câmbio deste e do próximo ano. O documento indica que a cotação da moeda estará em R$ 3,25 no encerramento de 2016, mesmo patamar apontado de uma semana antes. Há um mês, estava em R$ 3,30. O câmbio médio de 2016 passou de R$ 3,44 para R$ 3,43, ante R$ 3,45 de um mês antes.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio seguiu em R$ 3,40 de uma divulgação para a outra, ante os R$ 3,45 de quatro semanas atrás. Já o câmbio médio de 2017 permaneceu em R$ 3,36 — estava em R$ 3,39 um mês atrás.
Retração maior do PIB
O boletim Focus desta semana trouxe mudança, para pior, na projeção de atividade no país em 2016. As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passaram de retração de 3,15% para queda de 3,19%. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,15%.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. O mercado continuou prevendo para o país, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, um crescimento de 1,30% no próximo ano — mesmo valor projetado há um mês.
No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 0,6% ante o primeiro trimestre do ano e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%.
Fonte: Zero Hora