Objetivo é melhorar as operações e tornar a unidade, maior em movimentação em Santa Catarina, ainda mais competitiva no próximos dois anos

Navios atracados no porto francisquense
Navios atracados no porto francisquense

O Porto de São Francisco do Sul deve receber investimentos de R$ 180 milhões em obras ao longo dos próximos dois anos para melhorar as operações e torná-lo ainda mais competitivo. Hoje, o terminal é o de maior movimentação em Santa Catarina e o oitavo entre os 37 portos públicos brasileiros. São 21 estados do país como origem ou destino das cargas operadas na unidade francisquense.

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No entanto, os investimentos mais pesados serão efetivados a partir de 2019. Entre as obras previstas, as mais importantes são a aquisição de dois novos shiploaders (máquina usada para carregar os materiais nos navios) e a readequação do corredor de exportação para comportar a nova capacidade. Juntas, elas estão orçadas em cerca de R$ 100 milhões.

Hoje, o porto tem dois shiploaders em funcionamento que foram adquiridos em 2002 – cada um com capacidade para 1,5 mil toneladas. Os novos a serem comprados terão 2 mil toneladas, aumentando a capacidade do porto para carregamento dos navios para exportação.

Braço do shiploader (em amarelo), usado para carregar navios
Braço do shiploader (em amarelo), usado para carregar navios

Segundo o presidente da unidade, Luis Henrique Furtado, o tempo para realizar o processo licitatório, compra, montagem e entrega das máquinas poderá levar até dois anos e meio.

— Por isso, nós estamos consertando os shiploaders que já temos para conseguirmos ter uma vida útil até a chegada dos novos — explica.

Além disso, de acordo com Furtado, o corredor de exportação também está recebendo alguns reparos para evitar que aconteça problemas como o ocorrido em março deste ano. Naquela data, a galeria de uma das esteiras cedeu e o porto precisou operar por três meses abaixo da capacidade máxima até as obras de reparo serem concluídas. A estrutura foi consertada e agora a segunda esteira também recebe melhorias.

— Queremos deixar o corredor apto para operar sem problemas e não corrermos riscos de acontecer o que houve no começo do ano no início de uma safra. Estamos trabalhando para que todos os equipamentos estejam a todo o vapor em 1º de fevereiro — conta.

Área alagada que deve ser aterrada em 2019
Área alagada que deve ser aterrada em 2019

Outros investimentos previstos

As obras no corredor de exportação não são as únicas previstas pela direção do porto para os próximos dois anos. Outros investimentos foram planejados para melhorar a eficiência do trabalho realizado todos os dias na unidade de São Francisco do Sul.

Segundo o presidente Furtado, uma das coisas mais importantes para o funcionamento de um porto é a realização da dragagem. Ele explica que na região do porto o calado – altura de água necessária para o navio flutuar livremente – é de 14 metros e precisa ser mantido para não causar problemas à navegação das embarcações.

Por isso, está sendo contratado um estudo que vai diagnosticar quais as áreas mais críticas e com qual frequência elas precisam ser dragadas. Todo o trabalho de levantamento de informações e a realização da dragagem está orçado em cerca de R$ 30 milhões.

Esteiras do corredor de exportação
Esteiras do corredor de exportação

Além disso, também serão investidos R$ 20 milhões para a retirada de algumas pedras que atrapalham a operação do porto próximo dos berços de atracação e outros R$ 20 milhões para aterrar uma área de 10 mil metros quadrados alagada em 2012 após a ampliação de um dos berços. Segundo Furtado, falta apenas uma autorização do Ibama e a previsão é de início das obras em fevereiro.

Ainda há a previsão de investimento de R$ 10 milhões na construção de um novo armazém de 8 mil metros quadrados e mais R$ 8 milhões em sinalização náutica do canal de acesso ao porto. Serão compradas e instaladas novas boias e um sistema de sensores. O edital de licitação deve ser lançado em janeiro.

Para depois de 2020, também existe o planejamento de fazer investimentos ainda mais altos, de até R$ 280 milhões, na obra de alargamento e aprofundamento do canal de acesso ao porto. O EIA/RIMA está pronto e a próxima etapa é a busca pelos recursos.

Navio sendo descarregado no porto de São Francisco do Sul
Navio sendo descarregado no porto de São Francisco do Sul

Aumento na movimentação de cargas e faturamento

O Porto de São Francisco do Sul hoje atua principalmente com as cargas de grãos, como soja, milho e farelo. No entanto, também trabalha com cargas gerais, como fertilizantes, madeira, celulose e produtos siderúrgicos. Apenas no ano passado, foram 13,2 toneladas movimentadas pelo terminal, sendo 6,5 milhões de grãos.

— O principal produto de exportação hoje no Brasil é a soja. Em 2017, foram 68 milhões de toneladas e 6% saíram do nosso porto em São Francisco — conta o presidente da unidade.

Além do aumento da movimentação, também há a expectativa de crescimento no faturamento da unidade para o próximo ano. Atualmente, há um lucro anual de R$ 70 milhões e a projeção é saltar para R$ 100 milhões em 2019.

Hoje, o terminal tem 150 mil metros quadrados de área e conta com 220 funcionários. É o oitavo porto em movimentação do país, a frente de terminais importantes, como do Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES), que são maiores e têm infraestrutura melhor. Em relação à exportação de grãos, a unidade francisquense é a sexta maior do Brasil e, se considerar apenas os portos de carga geral, é o segundo em movimentação.

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