Digitalundivided investe exclusivamente em startups criadas por minorias

Startups idealizadas por mulheres negras e indígenas são o foco da Digitalundivided (Foto: Women In Tech/Flickr)

O capital investido em ideias de mulheres negras é muito baixo. Pelo menos foi isso que Kathryn Finney, fundadora da Digitalundivided, notou ao investigar o mundo dos negócios. Ao perceber que a maioria dos investidores aposta em homens brancos ou asiáticos, Kathryn decidiu fazer um relatório, intitulado Projeto Diane, para descobrir, com maior precisão, quantos são os investimentos de risco para mulheres negras.

O resultado do Projeto Diane provou que Kathryn estava correta: dos 10.284 investimentos de risco feitos entre 2012 e 2014, apenas 24 foram dedicados a startups comandadas por mulheres negras. Em entrevista a Inc., a fundadora da Digitalundivided afirmou: “Nós sabíamos que existia um problema. Só não tínhamos os dados que temos agora.”

A Digitalundivided surgiu em 2012 e, desde sua criação, busca mudar essas estatísticas. A organização sem fins lucrativos oferece redes de contato, mentoria e acesso a capital para startups de tecnologia lideradas por mulheres negras e indígenas.

No dia 13 de março, a organização anunciou o lançamento de uma aceleradora exclusiva para projetos de mulheres negras e indígenas, a BIG Innovation Center. Com uma área de mais de 500 m², o centro está localizado em Atlanta, cidade do estado da Geórgia, nos Estados Unidos. A região, inclusive, é a mesma de faculdades e universidades frequentadas majoritariamente por negros, como Spellman, Morehouse e Clark Atlanta. A primeira turma começa a executar seus projetos em maio.

Com a ajuda da ONG The Prometheus Exchange, comandada por Gayle Jennings-O’Byrne, a Digitalundivided também está construindo um fundo de capital para ajudar essas empreendedoras, o Harriet. Esse pode ser o primeiro fundo a investir exclusivamente em mulheres negras e indígenas. “Muitos fundos têm a diversidade como parte de seu marketing e marca. Mas, se há tantas pessoas focadas em mulheres, diversidade e ambiente urbano, porque eles só arriscaram com 24 mulheres de cor?”, questiona Gayle.

O fundo Harriet ainda está arrecadando dinheiro, mas Gayle acredita que ele pode atrair o interesse de fundações e doadores. “Uma das minhas expectativas é que a gente consiga trazer essas pessoas para dentro desse trabalho. Assim, eles estarão usando seus recursos de forma diferente”, afirma.

Outra iniciativa é o Harriet Angels, que quer incentivar investidores-anjos a se envolverem no processo, criando uma espécie de “sindicato angelical” para aqueles que querem investir nas mulheres negras e indígenas. A ideia é investir pelo menos US$ 50 mil em cada uma das quinze companhias que participarão da primeira turma da BIG Innovation Center, aceleradora criada pela Digitalundivided. A primeira pessoa a se juntar ao sindicato foi Matt Mullenweg, cofundador do WordPress.

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